Asa traseira tradicional pode estar com os dias contados?

Design do Peugeot 9X8 não possui asa traseira. (Foto: Divulgação)

O lançamento do Peugeot 9X8 e o esboço do Hypercar da Cadillac, que irão competir no Mundial de Endurance ou IMSA (Os programas não foram anunciados), o que chamou a atenção foi a ausência da tradicional asa traseira.

Praticamente todos os carros de corrida possuem o apêndice aerodinâmico que mantém o monoposto, protótipo ou GT (colados) no chão, principalmente em curvas. A Peugeot já demonstrou que existe uma asa traseira no carro, apenas concebida de uma forma diferente. 

Como esses carros podem competir contra os Hypercar, como o Toyota GR010 HYBRID, Glickenhaus e os futuros fabricantes se eles também optarem pela asa traseira tradicional?  

Cadillac também optou por um protótipo sem asa traseira convencional. (Foto: Divulgação)

As equipes utilizam há décadas meios de manter o carro o mais estável e com a maior aderência possível. A FIA e os organizadores de campeonatos como o WEC e a F1 deixaram bem claro em seus livros de regras que seus carros sigam um padrão,  em limites geométricos estritos para forçá-los a depender da aerodinâmica do corpo, que foi historicamente considerada mais segura.

Os regulamentos da classe Hypercar dizem que cada carro possua um limite de downforce e arrasto aerodinâmico que calcula a força de resistência ao ar ou outro fluido por uma determinada área/superfície. Quanto menor o valor do Cx, menor a resistência ao ar e mais aerodinâmico será o protótipo ou um carro de produção em série.

Assim os engenheiros da Cadillac e Peugeot foram pelo caminho mais difícil, mas não impossível. O downforce existe, mas como o carro se manterá estável será conseguido de uma maneira diferente. Obviamente ajustar a aerodinâmica de um carro é mais fácil regulando a asa traseira dependendo do circuito, ou através de pequenos apêndices ou aletas muito comuns na dianteira de qualquer carro de corrida, desde que seja permitida pelos respectivos regulamentos. 

A equipe da Peugeot posicionou o ponto com maior downforce no meio do carro. Isso significa que ele pode manter o equilíbrio aerodinâmico para tornar a condução segura e fácil de controlar.

Se dará certo? Só quando os carros foram para a pista com seus pares com a asa tradicional. Mas a ideia foi jogada ao vento e outras categorias poderão aderir. As cartas estão lançadas

Com informações do site carscoops

Porsche lança documentário sobre vitória de 2017 em Le Mans

Porsche possui 19 vitórias gerais em Le Mans. (Foto: Divulgação)

A terceira vitória geral conquistada de forma consecutiva pela Porsche em 2017 em Le Mans irá virar documentário. Não foi uma vitória fácil para o 919 Hybrid #2 que teve que ser consertado por mais de uma hora antes de poder continuar a corrida.

Após a troca do sistema híbrido, o LMP1 voltou na 56º, e uma finalização nas primeiras posições parecia impensável à época. Mas desistir não era uma opção. Horas depois, o fabricante de carros esportivos cruzou a linha de chegada em primeiro, aumentando para 108 vitórias em classes e 19 vitórias gerais.

70 anos após a vitória da primeira vitória, o departamento de patrimônios e museus da Porsche está dedicando sua atenção a “A história de sucesso da Porsche em Le Mans”. Em seis episódios, a série “Porsche Moments” analisa a corrida de endurance com depoimento de testemunhas e momentos que ocorreram durante a prova.

No primeiro e no sexto episódios, o vencedor de Le Mans, Timo Bernhard, conhece Fritz Enzinger, que levou a marca a três vitórias gerais em Le Mans como vice-presidente do automobilismo. Walter Röhrl, Hans-Joachim Stuck e Norbert Singer fornecem informações sobre o que aconteceu nos bastidores em quatro outros episódios. O episódio final é sobre a emocionante perseguição para recuperar o atraso em Le Mans em 2017. “O 919 Hybrid representa a lenda da Porsche em Le Mans na era moderna como nenhum outro veículo. A Porsche alcançou três vitórias gerais com este carro de corrida híbrido nos anos de 2015, 2016 e 2017. O terceiro título do Campeonato Mundial de Endurance veio alguns meses após a vitória geral, assim como o hat-trick no Campeonato Mundial de Pilotos. Não é possível alcançar mais do que isso”, resume Achim Stejskal, chefe do Porsche Heritage e Museum.

O apresentador Timo Bernhard apresenta o grand finale de “Porsche Moments” no site de teste do Weissach Development Center. Lá ele se encontra com o LMP que ele diz “traz de volta muitas memórias de um tempo incrivelmente maravilhoso” e dá algumas voltas na pista de testes da Porsche  – quatro anos após a inesquecível vitória na França com seus companheiros de equipe Earl Bamber e Brendon Hartley. “Anda como antes e também é como em Le Mans”, diz Fritz Enzinger.

Os dois integrantes da equipe estão ligados por vitórias conjuntas e também pelo empolgante período de desenvolvimento do veículo. “O 919 Hybrid é o carro de corrida mais complexo e inovador que a Porsche já construiu”, resume Timo Bernhard. Enzinger veio para Weissach em novembro de 2011 para retornar a marca à categoria a Le Mans três anos depois. “Dez anos atrás, tudo que eu tinha era uma folha de papel em branco”, explica o austríaco de 65 anos. Para ele, o primeiro passo foi contratar as pessoas certas e formar uma equipe. “O desenvolvimento do 919 Hybrid só começou após o anúncio dos regulamentos em junho de 2012. Foi uma grande oportunidade para mim. A estrutura e o conceito estavam em nossas cabeças há muito tempo, então só precisávamos dos funcionários certos para desenvolver o espírito de equipe certo”, disse Enzinger, que finalmente montou uma equipe de especialistas de 21 países. “O espírito necessário foi criado juntos. Nosso grande objetivo comum era um lugar no pódio.”

Timo Bernhard também recorda com carinho.Como piloto, estar envolvido desde o início foi algo muito especial. Você tem uma oportunidade dessas apenas uma vez na vida. Já senti sua determinação e imediatamente confiei em você quando nos conhecemos, Fritz”. 

Ele também se lembra dos 16 posters vencedores de Le Mans que decoraram as paredes no caminho para o escritório de Enzinger. No final, havia uma folha de papel em branco em uma moldura. Um símbolo para o objetivo comum da equipe.

Documentário contará com carros que fizeram história da marca. (Foto: Divulgação

Em 18 de junho de 2017, o carro #2 cruzou a linha de chegada após uma corrida dramática na frente de quase 260.000 fãs. Isso selou a 19ª vitória geral da marca em Le Mans. O recorde do 919 Hybrid, que foi fundamentalmente reformulado durante o período de 2014 a 2017: 20 pole position, 17 vitórias, 13 voltas de corrida mais rápidas e seis títulos mundiais. “O carro é tão complexo que o eixo traseiro é movido por um motor de combustão V4 de dois litros que produz quase 500 CV. O motor elétrico pode fornecer adicionalmente mais de 400 PS ao eixo dianteiro sob demanda”, explica Enzinger. O 919 Hybrid foi considerado o laboratório de testes mais rápido e o carro de corrida mais inovador que a Porsche havia construído até então.

“Nossa vitória mais dominante com o 919 Hybrid foi em 2015. Todo o Conselho Executivo estava lá, assim como a família Porsche, e todos estavam juntos nos boxes. Não pode haver uma imagem de equipe melhor do que essa”, afirma Enzinger e olha as fotos que Timo Bernhard espalhou na histórica oficina de automobilismo do Centro de Desenvolvimento de Weissach. “A vitória mais estressante foi na temporada de 2017”, acrescenta. A Porsche competiu então com um veículo significativamente aprimorado. Após o trabalho de reparo na noite de sábado, o carro líder estava 18 voltas à frente – a Porsche começou a perseguição para alcançá-lo. A equipe recuperou a liderança na volta 347 e foi recompensada no final com a 19ª vitória geral. “Na última volta pensei nos vários passos que me possibilitaram este sucesso”, revela Timo Bernhard, que sempre sonhou em triunfar com a Porsche em Le Mans. Foi a primeira vez que ele chorou depois de vencer uma corrida.

O Museu Porsche postará todos os episódios de “Porsche Moments” com os convidados Fritz Enzinger, Walter Röhrl, Hans-Joachim Stuck e Norbert Singer em seu canal do Instagram @ porsche.museum e no Facebook @porsche.museum.stuttgart e também no YouTube. Em 25 de agosto, o Museu transmitirá o episódio final de Weissach com Fritz Enzinger.

Confira os episódios

Episódio 1

Episódio 2

Episódio 3

Episódio 4

Episódio 5

Episódio 6

 

Cadillac anuncia programa Hypercar para 2023

Chip Ganassi será a equipe que dará suporte técnico a Cadillac. (Foto: Divulgação)

A Cadillac anunciou nesta terça-feira, 24, sua participação no Mundial de Endurance e nas 24 Horas de Le Mans com um programa Hypercar. A confirmação veio através da conta oficial das 24 Horas de Le Mans no Twitter. 

O fabricante retorna a Le Mans onde participou pela última vez em 2002, juntando-se a Toyota, Peugeot, Porsche, Ferrari, Audi, BMW, Acura, Glickenhaus e ByKolles com programas LMDh ou Hypercar.

“Estamos entusiasmados por competir no nível mais alto do automobilismo internacional na classe LMDh começando em 2023”, comentou Rory Harvey, Vice-Presidente Global da Cadillac.

“Como o automobilismo, Cadillac está fazendo a transição para um futuro impulsionado por propulsão alternativa. A natureza híbrida das regras LMDh nos ajudará a fazer a ponte entre nossa transferência de tecnologia e nosso futuro totalmente elétrico”.

“Estamos entusiasmados em levar adiante nosso sucesso e continuar a transferir nossos conhecimentos e tecnologia da pista para nossos veículos de produção. Tivemos grande sucesso com o Cadillac DPi-VR vencedor do campeonato e esperamos construir esse recorde para o futuro com a próxima geração do Cadillac LMDh”. 

A Chip Ganassi será a equipe que dará suporte técnico a Cadillac. Estamos ansiosos pela nova fórmula de protótipo internacional e executando o Cadillac LMDh”, disse o chefe de equipe Chip Ganassi.

“Tivemos um ótimo relacionamento em três campeonatos de corrida diferentes com a GM e estamos ansiosos para desenvolver o carro com Cadillac e Dallara ao longo do próximo ano e meio”, finalizou. 

 

Pipo Derani: “Não podemos subestimar o desafio que é competir em Le Mans”

Pipo Derani completa sua sexta 24H de Le Mans com grande resultado. (Foto: Math Langlais)

Pipo Derani conquistou um grande resultado neste domingo (22) em sua sexta participação nas 24 Horas de Le Mans. O piloto foi o quarto colocado no geral na nova categoria Hypercar.

Pilotando pela equipe Glickenhaus Racing, a bordo do Glickenhaus 007 LMH, Derani completou vários excelentes stints, aumentando sua reputação como um dos pilotos mais rápidos e consistentes do endurance mundial.

Ao lado de Franck Mailleux e Olivier Pla, Derani contribuiu significantemente para o acerto geral do carro #708 da Glickenhaus, que fez sua estreia na 89ª edição da maior prova de endurance do mundo.

Largando da quarta colocação, Pla conseguiu chegar ao terceiro lugar no início da disputa, antes de iniciar a estratégia pré-determinada pela equipe para as 24 horas. Derani também andou forte, mostrando suas habilidades e colocou o carro da equipe na briga constante pelo pódio com o Alpine ELF Matmut.

No geral, a equipe ficou muito satisfeita com o quarto lugar em sua primeira disputa em Le Mans, apenas a terceira prova do novo carro. Derani também ficou contente com outro grande resultado e manteve seu índice de 100% de aproveitamento em Le Mans, onde completou todas as provas que disputou desde 2015.

Em suas participações, o brasileiro tem um segundo lugar, dois quartos e um quinto, correndo por três categorias diferentes, o que mostra sua adaptação a diferentes tipos de carros, correndo por equipes privadas e de fábrica.

“Terminar a corrida de uma forma tão competitiva e mostrando ritmo e confiabilidade do Glickenhaus 007 Hypercar foi uma grande recompensa”, declarou Derani.

“Chegar às horas finais com chances genuínas de brigar pelo pódio, nos deixou muito orgulhosos”, continuou. “Isso deve ser visto como um grande sucesso para todos da equipe, em particular ao Jim Glickenhaus, que foi a inspiração para todo o programa”, lembrou o brasileiro de 27 anos.

“Não podemos subestimar o desafio que é competir em Le Mans, especialmente com uma nova equipe e um novo carro. Para mim, foi um privilégio fazer parte do time e ter essa experiência tão valiosa com um hipercarro, neste momento em que as corridas de endurance entram numa nova era”, destacou.

“O futuro parece tão promissor para Le Mans e, de fato, para todas as corridas de endurance, então obter este resultado é muito gratificante e gostaria de agradecer a toda a equipe e, claro, aos meus companheiros Franck e Olivier por essa grande e bem-sucedida experiência”, finalizou Derani.

O brasileiro volta agora suas atenções para o restante da temporada do IMSA WeatherTech Sportscar Championship. Ao lado do companheiro Felipe Nasr, ele é o vice-líder, restando três etapas. A próxima delas acontecerá no dia 12 de setembro, em Laguna Seca, na Califórnia (EUA).

Nielsen Racing assume liderança do Le Mans Cup

(Foto: Divulgação)

A rodada dupla do Road to Le Mans, que aconteceu neste final de semana como preliminar das 24 Horas de Le Mans, garantiu a liderança da classe LMP3 para a equipe Nielsen Racing. Tony Wells e Colin Noble vencendo a primeira Corrida, e abandonando a segunda.  Com o resultado, a dupla de Ligier # 7 lidera a classificação de pilotos com nove pontos à frente de Alexander Mattschull e Nicolas Varrone da Rinaldi Racing com apenas duas rodadas restantes.

Houve alguns momentos cruciais durante a corrida, o primeiro sendo o Safety Car na corrida de quinta-feira. Com Tony em um bom sexto lugar no período, a equipe optou por não seguir os líderes, o deixando na pista. Na sequência, o #7 realizou a parada. Como a diferença para os demais competidores era grande, Colin só precisou cruzar a linha de chegada em primeiro. 

Resultado corrida 1

Resultado corrida 2

Esta foi a segunda vitória da dupla na temporada, assumindo a liderança da classe LMP3. Na segunda corrida no sábado, Tony largou na 11ª posição, mas perdendo o carro na Tertre Rouge. Ele conseguiu voltar à pista, mas os danos na carenagem traseira obrigaram o Ligier a ir para os boxes para reparos, o que não foi possível de resolver, obrigando a dupla a abandonar a segunda rodada de 55 minutos. A última volta da corrida viu o rival pelo título Scott Andrews sair da pista na mesma curva, garantindo assim a vantagem de pontos para a Nielsen Racing.

Houve desempenhos notáveis ​​no carro irmão #28, com Tristan Nunez saltando do 15º para o oitavo lugar no grid. No final das contas, seu companheiro de equipe conquistou a bandeira quadriculada em nono lugar na segunda corrida. Nick Adcock estava sem sorte no Ligier #27, sofrendo um furo de pneu na curva Indianápolis e posteriormente incapaz de manter o carro fora da barreira de pneus, enquanto o #20 de Mark Crader e Alex Mortimer abandonou na primeira corrida, mas foram capazes de terminar em 21º na segunda.

O próximo desafio da equipe é a próxima etapa do Le Mans Cup, que será realizado no circuito de Spa-Francorchamps em setembro. 

 

Optimum Motorsport com estreia positiva em Le Mans

(Foto: Divulgação)

A equipe Optimum Motorsport teve uma estreia bem sucedida nas 24 Horas de Le Mans, realizadas neste final de semana na França. Houve alguns pontos baixos na semana de corridas no Circuito de la Sarthe, mas também muitos pontos altos. A  equipe concluiu a prova, mostrou grande determinação terminando na 12ª posição na classe GTE Am.

A Ferrari #71 foi um esforço das equipes Optimum Motorsport em conjunto com a Kessel Racing, o trio estreante de Le Mans formado por Brendan Iribe, Ollie Millry e Ben Barnicoat participou do teste pré-evento no domingo anterior à corrida. Foi um teste sem problemas, dando à equipe muita confiança para os treinos de quarta-feira.

Ben assumiu as funções de qualificação de treino na quarta-feira e certamente não estava mostrando seu status de novato em Le Mans, pois teve um desempenho incrível para registrar o quarto tempo da classe e colocá-lo na Hyperpole para os seis mais rápidos em cada classe.

O tempo de volta em Hyperpole foi quase idêntico, apenas 0,015s mais lento do que o tempo obtido no treino de quarta-feira, garantindo a quinta colocação para a prova. O primeiro grande problema da semana de Le Mans veio logo no final da quarta e última sessão de treinos, com Ollie perdendo o controle da Ferrari na chicane Ford, batendo nas barreiras com um impacto de aproximadamente 29G.

Felizmente, ele não se feriu, mas o carro ficou gravemente danificado com o impacto. Durante a noite e até tarde na noite de sexta-feira, a equipe trabalhou para reconstruir o 488 em torno de um novo chassi. Graças à ajuda e cooperação de várias equipes, incluindo nossos vizinhos de Yorkshire, United Autosports, Kessel Racing e suporte técnico da Ferrari, o carro foi concluído às 22h de sexta-feira à noite, pronto para a sessão de aquecimento de 15 minutos na manhã de corrida.

Ben foi o mais rápido de todos na classe GTE Am com a equipe totalmente preparada para a largada. Uma forte chuva no início significou que os carros dessem duas voltas extras atrás do Safety Car antes da bandeira verde. Apesar disso, houve problemas em todo o circuito com vários carros rodando e batendo nas barreiras de pneus. Ben evitou problemas e se manteve intacto com sua Ferrari. 

Ele fez progressos apesar das condições muito complicadas, mas foi forçado a fazer uma parada não programada no meio de sua segunda hora com um furo no pneu traseiro direito. Uma falha de pneu mais significativa ocorreu na volta 32, antes de Brendan fazer sua primeira participação. 

O restante da prova ocorreu sem problemas, permitindo que a equipe a brigar com o Porsche #77 da Dempsey Proton pela quinta posição com 12 horas de prova. Um erro da equipe fez com que Ben saísse dos boxes com a roda dianteira esquerda solta. Ele demorou 16 minutos para retornar aos boxes com três rodas e mais 20 minutos para efetuar os reparos no divisor e na carenagem do carro. Com oito voltas atrás dos líderes, a equipe conseguiu volta a prova.

A partir deste ponto, no entanto, as esperanças realistas de um resultado entre os seis primeiros foram frustradas. Até o amanhecer e depois na tarde de domingo, os três pilotos completaram seus stints, com finalmente Brendan levando a bandeira quadriculada em 12º na classe, 42º no geral. Embora não seja o resultado que a equipe almejava, Bas Leinders, chefe da equipe, classificou a estreia positiva. 

“Hoje é um grande dia para a Optimum Motorsport e todos os membros da equipe; estar no início das 24 Horas de Le Mans é um sonho para muitos e fomos capazes, juntos, com os nossos pilotos iniciantes, de dar apenas um passo adiante em nossa primeira participação chegando ao final”. 

“Gostaria de agradecer a cada membro da equipe Optimum e Kessel Racing por todo o trabalho que foi feito na preparação e também durante os últimos 14 dias em Le Mans”, finalizou.

Porsche e Le Mans, uma corrida para esquecer

(Foto: Porsche AG)

Mesmo com um pódio na classe GTE-Pro na edição 2021 das 24 Horas de Le Mans, o Porsche 911 RSR não apresentou um desempenho fraco, sem condições de lutar pela vitória ou enfrentar as Ferrari da equipe AF Corse. 

 Os pilotos Kévin Estre e Neel Jani e Michael Christensen, conseguiram o terceiro com o 911 #92 O #91 dos pilotos Gianmaria Bruni, Richard Lietz  e o francês Frédéric Makowiecki encerraram a corrida em quarto lugar. A luta interna entre os dois carros de trabalho pelo pódio foi decidida cerca de uma hora antes do término da prova: Depois de sair da pista na última chicane, a parte traseira do #91 teve que passar por reparos e uma substituição dos freios.

Mesmo sem conseguir lutar pela vitória, o vice-presidente de motorsport da Porsche, Fritz Enzinger, afirma que a prova foi boa. “Nossa equipe teve um desempenho impecável e vigoroso”, explica. “Infelizmente, faltou um pouco de velocidade para poder desafiar os outros carros pela vitória na classe. O resultado do pódio para nosso #92 ainda é uma bela recompensa pelo trabalho apaixonado que nossos mecânicos fizeram na pista de corrida e de volta à nossa sede em Weissach. Obrigado a todos que contribuíram para esta conquista”, enfatiza. 

Os dois carros estabeleceram um ritmo normal. No entanto, devido ao azar durante duas fases do safety car, uma diferença de cerca de três minutos do líder surgiu no primeiro terço da corrida. Foi impossível reduzir essa margem apenas pelo desempenho nas horas restantes da corrida.

Ao contrário de outros eventos de corrida, quando ocorre um incidente em Le Mans, três carros de segurança são enviados para a pista ao mesmo tempo. Isso se deve ao comprimento do circuito de 13.626 quilômetros. Como resultado, os carros são divididos em três grupos. Se os carros estiverem atrás do mesmo safety car que o líder, eles podem recuperar o terreno perdido. Aqueles que seguem o segundo veículo de segurança são imediatamente prejudicados, perdendo pelo menos 90 segundos. Isso aconteceu com os dois Porsche 911 RSR de fábrica.

“A corrida não foi apenas difícil, também foi decepcionante para nós. Esperávamos lutar pela vitória”, conclui Alexander Stehlig, Chefe de Operações do WEC. “Apesar da nossa preparação boa e sistemática, não tivemos o desempenho dos tempos por volta e a velocidade máxima que esperávamos em comparação com nossos adversários. Agora vamos levar algum tempo para analisar tudo mais uma vez com a FIA e ACO e ver por que não fomos capazes de igualar o desempenho dos nossos adversários”, explica.

Equipes de clientes também enfrentaram problemas

Enquanto os dois 911 RSR de fábrica garantiram o terceiro e quarto lugares, os dois carros das equipes de clientes enfrentaram problemas mais sérios. O #79 da WeatherTech Racing não completou a prova após um acidente envolvendo o americano Cooper MacNeil na manhã de domingo. O veículo da HubAuto Racing, que havia marcado a pole position, abandonou com um defeito técnico na manhã de domingo. 

O #77  Dempsey-Proton Racing dos pilotos Matt Campbell, o dono da equipe Christian Ried e o neozelandês Jaxon Evans terminaram em quinto lugar na classe GTE-Am. O carro irmão #88, que largou da pole position classe, conseguiu a décima terceira posição. As equipes de clientes Absolut Racing e Herberth Motorsport concluíram sua estreia em Le Mans nas posições 7 e 10, respectivamente. Várias outras equipes da Porsche abandonaram cedo. Os dois 911 do Team Projetc 1 e o #99 da  Proton Competition não completaram a prova. A GR Racing perdeu tempo devido a longos reparos após um acidente e terminou a corrida em 14º colocação. 

Felipe Fraga conquista segundo lugar em Le Mans na classe GTE-Am

Carro do brasileiro foi um dos sobreviventes da classe GTE-Am. (Foto: Andrew Lofthouse/RF1)

Felipe Fraga correu pelo terceiro ano consecutivo nas 24 Horas de Le Mans terminando com um pódio na classe GTE-Am. Piloto da equipe TF Sport, Fraga pilotou carro #33 por cerca de 10 horas em Le Mans e explica que a corrida foi movimentada desde o início.

“Muitas coisas aconteceram ao longo da corrida. Eu estava em P1, 1min30s na frente do segundo e tinha algum resto de peça de algum carro na pista. Aí o carro que estava na minha frente bateu a quase 300 km/h no muro e eu vim atrás, pegando um pouco desses pedaços de fibra de carbono na pista. Isso furou os dois pneus do carro e eu bati o carro em uma barreira de pneus”, diz Fraga, que conseguiu levar o carro de volta ao box.

“Eu tinha certeza que a corrida tinha acabado para gente, mas aí eu consegui trazer o carro pro box e o pessoal trocou os dois pneus, trocou o difusor traseiro e voltamos para a corrida. Conseguimos continuar andando bem, demos sorte com um safety car e terminamos no pódio após imprimir um bom ritmo de corrida”, conta o brasileiro.

Esse é o segundo pódio de Fraga na categoria GTE-Am no WEC. O brasileiro, que pilota um Aston Martin Vantage na equipe TF Sport, também terminou na segunda colocação na etapa de abertura em Portugal.

Destaque em diversas categorias internacionais, como WEC na Europa e IMSA nos EUA, o tocantinense também é piloto de fábrica da Mercedes AMG desde maio deste ano e espera manter a boa fase de pilotagem em categorias renomadas mundialmente.

“Eu estou bem feliz com o momento e as oportunidades que estou vivendo em 2021. A temporada tem sido de muita evolução e só tenho a agradecer a todos que me ajudam diariamente a estar aqui. Agora o objetivo é continuar somando pontos aqui no WEC em busca de terminar o campeonato em uma boa colocação”, diz Fraga.

A temporada do WEC terá mais duas etapas em 2021, ambas no Bahrein nos dias 30 de outubro e 6 de novembro, respectivamente.

Toyota vence pela quarta vez as 24 Horas de Le Mans

Mesmo com a vitória, Toyota teve diversos problemas com o #8. (Foto: Divulgação)

Chuva, acidentes e resistência. Esses foram os ingredientes para a edição 2021 das 24 Horas de Le Mans, realizada neste sábado e domingo, na França. Coube a Toyota “fugir” de todos os obstáculos e vencer a prova. 

Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria Lopez foram os responsáveis pela primeira vitória de um protótipo Hypercar em Le Mans. OToyota GR010 Hybrid  #7 superou um problema intermitente relacionado ao combustível que impactou tanto o carro vencedor quanto o segundo colocado Toyota #8 nas últimas seis horas.

Com um início complicado por causa da chuva, o #7 se manteve na primeira posição durante toda a prova, não tendo adversários que pudessem conquistar o primeiro lugar. 

Resultado final

O Toyota #8 começou a prova recebendo um toque do Glickenhaus  #708 pilotado por Olivier Pla. Sebastien Buemi que estava no #8 enfrentou dois furos de pneus nas primeiras três horas, não tendo condições de lutar pelo primeiro lugar.  

Para complicar a situação, o #8 parou na pista para reiniciar o sistema e enfrentar problemas de vibração na  16ª hora, seguido pelo início de um problema de combustível não identificado que viu o carro realizar stints  mais curtos. Ele também realizou uma parada não programada para substituir a porta do lado direito.

Ambos os Toyotas, terminaram a prova com preocupação. Além deles o Alpine LMP1 e os dois carros da Glickenhaus terminaram a corrida. 

Kobayashi terminou duas voltas à frente do #8 de Buemi, Kazuki Nakajima e Brendon Hartley para a quarta vitória consecutiva da Toyota em Le Mans. Ele marcou o primeiro triunfo da equipe do #7 em Sarthe, depois de perder nos últimos três anos.

O  Alpine #36 de Nicolas Lapierre, Matthieu Vaxiviere e André Negrão completou o pódio em terceiro, terminando quatro voltas atrás do vencedor. A equipe francesa perdeu tempo depois de uma rodada de Lapierre na volta 3, enquanto estava em segundo, seguido por uma saída de pista com Vaxiviere ao volante na primeira chicane durante a oitava hora, ficando na oitava posição..

O  Glickenhaus #708 se recuperou do incidente no início da corrida de Pla para terminar em quarto ao lado com os pilotos Pipo Derani e Franck Mailleux, com o carro #709 pilotado por Richard Westbrook, Ryan Briscoe e Romain Dumas completando os cinco primeiros.

WRT vence na classe LMP2

Pane seca na última volta evitou uma dobradinha da equipe WRT. (Foto: Divulgação)

Com o maior número de inscritos, a classe LMP2 viu a equipe WRT vencer, apesar de uma parada na última volta para o #41 pilotado por Yifei Ye. Isso custou uma dobradinha inédita para a equipe..

O carro de Ye desacelerou na pista na última volta ao entrar na ponte Dunlop, entregando a vitória na classe ao carro #31 de Robin Frijns, Ferdinand Habsburg e Charles Milesi.

Frijns, que usava pneus dianteiros com quatro stints, já enfrentou problemas com as pistolas de ar nos boxes, conseguiu segurar o Oreca #28 da equipe JOTA com uma diferença de 0,727 segundos no final da prova. 

Ye assumiu a liderança nas horas finais, quando o carro #31 da WRT sofreu uma falha no air jack, forçando a equipe a trocar os pneus com uma bolsa inflável. Na penúltima parada de Frijns, a equipe só realizou a troca  dos pneus traseiros e sua parada final foi apenas para completar combustível.

Ela marcou a quarta grande corrida de endurance da WRT que venceu na estreia em Le Mans, após vitórias nas 24 Horas de Nürburgring 24, 12 Horas de Bathurst e 24 Horas de Dubai. 

Blomqvist, Sean Gelael e Stoffel Vandoorne foram os segundos próximos da primeira posição, recuperando-se de uma penalidade de 90 segundos por violação do safety car no início da corrida. O Panis Racing #65 de Will Stevens, James Allen e Julien Canal ficou com a terceira posição

O JOTA #38 que largou na pole, rodou após Anthony Davidson ter um filtro de óleo furado, sendo obrigado a realizar um reparo mais longo. A United Autosports teve uma corrida desafiadora, com dois de seus três carros se envolvendo em acidentes. O #22 teve problemas no alternador, O #23 terminou em quarto depois de um furo de pneu. O #34 da equipe Europol Competition completou os cinco primeiros da classe.

Na LMP2 Pro-Am os vencedores foram #21 da equipe DragonSpeed de Ben Hanley, Juan Pablo Montoya e Henrik Hedman, apesar de problemas de combustível da falta de piloto com menos de duas horas para o término da prova. Hanley teve que dar uma volta a mais no circuito  depois de perder a entrada do box com 1 hora e 45 minutos restantes para o fim da prova.

A equipe também errou com o tempo de condução que deixou Hedman 1 minuto a menos em seu tempo de condução exigido e forçou a equipe americana a colocar o piloto para terminar a prova.

Hedman resistiu aos desafios de Loic Duval e Job van Uitert até que os dois pilotos parassem para completar combustível nos minutos finais. Pela segunda vez na história do programa, o SRT41 recebeu a bandeira quadriculada com sua inscrição Innovative com os apresentando Takuma Aoki, Nigel Bailly e Matthieu Lahaye, terminando em 33º geral. O Oreca da equipe Graff Racing apresentava controles manuais especiais para Aoki e Bailly.

Ferrari vence na classe GTE

AF Corse vence na classe GTE-Am. (Foto: Ferrari Races)

James Calado, Alessandro Pier Guidi e Come Ledogar venceram a classe GTE-Pro com a Ferrari que também conquistou o primeiro lugar na classe  GTE-Am 

Os pilotos do #51 da AF Corse dominaram a segunda metade de uma corrida cheia de obstáculos e acidentes.  Pier Guidi levou a bandeira quadriculada 41,6 segundos à frente de Antonio Garcia no Corvette #63, que foi co-pilotado por Jordan Taylor e Nicky Catsburg.

Esses foram os únicos dois carros a terminar na primeira volta, com o Porsche 911 RSR-19 #92 em terceiro e quarto lugar, sem conseguir desafiar os líderes.

Kevin Estre, Neel Jani e Michael Christensen completaram com o #92. Gianmaria Bruni, Richard Lietz e Frederic Makowiecki acabaram três minutos e meio atrás de seus companheiros depois que seu Porsche #91 passou por uma parada de cinco minutos para reparos na hora final, devido à carroceria traseira ter sido danificada. 

Apesar da demora, a equipe do #91 ainda tinha uma vantagem para a Ferrari #52 de Daniel Serra, Miguel Molina e Sam Bird, que sofreu vários imprevistos. O Corvette #64 completou os seis da classe após vários problemas gerados pelo contato com a Ferrari vencedora da classe na volta de formação, que exigiu uma troca de difusor.

Tommy Milner, Nick Tandy e Alexander Sims também tiveram problemas na caixa de câmbio, embreagem e alternador e terminaram 32 voltas atrás do vencedor. Os dois Porsches privados da WeatherTech Racing e da HubAuto Racing abandonaram a corrida.

AF Corse vence também na classe GTE-Am. (Foto: Ferrari Races)

Na classe GTE-Am, Nicklas Nielsen e François Perrodo e Alessio Rovera, conquistaram uma vitória dominante  para a AF Corse. Nielsen foi o piloto que fechou a corrida com a Ferrari #83 com 1 minuto e 41 segundos à frente do Aston Martin #33 da TF Sport Felipe Fraga, Dylan Pereira e Ben Keating.

O AF Corse liderou de forma consistente desde a sétima hora em diante, após um período inicial de domínio da TF Sport. A Ferrari teve uma corrida forte durante a noite, enquanto TF encontrou um contratempo na noite de sábado, quando Fraga bateu na primeira parede de pneus chicane de Mulsanne antes de fazer reparos.

A manhã viu AF Corse consolidar a vantagem que tinha construído ao longo das horas anteriores, com passagens consistentes de todos os três pilotos. Matteo Cressoni, Rino Mastronardi e o piloto de testes de Fórmula 1 Callum Illot, fazendo sua estréia em Le Mans, ficaram em terceiro na classe com a Ferrari #80 da Iron Lynx..

Iron Lynx também terminou em quarto com Paolo Ruberti, Raffaele Giammaria e Claudio Schiavoni, que acabou a menos de um minuto dos pilotos da Dempsey-Proton Matt Campbell, Jaxon Evans e Christian Ried.

A classe registrou nove abandonos, mais do que qualquer outra categoria, pois 14 dos 23 carros chegaram ao final.

 

 

 

FIA e ACO renovam acordo de duração do WEC

Jean Todt (FIA) e Pierre Fillon (ACO). (Foto: Divulgação)

Os presidentes da FIA, Jean Todt, e o presidente do ACO, Pierre Fillon, assinaram neste sábado, 21, o contrato de extensão que garante a existência do Mundial de Endurance por mais alguns anos. 

O WEC surgiu em 2012 e teve seu último contrato de colaboração com a FIA assinado em 2017, para mais três temporadas. Mesmo com a expiração do último acordo, o campeonato foi mantido, sendo renovado neste sábado. 

“A parceria entre a FIA e a ACO fornece a estabilidade necessária no lado promocional, que é a chave para apoiar os desenvolvimentos positivos no Campeonato Mundial de Resistência da FIA”, disse Todt.

“Nessa frente, há muito o que esperar, incluindo a categoria Hypercar e o influxo de fabricantes”.

“Portanto, formalizar a continuidade da cooperação foi uma decisão óbvia. As corridas de endurance têm bases sólidas para o futuro”, explicou. 

A médio prazo as duas entidades têm pela frente a criação da classe GT3 e a convergência entre protótipos LMDh e Hypercars. 

“No alvorecer de uma nova era de ouro das corridas de resistência, temos o prazer de estender nosso contrato com a FIA”, comentou Fillon.  “O crescente interesse em nossa categoria e o retorno das maiores marcas automotivas à classe superior é a prova de que nossa colaboração é frutífera”. 

“Os próximos anos oferecem perspectivas nunca vistas nas corridas de endurance.O Campeonato Mundial de Endurance nunca foi tão popular e estamos muito satisfeitos por buscar nossa parceria com o órgão regulador do automobilismo internacional”, finaliza Fillon.