Ford deve alinhar quatro carros nas 24 horas de Daytona 2017

(Foto: Ford Performance)

A Ford, deve alinhar quatro carros para a abertura da IMSA em 2017, as 24 horas de Daytona. A notícia foi levantada pelo site Sportscar365.com. Segundo o portal a Chip Ganassi já começou a preparar seus quatro Ford GT para a empreitada.

Como ocorreu em Le Mans, nomes oriundos da NASCAR e Fórmula Indy devem fazer parte do programa. Quando questionado, Dave Pericak não chegou a confirmar, nem negou a hipótese.

“Nossa equipe Ford está completamente focada na programação WEC restante. Estamos extremamente orgulhosos e felizes com o nosso desempenho na américa quanto europa.”

Desde o seu lançamento no início do ano, foram três vitórias na IMSA, com o #67 de Richard Westbrook e Ryan Briscoe. Em Le Mans os vencedores foram Joy Hand, Dirk Mueller e Sebastien Bourdais.

Pelos lados do WEC, foram conquistadas vitórias em Fuji e Xangai, ambas com Andy Priaulx e Harry Tincknell.

Porsche vence em Xangai e conquista título de contrutores no Mundial de Endurance

A Porsche venceu as 6 horas e Xangai, penúltima etapa do Mundial de Endurance realizada na madrugada deste domingo (06) na China. Brendon Hartley, Mark Webber e Timo Bernhard venceram após o Toyota #6 enfrentar problemas.

Com o resultado, a Porsche conquistou o título de construtores da temporada. O 919 #2 de Neel Jani, Romain Dumas e Marc Lieb terminou na quarta posição. Em segundo lugar o Toyota #6 de Kamui Kobayashi, Stephane Sarrazin e Mike Conway. Fechando o pódio, o Toyota #5. Assim como em Fuji os dois TS050 apresentaram um bom ritmo durante toda a prova, superando a equipe Audi.

Resultado final da prova.

O Toyota #6 poderia ter vencido a prova, se não fossem as duas punições que acabaram sofrendo. A corrida também não foi das melhores para o Porsche #2, que chegou a lutar pela liderança, mas ficou pelo caminho. Mesmo chegando na quarta posição, as chances de lutar pelo vice-campeonato com a Toyota estão abertas.

Fritz Enzinger, Vice-Presidente do programa LMP1 da Porsche comemorou: “Este grande sucesso só foi possível graças a um grande esforço de equipe. Mecânicos, engenheiros e pilotos e muitas pessoas que trabalham nos bastidores da equipe. Todo o esforço foi recompensado, pela segunda vez depois de 2015. Isso não provam apenas o potencial de 919 Hybrid, mas também a excelência da equipe . Eu quero agradecer a todos do meu coração. “

Vitória ficou mais fácil, após punição do Toyota #6. (foto: Porsche AG)

Pelos lados da Audi, nem tudo foram flores. Após a notícia de que não vai estar na competição em 2017, o time alemão também enfrentou problemas. O #8  teve problemas durante o reabastecimento. Para não bastar, Oliver Jarvis acabou batendo no primeiro carro da equipe o #7 de Benoit Treluyer. Com o toque o R18, precisou passar um bom tempo nos boxes para reparos. Para o time das argolas conquistar o título de pilotos, precisa vencer a última etapa no Bahrain. Entre os LMP1 privados, a vitória ficou com a By Kolles, a primeira da temporada. O único rival, o Rebellion #13 enfrentou problemas de ignição.

“Esses contratempos são muito decepcionante”, disse o chefe da Audi Motorsport, Dr. Wolfgang Ullrich, resumindo o evento. “Vendo o forte empenho demonstrado por toda a equipe e pilotos, foi gratificante para nós. Eles nunca desistiram e lutaram, durante seis horas seguidas. Como resultado, marcamos 18 pontos e conseguimos defender o nosso segundo lugar na classificação. Nós ainda podemos nos tornar vice campeões mundiais.”

O chefe da equipe, Toshio Sato elogia o pódio duplo da equipe: “Parabéns a Porsche para ganhar Campeonato Mundial de construtores; isso é uma grande conquista para manter este título. Temos o prazer de ter os dois carros no pódio pela primeira vez nesta temporada, apesar de alguma má sorte. Assim como nas últimas três corridas, temos visto novamente uma luta incrivelmente entre os três fabricantes da classe LMP1. Isso mostra o quão alto o nível de competição está em WEC e penso que os  fãs aqui em Xangai gostaram do espetáculo. Agora temos pouco tempo para se preparar para a última corrida no Bahrein, quando esperamos estar novamente competitivo; queremos manter o nosso forte desempenho e lutar pela vitória novamente.”

G-Drive vence mais uma na classe LMP2. (Foto: Gabi Tomescu – AdrenalMedia.com)

A G-Drive, venceu mais uma na classe LMP2. O pilotos Alex Brundle, Romain Rusinov e Will Stevens não tiveram grandes dificuldades para vencer a prova, mesmo com uma certa alternância entre os ponteiros. Em segundo o Ligier #30 da ESM de Tom Blomqvist, Antonio Giovanazzi e Sean Galeal, que fizeram uma estratégia diferente.

Fechando o pódio, o também Ligier # da RGR Sport, que sofreu uma punição, após um toque com o Alpine de Nicolas Lapierre. Com o quarto lugar, o Alpine #36 de Gustavo Menezes, Stephane Richelmi e Nicolas Lapierre conquistaram o título da classe.

A etapa de encerramento do próximo dia 19 no Bahrein servirá apenas para definir o vice. Senna e seus parceiros na RGR Sport, o português Filipe Albuquerque e o mexicano Ricardo Gonzalez, somam 148 e levam 11 pontos de vantagem sobre Rusinov. O problema é que a equipe do russo vem de duas vitórias seguidas. “Vamos ter de ralar lá. Na verdade, eles deveriam estar destruindo todo mundo, mas deram muito azar. À exceção do México, foram sempre os mais rápidos”, elogiou Senna.

Senna disse que o resultado na China acabou sendo talvez até superior ao potencial revelado pelo Ligier JS P2-Nissan no fim de semana. “Poderia ter sido muito pior. Foi um milagre chegar ao pódio. Só conseguimos passar o Alpine da Signatech nos boxes e a última hora foi um sufoco, porque eles ficaram grudados no Filipe até à bandeirada. O desgaste dos pneus do nosso carro foi acima do esperado”, disse. Senna, que cumpriu o turno inicial, lamentou a perda de tempo nesse período da prova. “Mathias Beche rodou sozinho na minha frente na primeira curva e precisei evitá-lo. O Mikhail Aleshin me passou e aí complicou, porque o BR01 é lento de ritmo, mas voa nas retas. Perdi 25 segundos nessa briga e os pneus foram embora”, explicou.

Ford vence na classe GTE-PRO. (Foto: Gabi Tomescu – AdrenalMedia.com)

A Ford novamente dominou a classe GTE-PRO com o #67. Andy Priaulx e Harry Tincknell foram perfeitos durante toda a prova. A diferença para o Ford #66 que chegou em segundo lugar foi de mais de 50 segundos. Fechando o pódio, a Ferrari #51 da AF Corse dos pilotos Gianmaria Bruni e James Calado. Os líderes do campeonato, Nicki Thiim e Marco Sorensen com o Vantage #95, terminaram a prova na quarta posição. O Aston #97 se envolveu em um acidente ainda na primeira curva da prova com o Manor #45. Ambos não completaram a prova.

A Ferrari #71 de Davide Rigon e Sam Bird, terminaram na quinta posição. A dupla levou acabou sendo punida por conta de um pitstop, enquantos os boxes estavam fechados. Na última posição da classe o Porsche #77 da Proton Racing.

Aston #98, vence mais uma na GTE-PRO. (Foto: Gabi Tomescu – AdrenalMedia.com)

Nova vitória do Aston Martin #98 de Paul Dalla Lana, Mathias Lauda e Pedro Lamy na classe GTE-AM. O trio não chegou a ter dificuldades durante a prova. Apenas nas primeiras voltas teve uma certa pressão do Porsche da equipe Gulf Racing.

Em segundo lugar na classe, o Porsche da equipe KCMG. Em terceiro a Ferrari #83 da AF Corse. Na luta pelo campeonato, Collard / Perrodo / Aguas lidera com 170 pontos contra 148 de Lauda / Dalla Lana / Lamy. As duas equipes vai chegar no Bahrain com uma diferença de 22 pontos

A próxima etapa será no dia 19 de Novembro.

Quatro Ford GT em Le Mans até 2019

Montadora americana quer vencer novamente em Sarthe. (Foto: FIAWEC)

A Ford que venceu este ano as 24 horas de Le Mans na classe GTE-PRO, gostou do que viu em Sarthe. Após confirmar que fica com seu programa oficial até 2019, também vai alinhar seus quatro carros nos próximos anos na grande clássica.

Em entrevista ao site Sportscar365, o diretor global da marca para assuntos esportivos Davi Pericak, confirma as intenções da montadora. “Eu adoraria voltar no próximo ano com quatro carros para Le Mans”, disse. “Como você sabe, dois deles têm convites automáticos. Nossa intenção é competir com todos.”

Até agora três das quatro entradas já estão garantidas. Os dois carros que participam do WEC tem sua participação garantida. Já o #68 que compete na IMSA também será convidado por ter vencido este ano.

O orçamento para e empreitada já está sendo empenhado. E tudo parece certo para os próximos três anos. “Nossa conquista este ano foi fantástica; há um campeonato que nós gostaríamos de ganhar; e não seria ótimo voltar e vencer Le Mans mais de uma vez? Estamos comprometidos com isso por quatro anos”, disse ele

Com o programa garantido para os próximos anos, os planos se voltam além de 2019. Não se descarta o empréstimo ou vendo de pelo menos dois carros para equipes de clientes. Lembrando que os atuais Ford GT são elegíveis para a classe GT.

Ford GT marca pole em Lime Rock pela IMSA

Mesmo com BoP controverso, Ford marca pole. (Foto: IMSA)

O Ford GT vai largar na frente em Lime Rock neste sábado (23) nos EUA. Richard Westbrook marcou a pole com o tempo de 50.748. Ele que irá dividir com Ryan Briscoe o #67.

O segundo na classe GTLM foi Dirk Werner com o BMW #25. Tommy Milner completou o pódio com o Corvette #4. Na quarta posição a Ferrari #62 de Toni Vilander. Na classe GTD, a pole ficou com Lamborghini Huracan GT3 da equipe Change Racing que foi pilotada por Spencer Pumpelly.

Em segundo e terceiro na classe os dois Audi da equipe Stevenson Racing. Na classe PC, a pole ficou com o Oreca #54. O tempo de 48.824 foi obtido por Colin Braun.

Tempos do treino classificatório.

Action Express vence em Mosport pela IMSA

Primeira do #31 na temporada. (Foto: Action Express)

A Action Express venceu com uma dobradinha a etapa canadense da IMSA no circuito de Mosport. Dane Cameron e Eric Curran faturaram a prova com o Corvette DP #31. João Barbosa e Christian Fittipaldi chegaram em segundo com o #5.

Esta foi a primeira vitória do #31 na temporada. A conquista veio após Cameron superar João Barbosa e Tristan Nunez com o Mazda #55, quando os três carros ficaram lado a lado pós a saída do #31 dos boxes.

Resultado da prova.

O pole, Tristan Nunez perdeu ainda na largada a primeira posição para Ricky Taylor no Corvette #10 da Wayne Taylor Racing. Como é de costume os bons treinos do Mazda #55 acabam sendo em vão, pois a equipe não consegue segurar o ritmo dos competidores que utilizam protótipos DP.

CORE Autosport vence na classe PC. (Foto: CORE Autosport)

A Mazda espera que tenha um 2017 melhor. A vitória em 2016 ainda é algo possível. Faltando pouco para o fim, o Lola acabou abandonando por problemas no motor. O Corvette #10 terminou na terceira posição. Em quarto lugar o Corvette #90 da equipe VisitFlorida.com. Fechando o pódio, o Mazda #70.

Na classe LMPC, a CORE Autosport, dos pilotos Colin Braun e Jon Bennett venceram a primeira desde Sebring. Em segundo o Oreca #8 da equipe Starworks Motorsports de Van der Zande por 10.482 segundos. Zande dividiu o #8 com Alex Popow. Em terceiro o #51 da PR1/Mathiasen Motorsports de Tom Kimber-Smith e Robert Alon.

Não adiantou o BoP. A Ford voltou a vencer com Ryan Briscoe e Richard Westbrook na classe GTLM, com o Ford GT #67. Com 15 quilos a mais de peso o GT acabou perdendo várias posições, que foi agravado por um primeiro pit stop lento.

Mesmo com 15 quilos a mais, estratégia garantiu vitória da Ford na classe GTLM. (Foto: IMSA)

Com uma estratégia de três paradas, ao contrário dos demais competidores que optaram por duas, o #67 andou mais leve, pois tinha menos combustível e sempre de pneus novos. Assim a vitória veio em cima do Corvette #4 de Tommy Milner e Oliver Gavin.

Em terceiro o Corvette #3 de Antonio Garcia e Jan Magnussen que liderou boa parte da prova mas foi superado no final. Os pilotos do Corvette #4 lideram na classe com cinco pontos de vantagem para Westbrook e Briscoe.

BMW da Turner Motorsports vence na GTD. (Foto: Divulgação equipe)

Tendo o carro mais rápido na pista, o BMW #25 de Dirk Werner e Bill Auberlen ficaram na quarta posição. O BMW #100 acabou tendo problemas com o turbo ficando com o 9º lugar na classe. A Porsche tentou a mesma estratégia de três paradas da Ford com o #912 de Earl Bamber e Fred Makowiecki. Sem velocidade, a dupla ficou com o sexto lugar na classe.

Na classe GTD, a vitória ficou com BMW #96 de Jens Klingmann e Bret Curtis. Em segundo o Audi #6 de Robin Liddell e Andrew David. O Lamborghini #48 da Paul Miller Racing de Bryan Sellers e Madison Snow fecha o pódio da classe.

Com dobradinha, Action Express vence as 6 horas de Glen

Fittipaldi e Barbosa lideram campeonato. (Foto: IMSA)

 

A Action Express venceu as 6 horas de Glen, que aconteceu neste domingo (03) nos EUA. Com uma dobradinha liderada pelo Corvette #5 de João Barbosa e Christian Fittipaldi e Dane Cameron e Eric Curram com o #31. Em terceiro o Ligier da equipe Michael Shank Racing John Pew, Oswaldo Negri e Olivier Pla.

Com uma diferença de 0,709 segundos a chegada dos dois carros da Action Express cruzaram a linha juntos. Quem acompanhou a prova, chegou a temer que em algum momento a liderança da prova iria cair nas mãos dos adversários. Mais ou menos nos moldes que Rosber e Hamilton fizeram hoje durante o GP da Áustria.

Resultado final

Ainda na largada, o Ligier da equipe EMS pilotado por Johannes van Overbeek manteve a primeira posição, seguido pelo Mazda #55 de Tristan Nunez. Os dois LMP2 abriram uma enorme vantagem nas primeiras voltas, até que um acidente envolvendo um dos LMPC ocasionou a primeira bandeira amarela.

Starworks Motorsports vence na classe PC. (Foto: IMSA)

Os dois carros ficaram pelo caminho. Pipo Derani pilotava o Ligier #2 no momento da quebra do motor. A causa foi um vazamento de oleo, isso faltando pouco mais de 1 hora para o término da prova. Já o #55 enfrentou também problemas no motor. A equipe não quis especificar qual problema seria esse. Em quarto o Corvette #10 da equipe Wayne Taylor Racing. Na quinta posição o Mazda #70. Com a vitória João Barbosa e Christian Fittipaldi lideram agora o campeonato na classe P.

Na classe PC, a StarWorks Motorsports venceu com o Oreca #38 de Renger van der Zande e Alex Popow. A dupla assumiu a liderança depois de superar o Oreca da equipe Performance Tech. O segundo carro da Starworks, o #88 terminou em terceiro lugar.

Ford vence na classe GTLM. (Foto: Ford Performance)

A Ford voltou a vencer. Após o feito de Le Mans, o Ford #67 de Richard Westbrook e Ryan Briscoe, coroaram o bom momento do modelo americano. Em segundo o Ford #66 de Joey Hand e Dirk Muller. A vitória a terceira de Westbrook na prova, pois venceu nos últimos dois anos no geral com o Corvette da equipe VisitFlorida.com.

Foi uma vitória mais ou menos tranquila para o #67, já que liderou boa parte da prova. Para o #66 o segundo lugar foi algo mais complicado de conseguir. A luta foi com a Ferrari #68 da Scuderia Corsa e o BMW #25 que terminou na terceira posição.

Scuderia Corsa vence na classe GTD. (Foto: Scuderia Corsa)

Na quarta posição o Corvette #4, seguido pela Ferrari da Scuderia Corsa. A Porsche novamente não teve um 911 RSR a altura dos seus adversários terminando em 9º com o #911 e 10º com o 912.

A Ferrari #63 da Scuderia Corsa de Jeff Segal, Christina Nielson e Alessandro Balzan venceu na classe GTD. O Audi #44 da Magnus Racing e o Porsche #23 da Alex Job Racing completam o pódio.

Ford com programa oficial de fábrica até 2019

(Foto: Ford Performance)

A Ford anunciou neste sábado (02) em Watkins Glen a permanência da equipe oficial tanto no WEC quanto na IMSA até 2019.

“Queríamos garantir que todos saibam que estamos empenhados no endurance com o WEC e IMSA”, disse Raj Nair, vice-presidente executivo e diretor técnico da marca. “O objetivo declarado do nosso programa era vencer Le Mans, e estamos muito orgulhosos de fazer isso no nosso primeiro ano. Se comprometermos com um total de quatro anos tanto na IMSA e Mundial de Endurance, mostra o nosso compromisso com estes campeonatos.”

Estamos no automobilismo para vencer corridas e campeonatos, mas tão importante, é desenvolver a nossa experiência em engenharia e ajudar a desenvolver avanços para veículos de produção com motores EcoBoost. Aerodinâmica e materiais leves que os consumidores podem usar em veículos da marca.”

Na sua volta a Le Mans o Ford #68 venceu na classe GTE-PRO com Sébastien Bourdais, Joey Hand e Dirk Muller. Já na IMSA a equipe venceu a etapa de Laguna Seca com Richard Westbrook e Ryan Briscoe. Marino Franchitti, Andy Priaulx e Harry Tincknell chegaram em segundo na classe GTE-PRO durante as 6 horas de SPA.

“Não escondemos performance.” Garante Larry Holt

Reclamação dos demais fabricantes fez ACO agir. (Foto: Ford Performance)

A política sempre foi parceira do automobilismo. Com grandes montantes de dinheiro, é evidente que lobbys estão por toda parte. Em Le Mans não é diferente. A vitória da Ford foi bem mais emblemática do que as comemorações dos 50 anos do primeiro triunfo em Sarthe.

O domínio nos treinos, a supremacia que a equipe impôs aos adversários fez a ACO mexer no BoP da categoria GTE-PRO poucas horas antes da largada da prova, até então algo inédito. O balanço e performance nunca foi algo querido pelas equipes e principalmente pelos fãs. Ele pune quem investe mais e ajuda quem trabalha menos. Claro que existem muitos pormenores, mas é basicamente isso.

Um categoria que se vangloria em ser referencia no desenvolvimento de novas tecnologias, acaba limando quem investe mais. Em um mundo hipotético qual seria a reação da Porsche, Toyota e Audi se uma Rebellion da vida superasse seus valiosos protótipos? Com certeza a frase padrão dita para os dirigentes da entidade seria: “Ou mexe nisso ou largamos o WEC.” 

A ACO não é boba, e a vitória do Ford mesmo com  peso extra, bem como o segundo lugar da Ferrari que também foi punida foi muito além de festa no pódio. Mas como se deu todo esse imbróglio?

Em defesa da equipe americana, aparece Larry Holt, vice-presidente  da  Multimatic. A empresa é parceira da Ford na concepção e construção do Ford GT, além é claro de ser uma das quatro equipes a fornecer chassis LMP2 para 2017. Holt foi enfático ao dizer que a equipe não escondeu o real desempenho dos carros e acusa as demais equipes de chorar ao invés de desenvolver seus modelos.

“Nossos adversários foram se lamentar para a direção da ACO.” Disse. “O que você viu na noite passada (domingo 19), foi dois grandes fabricantes em uma batalha. Todos queriam ver Ferrari e Ford brigando.” Revelou o dirigente ao site motorsports.com

“E todos os outros, como a Corvette, que também foram atingidos pelo BoP, não há como explicar a velocidade deles. Isso é uma besteira completa.”

De acordo com a telemetria divulgada pela direção da prova, após cada treino, o Ford GT foi quase 5 segundos mais rápido no treino classificatório do que no dia de teste. Segundo o dirigente tal supremacia foi uma combinação e circunstâncias.

“Nós tinhamos vantagens, obviamente, como baixo nível de combustível”, disse Holt. “Sabíamos que estávamos mais rápidos. Nós trabalhamos analisando a pista, mas não tínhamos percebido que o carro estava tão mais rápido.”

Todo o trabalho durante o treino livre antes dos três classificatórios foi em cima da durabilidade do carro. Muito desses dados foram obtidos ainda durante o dia de testes oficiais. “Havia vários pontos , correlacionando o consumo de combustível, o desgaste dos pneus, desgaste das pastilhas de freio e assim por diante através do teste”, ele continuou. “Fizemos uma série de voltas para conseguir rodar 14 voltas sem para para reabastecimento.”

“Todo esse tipo de coisa estava acontecendo no teste, sendo observada pela FIA. Então, nós fizemos algumas voltas rápidas, mas nada espetacular, conseguimos 3m56s. Em ritmo de corrida esperávamos virar 3m54s, que foi o nosso objetivo durante a prova.”

Não foi só a Ford que estava com um bom desempenho. A Ferrari também mostrou estar rápida. Como estratégia Holt e seus  engenheiros optaram por menos combustível durante a seção classificatória. “A Ferrari começou a ficar rápida, quando resolvemos correr com menos combustível.”

Outro fator que segundo o dirigente ajudou a equipe a fazer bons tempos foi a pressão atmosférica. “A ACO declarou a pressão barométrica. Foi com esses dados que configuramos nossos carro.”

“Na noite passada (sexta 17) , a pressão barométrica real foi significativamente menor do que a habitual, eu acho que eles declararam 1019 milibares para o que estaria previsto durante a prova. O que aconteceu que a pressão chegou a 950.”

“Então, tínhamos de oito a dez cavalos e potencia a mais. oito ou 10 cavalos de potência devido ao que eles estavam declarando como pressão atmosférica, e que a pressão atmosférica era realmente a noite passada. Isso é uma vantagem que por vezes obter a partir de um turbo.”

“Adicione tudo isso e você verá o resultado: 1, 2, 4, 5.”

Corvette estaria escondendo o jogo segundo Holt. (Foto: FIAWEC)

Holt acredita que o BoP do carro seja alterado novamente para a etapa de Nurburgring. “Eu acho que eles provavelmente vão fazer alguma coisa para nos deixar mais lentos. Então, eu diria que você provavelmente viu o máximo do carro na qualificação.”

Por mais que a Ferrari seja o eterno rival da Ford, o mercado americano gostaria de ter visto também um embate com o Corvette. Se a Ford vencer na Europa já é algo sublime, ter a Corvette nas primeiras posições era o verdadeiro sonho.

Mas não foi o que aconteceu. Tanto a Corvette, Aston Martin e Porsche, não tiveram qualquer chance de lutar pelas primeiras posições. Holt enfatiza que o desempenho do Corvette não foi o real apresentado na corrida.

“Mas os outros caras, as caras que estão se lamentando, e escondendo o seu desempenho, não tenho tempo para eles. Mas eu não acredito que todos eles estão lentos como mostraram. Isso é um absurdo.”

 

Os escolhidos pelas 24 horas de Le Mans 2016

De um segundo lugar a vitória. Agora são 18. (Foto: Porsche AG)

Dizem que não são os cachorros que escolhem seus donos. Essa premissa é muito bem retratada no filme “Sempre ao seu lado”. Na película Richard Gere vive o professor de música que encontra em uma estação de trem um Akita. Lhe dá o nome de Hachi. Todo mundo já foi escolhido por um cachorro. São fieis e estão sempre ao nosso lado.

E o que isto tem haver com Le Mans? Ela escolhe seus vencedores A edição 2016 da prova, brindou os fãs com um final digno das histórias de Stephen King, um final que nem o maior e mais ferrenho torcedor da Porsche acreditaria que pudera acontecer.

A vitória certa da Toyota, algo que o time japonês almejava a 31 anos se perdeu a poucos minutos do fim. Talvez se tivesse sido perdida faltando 8, 4 ou até 2 horas não teria sido tão doído. A 18º vitória da Porsche, ficou em segundo plano. O choro sempre presente nas comemorações e nas derrotas tive um sentido diferente este ano. Até para quem não torcia pela marca, queria ver a primeira vitória do TS050. Le Mans escolhe seus vencedores e a Toyota provou isso da pior maneira possível.

Resultado final.

Desde a abertura do Mundial de Endurance em Silverstone, era nítido que os protótipos da classe LMP1 enfrentavam problemas de confiabilidade em seus projetos. A fragilidade dos sistemas híbridos botava em xeque projetos bem construídos principalmente da Audi e Porsche.

O que se viu em SPA foi ainda pior. As três equipes de fábrica com problemas. O que poderia acontecer em uma prova de 24 horas? Muito se falou de uma possível vitória da Rebellion Racing, única equipe que poderia fazer frente as estrutura de fábrica, mas que em condições normais seria apenas mais um retardatário.

O sábado começou rançoso na França. A chuva que castigou a região durante os treinos, apareceu forte no início da prova. Das 24 horas, tivemos apenas 23, por por medida de segurança, sempre questionável em se tratando da FIA, os mais de 50 carros passaram a primeira hora em uma procissão atrás do carro de segurança.

Hugues de Chaunac da Toyota. Da quase vitória para uma decepção impar. (Foto: Reprodução)

Neste meio tempo, estratégias foram alteradas. Na largada a Porsche ficou a frente, mas não de uma forma satisfatória. A Toyota com o #5 dos pilotos Anthony Davidson, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima foram os protagonistas de uma investida para cima do Porsche #2 de Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb. A estratégia da Toyota foi ousada mas deu certo. Com paradas nos boxes a menos que os rivais conseguiu uma vantagem. Mesmo gastando e consumindo mais a Porsche se manteve na mesma volta dos líderes.

Teria dado certo. Faltando pouco mais de seis minutos uma pane no TS050 minou as chances de uma vitória inédita. O LMP chegou a ganhar vida novamente, mas como completou a volta em mais de 6 minutos acabou desclassificado O empenho, a estratégia e a garra de vencer ficaram pena na memória dos fãs e da equipe. Para o campeonato o carro foi desclassificado.

Mesmo com a inacreditável perda, o presidente da Toyota Toshio Sato encarou a experiência de forma positiva: “Eu sou incrivelmente orgulhosos do nosso esforço de equipe, não só hoje, mas desde Le Mans no ano passado. Obrigado à equipe em Fuji e Colônia, assim como os nossos parceiros da Oreca. A forma como respondemos à dor da nossa passagem pela prova em 2015, através do desenvolvimento de um chassi totalmente novo e powertrain em um curto espaço de tempo, tem sido impressionante e o desempenho do híbrido TS050 era forte. Nós trabalhamos e nos surpreendemos com nosso desempenhos este ano. Parabéns à Porsche em sua vitória. Não tenho palavras para descrever nossas emoções hoje. É simplesmente doloroso mas vamos voltar mais fortes e mais determinado a vencer.”

A vitória da Porsche, a 18º não passou despercebida. O #2 acabou sendo o principal carro da equipe. Os atuais campeões no #1 Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley fizeram uma prova discreta. Para “ajudar” enfrentaram problemas passando bastante tempo nos boxes para reparos. Em segundo lugar vem o Toyota #6 de Stéphane Sarrazin, Mike Conway e Kamui Kobayashi. A briga do segundo carro da Toyota sempre foi com o #1 da Porsche. Kobayashi ainda conseguiu dar um susto quando rodou e teve que ir para os boxes para reparos. A terceira posição estaria garantida, mas acabou se beneficiando dos problemas do #5.

Fritz Enzinger, Vice-Presidente do programa LMP1 comemora e se mostra surpreso com o resultado: “Primeiro de tudo eu gostaria de expressar o meu respeito para o desempenho sensacional que a Toyota deu nesta corrida. Foi uma grande luta com eles. Pouco antes do fim tínhamos aceitado o segundo lugar, até que de repente a vitória caiu em nossas mãos. Eu gostaria de agradecer a nossa grande equipe em Weissach, nossa equipe aqui em Le Mans e todos os empregados e fãs da Porsche que nos apoiaram.”

Audi foi a equipe mais apagada dos times de fábrica. Ainda no começo não teve carro para lutar pelas primeiras posições. O #8 de Lucas di Grassi, Loic Duval e Olivier Jarvis acabou na terceira posição. A colocação foi um alento, já que o R18 teve que trocar a suspensão, bem como enfrentou problemas de freio durante toda a prova.

O brasileiro lamentou os problemas da equipe. “Nós passamos muito tempo nos boxes com problemas diferentes no carro. Por isso a gente não conseguiu disputar a liderança e a vitória, mas a gente leva este pódio para casa. Temos capacidade de fazer melhor no ano que vem – carro e equipe – para conquistarmos um resultado mais positivo dependendo não só do fator performance como também da confiabilidade, para não passarmos tanto tempo dentro dos boxes. Entretanto, estou orgulhoso do que fizemos aqui”, destacou o brasileiro, que fez um total de 29 pit stops (três deles não programados) – e em um deles, durante o início da manhã na França, o Audi R18 #8 passou quase 40 minutos na garagem para a troca dos discos de freio e para uma manutenção no eixo dianteiro. Com o pódio o brasileiro divide com os companheiros a vice liderança do Mundial de Endurance com 61 pontos. O Porsche #2 lidera com 93 pontos.

Para o presidente da Audi Sport, Dr. Wolfgang Ullrich, Le Mans mostrou seu pior lado. “Este fim de semana, mais uma vez mostrou por que Le Mans é considerada a mais difícil corrida de resistência do mundo. Estou orgulhoso de nosso plantel ter conseguido trazer os dois carros para casa. Mas, obviamente, isso não é o resultado que estávamos esperando. Parabéns à Porsche em sua segunda vitória consecutiva. Na sequência de uma corrida tremenda. Parabéns para a Toyota, em fazer sua.”

O #7 de Marcel Fassler, André Lotterer e Benoit Treluyer chegou na quarta posição. Também enfrentaram problemas com o turbo, realizando uma corrida mais para chegar do que para ganhar. As demais equipes da classe P1 acabara ficando pelo caminho. O #4 da equipe byKolles pegou fogo e acabou abandonando. A Rebellion Racing subiu ao pódio com o #12 na sexta posição atrás do Porsche #1. Em sua primeira participação em Le Mans, Nelson Piquet foi determinante na recuperação do carro nas primeiras horas de pois de ter problemas na ignição. O brasileiro dividiu o carro com Nicolas Prost e Nick Heidfeld. O segundo carro da equipe acabou abandonando.

Uma das melhores imagens da prova:

O Oreca 05 fez jus a fama de protótipo bem acertado para Le Mans.  Os dois primeiros colocados da classe LMP2 são equipes que utilizam o modelo. A vitória ficou com o Alpine #36 do trio Gustavo Menezes, Nicolas Lapierre e Stéphane Richelmi.

Esta foi a segunda vitória de Lapierre em Le Mans. Mas não foi algo fácil de conquistar. O segundo lugar veio depois de uma batalha com o Oreca #26 da equipe G-Drive Racing dos pilotos Rene Rast, Will Stevens e Roman Rusinov.  A disputa começou boa mas o Oreca da G-Drive acabou enfrentando um furo de pneu e uma penalidade por reabastecer com o motor ligado.  

Em terceiro o BR01 #37 da equipe SMP Racing de Vitaly Petrov, Viktor Shaitar e Kiril Ladygin. a conquista veio depois de uma batalha com o Gibson #42 da equipe Strakka Racing de Danny Watts, Jonny Kane e Nick Leventis.

Alpine vence na classe LMP2. (Foto: FIAWEC)

As equipes que competiram com protótipos Ligier sofreram com a alta performance da rival Oreca. Os três brasileiros que competiram na classe não tiveram um desempenho bom. Oswaldo Negri que competiu com o #49 da Michael Shank Racing chegou na nona posição após estar em último nas primeiras horas de prova.

Em 10º, o Ligier #43 da RGR Sport aonde compete Bruno Senna. Cerca de uma hora após a largada no sábado, o LMP apresentou falhas, foi recolhido aos boxes e exigiu muito trabalho dos técnicos. O protótipo retornou à pista, mas o problema voltou a se manifestar e só na segunda parada é que uma vela rachada foi localizada. Mas o prejuízo já estava contabilizado: com a perda de mais de 30 minutos, o trio se atrasou e acabou apenas na 10ª colocação na classe LMP2.

Apesar das dificuldades, Bruno e companheiros conseguiram levar o carro à bandeirada e minimizar o prejuízo – salvaram os pontos relativos à 6ª colocação, já que quatro equipes que terminaram à frente não disputam a temporada regular. “Ao menos deu para completar as 24 Horas pela primeira vez depois de quatro tentativas”, comentou Bruno. A quebra foi determinante para o resultado abaixo das expectativas. “Nosso carro nunca esteve à altura dos mais rápidos, mas ainda seria possível chegar em terceiro se não fosse a quebra”, ressaltou.

Pipo Derani com o Ligier #31 da equipe Extreme Sport ficou em 16º. Na classe GTE-PRO a Ford de um verdadeiro cala boca na ACO, após o famigerado balanço de desempenho que prejudicou em partes Ferrari e o fabricante americano. E quis o destino que novamente a Ford supere a Ferrari.

O Ford #68 de Joey Hand, Dirk Mueller e Sebastien Burdais, superou a forte equipe da Ferrari #82 da Rizi Competizione dos pilotos Giancarlo Fisichella, Toni Vilander e Matteo Malucelli. A disputa entre os dois carros aconteceu durante boa parte da prova.

Fisichella recebeu uma bandeira preta e laranja por conta de problemas com uma das luzes da Ferrari. Mesmo cabendo punição a equipe não chamou o piloto para o boxes. Como a equipe não participa do WEC o resultado pode não ser oficializado.

Em terceiro lugar o Ford #69 de Scott Dixon, Ryan Briscoe e Richard Westbrook. Na quarta posição o Ford #66 de Olivier Pla, Billy Johson e Stefan Muecke. O quarto Ford de #67 enfrentou problemas ainda no começo da prova com problemas de cambio. Além do cambio o carro acabou não tendo uma boa saúde durante toda a corrida. Acabou em 9º na classe.

Talvez a equipe de fábrica mais infeliz foi Porsche Motorsport, que aposentou seu par de Porsche 911 RSR durante a noite.

Cinquenta anos depois Ford volta a Le Mans e supera a Ferrari na classe GTE-PRO. (Foto: Twitter Ford)

A Porsche não fez uma boa apresentação na classe GTE-PRO. Os dois carros acabaram abandonando ainda na madrugada. O #91 de Patrick Pilet, Kevin Estre e Nick Tandy sofreu um furo no radiador por conta de uma pedra. Já o #92 de Frederic Makowiecki, Earl Bamber e Joerg Bergmeister abandonou depois de problemas na suspensão dianteira e direção.

Apesar de um eixo de motor substituído, o 911 RSR da equipe  Dempsey-Proton conseguiu terminar a corrida na oitava posição com os pilotos Richard Lietz, Philipp Eng e Michael Christensen.

Scuderia Corsa vence na GTE-AM e conquista tríplice coroa, já que venceu Daytona e Sebrig. (Foto: Scuderia Corsa)

Já a Corvette não fez uma boa corrida. Em nenhum momento teve um carro que pudesse lutar pela liderança da prova. O #64 abandonou no início da manhã, após bater na curva 1. Ricky Taylor ficou em sétimo lugar ao lado de Antônio Garcia e Jan Magnussen. A AF Corse também não conseguiu completar a prova com seus dois carros. O #51 teve problemas no motor, enquanto o #71 também teve problemas e não conseguiu completar a prova. A britânica Aston Martin fez uma prova calma, também sem lutar pela vitória. O #95 ficou na quinta posição, seguido pelo #97.

Frédéric Sausset. O verdadeiro vencedor da prova. (Foto: Divulgação)

Na classe GTE-AM A Scuderia Corsa venceu Os pilotos Bill Sweedler, Townsend Bell e Townsend Bell conquistaram a tríplice coroa, já que conquistaram Sebring em 2012 e Daytona em 2014. Em segundo a Ferrari #83 da AF Corse com Emmanuel Collard, Rui Águas e Francois Perrodo. Coube ao Porsche #88 da Abu Dhabi-Proton Racing, com Khaled Al Qubaisi, David Heinemeier e Patrick Long. A equipe chegou a liderar grande parte da prova.

Tirando a espetacular vitória da Porsche, e o infortúnio da Toyota, o maior vencedor da prova foi Fréderic Sausset.O tetra-amputado ficou em 38º lugar no geral. Fez uma prova discreta. Não andou no mesmo ritmo dos seus pares da classes LMP2 e muitas vezes foi superado pelos GTs. Mesmo assim não desistiu dos seus sonhos e com todas as privações que uma pessoa tem sem as pernas e braços mostrou que pode fazer. Le Mans escolhe seus vencedores, e o principal foi Sausset.

Equipes divididas com mudança de BoP da classe GTE-PRO para Le Mans

Porsche foi o fabricante que não teve qualquer alteração. (Foto: FIAWEC)

Mudanças repentinas em regulamentos atrapalham bem mais do que ajudam. A decisão da ACO de alterar o BoP da classe GTE-PRO, por conta do desempenho de Ford e Ferrari acima dos concorrentes pegou todo mundo de surpresa.

O modelo americano terá uma acréscimo de 10 kg em seu peso mínimo, enquanto a Ferrari foi mais punida com 15 kg. O Ford GT também teve um redução na potencia de seus motores turbo. Com a Ford tomando as duas primeiras posições da classe, é evidente que os dirigentes não gostaram nada de mudanças tão em cima da corrida.

Estamos desapontados que o nosso forte desempenho na qualificação resultou em uma ligeira mudança no BoP”, disse Raj Nair, vice-presidente executivo da Ford ao site Sportscar365. “Mas estamos determinados a trabalhar com isso, superar isso na corrida.”

Os Ford foram cerca de 2,5 km/h mais rápidos do que os Aston Martin Vantage GTE durante os treinos. “A velocidade máxima é o que conta para eles”, disse Nair. “Vamos trabalhar por isso.”

“Nós ainda temos um carro forte e uma equipe forte. Em 24 horas, nosso carro será posto a prova. Vamos montar uma boa estratégia e vamos correr.”

Por conta das mudanças, a Corvette e Aston Martin foram as equipes que mais se beneficiaram. Ambos os carros ficaram com os restritores de ar 0,2 milímetros maiores. “Certamente é um bom presságio para a corrida”, disse o gestor do programa motorsports  da Corvette, Ferran Told. “Obviamente, isso vai nos ajudar um pouco em relação aos nossos adversários.”

“Eles têm uma equipe técnica muito competente que eu sei que trabalhou durante toda a noite para tentar equalizar tudo.”

Mesmo com o benefício, o trabalho na equipe será grande para deixar o carro corretamente configurado para a prova. “Temos 29.0mm restritores”, disse Fehan. “Isso vai apresentar um desafio formidável para nós, para tentar preparar tudo.”

Pelos lados da Aston Martin, o diretor John Gaw foi mais comedido sobre a mudança técnica: “Eu não sou engenheiro e eu não entendo todas as matemática por trás disso”, disse Gaw. “Se é certo ou errado, quem sabe, a história dirá … Mas cada carro que entrar na corrida precisa ter uma boa chance de vencer desde o início, todo mundo quer isso.”

“Ninguém quer ganhar por padrão ou porque eles tinham algo a mais do que seu concorrente.”

O diretor técnico da Risi Competizione, Rick Mayer, acredita que o aumento de 15kg na sua Ferrari pode impactar nos resultados. “Quinze quilos vai doer, mas não é como quebrar a perna, é como se você quebrou um dedo.” Disse. “Isso definitivamente vai nos atrasar, não há dúvida. Eu teria sido mais felizes com 10 quilos, se quisessem fazer alguma coisa. Mas estamos ok.”

“A verdadeira questão é o que temos que ver qual será o ritmo de corrida, e não basear tudo isso em apenas uma volta de classificação.”

A Porsche, única equipe a não ter qualquer alteração. O chefe do programa motorsports da marca, Dr. Frank-Steffen Walliser,  estava visivelmente chateado com a falta de uma mudança, só tinha uma coisa a dizer. “É uma decisão da FIA, temos que respeitar.”