Porsche vence as 6 horas de Nurburgring

Porsche viu na Audi um adversário forte. A estratégia durante as bandeiras amarelas foi benéfica para o 919. (Foto: Porsche AG)

As 6 horas de Nurburgring, quarta etapa do Mundial de Endurance 2016, criou uma expectativa nos fãs da categoria. Após Le Mans e a triste derrota da Toyota, todos esperavam que a marca japonesa fizesse frente a Audi e principalmente Porsche. Infelizmente não foi o que se viu hoje. Os dois TS050 pareciam protótipos da classe LMP2, frente aos quatro LMP das equipes germânicas.

Com a Audi dominando a primeira fila era esperado um bom confronto com a Porsche, se o tempo permanecesse frio como nos treinos. Mesmo com o clima mais quente o embate entre o Porsche #1 de Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley e o Audi #8 de Loic Duval, Lucas di Grassi e Oliver Jarvis. A disputa entre eles foi intensa. A Audi mostrou uma constância não vista em Le Mans. Conseguiu ter mais velocidade e acompanhou e perto o ritmo do 919 Hybrid.

Classificação final

Punição do Porsche da equipe KCMG da classe GTE-AM

Punição do Porsche 919 #2 da classe LMP1

Os outros dois carros de cada equipe tiveram resultados e performances destinas. O Porsche #2, que vem fazendo boas corridas desde o início do campeonato fez uma prova atípica e atrapalhada. Ainda na primeira hora durante a ultrapassagem de retardatários acabou levando um toque do Ford GT #67. Por conta disso, rodou e perdeu contato com os líderes.

Com uma boa estratégia chegou a ficar na segunda posição. Faltando pouco mais de 1 hora para o término, se envolveu em um toque com o Porsche #88 da equipe Abu-Dhabi Proton da classe GTE-AM. Mesmo tendo danificando uma das aletas esquerdas continuou na prova. A partir deste ponto talvez o lance mais controverso da prova.

Andreas Seidl, chefe da equipe comemora o resultado: “Um grande resultado. Todos os membros da equipe na pista e em Weissach se fizeram presente para este desempenho excepcional. A equipe #1 foi capaz de explorar todo o potencial do nosso 919 e completaram a prova sem incidentes.  Infelizmente, o carro número #2 teve alguns incidentes infelizes na pista que lhes custaram uma posição superior. Melhoramos nossa vantagem de pontos no campeonato de construtores, e a equipe #2 recolheu valiosos pontos para os pilotos também. O desenvolvimento do terceiro pacote aerodinâmico se deu ao mesmo tempo que a preparação para Le Mans. O novo pacote funcionou bem durante todo o fim de semana. Nós claramente tínhamos o carro mais rápido na corrida e queremos manter o ritmo para as próximas corridas.”

Na liderança o Porsche #1 acabou cedendo a liderança para o #2, o que iria ampliar ainda mais a vantagem na classificação do campeonato. O WEC sempre se vangloriou de ser uma da últimas categorias em que se prevalece o esporte. Por conta disso o toque com o #88 serviu de escape para uma punição ao #2. Teria sido mais bonito se os dois protótipos tivessem brigado na pista entre si, e não usar a famigerada política de ceder a posição. Ponto para a direção do WEC que soube aproveitar e punir o #2.

Alpine vence terceira do ano na classe LMP2. (Foto: FIAWEC)

Após a punição o #2 se manteve em segundo, porém acabou sucumbindo ao melhor momento dos protótipos da Audi. O #8 acabou ficando na segunda posição, seguido pelo #7 de Marcel Fassler e Andre Lotterer, que tentou uma última investida, porém sem sucesso.

Para o chefe da Audi Sport, Dr. Wolfgang Ullrich, a performance dos seus carros foi boa:  “Nós tivemos os melhores tempos de volta, mas perdemos tempo nos momentos de FCY. O que vimos na pista depois foi realmente grande corrida “

O Porsche #2 do trio formado por Romain Dumas, Marc Lieb e Neel Jani, ainda teve que fazer uma parada nos boxes para a troca da carenagem traseira após o toque do SMP #37 pilotado por Nicolas Minassian durante um dos períodos de full curse yellow. Acabou na quarta posição.

Em quinto e sexto o dois protótipos da equipe Toyota que fizeram uma corrida totalmente apagada, muito aquém do que apresentaram em Le Mans. Com um pacote de ultra downforce, não muito acertado, restou a Toyota fazer uma corrida para terminar a prova. Sendo o circuito Hermanos Rodrigues no México a próxima etapa do WEC, a grande reta pode favorecer o modelo japonês. Entre os protótipos da classe LMP1 privada, apenas os dois Rebellion R-One completaram a prova. O #13 a frente do #12. O ByKolles acabou pegando fogo, não podendo completar a corrida.

O chefe da Toyota, Pascal Vasselon, creditou o fraco rendimento ao consumo de pneus fora dos padrões. “Vimos este comportamento dos pneus apenas na F1, mas nunca no WEC.” disse após a corrida. “Os pneus, simplesmente pararam de funcionar. Nos custaram dois stints ruins. Perdíamos seis décimos por volta. Não estávamos na corrida hoje.”

Foi a primeira vez na temporada que todos LMP oficias completaram a prova sem grandes problemas.

Na classe LMP2, o Alpine #36 vence. Nicolas Lapierre, Stephane Richelmi e Gustavo Menezes conquistaram a terceira vitória da equipe. Lapierre que fez a última parte da prova, cruzou a linha com uma vantagem de 16.478 segundos para o Ligier #43 da equipe RGR Sport de Bruno Senna, que terminou a prova. O brasileiro dividiu o P2 com Filipe Albuquerque e Ricardo Gonzales.

Ferrari da AF Corse vence na classe GTE-PRO. (Foto: FIAWEC)

O esquadrão Signatech assumiu a liderança no início da quarta hora quando o Oreca #26 da G-Drive Racing que estava sendo pilotado por Alex Brundle teve que abandonar com problemas na embreagem. O LMP estava com uma volta de vantagem para os demais adversários.

Com a vitória, o #36 assume a liderança na classe, superando o trio do Ligier #43. Na terceira posição o também Ligier #31 da equipe Extreme Speed Motorsports de Pipo Derani, Chris Cumming e Ryan Dalziel. Curiosamente a ESM trocou os pneus Dunlop, pelos Michelin para tentar fazer frente aos protótipos Oreca. Se uniu a RGR para que recebessem assistência técnica da OAK Racing. Com o #43 chegando ao segundo lugar usando pneus Dunlop, as coisas não acabaram saindo conforme os planos.  

Bruno Senna, que chegou a declarar que os Oreca eram de outro planeta, comemora o resultado. “Hoje foi um daqueles dias em que praticamente deu tudo certo. As bandeiras amarelas, a não ser a primeira que não interferiu em nada, apareceram sempre em momentos favoráveis. E o nosso engenheiro é mesmo muito bom de estratégia, como já havia ficado claro em Le Mans. O cara é um ninja”.

Na classe GTE-PRO, a AF Corse fez dobradinha com o Gianmaria Bruni e James Calado na Ferrari #51 e Davide Rigon e Sam Bird na #71. Esta foi a terceira vitória da AF Corse na classe.  Ainda no começo o ritmo da equipe Aston Martin foi forte, muito pelos ajustes de BoP que receberam após Le Mans.  

Com o resultado Gianmaria Bruni é o piloto com mais vitórias na história da competição. Nicki Thiim liderou a maior parte da corrida com o Aston Martin #95. Terminou na terceira posição. Thiim dividiu o volante do Vantage V12 com  Marco Sorensen.

Aston Martin vence na classe GTE-AM. (Foto: FIAWEC)

O terceiro lugar para a equipe inglesa veio após a ultrapassagem do #95 em cima do Ford GT #66 que teve que cumprir uma punição por uma infração durante seu pit stop. Oliver Pla e Stefan Muecke acabam na quarta posição, a frente do Aston #97 de Darren Turner e Richie Stanaway.

Em sexto o Porsche #77 da equipe Proton Competition de Richard Lietz e Michael Christensen. A Ford enfrentou problemas com o #67 que acabou pegando fogo durante o reabastecimento. Andy Priaulx que pilotava o carro no momento não chegou a se ferir com o incidente.

Na classe GTE-AM a Aston Martin venceu com o #98 de Paul Dalla Lana e Mathias Lauda. A segunda posição deveria ter sido do Porsche #78 da equipe KCMG dos pilotos Christian Ried, Wolf Henzler e Joel Camathias, mas problemas na altura do carro na inspeção pós corrida fizeram a equipe ser desclassificada. Assim o segundo lugar fica com a Ferrari #83 e o terceiro para o Corvette da equipe Larbre Competition.

A próxima etapa do WEC será com as 6 horas do México entre os dias 2 e 3 de Setembro.  

 

Starworks Motorsports e Corvette vencem em Lime Rock pela IMSA

Vitória em Lime Rock da Starworks é a terceira em quatro corridas. (Foto: Starworks)

A Starworks Motorsports venceu na tarde de sábado (23), a etapa de Lime Rock do Weathertech. Renger van der Zande e Alex Popow conseguiram sobreviver as intempéries tradicionais que sempre aparecem nas disputas que ocorrem em Lime Rock.

Van der Zande comemora sua terceira vitória na classe PC em quatro corridas disputadas. O holandês assumiu a liderança da prova após problemas com o protótipo #52 da equipe PR1/Mathiasen Motorsports durante sua parada nos boxes.

Resultado final da prova

Tom Kimber-Smith que pilotou o #52 ainda tentou descontar a diferença, mas acabou mesmo com o segundo lugar a menos de 1 segundo de Zande. Com o resultado a Starworks amplia ainda mais a vantagem para a PR1 na luta pelo título da classe.

Corvette comemora 100º vitória com dobradinha. (Foto: Tommy Milner)

Em terceiro o #38 da Performance Tech Motorsports de Kyle Marcelli e James France. A CORE Autosport enfrentou problemas. Largando na pole, Colin Braun teve que abandonar a prova na segunda hora.

Na classe GTLM, a Corvette comemorou sua 100 vitória com uma dobradinha. Oliver Gavin levou o #4 a vitória depois de uma escapada de pista de Giancarlo Fisichella com a Ferrari #62 da Rizi Competizione. Esta foi a terceira vitória do Corvette #4, Gavin divide o volante com Tommy Milner.

Antonio Garcia levou o Corvette #3 a segunda posição. O carro também é partilhado com Jan Magnussen. Em terceiro o Ford #67 pilotado por Ryan Briscoe e Richard Westbrook. Fisichella que dividiu a Ferrari com Toni Vilander acabou na quarta colocação.

As equipes Porsche e BMW fizeram corridas problemáticas. Os dois carros da equipe BMW não completaram a prova por conta de acidentes. O Porsche #912 foi um dos que acabou no mudo ao lado do BMW #25. Já o #911 enfrentou problemas de freio o que também ocasionou uma colisão.

Magnuns Racing vence na classe GTD. (Foto: Divulgação equipe)

Andy Lally e John Potter venceram na classe GTD com o Audi #44 da Magnus Racing. Audi que também chegou em segundo pelas mãos de Robin Liddel e Andrew Davis com o #6 da Stevenson Motorsports.

A liderança para o #44 chegou 21 minutos de prova, após ultrapassagem em cima do Viper #33 da Riley Motorsports, que acabou ficando na terceira posição. O mais bem colocado Lamborghini Huracan GT3 foi o carro Paul Miller Racing de Bryan e Madison Snow que ficaram em quarto. Outro favorito a prova e que chegou a ficar no top3, o Porsche #23 da Alex Job Racing terminou na 14º posição.

Audi larga na frente para as 6 horas de Nurburgring

Pista úmida ajudou Audi? (Foto: WEC)

A Audi marcou a pole para as 6 horas de Nurburgring, que ocorrem na manha de domingo (23) na Alemanha. Andre Lotterer levou o R18 #7 a primeira posição com o tempo de 1:39.444. Lotterer vai dividir o LMP com Marcel Fassler.

Em segundo o Audi #8 com o tempo de 1:39.710. Lucas di Grassi foi o responsável pela obtenção do tempo. O brasileiro irá partilhar a condução com Oliver Jarvis e Loic Duval.

Tempos da seção de treinos.

Os dois LMP da Porsche vem em terceiro e quarto lugares. Mark Webber com o #1 superou o #2 pilotado por Timo Bernhard. Pelos lados da Toyota o #6 larga em quinto e o #5 em sexto. Entre os LMP1 privados, a Rebellion Racing marcou o melhor tempo com o R-One #13, dos pilotos Dominik Kraihamer, Matheo Tuscher e Alexandre Imperatori.

Na classe LMP2 a pole ficou com o Oreca 05 da equipe G-Drive Racing do trio Romain Rusinov, René Rast e Alex Brindle. Em segundo o Alpine #36, seguido pelo Gibson #42 da Strakka Racing.

A Aston Martin vai largar na frente na classe GTE-PRO neste domingo. O Vantage #95 de Nicki Thiim e Marco Sorensen. O treino que começou com pista molhada, foi melhorando até o ponto que Thiim pode usar pneus slicks e marcar 2:01.712. O tempo foi mais de dois décimos superior ao Ford #66 de Stefan Muecke e Oliver Pla. Em terceiro o Aston #97 de Darren Turner e Richie Stanaway.

Esta foi a primeira pole da equipe desde a etapa de Austin em 2015. A Dunlop também tem o que comemorar já que foi a primeira pole da história recente da equipe no Endurance. A Ferrari #51 da AF Corse, foi um dos primeiros carros a usar pneus de pista seca no final da sessão. Com a pista ainda molhada Gianmaria Bruni acabou saindo da pista. Mesmo marcando um bom tempo, o regulamento leva em consideração a média dos dois pilotos do carro. Assim ele e seu companheiro James Calado ficaram na quarta posição.

Em condições adversas a Porsche garantiu a pole na classe GTE-AM com o 911 RSR #88 da Abu Dhabi Proton Racing de Patrick Long e Khaled Al Qubaisi. Em segundo o também Porsche #78 da KCMG com Wolf Henzler e Joel Camathias. Em terceiro o Aston Martin #98.

Starworks e Core Autosport marcam melhores tempos nos treinos para Lime Rock

Starworks Motorsprots. marcou o melhor tempo do dia na classe PC. (Foto: IMSA)

A IMSA não para. A próxima etapa da série americana acontece neste final de semana no circuito de Lime Rock Park. Com apenas as classes PC, GTLM e GTD. A prova é tradicionalmente recheada de emoções e acidentes.

No primeiro treino livre o melhor tempo ficou com o Oreca #8 da Starworks Motorsports com Van der Zande ao volante marcando 48.808. Já no segundo foi Colin Braun com o Oreca #54 da Core Autosports marcar 48.990.

Na classe GTLM a disputa foi intensa. No primeiro treino, Oliver Gavin com o Corvette #4 marcou 51.383. A BMW fez o melhor tempo no segundo treino com Dirk Werner fazendo 51.164.

Andy Lally com o Audi #44 da Magnus Racing fez 52.807. A tarde foi a vez do Porsche #23 da equipe Alex Job Racing fazer o melhor tempo com 52.992 com Mario Farnbacher ao volante.

Treino 1

Treino 2

Lucas di Grassi busca alcançar líderes em Nurburgring

(Foto: Audi Sport)

Lucas di Grassi desembarca na Alemanha para a disputa da quarta etapa do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), neste domingo (24), as 6 Horas de Nurburgring. Depois de conquistar a vitória nas 6 Horas de Spa Francorchamps e o terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans, o paulistano do Audi Sport Team Joest espera manter a boa sequência de resultados na categoria dos protótipos mais espetaculares do automobilismo mundial.

Além de ser a única etapa do ano na Alemanha, onde a Audi corre em casa, o tradicional circuito de 5.148 metros (uma fração do temido Nordschleife, de 27 quilômetros), Lucas di Grassi é o primeiro brasileiro a disputar uma corrida em Nurburgring pela equipe do lendário Reinold Jöest desde Ayrton Senna, em 1984.

“É uma coincidência bacana, porque a única corrida que o Ayrton participou no Endurance foi justamente com a equipe pela qual corro hoje, a Joest”, lembrou Lucas, que nem era nascido quando Senna correu a os 1000 Km de Nurburgring. De fato, convidado pela equipe, Senna disputou, em 15 de julho de 1984 – Di Grassi nascera 27 dias depois, em 11 de agosto -, a prova de mil quilômetros ao lado do sueco Stefan Johansson e Henri Pescarolo, outra lenda de Le Mans, ao volante de um Porsche 956 preparado pela equipe.

O trio classificou o carro na nona colocação e terminou em oitavo depois de ter passado 15 minutos nos boxes consertando um problema na embreagem. Reinold Jöest elogiou o trabalho do jovem brasileiro à época. “Ele foi rápido logo nos primeiros treinos. Depois da corrida ele ficou umas quatro horas conversando conosco, dando sugestões para deixar o carro mais rápido. Trabalhou de maneira muito profissional para nós”, afirmou, em depoimento para o livro “Senna – All His Races”, de Tony Dodgins.

Agora, 32 anos mais tarde, Lucas di Grassi, ao lado de Loïc Duval e Oliver Jarvis trabalham juntos do Audi Sport Team Joest para diminuir a diferença que os separam dos líderes da tabela do WEC – Marc Lieb/Romain Dumas/Neel Jani, da Porsche.

“O foco agora é diminuir a distância para o Porsche #2, que é bem grande. No entanto, ainda tem bastante chão. Faltam seis etapas”, disse Lucas. “Se conseguirmos vencer mais etapas será algo sensacional para a gente”, destacou.

A Audi traz atualizações aerodinâmicas no R18, priorizando o downforce do carro nas curvas de baixa e média velocidade do traçado alemão. E isso anima o brasileiro. “Estamos vindo de uma vitória em Spa e um pódio em Le Mans, e estamos confiantes com os upgrades aerodinâmicos do carro”, espera.

Porsche busca ampliar liderança em Nurburgring

Porsche conseguirá vencer em casa? (Foto: Porsche AG)

A briga pelo título 2016 do Mundial de Endurance chega a casa da Porsche e Audi neste final de semana. As 6 horas de Nurburgring, quarta etapa do WEC tem um sentido especial para cada uma das 3 equipes da classe LMP1 que disputam o título de marcas.

Vencendo Le Mans de forma surpreendente, a Porsche tem a vantagem dos pontos. Marc Lieb, Neel Jani e Romain Dumas estão com 94 pontos. Em segundo está o trio do Audi #8, Loic Duval, Lucas di Grassi e Oliver Jarvis possuem 55 pontos.

O Porsche #2 além de vencer Le Mans, faturou a primeira etapa em Silverstone, após o Audi #7 de André Lotterer, Benoit Treluyer e Marcel Fassler ser desclassificado depois de irregularidades no assoalho do LMP.

“Durante as duas primeiras corridas e em Le Mans a competição foi muito forte”, disse Dumas. “Para mim, é importante manter a calma.  Nós temos um carro rápido e devemos se concentrar no trabalho. Zero erros são a chave para um bom resultado “.

Jani acrescentou: “Nossa situação no campeonato parece boa, mas, com seis corridas de seis horas para vir, tudo está em aberto.”  

Com a vitória em SPA, o Audi #8 espera um melhor resultado em casa. Após Le Mans, estão com apenas 1 ponto de vantagem para o Toyota #6 do trio formado por Kamui Kobayashi, Mike Conway e Stephane Sarrazin. A equipe perdeu Le Mans faltando 4 minutos para o fim da prova, e são favoritos para Nurburgring. “Em Le Mans fizeoms um trabalho incrível e mostramos a grande melhoria do nosso carro em relação ao ano passado”, disse Sarrazin.

“E esse é o ponto mais importante para nós agora; estamos de volta na luta. Agora, nossa meta é vencer corridas e lutar pelo Campeonato do Mundo.”

O Audi #7 terá a baixa de Benoit Treluyer que apresentou uma lesão nas costas, após um acidente de montain bike. Apenas André Lotterer e Marcel Faller ao volante.

“Nós gostaríamos de estar em melhores condições no campeonato”, disse Lotterer. “Isso está particularmente difícil este ano, porque todos os três fabricantes  estão em um nível igualmente elevado.”

Audi comemora 200 R8 LMS GT3 produzidos

(Foto: Audi AG)

A Audi tem o que comemorar. Se sua participação no Mundial de Endurance nos últimos anos está aquém do potencial da empresa, as coisas estão bem diferentes na divisão GT3.

Na manha desta terça (19) a marca comemora 200 Audi R8 LMS GT3 produzidos desde 2009. Foram 136 modelos da primeira geração R8 LMS e LMS Ultra e 64 da atual geração. O Audi número 200 será entregue a equipe Earth Motorsports que compete no ADAC GT Masters na Alemanha. “Estamos orgulhosos desta marca de 200 carros”, disse Stephan Winkelmann, diretor da  Quattro GmbH.

“Com mais de dez fabricantes oferecendo seus produtos, incluindo muitas marcas de automóveis premium, o mercado GT3 é ferozmente competitivo em muitos países.”

“A demanda mostra que tanto o nosso produto e os nossos serviços estão focados no cliente e é absolutamente competitivo.”A Audi foi a primeira a vender tantos GT3, dos fabricantes que comercializam versões de seus carros nesta plataforma.

Desde então o R8 venceu 28 campeonatos ao redor do mundo, 34 títulos de classe, 9 vitórias em provas de 24 horas e 4 em provas de 12 horas. “Quando o nosso novo modelo foi lançado no ano passado, muitas equipes optaram pelo Audi R8 LMS.”

Equipes de fábrica com alto downforce para as 6 horas de Nurburgring

WEC utilizará mesmo traçado da F1. (Foto: FIAWEC)

As equipes oficias que disputam o Mundial de Endurance na classe LMP1, irão competir nas 6 horas de Nurburgring com um setup de alto downforce.

Tanto o Porsche 919 Hybrid e Toyota TS050 Hybrid irão utilizar a terceira de três configurações aeronáuticos homologados permitidas nesta temporada. O Audi R18 também estará usando o kit de alta pressão aerodinâmica, embora não esteja claro se é o mesmo pacote que correu  em Silverstone.

A Porsche treinou em Barcelona durante 4 dias. Para o chefe de equipe Andreas Seidl, dada as características da pista, o pacote de alta pressão é o mais indicado. “Os dados do teste, bem como o feedback de Romain Dumas, Marc Lieb, Brendon Hartley e Mark Webber, foi promissor”, disse Seidl.

“A maioria das modificações são cobertas pela carroçaria, enquanto o novo visual da dianteira do carro é óbvio. Estamos bem conscientes da forte concorrência e prontos para atacar “.

Toyota vai estar à procura de sua primeira vitória, depois de perder Le Mans nos últimos quatro minutos da corrida devido a uma falha relacionada com o turbo.

O fabricante japonês, cuja base está localizado próximo a Nürburgring em Colônia, optou por um pacote de “ultra downforce”, devido às características mais curtas e mais rígidas do circuito.

Toyota correu as duas primeiras rodadas em Silverstone e Spa, em uma configuração média / alta downforce, o que deve voltar a ser utilizado em outra etapa do WEC.

Ao contrário de corrida do ano passado, que foi realizada  em uma versão modificada da curva 16, o traçado terá uma mesma chicane utilizada pela F1. “Será interessante ver quem vai ter o pacote certo lá, pois é um circuito de alta pressão aerodinâmica”, disse da Toyota Mike Conway.“Espero que possamos continuar o nosso forte ritmo de Le Mans.”

Os escolhidos pelas 24 horas de Le Mans 2016

De um segundo lugar a vitória. Agora são 18. (Foto: Porsche AG)

Dizem que não são os cachorros que escolhem seus donos. Essa premissa é muito bem retratada no filme “Sempre ao seu lado”. Na película Richard Gere vive o professor de música que encontra em uma estação de trem um Akita. Lhe dá o nome de Hachi. Todo mundo já foi escolhido por um cachorro. São fieis e estão sempre ao nosso lado.

E o que isto tem haver com Le Mans? Ela escolhe seus vencedores A edição 2016 da prova, brindou os fãs com um final digno das histórias de Stephen King, um final que nem o maior e mais ferrenho torcedor da Porsche acreditaria que pudera acontecer.

A vitória certa da Toyota, algo que o time japonês almejava a 31 anos se perdeu a poucos minutos do fim. Talvez se tivesse sido perdida faltando 8, 4 ou até 2 horas não teria sido tão doído. A 18º vitória da Porsche, ficou em segundo plano. O choro sempre presente nas comemorações e nas derrotas tive um sentido diferente este ano. Até para quem não torcia pela marca, queria ver a primeira vitória do TS050. Le Mans escolhe seus vencedores e a Toyota provou isso da pior maneira possível.

Resultado final.

Desde a abertura do Mundial de Endurance em Silverstone, era nítido que os protótipos da classe LMP1 enfrentavam problemas de confiabilidade em seus projetos. A fragilidade dos sistemas híbridos botava em xeque projetos bem construídos principalmente da Audi e Porsche.

O que se viu em SPA foi ainda pior. As três equipes de fábrica com problemas. O que poderia acontecer em uma prova de 24 horas? Muito se falou de uma possível vitória da Rebellion Racing, única equipe que poderia fazer frente as estrutura de fábrica, mas que em condições normais seria apenas mais um retardatário.

O sábado começou rançoso na França. A chuva que castigou a região durante os treinos, apareceu forte no início da prova. Das 24 horas, tivemos apenas 23, por por medida de segurança, sempre questionável em se tratando da FIA, os mais de 50 carros passaram a primeira hora em uma procissão atrás do carro de segurança.

Hugues de Chaunac da Toyota. Da quase vitória para uma decepção impar. (Foto: Reprodução)

Neste meio tempo, estratégias foram alteradas. Na largada a Porsche ficou a frente, mas não de uma forma satisfatória. A Toyota com o #5 dos pilotos Anthony Davidson, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima foram os protagonistas de uma investida para cima do Porsche #2 de Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb. A estratégia da Toyota foi ousada mas deu certo. Com paradas nos boxes a menos que os rivais conseguiu uma vantagem. Mesmo gastando e consumindo mais a Porsche se manteve na mesma volta dos líderes.

Teria dado certo. Faltando pouco mais de seis minutos uma pane no TS050 minou as chances de uma vitória inédita. O LMP chegou a ganhar vida novamente, mas como completou a volta em mais de 6 minutos acabou desclassificado O empenho, a estratégia e a garra de vencer ficaram pena na memória dos fãs e da equipe. Para o campeonato o carro foi desclassificado.

Mesmo com a inacreditável perda, o presidente da Toyota Toshio Sato encarou a experiência de forma positiva: “Eu sou incrivelmente orgulhosos do nosso esforço de equipe, não só hoje, mas desde Le Mans no ano passado. Obrigado à equipe em Fuji e Colônia, assim como os nossos parceiros da Oreca. A forma como respondemos à dor da nossa passagem pela prova em 2015, através do desenvolvimento de um chassi totalmente novo e powertrain em um curto espaço de tempo, tem sido impressionante e o desempenho do híbrido TS050 era forte. Nós trabalhamos e nos surpreendemos com nosso desempenhos este ano. Parabéns à Porsche em sua vitória. Não tenho palavras para descrever nossas emoções hoje. É simplesmente doloroso mas vamos voltar mais fortes e mais determinado a vencer.”

A vitória da Porsche, a 18º não passou despercebida. O #2 acabou sendo o principal carro da equipe. Os atuais campeões no #1 Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley fizeram uma prova discreta. Para “ajudar” enfrentaram problemas passando bastante tempo nos boxes para reparos. Em segundo lugar vem o Toyota #6 de Stéphane Sarrazin, Mike Conway e Kamui Kobayashi. A briga do segundo carro da Toyota sempre foi com o #1 da Porsche. Kobayashi ainda conseguiu dar um susto quando rodou e teve que ir para os boxes para reparos. A terceira posição estaria garantida, mas acabou se beneficiando dos problemas do #5.

Fritz Enzinger, Vice-Presidente do programa LMP1 comemora e se mostra surpreso com o resultado: “Primeiro de tudo eu gostaria de expressar o meu respeito para o desempenho sensacional que a Toyota deu nesta corrida. Foi uma grande luta com eles. Pouco antes do fim tínhamos aceitado o segundo lugar, até que de repente a vitória caiu em nossas mãos. Eu gostaria de agradecer a nossa grande equipe em Weissach, nossa equipe aqui em Le Mans e todos os empregados e fãs da Porsche que nos apoiaram.”

Audi foi a equipe mais apagada dos times de fábrica. Ainda no começo não teve carro para lutar pelas primeiras posições. O #8 de Lucas di Grassi, Loic Duval e Olivier Jarvis acabou na terceira posição. A colocação foi um alento, já que o R18 teve que trocar a suspensão, bem como enfrentou problemas de freio durante toda a prova.

O brasileiro lamentou os problemas da equipe. “Nós passamos muito tempo nos boxes com problemas diferentes no carro. Por isso a gente não conseguiu disputar a liderança e a vitória, mas a gente leva este pódio para casa. Temos capacidade de fazer melhor no ano que vem – carro e equipe – para conquistarmos um resultado mais positivo dependendo não só do fator performance como também da confiabilidade, para não passarmos tanto tempo dentro dos boxes. Entretanto, estou orgulhoso do que fizemos aqui”, destacou o brasileiro, que fez um total de 29 pit stops (três deles não programados) – e em um deles, durante o início da manhã na França, o Audi R18 #8 passou quase 40 minutos na garagem para a troca dos discos de freio e para uma manutenção no eixo dianteiro. Com o pódio o brasileiro divide com os companheiros a vice liderança do Mundial de Endurance com 61 pontos. O Porsche #2 lidera com 93 pontos.

Para o presidente da Audi Sport, Dr. Wolfgang Ullrich, Le Mans mostrou seu pior lado. “Este fim de semana, mais uma vez mostrou por que Le Mans é considerada a mais difícil corrida de resistência do mundo. Estou orgulhoso de nosso plantel ter conseguido trazer os dois carros para casa. Mas, obviamente, isso não é o resultado que estávamos esperando. Parabéns à Porsche em sua segunda vitória consecutiva. Na sequência de uma corrida tremenda. Parabéns para a Toyota, em fazer sua.”

O #7 de Marcel Fassler, André Lotterer e Benoit Treluyer chegou na quarta posição. Também enfrentaram problemas com o turbo, realizando uma corrida mais para chegar do que para ganhar. As demais equipes da classe P1 acabara ficando pelo caminho. O #4 da equipe byKolles pegou fogo e acabou abandonando. A Rebellion Racing subiu ao pódio com o #12 na sexta posição atrás do Porsche #1. Em sua primeira participação em Le Mans, Nelson Piquet foi determinante na recuperação do carro nas primeiras horas de pois de ter problemas na ignição. O brasileiro dividiu o carro com Nicolas Prost e Nick Heidfeld. O segundo carro da equipe acabou abandonando.

Uma das melhores imagens da prova:

O Oreca 05 fez jus a fama de protótipo bem acertado para Le Mans.  Os dois primeiros colocados da classe LMP2 são equipes que utilizam o modelo. A vitória ficou com o Alpine #36 do trio Gustavo Menezes, Nicolas Lapierre e Stéphane Richelmi.

Esta foi a segunda vitória de Lapierre em Le Mans. Mas não foi algo fácil de conquistar. O segundo lugar veio depois de uma batalha com o Oreca #26 da equipe G-Drive Racing dos pilotos Rene Rast, Will Stevens e Roman Rusinov.  A disputa começou boa mas o Oreca da G-Drive acabou enfrentando um furo de pneu e uma penalidade por reabastecer com o motor ligado.  

Em terceiro o BR01 #37 da equipe SMP Racing de Vitaly Petrov, Viktor Shaitar e Kiril Ladygin. a conquista veio depois de uma batalha com o Gibson #42 da equipe Strakka Racing de Danny Watts, Jonny Kane e Nick Leventis.

Alpine vence na classe LMP2. (Foto: FIAWEC)

As equipes que competiram com protótipos Ligier sofreram com a alta performance da rival Oreca. Os três brasileiros que competiram na classe não tiveram um desempenho bom. Oswaldo Negri que competiu com o #49 da Michael Shank Racing chegou na nona posição após estar em último nas primeiras horas de prova.

Em 10º, o Ligier #43 da RGR Sport aonde compete Bruno Senna. Cerca de uma hora após a largada no sábado, o LMP apresentou falhas, foi recolhido aos boxes e exigiu muito trabalho dos técnicos. O protótipo retornou à pista, mas o problema voltou a se manifestar e só na segunda parada é que uma vela rachada foi localizada. Mas o prejuízo já estava contabilizado: com a perda de mais de 30 minutos, o trio se atrasou e acabou apenas na 10ª colocação na classe LMP2.

Apesar das dificuldades, Bruno e companheiros conseguiram levar o carro à bandeirada e minimizar o prejuízo – salvaram os pontos relativos à 6ª colocação, já que quatro equipes que terminaram à frente não disputam a temporada regular. “Ao menos deu para completar as 24 Horas pela primeira vez depois de quatro tentativas”, comentou Bruno. A quebra foi determinante para o resultado abaixo das expectativas. “Nosso carro nunca esteve à altura dos mais rápidos, mas ainda seria possível chegar em terceiro se não fosse a quebra”, ressaltou.

Pipo Derani com o Ligier #31 da equipe Extreme Sport ficou em 16º. Na classe GTE-PRO a Ford de um verdadeiro cala boca na ACO, após o famigerado balanço de desempenho que prejudicou em partes Ferrari e o fabricante americano. E quis o destino que novamente a Ford supere a Ferrari.

O Ford #68 de Joey Hand, Dirk Mueller e Sebastien Burdais, superou a forte equipe da Ferrari #82 da Rizi Competizione dos pilotos Giancarlo Fisichella, Toni Vilander e Matteo Malucelli. A disputa entre os dois carros aconteceu durante boa parte da prova.

Fisichella recebeu uma bandeira preta e laranja por conta de problemas com uma das luzes da Ferrari. Mesmo cabendo punição a equipe não chamou o piloto para o boxes. Como a equipe não participa do WEC o resultado pode não ser oficializado.

Em terceiro lugar o Ford #69 de Scott Dixon, Ryan Briscoe e Richard Westbrook. Na quarta posição o Ford #66 de Olivier Pla, Billy Johson e Stefan Muecke. O quarto Ford de #67 enfrentou problemas ainda no começo da prova com problemas de cambio. Além do cambio o carro acabou não tendo uma boa saúde durante toda a corrida. Acabou em 9º na classe.

Talvez a equipe de fábrica mais infeliz foi Porsche Motorsport, que aposentou seu par de Porsche 911 RSR durante a noite.

Cinquenta anos depois Ford volta a Le Mans e supera a Ferrari na classe GTE-PRO. (Foto: Twitter Ford)

A Porsche não fez uma boa apresentação na classe GTE-PRO. Os dois carros acabaram abandonando ainda na madrugada. O #91 de Patrick Pilet, Kevin Estre e Nick Tandy sofreu um furo no radiador por conta de uma pedra. Já o #92 de Frederic Makowiecki, Earl Bamber e Joerg Bergmeister abandonou depois de problemas na suspensão dianteira e direção.

Apesar de um eixo de motor substituído, o 911 RSR da equipe  Dempsey-Proton conseguiu terminar a corrida na oitava posição com os pilotos Richard Lietz, Philipp Eng e Michael Christensen.

Scuderia Corsa vence na GTE-AM e conquista tríplice coroa, já que venceu Daytona e Sebrig. (Foto: Scuderia Corsa)

Já a Corvette não fez uma boa corrida. Em nenhum momento teve um carro que pudesse lutar pela liderança da prova. O #64 abandonou no início da manhã, após bater na curva 1. Ricky Taylor ficou em sétimo lugar ao lado de Antônio Garcia e Jan Magnussen. A AF Corse também não conseguiu completar a prova com seus dois carros. O #51 teve problemas no motor, enquanto o #71 também teve problemas e não conseguiu completar a prova. A britânica Aston Martin fez uma prova calma, também sem lutar pela vitória. O #95 ficou na quinta posição, seguido pelo #97.

Frédéric Sausset. O verdadeiro vencedor da prova. (Foto: Divulgação)

Na classe GTE-AM A Scuderia Corsa venceu Os pilotos Bill Sweedler, Townsend Bell e Townsend Bell conquistaram a tríplice coroa, já que conquistaram Sebring em 2012 e Daytona em 2014. Em segundo a Ferrari #83 da AF Corse com Emmanuel Collard, Rui Águas e Francois Perrodo. Coube ao Porsche #88 da Abu Dhabi-Proton Racing, com Khaled Al Qubaisi, David Heinemeier e Patrick Long. A equipe chegou a liderar grande parte da prova.

Tirando a espetacular vitória da Porsche, e o infortúnio da Toyota, o maior vencedor da prova foi Fréderic Sausset.O tetra-amputado ficou em 38º lugar no geral. Fez uma prova discreta. Não andou no mesmo ritmo dos seus pares da classes LMP2 e muitas vezes foi superado pelos GTs. Mesmo assim não desistiu dos seus sonhos e com todas as privações que uma pessoa tem sem as pernas e braços mostrou que pode fazer. Le Mans escolhe seus vencedores, e o principal foi Sausset.

Os 10 anos do motor TDI da Audi

Primeira vitória veio em 2006 nas 12 horas de Sebring. (Foto: Getty Imagens)

Presente no endurance desde o início dos anos 2000, a Audi surpreendeu ao lançar em 2006 o famoso motor TDI. A aposta era arriscada, já que o seu antecessor, o Audi R8 vinha dominando Le Mans a muitos anos.

Um motor diesel iria ajudar a marca a manter seu domínio? Surpreendendo a todos em seus primeiros testes o silêncio foi a primeira característica do novo propulsor. “Em altas velocidades, até mesmo o ruído do vento foi mais alto do que o do motor”, lembra Tom Kristensen.

O V12 movido a diesel estreou nas 12 horas de Sebring daquele ano. Sem grandes dificuldades venceu a prova.“Nós tivemos que vir um novo conceito de carro de corrida, não apenas o motor”, diz chefe da Audi Motorsport Dr. Wolfgang Ullrich. “A partir das proporções do carro de corrida e sua distribuição de peso ao fluxo de ar, a exigência do sistema de arrefecimento e de transmissão de energia tudo era novo. O torque superou tudo o que tínhamos anteriormente.”

Sendo esse um propulsor totalmente novo, suas especificações também surpreenderam na época. Um motor V12, bloco de alumínio com 5,5 litros turbo. O primeiro teste de rodagem se deu ainda em 2005, no dia 29 de Novembro no circuito italiano de Missano. Exatamente 200 dias depois, o carro competiu nas Le Mans 24 Horas e ganhou. Entre uma prova e outra, 30.000 km de testes, além de outros 1.500 horas de ensaio em bancadas. Frank Biela / Emanuele Pirro / Marco Werner, venceram após 380 voltas e  5.187 km percorridos. Nos dois anos seguintes novas vitórias.

Em 2010 a evolução chegou com o R15 TDI. Saiu o V12 e entrou o V10. Ficou 100 milímetros mais curto e 10% mais leve. Assim Timo Bernhard / Romain Dumas / Mike Rockenfeller venceram Le Mans. A distância percorrida foi de  5,410.713 km em 397 voltas. Com isso, eles quebraram um recorde de 39 anos, de uma época em que não existia chicanes na reta Hunaudières. Como uma esquadra, o Audi R15 TDI conquistou os três primeiros lugares em Sarthe. Um dos méritos foi a turbina de geometria variável que melhorou a capacidade de resposta do motor.

Na era do diesel, desde 2006, o diâmetro do restritor de ar diminuiu cerca de 34%. A pressão do turmo foi reduzia em 4,7%. Sua capacidade cubica também caiu 33%. Já a potência absoluta também teve uma redução. de 650 hp para 490 hp. Isso em porcentagem fica na casa dos 24%.

A potência por litro aumento e 118 hp em 2006 para 146 hp em 2011. Um aumento de 24%. Com pressões de injeção mais elevadas, aliadas a um combustível mais eficiente com uma pressão de 3000 bar, Marcel Fässler / André Lotterer / Benoît Treluyer, ganharam em 2011 com o R18 TDI e 2012 com o R18  e-tron, que usou um powertrain híbrido pela primeira vez.

Em 2013, Loïc Duval / Tom Kristensen / Allan McNish foram vitoriosos em Le Mans e conquistaram o Mundial de Endurance. Em 2014, os regulamentos de eficiência entraram em vigor, o que marcou uma mudança radical. foram limitadas a produção de energia por fatores como a restrição de ar ou de capacidade cúbica das limitações aplicadas exclusivamente à energia. Audi desenvolveu um motor V6 TDI. Consumindo 22 por cento menos combustível que seu antecessor e com quatro litros de deslocamento. O trio de Fässler / Lotterer / Treluyer alcançou a terceira vitória , marcando a oitava para um motor TDI da Audi em Le Mans.

Para a temporada de 2016, os regulamentos reduziram ainda mais o consumo de energia. “Estamos usando o conceito de motor, pelo sexto ano consecutivo. Isso mostra o quão boa a ideia”, comenta Ulrich Baretzky, Chefe de Desenvolvimento de Motores da Audi Sport. “Devido ao aumento da eficiência, estamos compensando a menor quantidade de combustível até certo ponto.”

O motor V6 TDI atual consome 32,4 % menos combustível do que a primeira geração a partir de 2011. Os progressos realizados em relação a 2006 são ainda maiores. Hoje, o atual LMP usa 46,4% menos combustível em Le Mans do que a dez anos antes. Apesar disso, ele alcança tempos de volta  de 10 a 15 segundos mais rápidos do que o R10. Tudo isso é possível graças aos avanços individuais que foram feitos, especialmente nas áreas de aerodinâmica, design leve e powertrain.