Bom desempenho da BMW em Road America contrasta com falta de combustível

Bom rendimento do M8 sucumbiu pela ausência de combustível. (Foto: BMW)

A primeira vitória do BMW M8 GTE foi por terra durante a etapa de Road America da IMSA, disputada no último domingo. O carro que estreou nas 24 Horas de Daytona faz parte do projeto da montadora que também, alinha dois carros no Mundial de Endurance.

Partindo da sétima colocação o #25 dos pilotos Connor De Phillippi  e Alexander Sims, escalou o pelotão assumindo o primeiro lugar na classe GTLM na volta 42, faltando uma hora para o término da prova. A vantagem para o Ford #67 dos pilotos Richard Westbrook e Ryan Briscoe era confortável.

As chances da primeira vitória terminaram durante a última parada para reabastecimento. A bomba de combustível apresentou defeito, informando erroneamente a quantidade despejada no tanque do M8 #25. Faltando uma volta para o término da prova, e se dirigindo para os boxes na iminência de splash and go o carro sequer chegou aos boxes. Terminou na sexta colocação. O M8 #24 de John Edwards e Jesse Krohn abandonou a prova, com problemas mecânicos, ficando com o oitavo lugar.

Para o diretor da equipe BMW Team RLL, Bobby Rahal, mesmo com o erro no reabastecimento, o carro se mostrou competitivo. “O carro #25 apresentou problemas no tanque de combustível. Parecia que havia o suficiente durante o último pit stop, mas simplesmente não havia. É difícil estar tão perto da vitória, mas saímos sabendo que somos competitivos.”

Erro da Corvette da vitória para Ford em Lime Rock

(Foto: Ford Performance)

Um erro tirou a da Corvette a vitória na IMSA neste sábado, 21 no circuito de Lime Rock nos Estados Unidos. Jan Magnussen liderou  com o C7.R #3 desde a primeira volta, porém um erro fez a vantagem de mais de 10 segundos, ir por terra, faltando 13 minutos para o término da prova, que teve 2 horas e 40 minutos de duração.

Resultado final

Com o erro, Joey Hand levou o Ford GT #66 ao primeiro lugar. Esta foi a terceira vitória da Ford na temporada. Hand dividiu o GT com Dirk Mueller. Assim a dupla do #66 alcançou a liderança no campeonato na classe GTLM, com um ponto a mais do a dupla da Corvette, Antonio Garcia e Jan Magnussen. O Ford #67 aparece na terceira posição no campeonato com Richard Westbrook e Rian Briscoe.

“É simplesmente incrível”, disse Hand. “Sabíamos que essa corrida seria interessante. Nós sabíamos que a longevidade do pneu seria a chave aqui, e você tem que ficar impressionado com a Michelin. Eles foram bons quando precisávamos deles porque eu tinha 12 segundos de vantagem Percebi que o #3 estava com problemas, dificuldades com o tráfego.”

Em segundo o Corvette #3, seguido pelo Porsche #912 de Earl Bamber e Laurens Vanthoor. O Porsche enfrentou problemas na troca de pneus, faltando 55 minutos para o término da prova. Oliver Galvin e Tommy Milner levou o Corvette #4 a quarta colocação. O Porsche #911 de Nick Tandy e Patrick Pillet, fechou os cinco primeiros.

Os dois BMW do Team RLL não apresentaram um bom rendimento. O #25 terminou em sétimo com duas voltas de desvantagem,  para o carro líder. Já o #24 abandonou depois de várias paradas, para fixar a carenagem.

Na classe GTD a vitória ficou com o Lamborghini #48 da equipe Paul Miller Racing.

BMW preocupada com etapa de Lime Rock da IMSA

(Foto: Divulgação BMW)

A próxima etapa da IMSA será realizada no apertado circuito de Lime Rock Park, no dia 21 de julho. Com características singulares, o traçado é protagonista de vários acidentes. Com um grid diversificado com o WeatherTech, a preocupação é grande.

Lime Rock também marca a metade do campeonato. Pensando nas próximas etapas e com um retrospecto modesto (duas poles e dois segundos lugares em Sebring e Mid-Ohio), o BMW Team RLL espera apresentar um desempenho superior.

Com duração de 2 horas e 40 minutos, a equipe vai estrear pintura alusiva ao filme “Missão: Impossível – Efeito Fallout”. Connor de Phillippi e Alexander Sims estarão dividindo o M8 GTE #25, enquanto Jesse Krohn e John Edwards no #24.

Para o diretor da equipe, Bobby Rahal, o maior desafio da equipe é sair “ileso” da prova. “É sempre um desafio ter uma corrida sem problemas ou sem contato no Lime Rock Park, mas tivemos sucesso lá no passado. A estratégia do pit desempenha um papel importante, devido à falta de tempo do circuito. Estou confiante de que os carros serão competitivos. Espero que a corrida seja boa para nossa equipe.”

Oreca da JDC-Miller vence em Watkins Glen pela IMSA

Oreca 07 supera protótipos DPi. (Foto: Divulgação)

Uma competitividade vista poucas vezes na IMSA, desde a unificação da ALMS com a Grand-Am em 2014. A etapa de Watkins Glen disputada neste domingo, 01, mostrou que o quando se dá uma maior liberdade, esquecendo um pouco do nacionalismo e predileção pelos Cadillac DPi, existe emoção no endurance norte americano. 

A vitória do Oreca 07 #99 da equipe JDC-Miller, com o icônico patrocínio da GAINSCO, deu um toque especial na prova. A equipe GAINSCO que em 2014 viu o piloto Memo Gidley, quase perder a vida, chegou a fechar as portas. Voltou como patrocinadora no PWC, até firmar este ano um acordo de patrocínio com a JDC.

Resultado final da prova

Velocidas máximas Watkins Glen

Largando na sétima posição os pilotos, Misha Goikhberg, Chris Miller e Stephen Simpson, não eram os favoritos à vitória, mas as adversidades e principalmente, o bom desempenho dos protótipos LMP2, fez toda a diferença na prova.

Foi a primeira corrida em que os Cadillac não tiveram um desempenho dominante. Mesmo sem alterações no BoP, desde a etapa de Detroit, os modelos americanos correram 10 kg mais pesados. Até os demais DPi apresentaram um desempenho superior nesta corrida. Tanto os Acura da equipe Penske, quanto os frágeis Mazda fizeram uma boa apresentação.

A CORE Autosports com o Oreca #54 que marcou a pole, largou em último na classe, após irregularidades no carro, durante o treino classificatório. Em uma prova de recuperação os pilotos Jonathan Bennett, Colin Braun e Romain Dumas, terminaram na segunda colocação. No Acura #6 Dane Cameron e Juan Pablo Montoya, lideraram grande parte da corrida, perdendo o segundo lugar, após serem ultrapassados por Dumas derrotou o colombiano na linha de chegada.

Herdando o primeiro lugar, o Ligier #32 da equipe United Autosports dos pilotos Bruno Senna, Paul di Resta e Phil Hanson, terminou na quarta colocação. Entre os brasileiros, Bruno foi o mais bem colocado. O Ligier perdeu as chances de brigar pela vitória depois de receber um toque por trás do Oreca conduzido por Collin Brown quando defendia a segunda colocação a apenas dois segundos do ponteiro. “Foi um absurdo. O Di Resta levou uma pancada por trás e não aconteceu nada com quem bateu”, reclamou Bruno. A vitória ficou com outro Oreca, dividido por Stephen Simpson, Misha Goikhberg e Chris Miller.

Ford vence na classe GTLM. (Foto: Divulgação)

Bruno não economizou críticas à direção de prova, que terminou com 10 dos 16 protótipos da classe principal com o mesmo número de voltas – 202. “Fiquei um tempão atrás do Oliver Jarvis, que estava atrasado, e nada de bandeira azul para ele sair da frente. O Di Resta também ficou preso e não fizeram nada. É muito difícil correr nos Estados Unidos porque toda vez que venho aqui acabo passando por algum tipo de problema como esse”, relatou.

Mesmo inconformado com o desfecho de uma corrida em que as possibilidades de vitória deram claras – em função do toque, Di Resta foi obrigado a fazer uma parada não prevista para trocar um pneu que perdia pressão e realizar reparos na traseira -, Bruno reconheceu que a equalização dos motores introduzida em Watkins Glen deu resultado. “Para nós, que não vínhamos bem, o balance of performance funcionou. E os Cadillac perderam desempenho”, lembrou. Segundo Bruno, no entanto, a filosofia vigente no automobilismo norte-americano também pesou.Eles gostam de acionar a bandeira amarela para reagrupar os carros e fazer com que as provas terminem com os carros o mais próximo possível, pensando mais no espetáculo e menos no aspecto esportivo.” Na quinta e sexta colocação os Cadillac #10 da Wayne Taylor Racing e o #5 da Action Express Racing no qual estava o brasileiro Christian Fittipaldi.

BMW vence na classe GTD. (Foto: Divulgação)

Entre os GTLM, Dirk Mueller levou o Ford #66 ao primeiro lugar. Companheiro de Joey Hand, a vitória foi a primeira desde Daytona para Mueller e a de Hand na temporada. Três diferentes fabricantes foram representados no pódio com Antonio Garcia terminando em segundo lugar no Corvette C7.R e Patrick Pilet em terceiro no Porsche #911.

Na classe GTD o BMW #96 da Turner Motorsports dos pilotos Don Yount, Dillon Machavern e Markus Palttala herdaram o primeiro lugar, depois que o Audi #29 da Montaplast by Land-Motorsports ter recebido duas punições e resolvido abandonar a prova.

Em segundo lugar o Acura #86 da equipe Shank Racing. Completando o pódio o Lamborghini Huracan #48 da Paul Miller Racing.

“Esperávamos um pouco mais”, comenta Lukas Moraes sobre etapa de Misano do Blancpain GT Series

(Foto: Divulgação)

O circuito italiano Marco Simoncelli, em Misano, recebeu no último fim de semana a 3ª rodada dupla do Blancpain GT Series Sprint Cup. Fazendo sua primeira temporada internacional em carros de Gran Turismo, no principal campeonato europeu da modalidade, Lukas Moraes mostrou evolução e boa performance, em uma etapa difícil para a equipe francesa 3Y Technology. 

O único brasileiro do grid já conhecia a pista, por ter corrido lá na Formula Abarth em 2013, e tinha boas expectativas para a etapa, chegando embalado após sua primeira vitória na divisão Silver Cup, em Brands Hatch, na Inglaterra. Porém, uma forte chuva durante a sexta-feira de treinos acabou interferindo na busca pelo acerto ideal para o traçado, já que na primeira sessão os carros praticamente não puderam sair para a pista, e no segundo, as condições ainda estavam bem indefinidas. 

Dessa forma, eles tiveram que ir “no escuro” para a classificação de sábado e não saiu como o esperado para Moraes e Andrew Watson, que tiveram que largar no fim do pelotão. Na corrida 1, ainda no sábado, a dupla – que corre com a única BMW M6 GT3 do grid – conseguiu avançar e completar as 37 voltas na 14ª posição geral, e 6º na Silver Cup. 

Na prova de domingo, as disputas foram ainda mais acirradas ao longo do grid. Lukas foi o responsável pela largada, e mostrou ritmo competitivo para brigar no pelotão intermediário, assim como seu companheiro no carro #37, que repetiu o 6º lugar na categoria Silver Cup, sendo o 16º no geral.

“Esperávamos um pouco mais da etapa, já que tivemos um bom resultado na Inglaterra, no mês passado. Mas a chuva nos treinos de sexta aqui em Misano nos atrapalhou um pouco, e, por seu meu primeiro ano no GT, esse tempo de pista para desenvolvimento do carro, da busca pelo melhor acerto é fundamental. Depois, apesar de não termos uma boa classificação, conseguimos nos recuperar na corrida, mostrar um ritmo competitivo e completar as duas provas sem nenhum problema. Isso também é muito importante, para colhermos mais informações sobre o carro e podermos trabalhar neste intervalo até a prova de Hungaroring”, Comentou.

Após o resultado, Lukas e Watson subiram para o 3º lugar na classificação da categoria Silver Cup. Com um intervalo um pouco maior desta vez, a próxima etapa do Blancpain GT Sprint Cup acontece em um tradicional palco do automobilismo mundial, o circuito de Hungaroring, na Hungria, entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro. 

 

Lukas Moraes dispita 3ª etapa do Blancpain GT Series Sprint Cup na Itália

(Foto: Divulgação)

Um dos mais modernos autódromos do automobilismo italiano, Misano recebe pilotos e equipes do Blancpain GT Series Sprint Cup neste fim de semana (22 a 24). Localizado próximo ao Mar Adriático, o Circuito Marco Simoncelli – que tradicionalmente sedia uma etapa da MotoGP -, não é uma novidade para o único brasileiro na categoria, portanto, Lukas Moraes chega animado em busca de bons resultados na 3ª etapa do campeonato.  

O paulista de 22 anos e Andrew Watson, seu companheiro de carro na BMW M6 GT3 #37 da equipe 3Y Technology, chegam embalados pela primeira vitória da dupla na divisão Silver Cup, conquistada na etapa de Brands Hatch, na Inglaterra, em maio. Na outra corrida da rodada, eles também subiram ao pódio com o 2º lugar. 

Depois de um início difícil na Bélgica, e a evolução comprovado na etapa inglesa, agora o objetivo é não só ser o melhor conjunto em sua classe, mas também buscar as primeiras posições na classificação geral. O Blancpain GT Series é o principal campeonato de Gran Turismo da Europa, e um dos mais importantes do mundo, reunindo carros como Ferrari, Lamborghini, Mercedes, Audi, McLaren, entre outros superesportivos. 

Com 4.226 metros de extensão, e um misto de longas retas com curvas travadas, o traçado de Misano é um dos poucos do calendário que Moraes já conhece. Em 2013, ele fez sua primeira temporada nos carros justamente na Formula Abarth, que corria majoritariamente em circuitos italianos. Em Misano, o piloto chegou a fazer um dia de treinos e também participar de uma etapa tripla, onde subiu ao pódio entre os novatos. No fim do ano, Lukas ficou com o 4º lugar geral e foi o campeão entre os Rookies. 

Depois de quatro temporadas no automobilismo nacional, onde foi vice-campeão da F3 Brasil e teve participações de destaque com pódios e vitórias no Campeonato Brasileiro de Turismo (atual Stock Light), Lukas Moraes está de volta ao automobilismo europeu, buscando se estabelecer no mundo dos GTs, que cresce cada vez mais, com grande envolvimento das montadoras e pilotos de alto calibre, inclusive ex-Formula 1. 

As atividades de pista para a etapa em Misano começam nesta sexta-feira, com dois treinos livres de uma 1h20 cada. No sábado, cada piloto da dupla faz uma tomada de tempos, que define o grid de largada das duas corridas da rodada, respectivamente. A primeira prova é disputada ainda no mesmo dia, enquanto a segunda acontece no domingo. Em ambas, a dinâmica é a mesma, com 1 hora mais 1 volta de duração, e parada obrigatória no pit-stop para que os pilotos se alterem na condução do carro. 

“É muito bom correr num circuito em que já conheço e inclusive já tive bons resultados. Este é meu primeiro ano correndo de Gran Turismo, assim como a equipe também ingressou no campeonato neste ano, e temos visto uma grande evolução a cada etapa. Em Brands Hatch tivemos um salto significativo em nossa performance, e isso se refletiu em nossos primeiros pódio e vitória na categoria Silver Cup. Agora, temos objetivos maiores, de sermos não apenas os melhores na nossa divisão, mas também de brigar pelas as primeiras posições na classificação geral, onde tem pilotos muito experientes, mas sabemos que podemos buscar o nosso espaço,” comentou. 

As corridas podem ser assistidas ao vivo através do site www.blancpain-gt-series.com, a partir das 14h40 de sábado e 9h de domingo (horários de Brasília).

Augusto Farfus surpreso com desempenho do BMW M8 GTE em Le Mans

(Foto: BMW)

Augusto Farfus e sua equipe tiveram um bom desempenho com a nova BMW M8 GTE, apesar de não conseguirem completar a prova no último domingo (17) em Le Mans

Competindo na categoria LMGTE-Pro, o brasileiro dividiu a BMW #82 com António Félix da Costa e Alexander Sims, em seu retorno à prova. A última participação de Augusto nas 24 Horas de Le Mans havia sido em 2011, quando ele fez a pole position na categoria GT2. Neste ano, o trio da equipe MTEK garantiu a 12ª posição para o início na prova.  

Farfus foi o responsável pela largada, num stint simples, de pouco mais de uma hora de duração. Depois, ele ainda fez mais um stint duplo no início da noite, e um triplo durante a madrugada. O trio conseguiu uma boa evolução durante a prova e chegou a alcançar a 3ª posição, porém, após mais de 10 horas de prova, eles sofreram uma quebra no amortecedor do carro, fazendo-os perder cerca de duas voltas e todo progresso conquistado até então para o reparo, mas conseguindo voltar à disputa. Já no período da manhã, por volta das 7h do domingo (horário local), Alex Sims bateu forte nas curvas Porsche. O piloto nada sofreu, mas a equipe teve que abandonar a corrida prematuramente.

A vitória geral na 86ª edição das 24 Horas de Le Mans ficou com o trio formado por Fernando Alonso, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima com o Toyota TS050 Hybrid #8, enquanto a vitória na categoria LMGTE-Pro ficou com o Porsche 911 RSR #92 guiado por Michael Christensen, Laurens Vanthoor e Kevin Estre. 

“Foi ótimo voltar às 24 Horas de Le Mans. Para mim é uma honra fazer o parte deste programa, e ainda mais ter feito a largada, assim como em 2011. Foi uma participação positiva, tivemos um ritmo de corrida muito bom durante a prova, e conseguimos pular de 12º para o 3º lugar, estávamos na briga. Mas no cair da noite quebrou o amortecedor do carro e perdemos duas voltas, o que acabou comprometendo a nossa corrida. Infelizmente ainda tivemos uma batida que também forçou nossa equipe a abandonar a prova. Mas embora tivemos esses percalços, foi uma experiência muito proveitosa e que nos traz muita experiência para o restante da Super Temporada do WEC, e nos deixa muito motivados para a próxima Le Mans no ano que vem,” completou o piloto.

Agora, o curitibano de 34 anos volta as atenções para a quarta etapa do DTM, que acontece já no próximo final de semana (22 a 24 de junho), em Norisring, na Alemanha, no único circuito de rua no campeonato. Já a próxima etapa do WEC será as 6 Horas de Silverstone, nos dias 18 e 19 de agosto. 

 

 

 

 

Sem adversários, Toyota vence as 24 Horas de Le Mans

Toyota vence sem dificuldades. (Foto: Toyota)

A música que ecoava no circuito de Le Sarthe, durante a volta de apresentação da edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, daria o tom do que a Toyota enfrentaria nas 24 horas seguintes. O tema do filme “2001: Uma odisseia no espaço” do gênio Stanley Kubrick, que de forma lúdica era a música perfeita para a ocasião.

Presente no WEC desde o seu ressurgimento em 2012, a Toyota passou de azarada em 2016, para odiada por muitos torcedores. O motivo? Correu praticamente sozinha, com um regulamento extremamente favorável, tendo como adversária ela mesma.

Resultado final da prova

Desde a saída da Porsche no final de 2017, a pergunta quem sempre permeava as conversas sobre endurance era: Qual será o adversário real da Toyota? A ACO bem que tentou (muitos dizem que não), fez um esforço para atrair fabricantes para a moribunda classe LMP1, prometeu igualdade entre privados e oficiais, mas como ocorreu desde o surgimento dos motores a diesel em 2006, nenhuma equipe privada conseguiu a façanha de vencer um time de fábrica.

Rebellion Racing bem que tentou, mas não chegou perto dos Toyotas. (Foto: Divulgação)

Este ano não foi diferente. Equipes como Rebellion, SMP Racing, Manor e DragonSpeed, embarcaram na aventura de competir na classe LMP1. Todas oriundas de uma LMP2 extremamente competitiva, investiram, desenvolveram carros, esperando a tão sonhada equivalência que para os franceses é resumida em uma sigla, EoT não aconteceu. Para ajudar os times não poderiam ter tempos mais rápidos do que os da Toyota. Foi um jogo de cartas marcadas.

Para ajudar, um destemido Fernando Alonso chegou com a missão de levar o TS050 a vitória. Mesmo sem o espanhol a Toyota teria vencido com folga, muita folga. A participação de Alonso levou o WEC para as primeiras páginas de jornais e sites do mundo todo. Sem vencer nada a F1, e buscando a tríplice coroa do automobilismo, seu papel vai além de dividir o #7 com Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima. Hoje seu papel é de relações públicas da categoria assim como Mark Webber e Patrick Dempsey foram outrora. Para ajudar, Jenson Button teve a imagem massivamente utilizada nas redes sociais do WEC.

“Finalmente, nós ganhamos 24 Horas de Le Mans. Claro que isto é mais um passo para o próximo desafio para que eu gostaria de pedir seu apoio contínuo a partir de agora também muito obrigado. Quero agradecer nossos pilotos, finalmente, em nossa 20º participação completamos 388 voltas, e cerca de 5.300 km. Eu quero dizer isto a todos os fãs que nos apoiaram por um longo tempo, os nossos parceiros e fornecedores que lutaram junto com a gente, e todos os membros da equipe e as pessoas relacionadas à nossa equipe. Eu quero expressar o meu sincero apreço a todos, comemorou Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor Corporation.

Toyota durante toda a prova, sozinha. (Foto: Toyota)

Kazuki Nakajima comemorou: “É ótimo estar aqui, finalmente; Faz muito tempo. Estou quase sem palavras. Eu tive grandes companheiros e Toyota nos deu um carro muito forte. Terminamos a corrida sem qualquer problema em ambos os carros assim que eu sinto que todos nós merecemos ganhar. Vencer esta corrida foi um grande sonho para todos TOYOTA desde 1985. Houve muitas pessoas envolvidas neste projeto, por isso estou orgulhoso de estar aqui para representar todo esse esforço.”

E deu certo. O envolvimento dos fãs, cobertura da mídia foram maiores este ano. Mas faltou um adversário para valer todo o investimento feito pela Toyota. Mesmo superando as adversidades de uma prova de 24 horas, tráfego e o erro humano que sempre pode dar as caras, a corrida – pelo menos na classe principal – não teve emoção. A torcida era por um erro dos #7 e #8, do que uma vitória. Mas não devemos tirar o mérito do trio vencedor.

Principal equipe privada na classe, a Rebellion Racing bem que tentou. André Lotterer conseguiu a proeza de bater na primeira curva de uma prova de 24 horas. O piloto, um dos mais experientes do grid, se precipitou, acreditando que poderia superar pelo menos um dos Toyotas antes da chicane Dunlop. Não conseguiu. O alemão dividiu o Rebellion #1 com Bruno Senna e Neel Jani. O trio acabou na quarta posição, à 12 voltas do carro vencedor.

O carro precisou ser levado aos boxes para reparos e deu início à enorme sucessão de problemas que foram minando as chances do trio. “Tivemos um monte de pepinos, especialmente com relação ao sensor do sistema de embreagem. Fomos perdendo tempo a cada parada e isso complicou nossa corrida”, explicou Bruno Senna.

Porsche domina classes GTE-PRO e AM. (Fotos: Porsche AG)

As possibilidades de subir ao pódio, depois de entregar o carro a Jani na terceira posição em seu último turno de pilotagem depois de travar um longo combate com Menezes. Mas a porta do carro não fechou depois do pit stop e Jani foi obrigado a praticamente parar o carro na pista para resolver o problema, permitindo a ultrapassagem. A partir daí, com a situação agravada nas horas finais com a punição de duas passagens pelos boxes, tudo ficou ainda mais difícil.

O consolo foi estabelecer a volta mais rápida depois das Toyota, que passearam por Le Mans graças a um regulamento que ainda não foi capaz de estabelecer o equilíbrio na principal divisão do WEC – a LMP1. O tempo de Bruno – 3m20s024 -, no entanto, foi três segundos pior que a volta mais veloz  das Toyota, o que comprova o ritmo superior e inalcançável dos carros da marca japonesa.

Em segundo lugar o TS050 #7 de Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria Lopez. O trio liderou boa parte da prova, e como era esperado, cedeu a posição para o carro #8. Faltando pouco mais de uma hora para o término da corrida, enfrentou problemas elétricos. A diferença confortável para o Rebellion #3 de Thomas Laurent, Mathias Beche e Gustavo Menezes, possibilitou retornar a pista ainda em segundo.

Dos 10 carros inscritos na classe, apenas 5 completaram a prova. O último foi o Ginetta #5 da equipe CEFC TRSM Racing. Os dois carros da SMP Racing que demonstraram um ritmo forte, ficam pelo caminho. Mesmo destino teve o Ginetta #6, o ByKolles #4, primeiro a quebrar e o BR Engineering da Dragon Speed, que foi acertado ainda na primeira curva por Lotterer.

A G-Drive Racing venceu com sobras na classe LMP2. Roman Rusinov, Andrea Pizzitola e Jean-Eric Vergne, terminaram a prova com uma diferença de duas voltas para o Alpine #36 de Nicolas Lapierre, André Negrão e Pierre Thiriet. Em terceiro o Oreca #39 da Graff-SO24 de Vincent Capillaire, Jonathan Hirschi Tristan Gommendy. Os quatro primeiros utilizaram protótipos Oreca. Em nenhum momento as equipes que utilizaram equipamentos Ligier e Dallara, tiveram reais condições de lutar pela vitória. O quarto lugar ficou com o Ligier #32 da United Autosports de Hugo de Sadeller, Will Owen e Juan Pablo Montoya que conseguiu bater o LMP. Felizmente foram danos de fácil reparo. Dos 20 inscritos na classe, 14 terminaram a prova.

Russos da G-Drive não encontram adversários na classe LMP2. (Foto: G-Drive)

A classe GTE-PRO poderia ser a principal do Mundial de Endurance. Com 5 fabricantes inscritos, a disputa foi intensa. Largando na pole, a Porsche não sofreu com os 10 quilos extras que ganhou após o treino classificatório, vencendo com o #92 de Michael Christensen Kevin Estre e Laurens Vanthoor. A decoração rosa do 911, em alusão ao Porsche 917 dos anos 70 foi um dos destaques da prova. A liderança veio na quarta hora de prova, quando Estre adiantou sua parada nos boxes, em seguida o carro de segurança entrou na pista. A partir deste ponto coube administrar.

Em segundo o Porsche #91 de Richard Lietz, Gianmaria Bruni e Fréderic Makowiecki, também com cores alusivas aos modelos de rally da marca nos anos 80. Curiosamente esta é a segunda vitória de uma nova geração do 911 em sua estreia em Sarthe. A primeira foi em 2013.  Visivelmente mais lento o #91 segurou o Ford #68 do trio formado por Joey Hand, Dirk Muller e Sébastien Bourdais. Os dois carros chegaram a correr lado a lado, quando Bourdais tentou surpreender Makowieck na primeira chicane da reta Mulsanne. Não obteve êxito. Em quarto o Ford #67 de Andy Priaulx, Harry, Tincknell e Tony Kanaan. Fechando os cinco primeiros, o Corvette #63 de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Mike Rockenfeller. O outro Corvette abandonou faltando 4 horas para o término da prova com problemas na suspensão. A Ferrari #52 da AF Corse dos pilotos Toni Vilander, Antonio Giovanazzi e Pipo Derani, ficaram com o sexto lugar. o Ford #66 ficou na sétima posição.

Aston Martin e BMW estrearam carros novos em Sarthe. Enquanto os alemães conseguiram alguma coisa, os ingleses lutaram com os carros da classe AM. (Fotos: Divulgação)

O presidente da BMW Motorsports, Jens Marquardt, destacou os problemas e enalteceu o trabalho de toda a equipe: “Apesar de infelizmente não estar refletido em nosso resultado, o resumo da corrida do BMW M8 GTE em Le Mans é realmente positivo. Antes da corrida, não sabíamos realmente onde estávamos em termos de desempenho. Vimos agora que temos o ritmo necessário para competir na frente do grupo. Isso é exatamente o que pretendemos. Queríamos demonstrar o grande potencial do nosso carro e conseguimos isso. O fato de que os problemas técnicos e um acidente nos negaram um bom resultado é obviamente decepcionante para a equipe e os pilotos. No entanto, podemos definitivamente voltar a Munique com as nossas cabeças erguidas. Um destaque foi definitivamente o lançamento do novo BMW 8 Series Coupe em Le Mans. Essa foi uma forte evidência de quão importante é o automobilismo para a BMW.”

O Aston Martin Vantage “evo” não fez uma boa corrida. Em vários momentos os dois carros tiveram disputas diretas, com os primeiros colocados da classe GTE-AM. O #95 terminou na nona colocação, enquanto o #97 em 13º. A BMW com os novos M8 também começaram atrás do grid e foram galgando posições. O #81 que chegou a disputar a liderança, teve problemas com o amortecedor dianteiro direito. Já o #82 abandonou quando bateu nas curvas Porsche.

Dr. Wolfgang Porsche, presidente do Conselho da montadora comemora a dobradinha: “Um fim de semana absolutamente perfeita para Porsche. Você não pode desejar mais do que isso em nosso ano de aniversário. É impossível planejar tal coisa, mas quando isso acontece é uma sensação indescritível. Parabéns aos pilotos, as equipes e todos os funcionários que fizeram este sucesso possível. Isso me deixa muito orgulhoso.” 

A Porsche também venceu na classe AM. O 911 #77 de Matt Campbell, Christian Ried e Julien Adlauer da equipe Dempsey-Proton Racing não enfrentou adversários, após assumir a liderança na terceira hora de prova. Esta foi a primeira vitória do 911 desde 2010. A Ferrari #54 da Spirit of Racing ficou com a segunda posição. A também Ferrari da Keating Motorsports completou o pódio. O Aston Martin #98 que venceram em SPA e lideravam o campeonato, viram a vantagem ir por terra, após Paul Dalla Lana bater nas curvas Porsche, na sétima hora de prova.

Transmissão da corrida no Brasil

Os fãs tiveram que buscar meios alternativos, para acompanhar Le Mans, já que o Fox Sports, detentor dos direitos da corrida no Brasil, sequer transmitiram a largada. Vários streamings estiveram disponíveis, tanto no Youtube, quanto Facebook. O pessoal da página Race4funtv, que transmitem costumeiramente a provas da NASCAR, foram os responsáveis por salvar os torcedores, órfãos de uma cobertura de qualidade.

A equipe comandada por Rodrigo Munhoz soube conduzir a transmissão sem erros, dando voz para os participantes do chat, sanando dúvidas e esclarecendo questões sobre o automobilismo nacional, em especial o gaúcho e também o virtual. Já os portais de notícias especializados, trouxeram pouca variedade sobre a corrida e o WEC, algo comum em um ambiente onde o conhecimento parece ser restrito somente a Fórmula 1.

Este ano com a participação de Alonso na prova, o número de postagens teve um aumento, porém só falando de assuntos correlacionados a F1. Poucas postagens sobre o que é o BoP, EoT, novos regulamentos e participação de vários pilotos, não somente nossos representantes. Alguns jornalistas chegaram a comparar a vitória ou melhor o “feito” de Alonso (como se ele tivesse pilotado sozinho as 24 horas) a vitória de Nick Hulkenbeg em 2015 com a Porsche. Azarão na época o #19 não era o candidato à vitória, mas conseguiu sobreviver. Vale lembrar que naquele ano, Audi e Toyota estavam na classe LMP1, e não correndo praticamente sozinhos como os japoneses este ano.

Enaltecer Alonso, deixando seus companheiros de equipe em um papel secundário, mostra que a editoria de automobilismo precisa e muito se especializar e principalmente, fazer pesquisas, ler, sem ligar tudo a F1.

Após treino classificatório, Porsche e Ford correm mais pesados em Le Mans

Porsche que faz a pole nas classes PRO e AM, corre com 10kg a mais. (Foto: Porsche AG)

O bom desempenho da Porsche e Ford, no treino classificatório para as 24 Horas de Le Mans nesta quinta-feira, 14, teve um preço. Os dois fabricantes irão estar mais lentos, visto a última atualização do BoP, divulgada nesta sexta-feira, 15.

Pole na classe GTE-PRO, o Porsche 911 terá um aumento de 10kg. Já o Ford GT terá 8kg a mais. Corvette, BMW e Aston Martin tiveram redução: 5kg para o modelo americano e 5kg para o alemão e inglês.

Quem se beneficia com essas mudanças, é a Aston Martin e BMW que ficaram nas últimas posições da classe. A Ferrari 488 GTE EVO é o único carro que vai competir com o mesmo peso da qualificação. O modelo italiano ganhou 1kg de alocação de combustível.

A aumento de peso também foi empregada na classe GTE-AM. A Porsche que também marcou a pole na classe, verá seus carros 10kg mais pesados. A versão antiga do Aston Martin Vantage corre, com 10kg a menos. Ferrari 488 GTE não sofreu alterações.

Felix da Costa da BMW: “Uma corrida de 24 horas não é decidida na qualificação”

BMW larga na últimas posições da classe GTE-PRO. (Foto: BMW)

Largando nas últimas posições da classe GTE-PRO, a BMW espera um bom resultado na 24 Horas de Le Mans, que será realizada neste final de semana na França. O M8 #82 dos pilotos Augusto Farfus, Antônio Félix da Costa e Alexander Sims, largam na 12º posição. Já o #81 de Martin Tomczyk, Nicky Catsburg e Pilipp Eng, partem na 13º posição.

O fraco desempenho nos treinos se deve, ao fato do BoP da classe ter dado ao M8 aumento de peso (1.269 para 1.281), além da redução na capacidade de combustível (101 para 97 litros).

Resultado treino classificatório Le Mans

Na primeira sessão classificatória realizada nesta quarta-feira à noite, António Félix da Costa  registou um recorde pessoal de 3: 50.579 com o M8 # 82. Isso foi o suficiente para garantir 12º lugar . No #81, Nick Catsburg foi de apenas 0,017 segundos mais lento terminando na 13º posição. A posição do polonês foi reivindicada pela Porsche com o carro # 91. A pole na classe GTE-AM, conquista pelo Porsche #88 da equipe Dempsey-Proton, marcou 3:50.596.

Para o piloto Félix da Costa, a prova deve ser diferente dos treinos: “Foi muito divertido correr contra o relógio com pneus novos, no escuro, neste grande circuito. Em geral, me senti em casa com o BMW M8 GTE. Uma olhada nos tempos indica que não conseguimos acompanhar o grupo principal. Mas uma corrida de 24 horas não é decidida na qualificação. Estou realmente ansioso pelo sábado e domingo”.