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Endurance tratado a sério!
BES 2012 Monza
Para muitos automobilismo é inovação. Na história sempre se mostrou que uma categoria de carros sobrevive as intemperes da vida se oferece competitividade e que sua tecnologia possa ser usada em carros de rua, já que são eles que pagam as contas do desenvolvimento de carros de corrida.

Mas o que fazer para um campeonato ou classe de carro durar por vários anos como o corre com a F1? esta certo que a F1 meio que matou todas as suas possíveis concorrentes (grupo c está ai para provar) mas a categoria sempre foi o berço de novas tecnologias.

A alguns anos junto com a crise que ronda a Europa os campeonatos de carros GT estavam meio apagados. Muito pela guerrinha entre FIA e ACO que acabou literalmente com a classe GT1. Modelos como Saleen, Maserati MC12 e Aston Martin carros competitivos foram aposentados para dar lugar a uma nova FIA GT1. Os planos da SRO que organiza o evento era fazer do campeonato a F1 dos carros esportes com 2 modelos por fabricante competindo em corridas curtas em circuitos exóticos em lugares aonde o automobilismo não é visto como deveria. Por outro lado a ACO em uma manobra para tentar fazer seus grids ficarem mais cheios acabou criando duas classes GTs. Nenhum das duas deu certo.

Em contrapartida o sucesso do GT3 europeu somado a Blancpain endurance Series superou as expectativas. O primeiro surgiu como uma alternativa para quem não tinha dinheiro para um GT1 e GT2 o que motivou as montadoras a criar variações de seus modelos visto que é mais barato você construir um GT3 do que um GT2 e a segunda botou por terra quem achava que as equipes não gostariam de corridas de longa duração.

Com grids que superando fácil 50 carros a Blancpain com suas corridas de longa duração foram a alternativa “barata” e com uma grande competitividade. Assim equipes que sonharam em competir na GT2 (atualmente poucos campeonatos aceitam modelos GT2) da ACO porém não tinham dinheiro viram um porto seguro e barato visto que a grande maioria das provas é em território europeu com uma logística bem mais em conta.

Em contra partida a ACO estimulou as classes FLM e P2 com pacotes com preços fixos mas sem grande aceitação. Este ano com o cancelamento de provas na ELMS a entidade se viu obrigada muito a contra gosto aceitar modelos GT3 com fortes lastros para ficaram mais lentos que seus irmãos GT2. Nenhum equipe aceitou.

Para tentar estimular uma grid maior para o endurance a ACO e a FIA planejam a criação de uma classe GT única a partir de 2015. Será que esta é uma boa ideia? Não creio. A criação de um novo carro mesmo que em larga escala requer investimento e as montadoras não vão querer gastar visto que a atual frota de GT3 é competente e barata para quem faz e para quem compra. O que falta para a ACO é estimular as equipes a optar por um GT2 e usar a tradição de Le Mans e do “mundial” para as equipes competirem em Sarthe.

Hoje Stéphane Ratel diretor da SRO e “pai” do GT3 soltou o verbo com relação a estas novas mudanças. Abaixo alguns trechos da nota emitida pela SRO.

“Estabilidade: a FIA-GT3 é uma das maiores conquistas no automobilismo com 14 marcas diferentes em uma classe e modelos desenvolvidos e vendidos pelos fabricantes ou seus representantes Por que precisamos a salvar o ACO e sua classe GTE, que nunca gostaram do sucesso da GT3?”

“Corridas de GT reúnem os fabricantes de maior prestígio no mundo e as marcas não são consideradas uma subcategoria dos protótipos, e como grandes categorias têm diferentes estágios de desenvolvimento. Isto deve corresponder a diferentes níveis de participação de construtores e equipe. É necessário dispor de duas categorias GT como há dois protótipos com LMP1 e LMP2”

“A distribuição entre o ACO e FIA corresponde claramente a duas diferentes necessidades do mercado. Qualquer tentativa de fundir vai contra o interesse de equipes e marcas em cada categoria. Isso vai manchar a concorrência técnica através de um nivelamento de desempenho de uma futura classe GTE  que já está sendo rejeitada por um número de fabricantes. O GT3 irá aumentar o custo de fazer alguns modelos não competitivos e reduzir modificações aplicáveis aos modelos de rua. Consequentemente, a nova classe não vai cumprir as metas”

Qual será o próximo capítulo desta guerra? Muita água vai rolar ainda.

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