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Endurance tratado a sério!
Montadoras que participam do WEC divergem sobre mudanças do sistema de BoP

O Balance of Performance (BoP), método criado para nivelar a trazer mais emoção para as equipes da classe LMP1 e agora Hypercar do Mundial de Endurance, sempre foi um ponto de polêmica.

ACO e FIA sempre deixaram claro que o BoP nivela as equipes e “aproxima” times privados dos fabricantes. Na real, isso nunca aconteceu. Tanto a Glickenhaus quanto a SMP Racing, ambas que desistiram do Mundial, foram opositores ferrenhos ao sistema.

Até a Toyota sofreu na temporada de 2018/19, quando teve a potência cortada pela metade para que os times privados tentassem superá-los. Nunca foi um sistema que trouxe unanimidade.

Porém, para tentar arrumar a casa, ACO/FIA, reuniram-se com as equipes no final do mês de setembro para propor mudanças no sistema para a temporada 2024 do WEC. Mais uma vez houve discussão.

Segundo informações do site Autosport, a maioria dos fabricantes é a favor da manutenção do atual sistema de BoP. Logo nenhuma decisão oficial ocorreu. Ainda de acordo com a publicação, os detalhes exatos não foram revelados. Os fabricantes estão proibidos pelos regulamentos esportivos da série de falar sobre o BoP. A FIA recusou-se a comentar.

O que se sabe sobre a mudança do sistema de BoP no WEC?

Vitória da Ferrari em Le Mans foi criticada pela Toyota. (Foto: ACO)

O que se sabe, segundo fontes da Autosport, são mudanças como a mitigação das vantagens dos híbridos LMH com tração nas quatro rodas, abandonando ao mesmo tempo o que é considerado entre alguns fabricantes algo impossível de acontecer, dado os tipos diferentes de protótipos que competem no WEC.

Nesse sentido, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, disse depois que seu GR010 HYBRID LMH perdeu as 24 Horas de Le Mans deste ano para a Ferrari, disse que o fabricante japonês havia “perdido para a política”.

Na época, Akio, referiu-se sobre as mudanças no BoP fora do sistema introduzido em 2023 na preparação para a corrida. Para a atual temporada, o BoP permite mudanças mínimas ao longo do campeonato. Apenas o equilíbrio entre os protótipos LMH e LMDh. OBoP, poderia ser alterado antes de Le Mans.

Assim, mudanças pontuais em todos os carros foram possíveis após Le Mans, antes da rodada WEC de Monza, em julho.

Ferrari também reclamou

Durante a etapa de Monza deste ano, foi a vez da Ferrari questionar o BoP. (Foto: FIA)

Até a “queridinha” da FIA, a Ferrari, fez críticas veladas a essas mudanças depois de terminar em segundo lugar, atrás da Toyota, em Monza. Os italianos disseram que correram em “desvantagem” em comparação com seus rivais, por conta de uma “limitação imposta”, sem mencionar o BoP.

Segundo a Autosport, acredita-se que a Ferrari seja uma das fabricantes a favor das mudanças, assim como a Toyota. Até a Porsche se pronunciou. O chefe de automobilismo do fabricante alemão afirmou que é a favor das mudanças e descreveu como um sistema BoP mais “reativo”.

Toyota sobe o tom

Já o chefe da Toyota, Pascal Vasselon, classificou o sistema atual na rodada Fuji WEC do mês passado como: “insustentável porque remove qualquer responsabilidade de desempenho dos fabricantes”.

“A confiabilidade está cada vez melhor, a estratégia da equipe está cada vez melhor. Então vamos acabar em uma situação em que vencer ou perder uma corrida será o resultado das inevitáveis ​​imprecisões do BoP”, disse ele ao site Motorsport.com.

“E um BoP que promete zero diferença de desempenho entre os carros não é realista. E então você está em uma história sem fim em que as pessoas reclamam das imprecisões quando perdem uma corrida”, questiona.

“Os seus leitores não querem histórias sobre o BoP e não creio que os fãs esperem que Le Mans seja decidida pelo BoP em corridas de endurance de alto nível entre fabricantes de alto nível”.

“O BoP deve garantir que todos os fabricantes estejam no mesmo patamar competitivo. Mas a responsabilidade pelo último décimo, aquele que faz com que você ganhe ou perca uma corrida, deve voltar aos fabricantes.”

Por fim, Vasselon sugeriu que “alguns outros partilham a nossa opinião” e que “há um impulso para a mudança”.