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Endurance tratado a sério!
Michael Shank Racing vence em Petit Le Mans
Vitória para o Ligier JS P2. (Foto: MSR)
Vitória para o Ligier JS P2. (Foto: MSR)

A edição 2016 de Petit Le Mans, última etapa do WeatherTech foi cheia de simbolismos. Foi a última corrida dos arcaicos Daytona Prototypes. Modelos que estão na pista desde 2002 e que desde que a IMSA se uniu com a ALMS em 2014, foram alvos de críticas por conta do favorecimento a um protótipo inferior, se comparado aos modelos LMP2.

Desde 2014, as poucas vitórias dos modelos homologados pela ACO, eram consideradas verdadeiras epopeias. O maior feito de um LMP2 foi a vitória nas 24 horas de Daytona no início deste ano. Vencer na casa dos DP foi algo que surpreendeu até a organização da prova. Coube ao Ligier JS P2 da equipe Extreme Speed a vitória, muito pelas mãos do brasileiro Pipo Derani.

Também foi da ESM a vitória em Sebring. A partir dali várias alterações foram feitas para limitar o desempenho dos modelos mais modernos. Nas provas curtas o domínio dos DP era evidente, seja pelo bom plantel de pilotos e estrutura das equipes. Hoje em Road Atlanta foi diferente. Desde os primeiros treinos o Ligier #60 da Michael Shank Racing do trio Oliver Pla, Oswaldo Negri e John Pew, estiveram no topo das tabelas de tempo.

Quem acompanha a IMSA sabe dos rompantes de desempenho que Negri e Pew tem nos treinos, e que nem sempre se refletem na corrida. Oliver Pla, piloto que veio reforçar a equipe mudou isso. A pole já era o prelúdio de uma boa prova. Restava saber se o azar costumeiro da equipe, e o bom trabalho dos adversários iria estragar a festa da equipe.

Desde o começo o ritmo do Ligier foi forte. Pla chegou a abrir mais de 30 segundos para o resto do pelotão nas primeiras horas de prova. Mesmo com um bom ritmo, a equipe enfrentou problemas. Durante uma das paradas, o cubo da roda traseira esquerda apresentou falha durante os pits. Na parte final da prova, Pla acabou rodando depois de se estranhar com um retardatário na pista. O Ligier também enfrentou um problema de ignição na hora final. Com todos estes problemas a equipe conseguiu a segunda vitória na temporada.

Risi Competizione vence na GTLM.
Risi Competizione vence na GTLM.

Na segunda posição, o também Ligier #31 da Action Express de Pipo Derani, Scott Sharp e Johannes van Overbeek. O começo da prova do carro #31 foi discreta. Com o azar dos adversários e a pilotagem sempre agressiva de Derani a equipe conseguiu o segundo lugar. A festa dos LMP2 teria sido completa, se não fosse o Mazda #70 de Joel Miller pegar fogo a 15 minutos do fim. Seria o primeiro pódio com modelos P2 da história recente da categoria.

Com o abandono do Mazda, o terceiro lugar ficou com o Corvette DP da Wayne Taylor Racing de Ricky e Jordan Taylor, que tiveram a companhia de Max Angelelli. Na quarta posição e campeões da temporada 2016, o Corvette #31 da Action Express de Dane Cameron, e Eric Curran que tiveram Simon Pagenaud como terceiro piloto.

A dupla estava com um ponto de vantagem para o Corvette #5 de Christian Fittipaldi e João Barbosa. Um furo no pneu traseiro esquerdo acabou com o sonho da dupla de conquistar o tricampeonato. Ficaram com a quinta posição. Mesmo com o resultado a dupla é campeão da Tequila Patron North Endurance Cup, minicampeonato que engloba apenas as corridas longas da temporada (Daytona, Sebring, Watkins Glen e Petit Le Mans).

PR1 vence na PC, mas título fica com a StarWorks. (Foto: IMSA)
PR1 vence na PC, mas título fica com a StarWorks. (Foto: IMSA)

“Óbvio que eu queria conquistar os dois títulos, mas se o nosso #5 não pode ganhar, eu sou o primeiro a torcer pelo # 31 e deixar tudo dentro da nossa equipe. Os últimos três anos foram fora do comum para a Action Express Racing. Ganhamos todos os campeonatos, então não poderia ter sido melhor“, comentou Fittipaldi.

O brasileiro lembrou que a partir da próxima temporada a categoria terá apenas carros LMP2 e mostrou-se motivado com a novidade. “No ano que vem, teremos carros novos na categoria e estamos bem animados. Um fato interessante é que eu corri a primeira corrida dos Daytona Prototype, em 2003, e agora a última, em 2016”, frisou.

“De uma maneira geral, estou terminando a temporada contente, de cabeça erguida e agora é trabalhar bastante na pré-temporada. Vamos virar a página e começar com o pé direito na corrida mais importante do ano, as 24 Horas de Daytona, no final de janeiro de 2017”, finalizou Fitipaldi, que subiu sete vezes ao pódio este ano, incluindo a vitória nas 6 Horas de Watkins Glen.

Na classe PC, a PR1/Mathiasen Motorsports venceu a prova, mas perdeu o campeonato para a Starworks Motorsports de Renger van der Zande e Alex Popow. A dupla do carro #8 teve a companhia de David, Heinermeier Hansson.

Tom Kimber-Smith levou o #52 a vitória em cima do #38 da Performance Tech Motorsports de James France, Kyle Marcelli e Kenton Koch. Kimber-Smith compartilhou a vitória na classe com Robert Alon e Jose Gutierrez.

Com o #8, terminando em sexto lugar na classe, depois de problemas de freio e suspensão,a StarWorks e a PR1 terminaram com 355 pontos. Como a equipe do #8 teve 4 vitórias na temporada, uma a mais do que os adversários, se tornaram campeões. O #85 da JDC-Miller Motorsports completou o pódio na terceira posição e em 13º no geral.

A Risi Competizione venceu na classe GTLM, enquanto Oliver Gavin e Tommy Milner com o Corvette #4 foram os campeões da classe. Giancarlo Fisichella, Toni Vilander e James Calado levaram a Ferrari #62 a uma vitória sem grandes dificuldades. A vitória já garantida, se tornou definitiva, após uma última parada do Ford #66 de Joey Hand, Dirk Muller e Sébastien Bourdais.

Com desclassificação do Audi da Magnus Racing, o Viper #33 vence na GTD. (Foto: IMSA)
Com desclassificação do Audi da Magnus Racing, o Viper #33 vence na GTD. (Foto: IMSA)

O terceiro lugar do Corvette #4 garantiu o título da classe. Foram 4 vitórias durante a temporada. Gavin e Milner terminaram a temporada com uma vantagem de 17 pontos sobre Richard Westbrook e Ryan Briscoe, que perderam as esperanças de título, após problemas em um dos tubos do escapamento do Ford #67. Assim a dupla terminou em sétimo na classe, enquanto o Corvette #3 de Antonio Garcia, Jan Magnussen e Mike Rockenfeller foi o quarto colocado, depois de um problema de acelerador.

As equipes Porsche e BMW, não tiveram sorte na corrida. Nick Tandy colidiu com PC de Johnny Mowlem. O Porsche #911 não completou a prova. Já o #912 acabou batendo com o Audi da Magnus Racing de Andy Lally.

Pelos lados da BMW, o #100 colidiu com o Ford #67 ainda no início da corrida. Por conta disso uma falha no alternador foi detectada. O Ford teve que trocar o assoalho. Problemas na direção tiraram as chances de um bom resultado do #25. A Ferrari #68 da Scuderia Corsa, teve um princípio de incêndio durante uma das paradas nos boxes. O fogo foi rapidamente controlado e o carro voltou para a prova.

(Foto: Scuderia Corsa)
Christina Nielsen e Alessandro Balzan, campeões da classe GTD. (Foto: Scuderia Corsa)

Na classe GTD, Christina Nielsen e Alessandro Balzan foram os campeões, com pouco mais de 3 horas de prova. Nielsen precisava completar o tempo mínimo a bordo da Ferrari #63 da Scuderia Corsa. A dupla teve a companhia de Jeff Segal na condução do carro. A bela foi a primeira mulher a conquistar um título na IMSA.

A vitória ficou com o Viper #33 da Riley Motorsports de Jeroen Bleekemolen, Ben Keating e Marc Miller. O #33 foi superado faltando poucos minutos para o fim pelo Audi #44 da Magnus Racing, porém John Potter não completou o tempo mínimo de permanência no carro como punição a equipe foi desclassificada. Em segundo o Porsche da Park Place Motorsports. A Ferrari #63, campeã da classe, termina em terceiro.

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