Le Mans 2025: Aston Martin aposta no poder do V12 para surpreender na prova
Entre os protótipos da classe Hypercar, o Aston Martin Valkyrie AMR-LMH se destaca não apenas pelo visual agressivo, mas principalmente por seu motor V12 naturalmente aspirado, o único não híbrido do grid — um diferencial que tem conquistado fãs e criado expectativas.
Para o experiente Harry Tincknell, piloto do carro #27, a empolgação é real, mesmo em sua 12ª participação na clássica prova francesa. “Sem Silverstone neste ano, Le Mans realmente se torna nossa casa”, declarou o britânico ao site Autohebdo.fr. “O som do V12, a atmosfera… é algo especial. Quando as pessoas veem e ouvem esse carro, elas se lembram por que se apaixonaram pelo automobilismo. Eu também me lembro.”
Desempenho em Spa anima equipe: “Demos um passo à frente”
Apesar dos desafios enfrentados ao longo do início da temporada, a Aston Martin vê sinais claros de evolução. A performance na etapa de Spa-Francorchamps, em maio, trouxe novo ânimo ao time britânico. Tincknell relembra: “Faltando três minutos, estávamos nos pontos, mas tivemos que parar por falta de energia. Foi frustrante, mas terminar na volta do líder foi um grande avanço.”
Segundo o piloto, o Valkyrie está ganhando competitividade a cada etapa. “Depois de 18 meses pilotando Hypercars, dá para ver como as outras montadoras evoluíram entre o primeiro e o terceiro ano. Se todos estivessem no primeiro, provavelmente estaríamos na frente!”
Expectativas realistas: confiabilidade e estratégia como trunfos na Aston Martin
Apesar da empolgação, a vitória não está no radar imediato da Aston Martin. O foco da equipe está na confiabilidade e na gestão estratégica da corrida de 24 horas. “O carro é sólido. O motor está operando de forma econômica, e se evitarmos problemas de confiabilidade, erros nos boxes, penalidades e incidentes, podemos chegar ao top 10 ao amanhecer. Podemos surpreender muita gente”, avaliou Tincknell.
Desvantagens técnicas e inovação eletrônica sem sistema híbrido
Um dos maiores desafios para a Aston Martin é correr sem sistema híbrido, ao contrário da maioria dos adversários na classe Hypercar. No entanto, isso não impede a equipe de explorar soluções inovadoras.
“Você pode ganhar tempo apenas ajustando parâmetros eletrônicos como rotação, estabilidade traseira… tudo depende da programação”, explicou Tincknell. “Temos menos ajustes disponíveis sem o híbrido, mas ainda conseguimos fazer muito. Economizar uma volta por stint pode significar quatro paradas a menos na corrida.”
A gestão de combustível, energia e aerodinâmica também segue como prioridade, com engenheiros trabalhando intensamente para maximizar cada detalhe técnico.
Le Mans como meta: terminar a prova é o primeiro grande objetivo
Vencedor de Le Mans em 2020 na categoria GTE Pro, Harry Tincknell combina otimismo e realismo ao projetar o futuro da Aston Martin na principal categoria do endurance.
O objetivo declarado para 2025 é claro: concluir as 24 Horas de Le Mans, mesmo que os primeiros pontos na temporada ainda não tenham vindo. Após quase marcar nas 6 Horas de Spa, a confiança está em alta — mas com os pés no chão.
