“Não imaginava que terminaria desta forma”, desabafa Christian Fittipaldi

Albuquerque, Fittipaldi e Barbosa (da esq. para a dir.) no pódio em Daytona
(José Mário Dias)

As voltas finais da 55ª edição das 24 Horas de Daytona, disputada neste sábado e domingo (28 e 29), foram polêmicas. Na categoria Protótipo, a definição dos vencedores só aconteceu a sete minutos do fim.  Christian Fittipaldi, João Barbosa e Filipe Albuquerque,  estavam na liderança até então, viram a vitória escapar após Albuquerque (que pilotava no momento o Cadillac #5 da equipe Action Express Racing) levar um toque numa manobra controversa de Rick Taylor na curva 1 e que provocou a rodada do português.

Taylor, que formou dupla com o irmão Jordan, Jeff Gordon e Max Angelelli – a bordo do Cadillac DPi-V.R da equipe Wayne Taylor Racing – assumiu a ponta e abriu, mas chegou a perder performance nas duas voltas finais. Mesmo rodando, Albuquerque pressionou. Mas não foi o suficiente e Taylor cruzou a linha de chegada na frente, a seis décimos de segundo do rival. Apenas os dois chegaram na mesma volta, completando o total de 659 voltas.

Iniciando uma nova era dos protótipos DPi-V.R e abrindo a temporada 2017 do IMSA WeatherTech Sportscar Championship, a prova foi emocionante do começo ao fim e já deu sinais de que a disputa será muito apertada este ano. Outro fator marcante durante a corrida foi a chuva, que caiu forte na madrugada, causando um longo período de bandeira amarela e embolando ainda mais a competição. A pista ficou úmida durante grande parte da corrida e a prova teve 21 bandeiras amarelas no total.

Cinquenta e cinco carros largaram para a prova no Daytona International Speedway, divididos nas categorias Protótipo, Protótipo Challenge, GT Le Mans e GT Daytona. Barbosa largou na pole position e o trio do #5 Mustang Sampling Cadillac DPi-V.R mostrou sua força desde o início, mantendo-se sempre entre os líderes.

Atuais bicampeões do Campeonato Norte-americano de Endurance (que inclui as quatro provas de longa duração do IMSA), Fittipaldi e Barbosa – ao lado de Albuquerque – travaram uma batalha à parte com o time liderado pelos irmãos Taylor durante toda a disputa.

Nas horas finais, eles trocaram de posições algumas vezes com as paradas dos boxes, até Albuquerque assumir a ponta no último pit. O português estava oito segundos à frente, mas faltando 28 minutos uma bandeira amarela colocou os rivais logo atrás. Após o reinício da prova, a perseguição foi intensa até o toque entre os dois.

Único brasileiro a vencer as 24 Horas de Daytona duas vezes (2004 e 2014), Fittipaldi chegou ao seu quinto pódio na tradicional corrida. Além das vitórias, o piloto foi segundo em 2015 e terceiro em 2011. Experiente, lamentou a chance de vencer novamente, mas se mostrou otimista para o restante da temporada.

“O Cadillac #10 está de parabéns pela performance no seco e no molhado. Eles sempre estiveram mais rápidos que a gente. Mas encontramos uma oportunidade no final da corrida de se colocar na frente deles, só que não imaginava que terminaria desta forma. Fora o toque, o trabalho deles durante a corrida foi mesmo melhor que o nosso, mas acontece. Estou chateado por ter perdido outra oportunidade de vencer em Daytona, porque não é sempre que se tem uma chance como esta. Mas estou contente com os pontos e agora é virar a página e ir pra Sebring”, comentou Fittipaldi.

“Gostaria de agradecer a Action Express Racing e à Cadillac pelo carro que eles nos deram. Estou contente que a Cadillac tenha estreado com um resultado como este, depois de 15 anos longe das pistas e isso, com certeza, traz a promessa de uma temporada bem competitiva”, finalizou o brasileiro, que é bicampeão do IMSA (2014 e 2015) e atual vice-campeão.

No outro carro da equipe Action Express, o #31 Whelen Engineering/Team Fox Cadillac DPi-V.R, os norte-americanos Dane Cameron e Eric Curran e os britânicos Mike Conway e Seb Morris enfrentaram alguns problemas e perderam voltas preciosas nos boxes, terminando a disputa em sexto na categoria.

A segunda etapa da temporada acontecerá no dia 18 de março com a disputa das 12 Horas de Sebring também na Flórida.

Frank-Steffen Walliser da Porsche: “Estávamos a 2 segundos da vitória”

(Foto: Porsche AG)

A Porsche considerou boa a estreia da versão 2017 do 911 RSR. Com dois carros inscritos na classe GTLM, a equipe alemã conseguiu o segundo lugar, em uma prova vencida e dominada pela Ford.

Patrick Pilet, Dirk Werner e Frédéric Makowiecki, garantiram o segundo lugar, depois de 634 voltas. Ficou apenas 2,988 segundos de conquistar a vitória. Se na classe GTLM, o primeiro lugar escapou por pouco, a Alegra Motorsports, com um 911 GT3 R, “vingou” a marca, vencendo na classe GTD. 

Sob forte chuva, principalmente à noite, a prova precisou ser interrompida diversas vezes. Na manhã de domingo, os carros passaram mais de duas horas atras do carro de segurança por conta do acúmulo de água na pista. O próprio SC, ficou sem combustível. Os dois carros da equipe não tiveram um bom desempenho em pista seca.

Com maior intensidade da chuva, os dois 911 RSR, começam escalar até as primeiras posições. O #912 de Kévin Estre, Laurens Vanthoor e Richard Lietz, enfrentou problemas na suspensão, obrigando manutenções não programadas. O trio chegou em sexto na classe. No entanto, Patrick Pilet, que fez o último stint com o #911, travou uma boa batalha com Ford, Corvette e Ferrari pela liderança da prova. Terminou na segunda colocação.

Vitória na classe GTD. (Foto: Porsche AG)

Na classe GTD, o Porsche 911 GT3 R, comemorou sua primeira vitória em Daytona, um ano após sua estréia na corrida. Michael Christensen levou o 911 da Algera Motorsports para o primeiro lugar no pódio. Depois de garantir vitória no geral nas 14 Horas de Dubai em 14 de janeiro, o 911 GT3 R agora ganhou a segunda corrida de longa duração em 2017.

Para Frank-Steffen Walliser, chefe da Porsche Motorsport, a vitória escapou por pouco: “Foi uma corrida incrível e uma grande estréia para o nosso novo 911 RSR. Nós estávamos apenas dois segundos da vitória depois de 24 horas, mas isso não importa neste caso. Foi uma corrida muito dura, uma luta fantástica para a vitória. Apesar das condições de mau tempo, os fãs foram brindados com um belo espetáculo. Os dois 911 RSR completaram a prova. A vitória da Alegra Motorsports com o 911 GT3 R na classe GTD foi a cereja do bolo. Estamos particularmente entusiasmados com o fato de pilotos mais jovens e inexperientes ganharam. Contaram com a ajuda do experiente Michael Christensen. Este resultado, é um excelente conquista.”

Estreando pela marca, Laurens Vanthoor comemora o bom rendimento do 911: “Daytona foi a minha primeira corrida pela Porsche, com o 911 RSR e primeira nos EUA. Tudo realmente correu bem, não cometer erros e isso é importante. Eu não estava totalmente feliz com meu desempenho, eu posso fazer melhor, mas eu tenho tempo dentro docarro. O potencial do 911, me deixa otimista pelo resto da temporada.”

Augusto Farfus condena BoP, por desempenho nas 24 horas de Daytona

Equipe BMW, teve desempenho modesto. (Foto: BMW)

A tradicional prova de 24 Horas de Daytona foi o primeiro compromisso oficial de Augusto Farfus na temporada 2017, e foi cheia de desafios para o brasileiro, que também teve a grande honra de conduzir a 19ª edição do Art Car da BMW, dessa vez pintado pelo artista norte-americano John Baldessari.

Na corrida, que teve início às 14h30 (horário local da Flórida, Estados Unidos) de sábado, o quarteto formado por Farfus, Bill Auberlen (que fez a classificação no carro #19), Bruno Spengler e Alexander Sims largou na 10ª posição da categoria GTLM e, desde as primeiras voltas, enfrentaram dificuldades com um ritmo abaixo do que os principais concorrentes, devido ao balance of performance (BoP) – a equalização dos carros -, desfavorável ao modelo M6 GTLM da BMW.

O curitibano assumiu o volante para seu primeiro stint já durante a noite e com uma situação complicada, sob forte chuva. Essa foi a primeira vez que Augusto teve a oportunidade de pilotar esse carro com pista molhada, então, foi um desafio extra para o piloto, que apesar disso chegou a estar na 2ª posição nesse período. Depois disso, a equipe teve de fazer um pit-stop mais demorado, que os tirou da mesma volta dos líderes, assim como muitas bandeiras amarelas, acabando assim com as chances de brigarem por um lugar no pódio. Coube a Farfus completar o último stint e cruzar a linha de chegada em 8º lugar na categoria, na corrida que marcou a abertura do IMSA WeatherTech SportsCar Championship 2017.

Apesar do resultado aquém do esperado, Augusto ressaltou a honra de competir a bordo do Art Car da BMW. Pela 19ª vez, a montadora bávara, em parceria com um artista, colocou nas pistas uma verdadeira obra de arte sobre rodas. O norte-americano John Baldessari foi o responsável pela customização do carro, que entra para a história da BMW, e o mesmo acontece com os pilotos que competiram neste carro.

“As 24 Horas de Daytona sempre é uma corrida especial, mas foi também uma corrida bem difícil. Tivemos 10 horas de chuva durante a noite, e apesar de ser minha primeira vez guiando esse carro com pista molhada e no escuro, o carro se comportou bem. Com a pista seca, não tínhamos o mesmo ritmo que os concorrentes, por causa do BOP, o que foi uma pena, porque os carros não estavam todos equilibrados, então fomos penalizados por isso. Apesar disso, foi um prazer enorme guiar o Art Car da BMW. Isso é uma marca na história da montadora, esse carro vai para um museu, e nossos nomes estarão lá, então é realmente uma oportunidade única e um privilégio”. Comenta o piloto.

A vitória geral das 24 Horas de Daytona ficou com o Cadillac #10 de Rick e Jordan Taylor, Jeff Gordon e Max Angelelli. Na GTLM, o final também foi acirrado, com o Ford #66 de Dirk Müller, Joey Hand e Sebastien Bourdais levando a melhor. Na GTD, a vitória ficou com o Porsche #28 de Michael Christensen, Michael de Quesada, Carlos de Quesada, Daniel Morad e Jesse Lazare; e na Prototype Challenge, o triunfo foi do Oreca #38 de Nicholas Boulle, James French, Patricio O’Ward e Kyle Masson.

Em manobra polêmica, Wayne Taylor Racing vence as 24 horas de Daytona

Toque faltando poucos minutos, definiu vencedor da prova. (Foto: Reprodução Internet)

As 24 horas de Daytona, prova que abre o Weathetech SportsCar Championship 2017, foi cheia de simbolismos. O termo “foi a primeira vez”, se aplica em várias partes da prova. Seja nos carros, pilotos e regulamentos.

Com um domínio total dos protótipos Cadillac, o controverso BoP, voltou a ser um dos centros da polêmica. Depois dos testes oficiais, o ROAR, onde claramente os protótipos LMP2, com motores Gibson, estavam visivelmente mais rápidos do que os DPi da IMSA, a entidade divulgou um BoP, dias antes da prova.

O BoP, era aguardado, e era de conhecimento de todos que a organização iria privilegiar a prata da casa. Ter uma repetição do que foi 2016, com uma vitória incontestável do Ligier da equipe Extreme Speed Motorsports, não estavam nos planos. Nos ROAR, a melhor volta foi do Oreca 07 da equipe DragonSpeed, com 1:38.343. A pole para a prova, conquistada pelo Cadillac #5 da Action Express, de João Barbosa foi de 1:36.903.

Como resultado, nenhum LMP2, teve reais chances de vitória. A Rebellion Racing com seu Oreca 07, foi apontada como favorita pela estrutura e pilotos, não conseguiu chegar perto dos ponteiros. Curiosamente o melhor LMP2, que liderou a prova, foi o Dallara #90 da equipe Visit Florida dos pilotos Marc Goossens, Renger van der Zande e René Rast. O trio terminou em terceiro.

Resultado final da prova.

Mesmo com a vitória do Cadillac #10 da Wayne Taylor Racing dos pilotos, Ricky Taylor, Jordan Taylor, Max Angelelli e Jeff Gordon, o vencedor nos bastidores foi a ACO. A organização que manda no endurance mundial, organiza as 24 horas de Le Mans, o Mundial de Endurance e os campeonatos europeus e asiáticos, conseguiu impor sua vontade sobre a IMSA.

Cadillac mostrou superioridade. BoP ajudou? (Foto: IMSA)

Desde a unificação da American Le Mans Series com a Grand-Am no final de 2013, e a criação do United SportsCar Championship, a série nunca viveu sob uma influência tão grande por parte da entidade francesa. Os DPi, nada mais são do que protótipos LMP2, com uma abertura maior de regras do que seus irmãos “originais”.

Com essas mudanças, a série ganhou um maior interesse por conta de equipes europeias, e resgatou vários times americanos que estavam competindo no outro lado do atlântico. A Rebellion que deve competir nas provas longas da IMSA, a volta da Extreme Speed Motorsports, que até 2016 estava disputando o Mundial de Endurance, e até a DragonSpeed, que esteve no European Le Mans Series ano passado. Com a modernização da série, principalmente, depois da morte dos Daytona Prototypes, tudo indica que mais equipes devem adotar a IMSA como uma opção.

Assim como a adoção dos protótipos LMP3 para 2018, e o crescimento da classe GTD, após a IMSA aceitar as especificações para os GT3. A série tem tudo conseguir, mais fabricantes do que o próprio WEC.

A corrida

A briga na liderança da prova, ficou entre os três protótipos Cadillac. A Action Express, postulante a vitória com o #5 de João Barbosa, Filipe Albuquerque e Christian Fittipaldi. O segundo carro da equipe, o #31 de Dane Cameron, Eric Curran, Mike Conway e Seb Morris, e os sempre rápidos, Ricky Taylor, Jordan Taylor, Max Angelelli e a lenda do automobilismo americano Jeff Gordon.

Nenhuma outra equipe, com exceção da Visit Florida, teve condições reais de fazer frente as duas equipes. Grande parte da prova, foi de extrema calmaria. Sem grandes disputas, em todas as classes, o que se viu foi uma alternância, durante a troca de pneus, reabastecimento e de pilotos.

Campeões em 2016, ESM, não teve um carro para bater os Cadillac. (Foto: ESM)

A chuva também deu as caras. Grande parte das 24 horas, foi sob intempéries climáticas, e suas intermináveis bandeiras amarelas. Muitas provocadas pelos poucos competidores que estavam inscritos na classe PC. Com apenas cinco carros, grande parte das paralisações, foram causadas pelos Oreca FLM09.

Com tamanha paridade entre as equipes, a decisão da prova, acabou indo para os minutos finais. Com um carro mais veloz, Ricky Taylor, acabou forçando a ultrapassagem em cima de Filipe Albuquerque, faltando poucos minutos para o fim da prova.

Tudo aconteceu na curva 1, o americano, tentou ultrapassar, não tendo espaço. Com o toque, Albuquerque acabou rodando, não tendo tempo para recuperar ou pelo menos brigar pela liderança. A vitória da Wayne Taylor Racing, é a primeira desde 2005, quando chegou em primeiro com um Riley DP.

A direção da IMSA, anunciaram que não irão tomar nenhuma atitude contra a Wayne Taylor. Uma vitória, manchada por uma ultrapassagem malfeita. O Cadillac #31, enfrentou diversos problemas durante a prova, terminando na sexta posição. Em terceiro o #90 da Visit Florida. Renger Van Der Zande, Rene Rast e Marc Goossens, acabaram se beneficiando dos abandonos e acidentes. Foi o melhor LMP2 da prova.

Os vencedores da edição 2016 da prova, a equipe Extreme Speed, não lembram nada o bom desempenho de outrora. Scott Sharp, Ryan Dalziel e Pipo Derani, chegaram na quarta colocação, com uma diferença e três voltas para o líder. O #2 enfrentou problemas elétricos durante a prova, além de uma punição, por conta de irregularidades em uma as paradas nos boxes.

O segundo carro da equipe, o #22, no qual estava Bruno Senna, se envolveu em uma batida com o Porsche #991 da equipe TRG, enquanto estava sendo pilotado por Brendon Hartley. Os reparos custaram 25 voltas a equipe.

Rebellion Racing, também enfrentou problemas. (Foto: Reprodução)

A primeira parte da corrida sugeria um desfecho amplamente superior. O carro chegou a liderar antes da 10ª hora durante o turno do neozelandês Brendon Hartley, um dos companheiros de Senna. E corria em segundo quando Hartley tocou um carro da GT e acertou em cheio o muro do oval. As 30 voltas necessárias aos reparos acabaram com qualquer possibilidade da equipe.

“É claro que estou frustrado com o resultado. Tínhamos potencial para terminar no pódio, porque éramos mais velozes que o outro carro da nossa equipe, que terminou em quarto, e até que o terceiro. Com o acidente, não deu para fazer mais nada. Não deu pudemos disputar com a Cadillac, mas estou feliz com meu desempenho e acho que fiz um bom trabalho, principalmente quando as condições da pista eram bastante críticas por causa da chuva”, explicou Senna. Ela acredita que a vantagem da Cadillac na próxima etapa, as 12 Horas de Sebring, deve ser reduzida. “É provável que os organizadores mexam no balanço de performance”, previu.  Na quinta posição o Oreca #85 da JDC-Miller Motorsports.

Na classe PC, com apenas cinco inscritos, a Performance Tech conquistou o primeiro lugar. O #38 de Patrício O´Ward, Kyle Masson, James France e Nicholas Boulle, sobreviveu entre seus pares na classe. Boulle foi o responsável por levar o carro até a linha de chegada. A diferença entre o #85 e o #26 da BAR1 Motorsports foi de 22 voltas. O #20, também da BAR1 Motorsports, terminou na terceira colocação.

Os outros dois carros da classe, coincidentemente da equipe Starworks Motorsports, foram campeões de batidas e saídas da pista. Nenhum dos dois completou a prova.

Ford e a eterna briga com Ferrari, esquenta a classe GTLM

Ford superou mais ma vez a Ferrari. (Foto: IMSA)

A sempre competitiva classe GTLM, viu uma eterna briga ganhando mais um capítulo. Por quase toda a prova, Ford e Ferrari, estavam se alternando na liderança da corrida. Com quatro carros inscritos, a Ford, detinha tanto a superioridade em número, quanto no bom acerto.

Correndo literalmente sozinha, a Ferrari #62 da Rizi Competizione, dos pilotos Toni Vilander, Giancarlo Fisichella e James Calado. A vitória de Joey Hand, Dirk Muller e Sébastien Bourdais. Coroa o bom momento do carro americano. Este mesmo trio, venceu na classe GTE-PRO em Le Mans ano passado.

Surpreendendo no final da prova, O Porsche 911 RSR #911 de Patrick Pilet, Dirk Werner e Fréderic Makowiecki, acabaram superando a Ferrari #62, faltando pouco mais de 30 minutos para o final. Na terceira posição o Corvette #3 de António Garcia, Jan Magnussen e Mike Rockenfeller. O Ford #69, terminou na quinta posição. Os campeões de 2016, o Corvette #4, não completou a prova

Porsche vence na classe GTD

Porsche surpreende e vence na GTD. (Foto: IMSA)

A classe GTD, viu uma grande variedade de modelos. As estreantes Acura e Lexus, chegaram a liderar a prova, mas foi a Porsche que levou o primeiro lugar. Não foi a primeira vitória do time, que venceu em 2007

O 911 GT3 R #28, dos pilotos Michael Christensen, Daniel Morad, Jesse Lazare, Carlos e Michel de Quesada, de apenas 17 anos, superaram o Audi #29 da Land Motorsports de Christopher Mies, Connor de Phillippi, Jules Gounon e Jeffrey Schmidt por 0,293 segundos.

Christensen, que é piloto de fábrica da Porsche, assumiu a liderança na última rodada de pit stops. Enquanto o Audi da Land, acabou demorando demais para realizar sua parada. Voltando na quarta colocação, Christopher Mies, conseguiu recuperar duas posições, não superando o Porsche vencedor.

O #28 não demonstrava forças para lutar pela liderança durante grande parte da prova. Tudo mudou, depois de uma bandeira amarela causada pela Ferrari #63 da Scuderia Corsa. Sam Bird, que pilotava a Ferrari, enfrentou problemas no motor. A equipe terminou em quarto. Na terceira posição, chegou o Mercedes #33 da Riley Motorsports de Jeroen Bleekemolen, Ben Keating, Adam Christodoulou e Mario Farnbacher.

A Michael Shank Racing, que estreou na classe com o Acura teve altos e baixos. O #93 pilotado por Andy Lally, Katherine Legge, Mark Wilkins e Graham Rahal, acabou na 11º posição. O #86 de Jeff Segal, Ozz Negri, Tom Dyer e Ryan Hunter-Reay, terminou na quinta posição.

Outra estreante, a Lexus fez uma corrida para esquecer. O #14 pilotado por Scott Pruett, acabou abandonando, enquanto o #15 que disputava a liderança, sofreu com um furo em um dos pneus. Terminou na 14º colocação.

 

 

Lexus avalia mudança para classe GTLM na IMSA

(Foto: IMSA)

A Lexus, marca premium da Toyota, estuda a participação e mudança para a classe GTLM do IMSA. Estreando o RC F GT3, neste final de semana, durante as 24 horas de Daytona, os planos de expansão, podem estar na classe superior do campeonato

Em entrevista ao site Sportscar365.com, o vice-presidente da marca, Jeff Bracken, indica que inclusão da marca na classe GTD, seja o primeiro passo no esporte.

“Esta é a nossa reentrada em corridas, estamos muito animados sobre”, disse Bracken. “Acho que nos sentimos obrigados a realizar e provar a nós mesmos e que estamos realmente nesta coisa a longo prazo.”

“Ao mesmo tempo, vamos continuar a avaliar outras possibilidades, se é GTLM ou o qualquer outra. Nenhuma dessas decisões foi tomada, mas é algo que nós queremos manter o foco.”

Bracken admitiu que a plataforma GT3, não é o local ideal para um programa de desenvolvimento. É uma classe para equipes cliente. Assim com a Lexus, a Acura também estreia neste final de semana com seu novo GT3. As duas marcas apoiam apoiam, as respectivas equipes na classe GTD.

Um eventual fornecimento do RC F GT3 para clientes, além da equipe 3GT Racing estão sendo avaliados. A possibilidade de um programa oficial na classe GTLM existe. “Eu acho que é uma possibilidade”, disse Bracken. “Agora estamos tentando juntar os recursos, para passar para o GTLM.”

“Até que tenhamos uma chance de uma avaliação completa, não podemos tomar essa decisão.”

O dirigente não informou se um novo carro seria utilizado para a GTLM ou uma versão do RC F GT3. O presidente e gerente geral da marca, Dave Wilson, sonha com a disputa com o Ford GT. “Eu adoraria ver isso crescer e seria muito bom ter um programa GTLM, correr contra os Ford GTs”, disse. “Mas isso é só eu sonhando. Temos que manter as coisas em perspectiva.”

Richard Lietz: ” O novo Porsche 911 está mais consistente”

Novo Porsche rodou mais de 48 mil quilômetros em testes. (Foto: Porsche)

As 24 horas de Daytona, que acontecem neste sábado (28), marca a estreia da versão 2017 do Porsche 911 RSR. Competindo na classe GTLM, o novo modelo do fabricante alemão, traz várias modificações, tanto aerodinâmicas como o novo motor “meio” central.

Tendo vencido o título de pilotos e construtores tanto da IMSA, quanto do WEC em 2015, o 911 RSR enfrentou uma dura batalha no Mundial de 2016, não vencendo nenhuma prova. Para o piloto Richard Lietz, o novo carro pode surpreender em Daytona e no WEC.

“Para mim, o carro é um passo em termos de consistência e para um piloto é mais fácil fazer corridas mais longas, especialmente no WEC. A condução, será menos exigente”, disse ele ao site Sportscar365.

“É um pacote completo, com o carro de motor traseiro nós fomos limitados no uso do difusor, porque o motor estava lá. Naquela configuração, nós não poderíamos ter o ângulo direito e o comprimento certo. Tudo mudou com este novo carro.”

“Em termos de equilíbrio, com novos pneus se você colocar o 911 de 2016 ao lado do 911 de 2017 você terá um bom conjunto. Com o novo carro, as possibilidades são completas. Acho que é um passo positivo.”

O novo Porsche rodou mais de 48 mil quilômetros em testes. A mudança do motor, ajudou, além de um maior equilíbrio, um uso mais consciente dos pneus. “É mais fácil trabalhar com os pneus agora, talvez também seja mais fácil para os fornecedores de pneus construir pneus, porque o carro com motor traseiro, eu diria, é um pouco exótico no mundo das corridas hoje”, disse ele.

“Precisávamos ter um tratamento diferenciado por causa disso. Agora, será mais fácil a construção dos novos pneus.”

Largando na quinta posição na classe GTLM, Patrick Pilet vai iniciar a prova com o Porsche #911. O piloto acredita que realizará uma prova sem maiores problemas. “Do nosso lado, o carro está funcionando bem, é uma grande evolução do 911”, disse.

“Você ainda se sente como se estivesse em um Porsche, mas é muito mais fácil em muitos aspectos, especialmente para lidar com o carro, estar diretamente no ritmo e ter mais confiança nas curvas rápidas, por isso é um bom carro.”

“Estamos sempre olhando para trás, especialmente quando você tem muito sucesso com um carro. É sempre um pouco difícil mudar, mas também estamos muito animados com novos brinquedos.”

“Meu antigo 911 RSR, estará em minha garagem em breve, então eu ainda terei tempo para aproveitar ele, mas você tem que virar a página, é assim todo o tempo.”

“Nós sempre vamos sentir saudades do carro velho, até ganhar com o novo, então eu espero que ganhe rapidamente para esquecer o velho mais rápido!”

Pilet se junta a Lietz e Nick Tandy no #911. Mesmo com o novo carro, as chances de vitória são difíceis, já que o antigo modelo, completou uma temporada inteira no WEC, antes de vencer na Flórida.”

“Agora é completamente diferente, com certeza estamos vindo com um carro novinho em folha, sem nenhuma experiência em corridas de resistência, não como em 2014, onde tivemos alguns comentários de Le Mans”, disse ele.

“Nossos adversários estão engajados este ano, especialmente Ford com quatro carros e como você pode ver, eles são realmente fortes, acho que ninguém sabe, exceto eles o verdadeiro potencial do carro.”

Bruno Senna sobre o domínio dos Cadillac: “O BoP está favorável para eles”

Brasileiro compete na mesma equipe que Pipo Derani. (Foto: MF2)

Com um quinto lugar na classe P, Bruno Senna, acredita que a corrida será difícil para os protótipos Nissan Nismo da equipe Extreme Speed Motorsports. Os resultados do qualifying de apenas 15 minutos deram uma prova eloquente das dificuldades  Senna e seus parceiros terão pela frente.

O neo-zelandês Brendon Hartley classificou o carro na quinta colocação com a marca de 1min37s609 e superou as expectativas de Bruno depois dos ensaios. “Eu achava que nossa posição mais real seria o 7º. Na melhor das expectativas, somos pelo menos 1,5 segundo mais lentos que os Cadillac”, explicou.

Bruno argumentou que o novíssimo Nissan Nismo da ESM ainda não dispõe da mesma competitividade dos Cadillac. “Esses carros estão bem desenvolvidos e o BOP (balance of performance) está bom para eles. Aqui será muito difícil descontar essa diferença. Temos de nos preocupar em fazer nosso melhor e esperar que não soframos com quebras”, disse. O BOP, instrumento do regulamento que busca equilibrar o rendimento das diversas marcas, poderá ser alterado para a etapa seguinte em Sebring. “Mas só se a organização do campeonato entender que alguém está sendo favorecido”, ressalvou Bruno.

Amanhã, apenas um treino livre com uma hora de duração movimentará os carros em Daytona.

“A corrida é bem longa.” Analisa Christian Fittipaldi, após pole de João Barbosa em Daytona

Albuquerque, Barbosa e Fittipaldi (da esq. para a dir.) comemoram
(José Mário Dias)

Um dia especial para a equipe Action Express Racing no Daytona International Speedway, na Flórida (EUA). O brasileiro Christian Fittipaldi e os portugueses João Barbosa e Felipe Albuquerque conquistaram nesta quinta-feira (dia 26) a pole position para a 55ª edição das 24 Horas de Daytona que será disputada neste sábado e domingo (28 e 29). Três vezes vencedor da prova, coube a Barbosa classificar o #5 Mustang Sampling Cadillac DPi-V.R e o novo carro já estreou muito bem. Barbosa registrou o tempo de 1min36s903 no traçado de 5,7 km e garantiu a pole.

A equipe Action Express Racing ainda teve mais motivos para comemorar, já que na segunda posição ficou o outro carro do time, o #31 Whelen Engineering/Team Fox Cadillac DPi-V.R, dos norte-americanos Dane Cameron e Eric Curran e dos britânicos Mike Conway e Seb Morris. A diferença entre os Cadillac DPi-V.R da Action Express foi de apenas 0s070.

Nesta sexta-feira (27), os pilotos terão mais um treino livre antes da grande disputa. No sábado, a largada para as 24 horas será às 14h30 local (17h30 de Brasília). O Fox Sports 2 transmite a corrida para o Brasil no sábado (entre 17 e 20 horas) e as horas finais no domingo (15h15 às 17 horas).

Apesar de contente com o resultado, Fittipaldi – único brasileiro a vencer a prova duas vezes (2004 e 2014) – ressaltou que ainda restam 24 horas de disputas pela frente. “Estamos muito contentes, mas a corrida é bem longa. Então, todos ficamos apreensivos porque são 24 horas. Largar em primeiro é sempre bom, mas de todas as etapas do ano essa é a que menos conta”, declarou o brasileiro.

“Estamos nos concentrando ao máximo no carro para ter certeza de que ele estará em ordem nas 24 horas e vamos tentar o nosso melhor. Estamos confiantes. Nos treinos, andamos com pneus velhos, tanque cheio e os resultados foram bons. Agora é continuar o trabalho e torcer para não termos imprevistos”, completou Fittipaldi.

Pela manhã, o trio também já havia dominado os treinos livres e a boa performance do Cadillac DPi-V.R se comprovou no classificatório. “Demorou um pouco para os pneus chegarem na temperatura ideal, mas depois que consegui, pude fazer o que queria com o carro”, comentou Barbosa. “Foi um grande resultado para a Action Express e é bom saber que você tem seu companheiro de equipe ao seu lado na largada”, finalizou.

Cinquenta e cinco carros no total, divididos nas categorias Protótipo, Protótipo Challenge, GT Le Mans e GT Daytona, estarão na briga em Daytona. A famosa corrida abre a temporada do IMSA WeatherTech Sportscar Championship e é a primeira das quatro etapas do Campeonato Norte-americano de Endurance, onde Fittipaldi e Barbosa são os atuais tricampeões.

Desde sua formação, em 2010, a equipe Action Express Racing soma 16 vitórias e é tricampeã (2014, 2015 e 2016) do IMSA WeatherTech SportsCar e da Copa Norte-Americana de Endurance. A equipe também venceu as 24 Horas de Daytona em 2010 e 2014, as 12 Horas de Sebring de 2015 e as 10 Horas de Petit Le Mans em 2015.

Os dez melhores no grid da categoria Protótipo em Daytona:
1 J. Barbosa / C. Fittipaldi / F. Albuquerque (Mustang Sampling Racing Cadillac DPi) 1min36s903

2 D. Cameron / E. Curran / M. Conway / S. Morris (Whelen Engineering Racing Cadillac DPi) 1min36s973
3 S. Buemi / N. Heidfeld / N. Jani / S. Sarrazin (Rebellion Racing ORECA) 1min37s123
4 R. Taylor / J. Taylor / M. Angelelli / J. Gordon (Konica Minolta Cadillac DPi-V.R Cadillac DPi) 1min37s169
5 E. Brown / J. van Overbeek / B. Senna / B. Hartley (Tequila Patron ESM Nissan DPi) 1min37s609
6 S. Sharp / R. Dalziel / L. Derani / B. Hartley (Tequila Patron ESM Nissan DPi) 1min38s251
7 C. Miller / S. Simpson / M. Goikhberg / M. Beche (JDC-Miller Motorsports ORECA) 1min38s915
8 M. Guasch / J. Gutierrez / R. Enerson / T. Kimber-Smith (PR1/Mathiasen Motorsports Ligier) 1min39s149
9 T. Nunez / J. Bomarito / S. Pigot (Mazda Motorsports Mazda DPi) 1min39s940
10 T. Long / J. Miller / J. Hinchcliffe (Mazda Motorsports Mazda DPi) 1min39s973

24 horas de Daytona: João Barbosa com Cadillac marca pole

Dobradinha da Action Express entre os protótipos da classe P. (Foto: Action Express Racing)

O Português João Barbosa, levou o Cadillac #5 da Action Express ao primeiro lugar, durante o treino classificatório para as 24 horas de Daytona. A clássica prova, abre a temporada 2017 do IMSA WeatherTech SportsCar Championship.

Com o tempo de 1:36.903, Barbosa superou o Cadillac #31 da Action Express por 0,070 segundos. O português, vai partilhar o #5 com Christian Fittipaldi e Filipe Albuquerque. O tempo, foi cerca de um segundo mais rápido, do que qualquer outro, obtido, durante os testes de pré temporada. Na terceira posição, a primeira entre protótipos LMP2, Neel Jani marcou 1:37.123 com o Oreva 07 #13 da equipe Rebellion Racing.

Tempos do treino classificatório.

Os demais brasileiros na classe, obtiveram posições medianas. Bruno Senna e Pipo Derani, que competem pela equipe Extreme Speed Motorsports com Nissan DPi, ficaram em quinto e sexto respectivamente.

Na classe PC, que vai contar com apenas cinco carros, a pole ficou com o Oreca #38 da Performance Tech de James France. Com o tempo de 1:42.559, superou o #26 da BAR1 Motorsports de Johnny Mowlem por 0,837 segundos. Em terceiro o #20 também da BAR1 de Buddy Rice. Completando a classe os dois protótipos da Starworks Motorsports.

A Ford, confirmou o bom momento nos treinos livres. Joey Hand foi o primeiro com o Ford #66. Na segunda e terceira posição os GT #67 e #68 respectivamente. Na quarta colocação a Ferrari #62 da equipe Rizi Competizione dos pilotos Giancarlo Fisichella, Toni Vilander e James Calado. O único brasileiro na classe, Augusto Farfus, que compete com o BMW #4, ficou na nona posição. Toni Kanaan, larga em sexto com o Ford #69.

Assim como a Ford, fez na classe GTLM, a Ferrari dominou entre os GT3 da classe GTD. Alessandro Pier Guidi, com o #51 da equipe Spirit of Racing, vai largar na frente. Em segundo, Alessandro Balzan com a Ferrari #63 da Scuderia Corsa ficou a apenas 0,018 do tempo conquistado por Pier Guidi. Completando os três primeiros, Marco Sorensen  com o Aston Martin #98. Oswaldo Negri, que corre com o Acura #86 da equipe Michael Shank Racing, larga na oitava posição.

A prova tem seu início no sábado, a partir das 17:30, horário de brasília.

 

Joest Racing considera participação no IMSA em 2018

(Foto: Divulgação)

A Joest Racing, vem buscando alternativas para voltar as competições em 2018. Com o término do programa de endurance da Audi, nenhum projeto concreto foi apresentado.

Muito tem se falado em um retorno ao WEC com o LMP1 da Audi, que estava sendo construído para a temporada 2017. O diretor da Joest, Ral Juttner, está em Daytona, acompanhando a abertura da IMSA. Em entrevista ao site DailySportscar, o dirigente não escondeu o interesse da sua equipe na classe DPi.

“É muito interessante, é claro”, disse Jüttner à DSC. “Por quase 25 anos, com uma curta pausa no meio, temos executado protótipos com programas de fábrica (Audi e Porsche), e é aí que gostaríamos de avançar.”

“Certamente, os orçamentos atuais para um LMP2 e participação no WEC, não é algo que nos interessa no momento.  As fábricas que estão olhando para protótipos e  certamente estão olhando aqui (na América do Norte) e é isso que estamos procurando.”

“Estamos conversando com fabricantes em potencial para a criação de um programa DPI, mas ainda há um longo caminho a percorrer”.

Contrariando setores da imprensa que acreditam no uso do LMP1 da Audi, o dirigente foi enfático em dizer que qualquer retorno ao WEC com equipamento Audi, está fora de questão.