Augusto Farfus surpreso com desempenho do BMW M8 GTE em Le Mans

(Foto: BMW)

Augusto Farfus e sua equipe tiveram um bom desempenho com a nova BMW M8 GTE, apesar de não conseguirem completar a prova no último domingo (17) em Le Mans

Competindo na categoria LMGTE-Pro, o brasileiro dividiu a BMW #82 com António Félix da Costa e Alexander Sims, em seu retorno à prova. A última participação de Augusto nas 24 Horas de Le Mans havia sido em 2011, quando ele fez a pole position na categoria GT2. Neste ano, o trio da equipe MTEK garantiu a 12ª posição para o início na prova.  

Farfus foi o responsável pela largada, num stint simples, de pouco mais de uma hora de duração. Depois, ele ainda fez mais um stint duplo no início da noite, e um triplo durante a madrugada. O trio conseguiu uma boa evolução durante a prova e chegou a alcançar a 3ª posição, porém, após mais de 10 horas de prova, eles sofreram uma quebra no amortecedor do carro, fazendo-os perder cerca de duas voltas e todo progresso conquistado até então para o reparo, mas conseguindo voltar à disputa. Já no período da manhã, por volta das 7h do domingo (horário local), Alex Sims bateu forte nas curvas Porsche. O piloto nada sofreu, mas a equipe teve que abandonar a corrida prematuramente.

A vitória geral na 86ª edição das 24 Horas de Le Mans ficou com o trio formado por Fernando Alonso, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima com o Toyota TS050 Hybrid #8, enquanto a vitória na categoria LMGTE-Pro ficou com o Porsche 911 RSR #92 guiado por Michael Christensen, Laurens Vanthoor e Kevin Estre. 

“Foi ótimo voltar às 24 Horas de Le Mans. Para mim é uma honra fazer o parte deste programa, e ainda mais ter feito a largada, assim como em 2011. Foi uma participação positiva, tivemos um ritmo de corrida muito bom durante a prova, e conseguimos pular de 12º para o 3º lugar, estávamos na briga. Mas no cair da noite quebrou o amortecedor do carro e perdemos duas voltas, o que acabou comprometendo a nossa corrida. Infelizmente ainda tivemos uma batida que também forçou nossa equipe a abandonar a prova. Mas embora tivemos esses percalços, foi uma experiência muito proveitosa e que nos traz muita experiência para o restante da Super Temporada do WEC, e nos deixa muito motivados para a próxima Le Mans no ano que vem,” completou o piloto.

Agora, o curitibano de 34 anos volta as atenções para a quarta etapa do DTM, que acontece já no próximo final de semana (22 a 24 de junho), em Norisring, na Alemanha, no único circuito de rua no campeonato. Já a próxima etapa do WEC será as 6 Horas de Silverstone, nos dias 18 e 19 de agosto. 

 

 

 

 

Sem adversários, Toyota vence as 24 Horas de Le Mans

Toyota vence sem dificuldades. (Foto: Toyota)

A música que ecoava no circuito de Le Sarthe, durante a volta de apresentação da edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, daria o tom do que a Toyota enfrentaria nas 24 horas seguintes. O tema do filme “2001: Uma odisseia no espaço” do gênio Stanley Kubrick, que de forma lúdica era a música perfeita para a ocasião.

Presente no WEC desde o seu ressurgimento em 2012, a Toyota passou de azarada em 2016, para odiada por muitos torcedores. O motivo? Correu praticamente sozinha, com um regulamento extremamente favorável, tendo como adversária ela mesma.

Resultado final da prova

Desde a saída da Porsche no final de 2017, a pergunta quem sempre permeava as conversas sobre endurance era: Qual será o adversário real da Toyota? A ACO bem que tentou (muitos dizem que não), fez um esforço para atrair fabricantes para a moribunda classe LMP1, prometeu igualdade entre privados e oficiais, mas como ocorreu desde o surgimento dos motores a diesel em 2006, nenhuma equipe privada conseguiu a façanha de vencer um time de fábrica.

Rebellion Racing bem que tentou, mas não chegou perto dos Toyotas. (Foto: Divulgação)

Este ano não foi diferente. Equipes como Rebellion, SMP Racing, Manor e DragonSpeed, embarcaram na aventura de competir na classe LMP1. Todas oriundas de uma LMP2 extremamente competitiva, investiram, desenvolveram carros, esperando a tão sonhada equivalência que para os franceses é resumida em uma sigla, EoT não aconteceu. Para ajudar os times não poderiam ter tempos mais rápidos do que os da Toyota. Foi um jogo de cartas marcadas.

Para ajudar, um destemido Fernando Alonso chegou com a missão de levar o TS050 a vitória. Mesmo sem o espanhol a Toyota teria vencido com folga, muita folga. A participação de Alonso levou o WEC para as primeiras páginas de jornais e sites do mundo todo. Sem vencer nada a F1, e buscando a tríplice coroa do automobilismo, seu papel vai além de dividir o #7 com Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima. Hoje seu papel é de relações públicas da categoria assim como Mark Webber e Patrick Dempsey foram outrora. Para ajudar, Jenson Button teve a imagem massivamente utilizada nas redes sociais do WEC.

“Finalmente, nós ganhamos 24 Horas de Le Mans. Claro que isto é mais um passo para o próximo desafio para que eu gostaria de pedir seu apoio contínuo a partir de agora também muito obrigado. Quero agradecer nossos pilotos, finalmente, em nossa 20º participação completamos 388 voltas, e cerca de 5.300 km. Eu quero dizer isto a todos os fãs que nos apoiaram por um longo tempo, os nossos parceiros e fornecedores que lutaram junto com a gente, e todos os membros da equipe e as pessoas relacionadas à nossa equipe. Eu quero expressar o meu sincero apreço a todos, comemorou Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor Corporation.

Toyota durante toda a prova, sozinha. (Foto: Toyota)

Kazuki Nakajima comemorou: “É ótimo estar aqui, finalmente; Faz muito tempo. Estou quase sem palavras. Eu tive grandes companheiros e Toyota nos deu um carro muito forte. Terminamos a corrida sem qualquer problema em ambos os carros assim que eu sinto que todos nós merecemos ganhar. Vencer esta corrida foi um grande sonho para todos TOYOTA desde 1985. Houve muitas pessoas envolvidas neste projeto, por isso estou orgulhoso de estar aqui para representar todo esse esforço.”

E deu certo. O envolvimento dos fãs, cobertura da mídia foram maiores este ano. Mas faltou um adversário para valer todo o investimento feito pela Toyota. Mesmo superando as adversidades de uma prova de 24 horas, tráfego e o erro humano que sempre pode dar as caras, a corrida – pelo menos na classe principal – não teve emoção. A torcida era por um erro dos #7 e #8, do que uma vitória. Mas não devemos tirar o mérito do trio vencedor.

Principal equipe privada na classe, a Rebellion Racing bem que tentou. André Lotterer conseguiu a proeza de bater na primeira curva de uma prova de 24 horas. O piloto, um dos mais experientes do grid, se precipitou, acreditando que poderia superar pelo menos um dos Toyotas antes da chicane Dunlop. Não conseguiu. O alemão dividiu o Rebellion #1 com Bruno Senna e Neel Jani. O trio acabou na quarta posição, à 12 voltas do carro vencedor.

O carro precisou ser levado aos boxes para reparos e deu início à enorme sucessão de problemas que foram minando as chances do trio. “Tivemos um monte de pepinos, especialmente com relação ao sensor do sistema de embreagem. Fomos perdendo tempo a cada parada e isso complicou nossa corrida”, explicou Bruno Senna.

Porsche domina classes GTE-PRO e AM. (Fotos: Porsche AG)

As possibilidades de subir ao pódio, depois de entregar o carro a Jani na terceira posição em seu último turno de pilotagem depois de travar um longo combate com Menezes. Mas a porta do carro não fechou depois do pit stop e Jani foi obrigado a praticamente parar o carro na pista para resolver o problema, permitindo a ultrapassagem. A partir daí, com a situação agravada nas horas finais com a punição de duas passagens pelos boxes, tudo ficou ainda mais difícil.

O consolo foi estabelecer a volta mais rápida depois das Toyota, que passearam por Le Mans graças a um regulamento que ainda não foi capaz de estabelecer o equilíbrio na principal divisão do WEC – a LMP1. O tempo de Bruno – 3m20s024 -, no entanto, foi três segundos pior que a volta mais veloz  das Toyota, o que comprova o ritmo superior e inalcançável dos carros da marca japonesa.

Em segundo lugar o TS050 #7 de Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria Lopez. O trio liderou boa parte da prova, e como era esperado, cedeu a posição para o carro #8. Faltando pouco mais de uma hora para o término da corrida, enfrentou problemas elétricos. A diferença confortável para o Rebellion #3 de Thomas Laurent, Mathias Beche e Gustavo Menezes, possibilitou retornar a pista ainda em segundo.

Dos 10 carros inscritos na classe, apenas 5 completaram a prova. O último foi o Ginetta #5 da equipe CEFC TRSM Racing. Os dois carros da SMP Racing que demonstraram um ritmo forte, ficam pelo caminho. Mesmo destino teve o Ginetta #6, o ByKolles #4, primeiro a quebrar e o BR Engineering da Dragon Speed, que foi acertado ainda na primeira curva por Lotterer.

A G-Drive Racing venceu com sobras na classe LMP2. Roman Rusinov, Andrea Pizzitola e Jean-Eric Vergne, terminaram a prova com uma diferença de duas voltas para o Alpine #36 de Nicolas Lapierre, André Negrão e Pierre Thiriet. Em terceiro o Oreca #39 da Graff-SO24 de Vincent Capillaire, Jonathan Hirschi Tristan Gommendy. Os quatro primeiros utilizaram protótipos Oreca. Em nenhum momento as equipes que utilizaram equipamentos Ligier e Dallara, tiveram reais condições de lutar pela vitória. O quarto lugar ficou com o Ligier #32 da United Autosports de Hugo de Sadeller, Will Owen e Juan Pablo Montoya que conseguiu bater o LMP. Felizmente foram danos de fácil reparo. Dos 20 inscritos na classe, 14 terminaram a prova.

Russos da G-Drive não encontram adversários na classe LMP2. (Foto: G-Drive)

A classe GTE-PRO poderia ser a principal do Mundial de Endurance. Com 5 fabricantes inscritos, a disputa foi intensa. Largando na pole, a Porsche não sofreu com os 10 quilos extras que ganhou após o treino classificatório, vencendo com o #92 de Michael Christensen Kevin Estre e Laurens Vanthoor. A decoração rosa do 911, em alusão ao Porsche 917 dos anos 70 foi um dos destaques da prova. A liderança veio na quarta hora de prova, quando Estre adiantou sua parada nos boxes, em seguida o carro de segurança entrou na pista. A partir deste ponto coube administrar.

Em segundo o Porsche #91 de Richard Lietz, Gianmaria Bruni e Fréderic Makowiecki, também com cores alusivas aos modelos de rally da marca nos anos 80. Curiosamente esta é a segunda vitória de uma nova geração do 911 em sua estreia em Sarthe. A primeira foi em 2013.  Visivelmente mais lento o #91 segurou o Ford #68 do trio formado por Joey Hand, Dirk Muller e Sébastien Bourdais. Os dois carros chegaram a correr lado a lado, quando Bourdais tentou surpreender Makowieck na primeira chicane da reta Mulsanne. Não obteve êxito. Em quarto o Ford #67 de Andy Priaulx, Harry, Tincknell e Tony Kanaan. Fechando os cinco primeiros, o Corvette #63 de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Mike Rockenfeller. O outro Corvette abandonou faltando 4 horas para o término da prova com problemas na suspensão. A Ferrari #52 da AF Corse dos pilotos Toni Vilander, Antonio Giovanazzi e Pipo Derani, ficaram com o sexto lugar. o Ford #66 ficou na sétima posição.

Aston Martin e BMW estrearam carros novos em Sarthe. Enquanto os alemães conseguiram alguma coisa, os ingleses lutaram com os carros da classe AM. (Fotos: Divulgação)

O presidente da BMW Motorsports, Jens Marquardt, destacou os problemas e enalteceu o trabalho de toda a equipe: “Apesar de infelizmente não estar refletido em nosso resultado, o resumo da corrida do BMW M8 GTE em Le Mans é realmente positivo. Antes da corrida, não sabíamos realmente onde estávamos em termos de desempenho. Vimos agora que temos o ritmo necessário para competir na frente do grupo. Isso é exatamente o que pretendemos. Queríamos demonstrar o grande potencial do nosso carro e conseguimos isso. O fato de que os problemas técnicos e um acidente nos negaram um bom resultado é obviamente decepcionante para a equipe e os pilotos. No entanto, podemos definitivamente voltar a Munique com as nossas cabeças erguidas. Um destaque foi definitivamente o lançamento do novo BMW 8 Series Coupe em Le Mans. Essa foi uma forte evidência de quão importante é o automobilismo para a BMW.”

O Aston Martin Vantage “evo” não fez uma boa corrida. Em vários momentos os dois carros tiveram disputas diretas, com os primeiros colocados da classe GTE-AM. O #95 terminou na nona colocação, enquanto o #97 em 13º. A BMW com os novos M8 também começaram atrás do grid e foram galgando posições. O #81 que chegou a disputar a liderança, teve problemas com o amortecedor dianteiro direito. Já o #82 abandonou quando bateu nas curvas Porsche.

Dr. Wolfgang Porsche, presidente do Conselho da montadora comemora a dobradinha: “Um fim de semana absolutamente perfeita para Porsche. Você não pode desejar mais do que isso em nosso ano de aniversário. É impossível planejar tal coisa, mas quando isso acontece é uma sensação indescritível. Parabéns aos pilotos, as equipes e todos os funcionários que fizeram este sucesso possível. Isso me deixa muito orgulhoso.” 

A Porsche também venceu na classe AM. O 911 #77 de Matt Campbell, Christian Ried e Julien Adlauer da equipe Dempsey-Proton Racing não enfrentou adversários, após assumir a liderança na terceira hora de prova. Esta foi a primeira vitória do 911 desde 2010. A Ferrari #54 da Spirit of Racing ficou com a segunda posição. A também Ferrari da Keating Motorsports completou o pódio. O Aston Martin #98 que venceram em SPA e lideravam o campeonato, viram a vantagem ir por terra, após Paul Dalla Lana bater nas curvas Porsche, na sétima hora de prova.

Transmissão da corrida no Brasil

Os fãs tiveram que buscar meios alternativos, para acompanhar Le Mans, já que o Fox Sports, detentor dos direitos da corrida no Brasil, sequer transmitiram a largada. Vários streamings estiveram disponíveis, tanto no Youtube, quanto Facebook. O pessoal da página Race4funtv, que transmitem costumeiramente a provas da NASCAR, foram os responsáveis por salvar os torcedores, órfãos de uma cobertura de qualidade.

A equipe comandada por Rodrigo Munhoz soube conduzir a transmissão sem erros, dando voz para os participantes do chat, sanando dúvidas e esclarecendo questões sobre o automobilismo nacional, em especial o gaúcho e também o virtual. Já os portais de notícias especializados, trouxeram pouca variedade sobre a corrida e o WEC, algo comum em um ambiente onde o conhecimento parece ser restrito somente a Fórmula 1.

Este ano com a participação de Alonso na prova, o número de postagens teve um aumento, porém só falando de assuntos correlacionados a F1. Poucas postagens sobre o que é o BoP, EoT, novos regulamentos e participação de vários pilotos, não somente nossos representantes. Alguns jornalistas chegaram a comparar a vitória ou melhor o “feito” de Alonso (como se ele tivesse pilotado sozinho as 24 horas) a vitória de Nick Hulkenbeg em 2015 com a Porsche. Azarão na época o #19 não era o candidato à vitória, mas conseguiu sobreviver. Vale lembrar que naquele ano, Audi e Toyota estavam na classe LMP1, e não correndo praticamente sozinhos como os japoneses este ano.

Enaltecer Alonso, deixando seus companheiros de equipe em um papel secundário, mostra que a editoria de automobilismo precisa e muito se especializar e principalmente, fazer pesquisas, ler, sem ligar tudo a F1.

Após treino classificatório, Porsche e Ford correm mais pesados em Le Mans

Porsche que faz a pole nas classes PRO e AM, corre com 10kg a mais. (Foto: Porsche AG)

O bom desempenho da Porsche e Ford, no treino classificatório para as 24 Horas de Le Mans nesta quinta-feira, 14, teve um preço. Os dois fabricantes irão estar mais lentos, visto a última atualização do BoP, divulgada nesta sexta-feira, 15.

Pole na classe GTE-PRO, o Porsche 911 terá um aumento de 10kg. Já o Ford GT terá 8kg a mais. Corvette, BMW e Aston Martin tiveram redução: 5kg para o modelo americano e 5kg para o alemão e inglês.

Quem se beneficia com essas mudanças, é a Aston Martin e BMW que ficaram nas últimas posições da classe. A Ferrari 488 GTE EVO é o único carro que vai competir com o mesmo peso da qualificação. O modelo italiano ganhou 1kg de alocação de combustível.

A aumento de peso também foi empregada na classe GTE-AM. A Porsche que também marcou a pole na classe, verá seus carros 10kg mais pesados. A versão antiga do Aston Martin Vantage corre, com 10kg a menos. Ferrari 488 GTE não sofreu alterações.

Bruno Senna: “Cometemos um erro e saímos com o tanque cheio”

(Foto: Divulgação)

Bruno Senna e seus companheiros, o alemão Andre Lotterer e o suíço Neel Jani, estarão atrás apenas das Toyota oficiais de fábrica no grid da edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, segunda etapa do Campeonato Mundial de Endurance, e que terá largada às 10 horas (Brasília) no lendário circuito da região oeste da França. O Fox 2 vai transmitir boa parte da prova, com a primeira entrada ao vivo a partir das 14 horas.

A pole no geral e da classe LMP1 ficou com o trio formado por Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sébastien Buemi, que na terceira e definitiva sessão classificatória da quinta-feira superaram em exatos dois segundos o outro Toyota dividido por Mike Conway, Kamuy Kobayashi e Jose Maria Lopez. O Rebellion R13-Gibson de Bruno e seus parceiros apareceu em seguida, batendo o BR Engineering/AER da equipe russa SMP por escassos 34 milésimos de segundo.

O treino que definiu as posições de largada, na avaliação de Bruno, já deu uma indicação do que poderá ocorrer ao longo da exaustiva maratona de longa duração de um dos eventos mais importantes do calendário internacional. “Foi um dos qualis mais confusos da história, cheio de acidentes, bandeiras amarelas, vermelhas… Le Mans está bem caótico neste ano e, pelo jeito, a corrida será bastante parecida, previu.

Bruno sabe que será difícil acompanhar o ritmo superior das Toyota, mas comemorou o objetivo alcançado de largar à frente dos carros russos, um deles reforçado pelo campeão mundial Jenson Button – um dos 24 pilotos com passagem na Fórmula 1 presentes a Le Mans e que partirá da 7ª colocação. Ainda assim, observou que o desempenho no qualifying poderia ter sido melhor. “Cometemos um erro e saímos com o tanque cheio, o que obviamente comprometeu o tempo de uma volta que foi até boa nas circunstâncias. Além disso, nosso motor está perdendo um pouquinho para o outro Rebellion por ter mais quilometragem”, explicou.

Campeão mundial da LMP2 no ano passado, Bruno reconhece que a luta para subir ao pódio deve ser a expectativa mais real. “Nossa briga é para terminar à frente das SMP, porque será quase impossível acompanhar as Toyota. Teremos chances apenas se elas tiverem problemas e tudo der certo para nós”, concluiu. A marca japonesa é a única fábrica a se manter na categoria e persegue sua primeira vitória em Le Mans. Lotterer, que atualmente disputa também a Fórmula E, estará no cockpit do carro da equipe franco-suíça para o primeiro turno de pilotagem.

Os melhores no grid de 60 carros:

1 – Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sébastien Buemi, Toyota, 3m15s377

2 – Mike Conway, Kamui Kobayashi e Jose Maria Lopez, Toyota, 3min17s377

3 – Bruno Senna, Andre Lotterer e Neel Jani, Rebellion R13-Gibson, 3min19s449

4 – Stéphane Sarrazin, Egor Erudzhev e Matevos Isaakyan, BR Engineering/AER, 3min19s483

5 – Thomas Laurent, Matias Beche e Gustavo Menezes, Rebellion R13-AER, 3min19s945

6 – Henrik Hedman, Ben Hanley, Renger Van der Zande, BR Engineering-Gibson, 3min21s110

Categoria para carros com emissão zero, uma das propostas da ACO para 2024

(Foto: Divulgação ACO)

A busca por energia limpa é uma realidade na indústria automotiva. O sucesso da Fórmula E motivou a ACO, a desenvolver uma classe com emissão zero para 2024. Um dos desafios é a autonomia. O hidrogênio será a tecnologia utilizada.

De acordo com a entidade, sete fabricantes de automóveis e peças, estão desenvolvendo soluções para viabilizar e deixar funcional os sistemas que estarão dentro dos carros. Além da iniciativa privada, o governo francês também está apoiando o projeto.

“Ao longo de décadas, o laboratório que o automobilismo oferece impulsionou o desenvolvimento de tecnologia e segurança que tem um benefício direto para todos nós”, disse o presidente da FIA, Jean Todt.

“A FIA tem estado na vanguarda desse desenvolvimento, e a inclusão de uma classe para a tecnologia de hidrogênio no Campeonato Mundial de Endurance da FIA de 2024 é o próximo e importante passo na direção de um futuro mais limpo e sustentável.”

A ACO em comunicado, deixou claro que sempre apoiou e incentivou a pesquisa e desenvolvimento que, “melhorem a segurança e o conforto, aumentem o desempenho e reduzam o consumo de combustível para a mobilidade e a mobilidade mais limpas e ecológicas”.

“As 24 Horas de Le Mans e as corridas de endurance sempre forneceram um local para os fabricantes testarem e desenvolverem novas tecnologias”, disse o presidente de endurance da FIA, Richard Mille.

“A decisão de incluir uma classe para carros movidos a hidrogênio a partir de 2024 é a combinação perfeita com a filosofia de Le Mans e o Campeonato Mundial de Endurance da FIA”.

“Isso reflete a importância disso para a indústria automotiva, uma vez que busca desenvolver energia renovável para substituir o motor de combustão como principal fonte de energia para veículos rodoviários.”

ACO divulga novos regulamentos para o Mundial de Endurance

“Supercarros” irão substituir atuais LMP1. (Arte: Divulgação)

A ACO divulgou nesta sexta-feira, 15, os regulamentos do Mundial de Endurance para o biênio 2020/21. Os boatos de que uma nova classe de “supercarros”, estaria na pauta dos novos regulamentos, foi confirmada.

Os novos modelos terão o design, parecido com modelos de produção em série. Os custos, grande vilão da categoria, também sofrem mudanças. O valor dos novos modelos terá que ter um orçamento de um quarto dos atuais LMP1, entre 30 e 35 milhões de dólares. Estas mudanças entrarão em vigor na edição de 2021 das 24 Horas de Le Mans.

A motorização será livre, tanto no desenho, quanto na motorização, que poderá ser híbrida, turbo, além da liberdade na escolha do número de cilindros. Os carros terão um peso de até 980 kg, com distribuição de peso limitada. O fluxo de combustível também será controlado.

Sistemas híbridos são obrigatórios, sendo montados no eixo dianteiro com capacidade fixa de 200 kW, dando ao carro tração nas quatro rodas. A meta máxima de desempenho é de até 520 kW.

Nome da nova classe será decidida pelos fãs 

Ao contrário dos atuais LMP1, o cockpit deverá ter dois assentos, para-brisa mais largo. Os fabricantes serão obrigados a disponibilizar o sistema híbrido para equipes privadas. Os custos para estas equipes serão controlados. O limite de valores ainda não foi definido.

Os tempos por voltas em Le Mans, devem ficar mais lentos, na casa de 3:20. O nome da categoria deixa de ser LMP1. A nova nomenclatura não foi definida mas deve ficar entre “Le Mans Supercars” e “Le Mans Hypercars”. A escolha será decidida pelos fãs da categoria. Tais regras estarão em vigor por cinco temporadas, até 2024/25.

“Os novos regulamentos para o Campeonato Mundial de Endurance da FIA, que entram em vigor para a temporada 2020/21, são o resultado do trabalho duro entre membros da FIA, ACO, fabricantes e equipes”, disse o presidente da FIA, Jean Todt.

“Isso proporcionará às corridas de endurance uma plataforma estável e de longo prazo, ao mesmo tempo em que continuará a oferecer um estágio econômico para mostrar as futuras tecnologias.”

Sem surpresas, Toyota conquista pole para as 24 Horas de Le Mans

(Foto: Toyota)

Sem surpresas e sem adversários, a Toyota ratificou a pole provisória conquistada nesta quarta-feira, 13, em Le Mans. Coube a Kazuki Nakajima marcar o melhor tempo para o TS050 #8 marcando 3:15.377.

Nakajima vai dividir o #8 com Fernando Alonso e Sébastien Buemi. O TS050 #7 dos pilotos Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria López larga na segunda posição. A qualificação perfeita traz um ponto extra para o Campeonato Mundial de Endurance. A equipe tem apenas um objetivo: Vencer a prova na sua 20ª tentativa.

Resultado treino classificatório Le Mans

A posição no grid foi  decidida pela volta mais rápida em uma das três sessões de qualificação de duas horas. O tempo obtido na sessão de quarta-feira foi melhorando significativamente. Duas bandeiras vermelhas fizeram a última seção, disputa a noite, ser interrompida 24 minutos mais cedo. O tempo obtido por Nakajima garantiu, um novo recorde pista para o circuito de 13,626 km atualizados lay-out, em uso pela primeira vez este ano.

Nakajima credita seu tempo a ausência de tráfico, no momento da volta rápida: “Eu estava no limite e foi uma volta limpa; que foi um bom tempo de volta, então eu estou feliz. As condições da pista eram boas, muito melhor do que ontem, quando eu não me senti tão confortável como hoje. Eu acho que temos um bom equilíbrio para a corrida por isso estou satisfeito com o que temos feito até agora. Qualificação só é talvez 1% de todo o fim de semana, mas a pole position é importante para a equipe, mas todos nós sabemos que a corrida é muito longa e vai ser difícil.”

Felix da Costa da BMW: “Uma corrida de 24 horas não é decidida na qualificação”

BMW larga na últimas posições da classe GTE-PRO. (Foto: BMW)

Largando nas últimas posições da classe GTE-PRO, a BMW espera um bom resultado na 24 Horas de Le Mans, que será realizada neste final de semana na França. O M8 #82 dos pilotos Augusto Farfus, Antônio Félix da Costa e Alexander Sims, largam na 12º posição. Já o #81 de Martin Tomczyk, Nicky Catsburg e Pilipp Eng, partem na 13º posição.

O fraco desempenho nos treinos se deve, ao fato do BoP da classe ter dado ao M8 aumento de peso (1.269 para 1.281), além da redução na capacidade de combustível (101 para 97 litros).

Resultado treino classificatório Le Mans

Na primeira sessão classificatória realizada nesta quarta-feira à noite, António Félix da Costa  registou um recorde pessoal de 3: 50.579 com o M8 # 82. Isso foi o suficiente para garantir 12º lugar . No #81, Nick Catsburg foi de apenas 0,017 segundos mais lento terminando na 13º posição. A posição do polonês foi reivindicada pela Porsche com o carro # 91. A pole na classe GTE-AM, conquista pelo Porsche #88 da equipe Dempsey-Proton, marcou 3:50.596.

Para o piloto Félix da Costa, a prova deve ser diferente dos treinos: “Foi muito divertido correr contra o relógio com pneus novos, no escuro, neste grande circuito. Em geral, me senti em casa com o BMW M8 GTE. Uma olhada nos tempos indica que não conseguimos acompanhar o grupo principal. Mas uma corrida de 24 horas não é decidida na qualificação. Estou realmente ansioso pelo sábado e domingo”.

Para Bruno Senna, SMP Racing será maior adversário em Le Mans

Brasileiro espera duelo com russos da SMP Racing. (Foto: Instagran do piloto)

Bruno Senna está preocupado com a Rússia. Afinal, a equipe SMP – de propriedade de empresários do país – que o brasileiro e seus parceiros da Rebellion Racing deverão brigar nas duas sessões classificatórias finais que definirão a ordem de largada das 24 Horas de Le Mans, segunda etapa do Campeonato Mundial de Endurance – FIA WEC. O grid das quatro categorias será definido às 19 horas desta quinta-feira.

O brasileiro sabe que as Toyota oficiais de fábrica têm lugar garantido nas duas vagas da primeira fila da classe LMP1, os protótipos que superam os 330 km de velocidade. No Q1 da quarta-feira a casa japonesa, que conta com o espanhol Fernando Alonso como principal atração, confirmou o favoritismo e estabeleceu os melhores tempos. “Nossa briga será com os pilotos da SMP, mas temos potencial para isso”, afirmou Bruno, que nesta manhã ainda viajou a Paris para participar de ação promocional da equipe.

Kazuki Nakajima garantiu a pole provisória para o trio completado por Alonso e o suíço Sébastien Buemi com a melhor volta do Q1 em 3min17s270, batendo por pouco mais de um décimo o carro irmão dividido pelo inglês Mike Conway, o japonês Kamui Kobayashi e o argentino Jose Maria Lopez. A disputa entre a Rebellion e a SMP foi acirrada. Bruno e seus parceiros, o alemão Andre Lotterer e o suíço Neel Jani, terminaram em quatro, dentro da previsível desvantagem de mais de dois segundos para as Toyota, mas a menos de dois décimos do SMP do francês Stéphane Sarrazin e dos russos Egor Erudzhev e Matevos Isaakyan. O segundo carro da SMP, integrado pelo inglês Jenson Button e os russos Vitaly Petrov e Mikhail Aleshyn, foi apenas o sexto.

Sessenta carros – os protótipos da LMP2 e os GTE Pro e Am completam todas as vagas da prova – e 24 pilotos com passagem pela Fórmula 1 estão na pequena cidade da região oeste da França. Bruno gostou dos resultados do primeiro dia de atividades de pista, quatro horas de treinos livres e mais duas classificatórias, e acha que o caminho para a evolução está aberto. “O equilíbrio do carro está melhorando e aumentando nossa confiança. Ainda estamos estudando qual o composto de pneus ideal, mas já sabemos que nosso tempo pode baixar bastante. Peguei trânsito na minha volta boa. Temos de continuar atacando nas outras sessões classificatórias para largar na frente dos SMP”, comentou.

Mesmo incluída no final de semana que marcará o início da Copa do Mundo, a segunda etapa da supertemporada do WEC voltará a levar enorme número de torcedores ao interior francês. Bruno e seus companheiros precisam de um bom resultado para apagar a frustração nas 6 Horas de Spa, onde o terceiro lugar na pista se converteu em exclusão do resultado final por uma irregularidade no assoalho do carro constatada na vistoria técnica. Além disso, o regulamento determina que a pontuação seja dobrada em relação às corridas de seis horas, o que significa que os vencedores sairão da França com 50 pontos. Bruno é o atual campeão mundial da LMP2.

 

Toyota conquista pole provisória para Le Mans

(Foto: FIAWEC)

A Toyota dominou o primeiro treino classificatório realizado nesta quarta-feira, 13, em Le Mans. O Toyota #8 pilotado por Kazuki Nakajima marcou 3:17.270, nos primeiros 10 minutos do treino que durou duas horas.

Tempos do primeiro treino classificatório

Na segunda posição Kamui Kobayashi com o Toyota #7 conquistou 3:17.337, não dando qualquer chance para os times privados de lutar pelo primeiro lugar.  Em terceiro Stephane Sarrazin com o BR Engineering BR1 #17 da equipe SMP Racing. Bruno Senna com o Rebellion #1, marcou 3:19.662. Paul-Loup Chatin liderou com o Oreca #48 da IDEC Sport, marcando 3:24.956. A Oreca ocupou as cinco primeiras posições.

A Porsche confirmou o bom momento, liderando com o 911 #91 de Gianmaria Bruni marcando 3:47.504. Em segundo o 911 #92, seguido pelo Ford GT #66 e #68. Na classe GTE-AM o primeiro lugar ficou com o Porsche #88 da equipe Dempsey-Proton Racing.