Ford e Ferrari divergem sobre novos regulamentos do Mundial de Endurance

Ford quer unificação com a IMSA. (Foto: Divulgação ACO)

As novas regras para o Mundial de Endurance a partir de 2020, quando estão previstas a adição de protótipos com layout semelhante aos carros GT, tem levantado polêmicas. Muitos acreditam que o novo pacote irá desvirtuar a classe LMP1, deixando de lado a filosofia implementada pela ACO sobre protótipos.

Se os fabricantes buscam uma unificação entre a classe DPi da IMSA, celeiros de fabricantes como GM, Nissan, Mazda e num futuro a Hyundai, o dirigente Francês aposta em algo totalmente novo.

De acordo com informações levantadas pelo site Sportscar365.com, Ford e Ferrari não participaram da última reunião entre fabricantes, após o anúncio dos rumos que a entidade quer dar ao WEC.

Entre os fabricantes apenas Toyota, Aston Martin e McLaren enviaram representantes, Oreca e Onroak Automotive que desenvolvem protótipos, também participaram junto com a fornecedora de motores para a classe LMP2 Gibson.

O diretor de automobilismo da Ford, Mark Rushbrook, confirmou a ausência do construtor americano da reunião. “Ainda estamos seguindo o processo para ver aonde vai”, disse Rushbrook ao Sportscar365.  “Nós estabelecemos quais são os nossos princípios que nos interessam nessa série ou não e estamos acompanhando para ver onde termina.”

Segundo o dirigente a montadora só entraria na classe, se ela fosse em comum com a IMSA. O campeonato americano terá novas regras a partir de 2022. “Nossos princípios são que tem que ser global, significando que o mesmo conjunto de regras existe no WEC e no IMSA, tem que ser acessível e tem que ser relevante”, disse ele.

Segundo o site o sistema de BoP utilizando este ano em Le Mans, onde a Ferrari 488 GTE foi “penalizada” com alterações seguidas, motivou o não comparecimento na reunião.

Em compasso de espera a IMSA espera que os custos, sejam amortizado o máximo possível. O teto orçamentário para a nova geração de protótipos proposto pela ACO e FIA, está entre 30 e 35 milhões de dólares.

“Nada mudou a partir da nossa perspectiva sobre o anúncio em em Le Mans, em que estamos comprometidos em ver este processo”, disse o presidente da IMSA Scott Atherton ao site Sportscar365. “O objetivo agora é estar alinhado nesta plataforma global que está chegando… É um compromisso total de nossa parte para ver isso, e acho que nossa voz é válida.”

A próxima reunião do grupo de estudos está marcada, para o final do mês de agosto. Os regulamentos deverão ser apresentados ao Conselho Mundial de Automobilismo da FIA em dezembro.

DKR Engineering vence na Áustria pelo Le Mans Cup

(Foto: Le Mans Cup)

A equipe DKR Engineering venceu neste sábado, 20, a quarta etapa do Le Mans Cup no circuito de Red Bull Ring na Áustria. Leonard Hoogenboom e Jens Petersen levaram o Norma M30 #3 a segunda vitória do ano e terceiro pódio.

O feito foi conquistado na última volta. Hoogenboom pressionou Colin Noble que liderava, com o Ligier #79 da equipe Ecurie Ecosse / Nielsen. Noble “espremeu” o Norma #30, não dando espaço para realizar a curva sem se tocarem. A direção de prova julgou um toque de corrida, não havendo punição.

Em terceiro lugar o Norma #40 da equipe Graff dos pilotos Adrien Chila e Marc-Antoine Dannielou. Na classe GT3 que contou com seis carros, o primeiro lugar ficou com a Ferrari #8 da Kessel Racing, de Sérgio Pianezzola e Giacomo Piccini. Em segundo lugar, Piergiuseppe Perazzini e Marco Cioci, com a Ferrari #71 da equipe AF Corse. Completando o pódio Christoph Ulrich e Maurizio Mediani com a Ferrari #51 da Spirit of Race.

Ferrari vence na classe GT3. (Foto: Le Mans Cup)

A próxima etapa acontece no dia 22 de setembro em Spa-Francorchamps.

Resultado final Le Mans Cup

Derani comemora 5º lugar na clase GTE-PRO em Le Mans

Brasileiro participou da prova pela quarta vez (Jakob Ebrey)  

O brasileiro Pipo Derani assegurou no último domingo (dia 17) o quinto lugar na categoria LMGTE Pro na disputa das 24 Horas de Le Mans, na França, após uma memorável estreia pela equipe AF Corse Ferrari.

Ao lado de seus companheiros Toni Vilander (Fin) e Antonio Giovinazzi (Ita), na Ferrari 488 GTE Evo de número #52, Derani completou a dura disputa em sexto lugar entre os 17 carros da categoria, que foi a mais competitiva do evento, formada exclusivamente por equipes de fábrica.

Após o encerramento da prova, no entanto, eles subiram para a quinta posição, em virtude da punição a um dos carros que chegou a sua frente.

Depois de um classificatório muito difícil, que os deixou em 15º no grid, Derani e toda a equipe buscaram a recuperação na corrida, evitando incidentes e sem sofrer grandes problemas de confiabilidade com a Ferrari #52.

No entanto, três punições por excesso de velocidade na zona de radar e no pit lane impediram que a equipe de lutasse pelo pódio, mas Derani e seus companheiros conseguiram ser os melhores entre as três Ferrari oficiais da equipe AF Corse.

O brasileiro ficou muito feliz com sua primeira experiência com a Ferrari em sua quarta participação nas 24 Horas de Le Mans e a segunda pela categoria LMGTE Pro, onde ele foi vice-campeão no ano passado.

“Estou realmente feliz por ter completado minha primeira corrida pela Ferarri em Le Mans”, declarou Derani. “Foi uma corrida muito dura. A GTE Pro foi definitivamente a categoria mais competitiva aqui”, continuou o brasileiro de 24 anos.

“Fizemos uma corrida limpa, tirando as punições que nos impediram as chances de pódio, mas acredito que isso aconteceu com muitos carros”, lembrou.

“Largar em 15º e terminar entre os seis primeiros, foi muito bom. Me diverti muito e gostaria de agradecer à Ferrari por essa oportunidade. Sou muito grato e feliz por ter feito parte desta equipe incrível”, completou.

O foco do brasileiro volta-se agora para o IMSA WeatherTech SportsCar Championship, onde Derani defende a equipe Tequila Patrón ESM. A próxima etapa será a lendária 6 Horas de Watkins Glen, no dia 1º de julho, onde Derai estará ao lado de seu companheiro regular na temporada, o norte-americano Johannes van Overbeek, e também do francês Nicolas Lapierre que este ano venceu ao lado deles as 12 Horas de Sebring. No domingo, o piloto também foi o campeão em Le Mans na categoria LMP2.

Confira o resultado da 86a edição das 24 Horas de Le Mans, na categoria LMGTE PRO:

1 GTE Pro #92 Porsche Christensen, Estre, Vanthoor 
2 GTE Pro #91 Porsche Lietz, Bruni, Makowiecki 
3 GTE Pro #68 Ford Hand, Muller, Bourdais 
4 GTE Pro #63 Chevrolet Magnussen, Garcia, Rockenfeller 
5 GTE Pro #52 Ferrari Vilander, Giovinazzi, Derani 
6 GTE Pro #66 Ford Mucke, Pla, Johnson 
7 GTE Pro #51 Ferrari Pier Guidi, Calado, Serra 
8 GTE Pro #95 Aston Sorensen, Thiim, Turner 
9 GTE Pro #71 Ferrari Rigon, Bird, Molina 
10 GTE Pro #93Porsche Pilet, Tandy, Bamber 

Sem adversários, Toyota vence as 24 Horas de Le Mans

Toyota vence sem dificuldades. (Foto: Toyota)

A música que ecoava no circuito de Le Sarthe, durante a volta de apresentação da edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, daria o tom do que a Toyota enfrentaria nas 24 horas seguintes. O tema do filme “2001: Uma odisseia no espaço” do gênio Stanley Kubrick, que de forma lúdica era a música perfeita para a ocasião.

Presente no WEC desde o seu ressurgimento em 2012, a Toyota passou de azarada em 2016, para odiada por muitos torcedores. O motivo? Correu praticamente sozinha, com um regulamento extremamente favorável, tendo como adversária ela mesma.

Resultado final da prova

Desde a saída da Porsche no final de 2017, a pergunta quem sempre permeava as conversas sobre endurance era: Qual será o adversário real da Toyota? A ACO bem que tentou (muitos dizem que não), fez um esforço para atrair fabricantes para a moribunda classe LMP1, prometeu igualdade entre privados e oficiais, mas como ocorreu desde o surgimento dos motores a diesel em 2006, nenhuma equipe privada conseguiu a façanha de vencer um time de fábrica.

Rebellion Racing bem que tentou, mas não chegou perto dos Toyotas. (Foto: Divulgação)

Este ano não foi diferente. Equipes como Rebellion, SMP Racing, Manor e DragonSpeed, embarcaram na aventura de competir na classe LMP1. Todas oriundas de uma LMP2 extremamente competitiva, investiram, desenvolveram carros, esperando a tão sonhada equivalência que para os franceses é resumida em uma sigla, EoT não aconteceu. Para ajudar os times não poderiam ter tempos mais rápidos do que os da Toyota. Foi um jogo de cartas marcadas.

Para ajudar, um destemido Fernando Alonso chegou com a missão de levar o TS050 a vitória. Mesmo sem o espanhol a Toyota teria vencido com folga, muita folga. A participação de Alonso levou o WEC para as primeiras páginas de jornais e sites do mundo todo. Sem vencer nada a F1, e buscando a tríplice coroa do automobilismo, seu papel vai além de dividir o #7 com Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima. Hoje seu papel é de relações públicas da categoria assim como Mark Webber e Patrick Dempsey foram outrora. Para ajudar, Jenson Button teve a imagem massivamente utilizada nas redes sociais do WEC.

“Finalmente, nós ganhamos 24 Horas de Le Mans. Claro que isto é mais um passo para o próximo desafio para que eu gostaria de pedir seu apoio contínuo a partir de agora também muito obrigado. Quero agradecer nossos pilotos, finalmente, em nossa 20º participação completamos 388 voltas, e cerca de 5.300 km. Eu quero dizer isto a todos os fãs que nos apoiaram por um longo tempo, os nossos parceiros e fornecedores que lutaram junto com a gente, e todos os membros da equipe e as pessoas relacionadas à nossa equipe. Eu quero expressar o meu sincero apreço a todos, comemorou Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor Corporation.

Toyota durante toda a prova, sozinha. (Foto: Toyota)

Kazuki Nakajima comemorou: “É ótimo estar aqui, finalmente; Faz muito tempo. Estou quase sem palavras. Eu tive grandes companheiros e Toyota nos deu um carro muito forte. Terminamos a corrida sem qualquer problema em ambos os carros assim que eu sinto que todos nós merecemos ganhar. Vencer esta corrida foi um grande sonho para todos TOYOTA desde 1985. Houve muitas pessoas envolvidas neste projeto, por isso estou orgulhoso de estar aqui para representar todo esse esforço.”

E deu certo. O envolvimento dos fãs, cobertura da mídia foram maiores este ano. Mas faltou um adversário para valer todo o investimento feito pela Toyota. Mesmo superando as adversidades de uma prova de 24 horas, tráfego e o erro humano que sempre pode dar as caras, a corrida – pelo menos na classe principal – não teve emoção. A torcida era por um erro dos #7 e #8, do que uma vitória. Mas não devemos tirar o mérito do trio vencedor.

Principal equipe privada na classe, a Rebellion Racing bem que tentou. André Lotterer conseguiu a proeza de bater na primeira curva de uma prova de 24 horas. O piloto, um dos mais experientes do grid, se precipitou, acreditando que poderia superar pelo menos um dos Toyotas antes da chicane Dunlop. Não conseguiu. O alemão dividiu o Rebellion #1 com Bruno Senna e Neel Jani. O trio acabou na quarta posição, à 12 voltas do carro vencedor.

O carro precisou ser levado aos boxes para reparos e deu início à enorme sucessão de problemas que foram minando as chances do trio. “Tivemos um monte de pepinos, especialmente com relação ao sensor do sistema de embreagem. Fomos perdendo tempo a cada parada e isso complicou nossa corrida”, explicou Bruno Senna.

Porsche domina classes GTE-PRO e AM. (Fotos: Porsche AG)

As possibilidades de subir ao pódio, depois de entregar o carro a Jani na terceira posição em seu último turno de pilotagem depois de travar um longo combate com Menezes. Mas a porta do carro não fechou depois do pit stop e Jani foi obrigado a praticamente parar o carro na pista para resolver o problema, permitindo a ultrapassagem. A partir daí, com a situação agravada nas horas finais com a punição de duas passagens pelos boxes, tudo ficou ainda mais difícil.

O consolo foi estabelecer a volta mais rápida depois das Toyota, que passearam por Le Mans graças a um regulamento que ainda não foi capaz de estabelecer o equilíbrio na principal divisão do WEC – a LMP1. O tempo de Bruno – 3m20s024 -, no entanto, foi três segundos pior que a volta mais veloz  das Toyota, o que comprova o ritmo superior e inalcançável dos carros da marca japonesa.

Em segundo lugar o TS050 #7 de Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria Lopez. O trio liderou boa parte da prova, e como era esperado, cedeu a posição para o carro #8. Faltando pouco mais de uma hora para o término da corrida, enfrentou problemas elétricos. A diferença confortável para o Rebellion #3 de Thomas Laurent, Mathias Beche e Gustavo Menezes, possibilitou retornar a pista ainda em segundo.

Dos 10 carros inscritos na classe, apenas 5 completaram a prova. O último foi o Ginetta #5 da equipe CEFC TRSM Racing. Os dois carros da SMP Racing que demonstraram um ritmo forte, ficam pelo caminho. Mesmo destino teve o Ginetta #6, o ByKolles #4, primeiro a quebrar e o BR Engineering da Dragon Speed, que foi acertado ainda na primeira curva por Lotterer.

A G-Drive Racing venceu com sobras na classe LMP2. Roman Rusinov, Andrea Pizzitola e Jean-Eric Vergne, terminaram a prova com uma diferença de duas voltas para o Alpine #36 de Nicolas Lapierre, André Negrão e Pierre Thiriet. Em terceiro o Oreca #39 da Graff-SO24 de Vincent Capillaire, Jonathan Hirschi Tristan Gommendy. Os quatro primeiros utilizaram protótipos Oreca. Em nenhum momento as equipes que utilizaram equipamentos Ligier e Dallara, tiveram reais condições de lutar pela vitória. O quarto lugar ficou com o Ligier #32 da United Autosports de Hugo de Sadeller, Will Owen e Juan Pablo Montoya que conseguiu bater o LMP. Felizmente foram danos de fácil reparo. Dos 20 inscritos na classe, 14 terminaram a prova.

Russos da G-Drive não encontram adversários na classe LMP2. (Foto: G-Drive)

A classe GTE-PRO poderia ser a principal do Mundial de Endurance. Com 5 fabricantes inscritos, a disputa foi intensa. Largando na pole, a Porsche não sofreu com os 10 quilos extras que ganhou após o treino classificatório, vencendo com o #92 de Michael Christensen Kevin Estre e Laurens Vanthoor. A decoração rosa do 911, em alusão ao Porsche 917 dos anos 70 foi um dos destaques da prova. A liderança veio na quarta hora de prova, quando Estre adiantou sua parada nos boxes, em seguida o carro de segurança entrou na pista. A partir deste ponto coube administrar.

Em segundo o Porsche #91 de Richard Lietz, Gianmaria Bruni e Fréderic Makowiecki, também com cores alusivas aos modelos de rally da marca nos anos 80. Curiosamente esta é a segunda vitória de uma nova geração do 911 em sua estreia em Sarthe. A primeira foi em 2013.  Visivelmente mais lento o #91 segurou o Ford #68 do trio formado por Joey Hand, Dirk Muller e Sébastien Bourdais. Os dois carros chegaram a correr lado a lado, quando Bourdais tentou surpreender Makowieck na primeira chicane da reta Mulsanne. Não obteve êxito. Em quarto o Ford #67 de Andy Priaulx, Harry, Tincknell e Tony Kanaan. Fechando os cinco primeiros, o Corvette #63 de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Mike Rockenfeller. O outro Corvette abandonou faltando 4 horas para o término da prova com problemas na suspensão. A Ferrari #52 da AF Corse dos pilotos Toni Vilander, Antonio Giovanazzi e Pipo Derani, ficaram com o sexto lugar. o Ford #66 ficou na sétima posição.

Aston Martin e BMW estrearam carros novos em Sarthe. Enquanto os alemães conseguiram alguma coisa, os ingleses lutaram com os carros da classe AM. (Fotos: Divulgação)

O presidente da BMW Motorsports, Jens Marquardt, destacou os problemas e enalteceu o trabalho de toda a equipe: “Apesar de infelizmente não estar refletido em nosso resultado, o resumo da corrida do BMW M8 GTE em Le Mans é realmente positivo. Antes da corrida, não sabíamos realmente onde estávamos em termos de desempenho. Vimos agora que temos o ritmo necessário para competir na frente do grupo. Isso é exatamente o que pretendemos. Queríamos demonstrar o grande potencial do nosso carro e conseguimos isso. O fato de que os problemas técnicos e um acidente nos negaram um bom resultado é obviamente decepcionante para a equipe e os pilotos. No entanto, podemos definitivamente voltar a Munique com as nossas cabeças erguidas. Um destaque foi definitivamente o lançamento do novo BMW 8 Series Coupe em Le Mans. Essa foi uma forte evidência de quão importante é o automobilismo para a BMW.”

O Aston Martin Vantage “evo” não fez uma boa corrida. Em vários momentos os dois carros tiveram disputas diretas, com os primeiros colocados da classe GTE-AM. O #95 terminou na nona colocação, enquanto o #97 em 13º. A BMW com os novos M8 também começaram atrás do grid e foram galgando posições. O #81 que chegou a disputar a liderança, teve problemas com o amortecedor dianteiro direito. Já o #82 abandonou quando bateu nas curvas Porsche.

Dr. Wolfgang Porsche, presidente do Conselho da montadora comemora a dobradinha: “Um fim de semana absolutamente perfeita para Porsche. Você não pode desejar mais do que isso em nosso ano de aniversário. É impossível planejar tal coisa, mas quando isso acontece é uma sensação indescritível. Parabéns aos pilotos, as equipes e todos os funcionários que fizeram este sucesso possível. Isso me deixa muito orgulhoso.” 

A Porsche também venceu na classe AM. O 911 #77 de Matt Campbell, Christian Ried e Julien Adlauer da equipe Dempsey-Proton Racing não enfrentou adversários, após assumir a liderança na terceira hora de prova. Esta foi a primeira vitória do 911 desde 2010. A Ferrari #54 da Spirit of Racing ficou com a segunda posição. A também Ferrari da Keating Motorsports completou o pódio. O Aston Martin #98 que venceram em SPA e lideravam o campeonato, viram a vantagem ir por terra, após Paul Dalla Lana bater nas curvas Porsche, na sétima hora de prova.

Transmissão da corrida no Brasil

Os fãs tiveram que buscar meios alternativos, para acompanhar Le Mans, já que o Fox Sports, detentor dos direitos da corrida no Brasil, sequer transmitiram a largada. Vários streamings estiveram disponíveis, tanto no Youtube, quanto Facebook. O pessoal da página Race4funtv, que transmitem costumeiramente a provas da NASCAR, foram os responsáveis por salvar os torcedores, órfãos de uma cobertura de qualidade.

A equipe comandada por Rodrigo Munhoz soube conduzir a transmissão sem erros, dando voz para os participantes do chat, sanando dúvidas e esclarecendo questões sobre o automobilismo nacional, em especial o gaúcho e também o virtual. Já os portais de notícias especializados, trouxeram pouca variedade sobre a corrida e o WEC, algo comum em um ambiente onde o conhecimento parece ser restrito somente a Fórmula 1.

Este ano com a participação de Alonso na prova, o número de postagens teve um aumento, porém só falando de assuntos correlacionados a F1. Poucas postagens sobre o que é o BoP, EoT, novos regulamentos e participação de vários pilotos, não somente nossos representantes. Alguns jornalistas chegaram a comparar a vitória ou melhor o “feito” de Alonso (como se ele tivesse pilotado sozinho as 24 horas) a vitória de Nick Hulkenbeg em 2015 com a Porsche. Azarão na época o #19 não era o candidato à vitória, mas conseguiu sobreviver. Vale lembrar que naquele ano, Audi e Toyota estavam na classe LMP1, e não correndo praticamente sozinhos como os japoneses este ano.

Enaltecer Alonso, deixando seus companheiros de equipe em um papel secundário, mostra que a editoria de automobilismo precisa e muito se especializar e principalmente, fazer pesquisas, ler, sem ligar tudo a F1.

Após treino classificatório, Porsche e Ford correm mais pesados em Le Mans

Porsche que faz a pole nas classes PRO e AM, corre com 10kg a mais. (Foto: Porsche AG)

O bom desempenho da Porsche e Ford, no treino classificatório para as 24 Horas de Le Mans nesta quinta-feira, 14, teve um preço. Os dois fabricantes irão estar mais lentos, visto a última atualização do BoP, divulgada nesta sexta-feira, 15.

Pole na classe GTE-PRO, o Porsche 911 terá um aumento de 10kg. Já o Ford GT terá 8kg a mais. Corvette, BMW e Aston Martin tiveram redução: 5kg para o modelo americano e 5kg para o alemão e inglês.

Quem se beneficia com essas mudanças, é a Aston Martin e BMW que ficaram nas últimas posições da classe. A Ferrari 488 GTE EVO é o único carro que vai competir com o mesmo peso da qualificação. O modelo italiano ganhou 1kg de alocação de combustível.

A aumento de peso também foi empregada na classe GTE-AM. A Porsche que também marcou a pole na classe, verá seus carros 10kg mais pesados. A versão antiga do Aston Martin Vantage corre, com 10kg a menos. Ferrari 488 GTE não sofreu alterações.

Pipo Derani preparado para sua estreia na Ferrari em Le Mans

Derani vai pilotar a Ferrari #52. (Foto: Divulgação Twitter)

O brasileiro Pipo Derani faz neste final de semana (dias 16 e 17) sua estreia pela equipe de fábrica da Ferrari, na categoria LMGTE Pro, na disputa da lendária 24 Horas de Le Mans, na França. Ao lado do finlandês Toni Vilander e do italiano Antonio Giovinazzi, Derani irá pilotar a Ferrari 488 GTE Evo de número 52 da equipe AF Corse.

Após alguns testes em Monza (Ita), no mês passado, e depois de completar algumas voltas no treino oficial em Le Mans, há alguns dias, Derani quer aproveitar muito a oportunidade de correr pela renomada marca do Cavalinho Rampante.

Derani será um dos poucos pilotos brasileiros a representar a Ferrari, uma das mais famosas e prestigiadas marcas do automobilismo mundial, numa disputa como esta.

“Le Mans é sempre especial, com certeza, mas vir aqui pela minha quarta vez e fazer parte da equipe oficial da Ferrari é realmente incrível e emocionante”, declarou Derani.

“O time tem sido maravilhoso comigo e me sinto totalmente integrado após os testes que fizemos. O Toni e o Antonio são grandes companheiros e juntos acredito que formamos uma ótima equipe”, continuou o brasileiro de 24 anos.

“Uma das coisas que aprendi em Le Mans é que é impossível fazer previsões. São muitas variáveis e algumas estão fora do nosso controle”, lembrou.

“Então, temos de estar concentrados e organizados para estar aqui. A equipe AF Corse Ferrari tem muita experiência em Le Mans e com o histórico da Ferrari aqui, eu só quero aproveitar cada momento, cada volta”, completou Derani.

O piloto tem um ótimo retrospecto em Le Mans. Em 2015, em sua estreia, ele foi o quarto na categoria LMP2. No ano passado, brilhou na conquista do vice-campeonato na LMGTE Pro.

G-Drive vence em Monza pelo ELMS

Vitória ficou com a equipe G-Drive. (Foto: ELMS)

A equipe G-Drive Racing venceu neste domingo, 13, a segunda etapa do European Le Mans Series, no circuito de Monza na Itália. Jean-Eric Vergne, Andrea Pizzitola e Roman Rusinov repetiram o feito, conquistado na abertura do Mundial de Endurance em SPA.

Com uma diferença de mais de 29 segundos, o Oreca 07 da equipe Russa, realizou uma prova sem grandes problemas. Na segunda posição o Oreca #33 da TDS Racing. Fechando o pódio o Oreca #28 da IDEC Sport. As primeiras sete posições na classe LMP2 foram ocupadas por protótipos Oreca.

Resultado final

A equipe DragonSeed viu suas chances de vitória irem por terra, depois de receber um drive-through, por bater em um dos protótipos da classe LMP3. O #21 que tem entre seus pilotos Nicolas Lapierre, terminou na quarta colocação. O melhor protótipo Ligier chegou na oitava colocação, sendo o #23 da equipe Panis Barthez Competition. Com uma condução impecável e estreando na série, o brasileiro Felipe Nasr, conquistou o nono lugar com o melhor protótipo Dallara na competição, o #47 da equipe Villorba Corse.

Com vários incidentes, o carro de segurança foi utilizado diversas vezes. O acidente mais grave foi com o Oreca #39 da equipe Graff, que acabou perdendo o controle na curva Lesmo. O segundo carro da equipe G-Drive o Oreca #40 também acabou saindo na chicane Ascari, faltando uma hora para o término da prova. O Ligier JS P3 #9 da AT Racing e o Norma #18 da M.Racing também abandonaram depois de se tocarem na segunda curva de Lesmo.

Ligier vence na classe LMP3. Ferrari fatura vitória na GTE. (Fotos: ELMS)

Na classe LMP3 a vitória ficou com o Ligier #11 da equipe Eurointernational de Kay van Berlo e Girgio Mondini. A dupla herdou a primeira posição quando John Falb acabou batendo no Liger LMP2 da equipe IDEC Sport. Falb e Sean Rayhall perderam a chance de vencer na classe.

A vitória não foi fácil para o Liger #11, já que Berlo teve que aguentar a pressão de Martin Hippe no Ligier #13 da Inter Europol Competition. A sorte de Hippe foi por terra. Faltando duas voltas para o final o protótipo ficou sem combustível. Na segunda posição o #6 da equipe 360 Racing de Ross Kaiser e Terence Woodward. Fechando o pódio o #3 da United Autosports.

O desempenho dominante do Norma M30 durante o prova da Le Mans Cup, contrasta com o resultado na ELMS. Na corrida de duas horas o vencedor, o #3 da DRK Engineering, venceu marcando como melhor volta o tempo de 1:46.782. Já na prova deste domingo, o melhor Norma chegou apenas na sétima colocação, marcando 1:47.651. Lembrando que as duas provas foram realizadas sem intempéries climáticas.  

Em uma prova dominante, a Ferrari #55 da Spirit of Racing de Duncan Cameron, Matt Griffin e Aaron Scott venceu, com uma vantagem de mais de um minuto para o Porsche #77 da Proton Competition. O também Porsche da Ebimotors, completou o pódio na terceira posição.

Com ajuda do Toyota #7, Fernando Alonso estreia no Mundial de Endurance com vitória em SPA

Pilotos do Toyota #8 não encontraram dificuldades em vencer. (Foto: FIAWEC)

A prova inaugural da super-temporada do Mundial de Endurance começou, com um resultado mais do que esperado. O Toyota #8 pilotado por Fernando Alonso, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima, não teve problemas para vencer as 6 Horas de SPA.

Não que o trio não encontrou adversários competentes, mas a vitória do carro #8 era previsível. Alonso é a estrela do certame, e a Toyota tem a obrigação de vencer Le Mans e de quebra o campeonato. Se as regras, beneficiam e muito o único time oficial do WEC, nada mais justo que o piloto midiático chegar em primeiro.

Resultado final da prova

Rebellion foi a melhor equipe privada. (Foto: Divulgação)

Mas este primeiro, veio da forma um tanto quanto controversa. Se a punição do carro #7 foi justa por irregularidades, durante o treino classificatório, a pressão que Mike Conway exerceu sobre Alonso nas últimas voltas da corrida, deixou claro que o espanhol seria superado com uma facilidade absurda, ou na pior das hipóteses, lutado para se manter à frente. As voltas voadoras de Conway, pararam de uma forma abrupta, sem explicação, não combinou com o belo papel de Kamui Kobayashi e José María López, que tiveram que literalmente tirar tudo do carro para chegar apenas em segundo. De acordo com a equipe, o TS050 #7 estava com superaquecimento na caixa de câmbio.

G-Drive vence na classe LMP2. (Foto: Divulgação)

Se a ACO e a FIA abrirem esta jurisprudência a lá Ferrari na F1, o WEC corre o sério risco de perder o que a “principal” categoria, não sabe o que é faz tempo, esportividade. No segundo pelotão da classe LMP1, uma intensa briga entre as equipes Rebellion Racing e SMP Racing. Oreca e a BR Engineering mostraram que não se precisa de um grande fabricante para propiciar um ótimo espetáculo. Nome não ganha corrida, boa pilotagem sim.

A diferença de duas voltas para os demais privados, deixou claro que o EoT,  ou balanço de performance da classe não surtiu o efeito desejado, e nada deve mudar para Le Mans. Sem erros, a Toyota vence, provavelmente com uma senhora vantagem para as demais equipes, desde que complete a prova.

Na terceira posição o Rebellion #1 de Neel Jani, André Lotterer e Bruno Senna. O SMP #17 travou uma bela briga com o Rebellion, porém acabou batendo nas voltas finais, dando ao #3 da equipe suíça o terceiro lugar com Mathias Beche, Gustavo Menezes e Thomas Laurent. Participaram da classe 7 protótipos. Os Ginettas da equipe Manor sequer largam. O motivo foi a ausência do pagamento da principal patrocinadora da equipe, a Talent Racing Sports (TRS). Durante os treinos livres, os dois protótipos deram poucas voltas. A participação em Le Mans é uma incógnita.

Ford vence na classe GTE-PRO, mas perde o #67. (Fotos: Divulgação e reprodução Youtube)

A Ginetta, por sua vez, afirmou que a situação é “um problema de fluxo de caixa de curto prazo” e que “os principais fundos serão pagos antes de Le Mans”.

“Chegamos a uma situação em que uma equipe sediada no Reino Unido com excelente habilidade, além de um par de carros na classe LMP1, não podem correr simplesmente devido aos fundos não que possuem”, disse o presidente da Ginetta, Lawrence Tomlinson.

Na classe LMP2 a G-Drive voltou a vencer com Jean-Eric Vergne, Roman Rusinov e Andrea Pizzitola. Mesmo perdendo a liderança para o Dallara do Team Nederland, Vergne conseguiu recuperar a liderança. A diferença para o Oreca #38 da DC Racing foi de 21,744 segundos. Em terceiro o Alpine #36 da equipe Signatech, no qual corre o brasileiro André Negrão.

Estreando na classe GTE-PRO, BMW M8 e Vantage não apresentaram uma boa performance. (Foto: BMW Motorsports)

A Ford viveu extremos em SPA. Se a vitória do #66 dos pilotos Sebastien Muecke, Olivier Plas e Billy Johnson, foi comemorada, o acidente envolvendo o #67 trouxe apreensão para todos no circuito. Ainda nas primeiras horas, Harry Tincknell perdeu o controle na Eau Rouge, destruindo completamente o carro. Tincknell não sofreu nenhum tipo de escoriação, não passando de um susto.

Aston Martin vence na GTE-AM. (Foto: Divulgação AMR)

O Porsche #91 pilotado por Richard Lietz liderava, quando foi surpreendido por Pla na curva Raidillon, faltando 45 minutos para o término da prova. No final a diferença dos dois foi de 13,931 segundos. Em segundo o Porsche #92 de Michael Christensen e Kevin Estre, que também superaram o Porsche #91. Na terceira posição a Ferrari #71 de Davide Rigon e San Bird.

Pedro Lamy com uma pilotagem impecável, levou o Aston Martin #98 à vitória na classe GTE-AM. Sendo pressionado por Euan Alers-Hankey, o português venceu com uma diferença de 0,221 segundos para o Aston #90. A Ferrari #61 da equipe Clearwater completou o pódio.

Pipo Derani é confirmado pela equipe AF Corse para as 24 Horas de Le Mans

(Foto: Divulgação)

O brasileiro Pipo Derani foi escolhido pela Ferrari para fazer parte de sua equipe oficial que contará com três carros na edição de 2018 das 24 Horas de Le Mans.

O jovem piloto, que venceu pela segunda vez as 12 Horas de Sebring no mês passado, estará ao lado de Toni Vilander e Antonio Giovinazzi no novo #52 Ferrari 488 GTE para brigar pela vitória na super competitiva categoria LMGTE Pro.

Para Derani, o convite marca a realização de um sonho que ele sempre teve em sua carreira, de um dia competir pela famosa e mundialmente conhecida montadora italiana.

O dia chegou e o brasileiro está honrado e feliz em poder representa-los na maior e mais celebrada corrida do mundo. “Estou muito feliz em fazer parte da equipe AF Corse Ferrari em Le Mans em junho”, disse Derani.

“É um dia especial em minha carreira, porque desde que eu era criança pilotar pela Ferrari era um sonho. A Ferrari é um dos nomes mais importantes do automobilismo. Meu pai é um grande fã da marca, então é um dia de muito orgulho”, continuou o piloto.

“Vou dar o meu melhor para a equipe nesta prova e não vejo a hora de trabalhar com um time tão profissional e dedicado. Eu só tenho a agradecê-los por essa oportunidade fantástica”, completou Derani.

O brasileiro vai conhecer o novo Ferrari 488 GTE nos próximos meses, antes dos testes oficiais para a lendária corrida.

As 24 Horas de Le Mans, onde Derani já terminou em segundo na categoria LMGTE Pro na temporada passada, será realizada no dia 16 de junho, com três carros da AF Corse Ferrari brigando pelo título contra Chevrolet, Ford, Aston Martin, Porsche e BMW em uma das disputas que promete ser a mais acirrada na recente história da categoria GT.

Despedida da Porsche e vitória da Toyota marcam as 6 Horas do Bahrein

Toyota não deu chances para a Porsche. (Foto: FIAWEC)

A última etapa do Mundial de Endurance que foi realizada na tarde deste sábado, 18, no Bahrein foi “histórica” como a maioria dos especialistas sobre o assunto no Brasil, gostam de potencializar seus textos e argumentos, muitas vezes sem tanta relevância assim. Maior que a convincente vitória da Toyota, foi ver o Porsche 919 Hybrid dando suas últimas voltas. Ele ainda não se aposentou. Neste domingo,19, o modelo vai rivalizar com a Toyota pela última vez. Não terá o mesmo brilho, mas não deixa de ser uma despedida sem a pressão de uma prova de seis horas.

Classificação final.

Com uma nova concepção nos próximos dois anos, o Mundial de Endurance tenta se reinventar sem sua principal equipe na classe LMP1. Muito se falou sobre o fim da série, a falta de emoção. A Toyota correndo praticamente sozinha, os desafios para as demais equipes, será a luta pelo segundo lugar. De acordo com a ACO no próximo campeonato que se estende até 2019, a paridade entre privados e oficiais será menor. Alguns até desejam que a Toyota desista e a classe fique somente com os privados, algo mais purista. A expectativa é de quase 10 carros na P1, número considerável frente aos quatro que competiram durante todo o ano. Privados ou não, o WEC não vai acabar.

Ainda em 2017, a vitória da Toyota foi inquestionável. Sebastien Buemi foi o responsável por levar o TS050 #8 até a linha de chegada. Na segunda posição o Porsche #2. Coube a Timo Bernhard, levar o icônico carro até os boxes. A vitória poderia ter sido do time alemão. Com 15 minutos de prova, Bernhard acabou derrubando um dos postes que delimita a pista, tendo que fazer reparos nos boxes.Largando na Pole o Porsche #1 perdeu a liderança para o #8 ainda na primeira hora, após toque entre Nick Tandy e o Porsche #86 da equipe Gulf que compete na classe GTE-AM. Com os dois protótipos em desvantagem, a estratégia da Porsche foi fazer stints mais longos com os pneus. André Lotterer conseguiu terminar a prova em terceiro com o #1, 46 segundos atrás do Porsche #2.

Mesmo em condições normais, a prova foi totalmente dominada pela Toyota. Buemi dividiu o #8 com Anthony Davidson e Kazuki Nakajima. O trio faturou a quinta vitória na temporada. Mesmo com o maior número de vitórias, o título de construtores ficou com a Porsche, por conta do resultado em Le Mans. O Toyota #7 terminou na quarta colocação, três voltas atrás do líder, após um toque de Kamui Kobayshi com o Porsche #92 de Michael Christensen. Nesta altura o #92 era líder da classe GTE-PRO.

Fritz Enzinger vice-presidente do programa LMP1 da Porsche: “Hoje uma época de muito sucesso chega ao fim e este é o momento certo para dizer obrigado. Acima de tudo eu quero agradecer ao conselho da Porsche que teve a fé para me dar ao projeto, apoiado me muito me dando a sensação de que eu era a escolha certa. Pessoalmente, eu só foi convencido sobre isso quando tomamos a nossa primeira vitória em São Paulo em 2014. Obrigado a todos os nossos pilotos que tomaram todas as chances e entregaram o mais alto desempenho. Foram 17 vitórias em 34 corridas. Graças a todos na equipe pelo seu trabalho incansável e euforia pelo projeto. Não havia nada que eu gostava mais do que ver o instinto de vencer em seus olhos em dias de corrida! Hoje também é o momento certo para pagar a minha gratidão ao nosso chefe da equipe, Andreas Seidl: Nos últimos dois anos, Andreas fez um duplo papel como chefe de equipe e Diretor Técnico de uma forma superior com o primeiro 919 que foi desenvolvido sob a sua orientação. E finalmente: É ótimo que uma empresa como a Porsche exista. Se eu tivesse que resumir os seis anos que estou com a Porsche em uma frase seria: eu estava autorizado a viver o meu sonho. Obrigado para o projeto e obrigado e pela liberdade”.

Desde 2014 foram três títulos de pilotos e três de construtores, além de três vitórias em Le Mans. Porsche sai por cima. (Foto: Porsche AG).

Após o término da corrida o presidente da Toyota Akio Toyoda, divulgou uma longa nota sobre a temporada 2017 e a despedida da Porsche no WEC:

“Eu gostaria de expressar minha profunda gratidão a todos aqueles que apoiaram TOYOTA GAZOO Racing no Campeonato Mundial de Endurance nesta temporada. Indo para Le Mans para estar juntos com a nossa equipe na nossa luta lá em junho deste ano resultou em uma experiência pessoal e realmente frustrante. E estou ciente de que nosso desempenho na corrida que trouxe frustração para os nossos fãs, também. Outras corridas vieram, e em meio a tudo isso, nós aprendemos e sentimos com a retirada planejada do Porsche do WEC. Depois do ano passado em Le Mans, Porsche nos reconheceu como um rival. Ao debaterem-se com tais rivais como Porsche, eu acho que nós fomos capazes de aumentar a nossa capacidade técnica, tornando-nos mais rápidos e mais fortes. Como nós fomos contra Porsche, todos os nossos membros da equipe, incluindo eu, tive o mesmo pensamento em nossos corações: “nós odiamos perder”. Mas, na raiz do que, eram sentimentos que nutria de respeito e gratidão para com o nosso rival. O que eu pensei de novo seguindo as nossas últimas três corridas contra a Porsche, começando com a rodada Fuji, era o que eu queria competir em uma corrida que faria Porsche rivalizar TOYOTA novamente. Essa é uma das razões pelas quais nos aproximamos Fuji, Xangai e, em seguida, Bahrain determinados a vencer, e, desta vez, fomos capazes de fazer exatamente isso. Foi na corrida anterior, em Xangai que a Porsche seria campeão deste ano. Para Porsche, por favor, deixo, as minhas felicitações. Embora nós experimentamos a nossa quota de pesar este ano, se esta última corrida deixa a sensação de que a Porsche gostaria de competir com a TOYOTA mais uma vez, nossa equipe seria capaz de terminar a temporada com um pouco de orgulho. Para todos aqueles a Porsche, por todos os meios, um dia, em alguma estrada, por favor deixe-nos competir com vocês novamente. Para esse dia, a Toyota GAZOO Racing irá continuar a sua tomada de carros cada vez melhores. Para os pilotos, engenheiros, mecânicos, parceiros da Toyota GAZOO Racing e todos os envolvidos no WEC, vamos continuar a fazer o nosso melhor juntos! A todos os fãs que apoiaram a TOYOTA nesta temporada, eu mais uma vez expressar a minha gratidão. Para o futuro dos automóveis, e para os sorrisos nos rostos dos nossos clientes, vamos continuar a repetidamente enfrentar desafios e tentar o nosso melhor. Estamos ansiosos em continuar recebendo seu apoio. ”

Vitória de Bruno Senna e título na LMP2

Senna e Piquet novamente no pódio. (Foto: Divulgação)

Bruno Senna, Julien Canal e Nicolas Prost venceram na classe LMP2 e conquistaram o título de pilotos. A Rebellion Racing que trocou a finada classe LMP1 privada em 2017, arriscaram e terminaram com o título. A diferença de 40 segundos para o Oreca da Jackie Chang DC Racing #38, adversários diretos pelo título. A diferença entre eles e o Rebellion #31 era de apenas 4 pontos.

O britânico Oliver Jarvis e o francês Thomas Laurent com o #38, dependiam somente das próprias forças para chegar ao título. No entanto, apenas a vitória os levaria a descontar a desvantagem de quatro pontos em relação ao time de Senna. E eles em vários momentos estiveram à frente, ameaçando o sonho do brasileiro e seus parceiros, que largaram em segundo – logo atrás dos rivais e dos poles André Negrão, Nicolas Lapierre e Gustavo Menezes.

Para aumentar ainda mais a carga emocional, uma pane na direção quase derrubou Senna. “Foi muito louco. Perdi o power steering e o carro ficou extremamente pesado de dirigir. Precisei resetar o volante para ver se ele voltava a funcionar direito e deu certo. Foi muito tenso, mas felizmente incrível. Estou sem palavras. Foram quatro vitórias nas últimas cinco corridas. Mal dá para acreditar”, comemorou Bruno, recebido no pit lane por Canal e Prost depois de cruzar a linha de chegada 10 segundos antes de Jarvis. Prost, ausente da corrida em Nurburgring por conflito de datas com a rodada da Fórmula E nos Estados Unidos, não pôde festejar o título, mas seu trabalho foi exaltado por Bruno. “Ele perdeu uma prova, mas de resto fez tudo o que pôde para nos ajudar”, agradeceu.

Bruno é o segundo brasileiro a vencer no Mundial de Endurance – o primeiro foi Raul Boesel, pela Jaguar, em 1987. E o final de semana no circuito de Sakhir foi particularmente iluminado para os nomes mais ilustres da história do automobilismo brasileiro. Na véspera, Pietro Fiittipaldi – neto de Emerson Fittipaldi – assegurou a conquista da World Series, enquanto hoje Nelsinho Piquet subiu ao pódio da LMP2 com o 3º lugar ao lado de Mathias Beche e David Heinemeier Hansson.

Foi a recompensa por um campeonato marcado pela incrível recuperação da tripulação do Oreca 07-Gibson da Rebellion Racing. Os três chegaram a ficar 46 pontos atrás do carro 38 da equipe de propriedade do astro chinês de filmes de ação Jackie Chan, que abriu grande frente na classificação por conta da vitória e da pontuação dobrada nas 24 Horas de Le Mans. A reação veio a partir da segunda metade do ano, quando Bruno, Canal e Prost ganharam no México, no Japão e na China antes de fecharem o calendário com chave de ouro no Bahrein.

Nelsinho Piquet que também compete pela Rebellion Racing, ao lado de David Heinemeier-Hansson e Mathias Beche terminou na terceira posição. Depois de um treino de classificação difícil, a tripulação do carro #13, formada também pelo dinamarquês David Heinemeier-Hansson e o suíço Mathias Beche, conseguiu boa recuperação e chegou a ocupar o segundo lugar. No entanto, devido a problemas de pneus, o trio acabou caindo para terceiro.

“Gostaríamos de ter terminado a temporada com a vitória, é claro, mas tivemos uma boa estratégia e conquistamos mais um pódio. No fim da prova tivemos dificuldades com os pneus e nas últimas duas horas o carro ficou difícil de pilotar. Fizemos o possível para terminar na terceira posição”. Comentou.

Agora, Nelsinho volta novamente suas atenções para a quarta temporada da FIA Fórmula E. Primeiro campeão mundial da categoria de carros elétricos, Piquet Jr. fará sua estreia pela equipe Jaguar na rodada dupla de Hong Kong, dias 2 e 3 de dezembro. André Negrão terminou na quarta posição com o Alpine #36.

Vitória e título para a Ferrari na classe GTE-PRO

Ferrari termina temporada com título e dobradinha na classe GTE-AM. (Foto: FIAWEC)

James Calado e Alessandro Pier Guidi chegaram em segundo na classe GTE-PRO e de quebra, levaram para casa o título de pilotos para a Ferrari. Com dois pontos de vantagem antes da etapa do Bahrein, a dupla teve uma boa luta com Porsche e Ford durante toda a prova.

No início da prova a liderança ficou com a Ferrari #71 de Sam Bird e Davide Rigon. Harry Tincknell e Andy Priaulx com o Ford #67 foram os maiores adversários. Na terceira hora, Pier Guidi levou a Ferrari #51 ao terceiro lugar antes da direção de prova aplicar uma bandeira amarela em todo o circuito.

A sorte mudou após o toque da Toyota com o Porsche #92 que liderava a classe. Após ver Priaulx escapar em uma das curvas, Pier Guidi conseguiu se manter na liderança, entregando o carro para James Calado completar a corrida na segunda posição. A vitória ficou com Sam Bird e Davide Rigon.

Aston Martin vence na GTE-AM

Aston Martin se despede do Vantage GTE com título e vitória na classe GTE-AM. (Foto: Divulgação)

Paul Dalla Lana, Pedro Lamy e Mathias Lauda conquistaram um título de pilotos na classe GTE-AM. A vitória foi com quase uma volta de vantagem para a Ferrari 61 da Clearwater Racing. Na largada Lauda caiu para a quarta posição. Com uma pilotagem agressiva, conseguiu recuperar as posições, entregando para Dalla Lana, que já liderava na terceira hora.

A prova marcou a última participação do Aston Martin Vantage GTE. Carro iniciou sua trajetória em 2012, na primeira temporada do Mundial de Endurance. Venceu duas vezes as 24 horas de Le Mans e dois pódios nos últimos cinco anos. No total foram 36 vitórias nas duas classes. Na terceira posição a Ferrari #54 da Spirit of Race.