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Endurance tratado a sério!

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Uma das grande novidades presentes este ano na F1 sem dúvida é a Asa-móvel. Recurso aerodinâmico que deixa o carro mais rápido por conta da pouca resistência de ar. O piloto por meio de um botão no volante precisa estar a menos de 1 segundo do seu adversário (neste caso ele tem que estar querendo a posição) e ter apenas uma chance já que só pode usar tal artifício uma única vez por volta.

O que foi visto como revolucionário e mais uma esperança para deixar a F1 mais empolgante já foi testado em Le Mans a muito tempo atrás.

O circuito de Sarthe em comparação a todos os circuitos presentes na F1 ( apenas Monza tem longas retas) é um traçado de alta velocidade. Se hoje os protótipos passam fácil dos 340 km/h com a infinidade de chicanes e curvas no final dos anos 60 a coisa era mais séria e 400 km/h era o limite. Em um tempo aonde freios e aeras de escape e até a própria segurança dos carros era fraca as equipes já desenvolviam soluções para ganhar alguns segundos por volta e aproveitar o vácuo na grande reta de Mulsane.

Mercedes SLR 300 – 1955

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Em 55 a Mercedes tinha dificuldades com seu sistema de freios que era menos eficiente do que os que equipavam a Jaguar. Para tentar superar o adversário e com a ajuda do lendário Stirling Moss desenvolveu um “freio aerodinâmico” que era acionado por um cilindro hidráulico controlado pelo piloto. Assim o carro conseguia altas velocidades nos trechos de reta e quando pegava curvas acentuada melhorando a aderência das rodas traseiras. Assim nasceu a Asa Móvel

2f Chaparral – 1967

1967 24 HEURES DU MANS #8 Chaparral (Chaparral Cars Inc) Bob Johnson (USA) - Bruce Jennings (USA)   resAB

A asa traseira que pode ser controlada em ambos os lados também era passível de controle pelo piloto. O mecanismo neste caso era feito por um pedal. Em linha reta a asa “descia” para ganhar velocidade e em curvas e  trechos travados ela “subia” O piloto Phil Hill aproveitou o evento na mítica NurburgringOnde os outros decolavam no solavancos, levamos apenas pequenos saltos”.

Porsche 917 – 1969

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No caso do Porsche que é considerado o carro “mostro” de Le Mans o sistema era controlado pelos movimentos da suspensão e não por ação do piloto. Assim o carro tinha um melhor equilibro em altas velocidades. Tanta potencia em uma época aonde segurança não era prioridade o piloto John Woolfe perdeu o controle do seu Porsche na curva Maison Blanche. Assim no final de 69 o sistema foi proibido e um aerofólio convencional foi utilizado.

Para quem sempre considerou a F1 como o ápice da alta tecnologia é melhor rever seus conceitos.

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