Última etapa do WEC no Bahrein e teste com a Toyota, são os novos desafios de Pipo Derani

(Foto: Divulgação)

O brasileiro Pipo Derani, de 23 anos, está pronto para fechar com chave de ouro sua temporada de maior sucesso na carreira. Depois de se tornar o primeiro piloto a vencer as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring no geral em sua estreia, o brasileiro mostrou excelentes performances durante seu segundo ano no FIA WEC (Campeonato Mundial de Endurance).

Neste sábado (19), Derani disputa a nona e última etapa da temporada 2016 e fará no dia seguinte às 6 Horas do Bahrein sua estreia na pilotagem de um carro da LMP1, depois de ter sido escolhido pelo FIA WEC e seus organizadores como um dos estreantes mais talentosos. No domingo (20), o brasileiro vai testar o Toyota TS 050 HYBRID, que venceu recentemente as 6 Horas de Fuji, no Japão.

Na última quinta-feira (10), o piloto viajou para a Colônia, na Alemanha, onde esteve na sede da Toyota Motorsport GmbH para encontrar a equipe, fazer o seu banco e se familiarizar com o renomado simulador da Toyota.

“Foi um prazer encontrar a equipe e conhecer toda a tremenda estrutura em Colônia”, comentou. “Foi uma experiência muito importante e espero absorver tudo o que aprendi com a equipe para me familiarizar com este carro fantástico. Vejo este teste como uma grande chance de aprendizado, mas que espero converter em futuras oportunidades na LMP1 também”, continuou Derani.

Antes do teste com a equipe Toyota Gazoo Racing, o brasileiro estará concentrado em completar a temporada 2016 do FIA WEC a bordo do #31 Tequila Patron ESM Ligier-Nissan JS P2 LMP2. O piloto foi fundamental na conquista de quatro pódios até aqui ao lado dos companheiros Ryan Dalziel e Chris Cumming.

“A temporada tem tido altos e baixos, mas o mais importante é que nunca perdemos a fé”, destacou. “A equipe é muito forte e tem um grande espírito de luta. Vamos nos esforçar ao máximo para conquistar outro pódio e terminar a temporada da melhor maneira possível”, finalizou Derani.

Os treinos livres para as 6 Horas do Bahrein terão início na quinta-feira (dia 17). Na sexta (18), será definido o grid de largada. A corrida terá sua largada às 16 horas local de sábado (11 horas de Brasília).

Classificação do campeonato de pilotos, após oito etapas (Top-6 LMP2):

1 Menezes/Lapierre/Richelmi 183
2 Senna/Albuquerque/Gonzalez 148
3 Rusinov 137
4 Cumming/Derani/Dalziel 104
5 Stevens 92
6 Rast 86

“Não vamos mudar as regras para agradar fabricantes”, diz Lindsay Owen-Jones da FIA

Custos estariam afugentando futuras equipes? (Foto: Divulgação)

O debate sobre a saída da Audi e as perspectivas pouco otimistas para o futuro da classe LMP1 a curto prazo ainda estão no centro das discussões para a temporada 2017 do Mundial de Endurance. O presidente da comissão de Endurance da FIA, Sr. Lindsay Owen-Jones, admitiu que não existe um prazo para uma nova equipe fazer parte da classe.

Com pelo menos 5 protótipos confirmados na classe, 2017 terá o menor grid LMP1 desde o surgimento da competição em 2012. Tanto BMW, quanto Peugeot já demonstraram interesse em competir no WEC. A BMW voltou com um programa GTE para o próximo ano, e demonstrou intenção de desenvolver um projeto com células de combustível de. Já a Peugeot espera que as regras mudem e se tornem mais “baratas” para avaliar um retorno.

“Alguns fabricantes dizem: ‘O dia em que você se adotar para tal e tal tecnologia, nós estaremos lá.’ você pode acelerar isso? Não necessariamente porque eu acho que uma nova tecnologia leva um certo tempo para se tornar viável “, disse Owen-Jones em entrevista ao sportscar365.com.

“Eu gostaria de ter um novo fabricante … seria ótimo, mas se ele fazer com que todos fabricantes presentes totalmente gastem mais conseguir uma competição justa, eu não acho que seria uma boa ideia.”

“Eu acho que há pessoas que vão aderir quando o campeonato, se mover para uma direção. Mas isso vai acontecer na hora certa.”

As principais novidades para o próximo ano é a adoção da subclasse de 10MJ, e a opção de até três sistemas híbridos por carro. As regras terão validade de três anos. Assim os sistemas de hidrogênio, como pleiteia a BMW, só deve estar disponível entre 2021 e 2022.

“No curto prazo, estamos tentando manter as regras abertas o máximo possível, sem tornar tudo tão complicado.” disse Owen-Jones. “No longo prazo, é claro, vamos avançar com novas tecnologias.”

BMW quer condições de desenvolver seu sistema de hidrogênio. (Foto: Divulgação)

O dirigente tenta jogar panos quentes sobre a reclamação das equipes, sobre os atuais custos de manter um protótipo LMP1 na categoria. “Acho que devemos ter cuidado para não fazer essa conclusão só porque um fabricante deixou o campeonato por razões que, penso eu, não têm absolutamente nada a ver com o orçamento anual”, disse ele.

“Eu acho que é um bom momento para rever o que nós pensamos é razoável porque a fim de atrair novas equipes. que é provavelmente uma definição ligeiramente diferente.”

O incentivo para fabricantes competirem sem sistemas híbridos foi levantada, porém sem qualquer definição concreta. “Quem tem memória, vai lembrar com que antigamente os fabricantes podiam fazer isso, Porsche, por exemplo, correu muitos anos na classe de dois litros e dominou nos anos 60,” disse.

“Sim, você pode perguntar:” Qual seria o equivalente hoje? Sem a ambição de vitória no geral qual fabricante iria se interessar? Qual seria o envolvimento, e os custos?”

“Talvez haja uma oportunidade desse tipo. Eu acho que é um ponto de interrogação neste momento, mas é uma boa pergunta. “

O CEO do WEC, Gerard Neveu, por sua vez, confirmou que eles estão mantendo conversas com a Peugeot, mas para uma solução híbrida.

“Nós ainda temos discussões com outros fabricantes que estão interessados ​​em entrar no WEC”, disse Neveu. “Estamos trabalhando.”

“O Presidente da Comissão Endurance da FIA, e o Presidente da ACO estão trabalhando em conjunto a fim de proporcionar a melhor condição, uma vez que este planejamento, se iniciou antes do anúncio da Audi … Como em qualquer caso, era o plano, para garantir o melhor futuro para este campeonato.”

“Se o caminho é fazer algum atraso nos regulamentos técnicos ou alguns ajustes … eles estão todos trabalhando juntos.”

“Mas o espírito da Comissão Endurance e o WEC é sempre um compromisso e discussão entre todos os os fabricantes. Isso significa que, neste momento,  pessoas estão discutindo o melhor para a categoria.”

“Não teremos muitos carros na LMP1 privada em 2017”, afirma Vincent Beaumesnil

(Foto: AdrenalMedia)

A classe LMP1 privada do Mundial de Endurance, nunca esteve tão apagada. Com apenas um carro confirmado para 2017, sendo esse o CLM P1 da ByKolles. Seu principal concorrente, a Rebellion Racing já confirmou que para o próximo ano vai estar na classe LMP2.

Para o diretor esportivo da ACO, Vincent Beaumesnil, em entrevista ao site Sportscar365.com, revela que o foco da entidade são as novas equipes para 2018.

“É evidente que a meta é ter carros de volta no grid em 2018”, disse. “Para 2017, a Rebellion vai P2, mas em sua comunicação eles deixaram claro que eles ainda têm a intenção de estar de volta a P1, em algum momento, então eu acho que é muito importante para nós.”

“No próximo ano, talvez teremos somente a ByKolles. Nós não teremos muitos carros com certeza. Mas, em 2018, vários clientes e fabricantes estão trabalhando em seus projetos.”

Entre possíveis equipes que podem estar na subclasse, a SMP Racing já deixou claro que tem interesse, bem como a Rebellion com um possível retorno. A Strakka Racing, que tinha seus planos de protótipo próprio, também acabou regredindo em sua decisão.

Fabricantes como Nissan, Gibson e Judd, tem motores prontos para a LMP1. Atualmente Rebellion e ByKolles correm com propulsores AER turbo. “Há muito bons motores que estarão disponíveis no mercado e eles realmente estão empenhados em prestar um serviço adequado e apoio”, disse Beaumesnil.

O dirigente deixou claro que as duas classes, tem propostas distintas. “LMP1 não é LMP2”, disse. “LMP1 é uma categoria onde você constrói e desenvolve um carro. LMP2 é um carro de cliente.

“Na LMP1, queremos dar a capacidade de algumas equipes e fabricantes para fazer desenvolvimentos de seus carros de rua. Isso é possível em um LMP1.”

“As pessoas precisam perceber que alguém que venha com um projeto de construção e desenvolvimento de um carro com um orçamento de equipe privada, damos o potencial para que sejam competitivos.”

“Se um fabricante usar essas regras, eles facilmente estariam à frente dos carros híbridos atuais, com certeza por causa da alocação de combustível, o peso, e aerodinâmica.”

“Eu acho que é algo muito claro e é muito justo. Os fabricantes aceitarem este princípio que damos esta ajuda aos privados para estar no jogo.”

Um dos projetos para 2018, é a adição do sistema DRS.

 

Sem adversários confirmados, ByKolles permanece na classe LMP1 para 2017

(Foto: AdernalMedia)

A ByKolles confirmou sua permanência na classe LMP1 para a temporada 2017 do Mundial de Endurance. A notícia foi confirmada mesmo com a desistência da Rebellion Racing que vai se transferir para a classe LMP2.  

“É uma pena que a Rebellion está parando seu projeto”, disse o chefe da equipe Boris Bermes ao site Sportscar365. “Mas a notícia não afeta nossos planos.”

O dirigente ainda espera uma definição por parte da ACO e FIA sobre os regulamentos para o próximo ano. “Algumas perguntas têm de ser apuradas”, disse ele. “Haverá ainda uma classificação para os provados? Também precisamos entender se os privados serão incluídos nas cerimônias do pódio.”

“Mas estas questões precisam ser respondidas pelo ACO.”

Pierre Kaffer, Simon Trummer e Oliver Webb vão pilotar o LMP1 da equipe nas últimas três etapas do WEC em 2016. A última vitória foi em Austin no ano passado.

 

Rebellion Racing com apenas um carro no restante do WEC. Equipe permanece na LMP1 em 2017

(Foto: José Mário Dias)

A Rebellion Racing, confirmou na manha desta sesta (05), que alinhará apenas um R-One para o restante da temporada do WEC. Os felizardos serão Mathéo Tuscher, Dominik Kraihamer e Alexandre Imperatori com o #13.

Dúvidas sobre o seu futuro na série, a equipe cogitou competir na classe LMP2 e na IMSA em 2017, mas confirmou que vai alinhar seus carros na classe LMP1 no próximo ano. Curiosamente o primeiro carro da equipe, que lidera o campeonato não vai mais competir este ano. O #12 de Nick Heidfeld, Mathias Beche e Nicolas Prost, estão com 25 pontos a frente do carro #13.

A justificativa da equipe é o desenvolvimento para a próxima temporada. Entre as novidades o uso do DRS, além de apêndices aerodinâmicos serão empregados nos protótipos LMP1 privados.

“A notícia é muito boa por trás do que à primeira vista parece ser uma notícia muito ruim, é que estamos empenhados em voltar para o WEC de forma completa para a próxima temporada.

“Decidimos continuar competindo com #13. Será uma boa briga com a ByKolles pela liderança do campeonato.”

Os regulamentos técnicos para a classe LMP1 privada terão além do DRS e aerodinâmica, alterações nos motores e peso dos carros. A estratégia da ACO é atrair mais equipes para a LMP1, além de dar ou tentar dar chances frente a Audi, Porsche e Toyota. A história recente mostra que todas as tentativas anteriores não resultaram em nada.

 

Porsche busca ampliar liderança em Nurburgring

Porsche conseguirá vencer em casa? (Foto: Porsche AG)

A briga pelo título 2016 do Mundial de Endurance chega a casa da Porsche e Audi neste final de semana. As 6 horas de Nurburgring, quarta etapa do WEC tem um sentido especial para cada uma das 3 equipes da classe LMP1 que disputam o título de marcas.

Vencendo Le Mans de forma surpreendente, a Porsche tem a vantagem dos pontos. Marc Lieb, Neel Jani e Romain Dumas estão com 94 pontos. Em segundo está o trio do Audi #8, Loic Duval, Lucas di Grassi e Oliver Jarvis possuem 55 pontos.

O Porsche #2 além de vencer Le Mans, faturou a primeira etapa em Silverstone, após o Audi #7 de André Lotterer, Benoit Treluyer e Marcel Fassler ser desclassificado depois de irregularidades no assoalho do LMP.

“Durante as duas primeiras corridas e em Le Mans a competição foi muito forte”, disse Dumas. “Para mim, é importante manter a calma.  Nós temos um carro rápido e devemos se concentrar no trabalho. Zero erros são a chave para um bom resultado “.

Jani acrescentou: “Nossa situação no campeonato parece boa, mas, com seis corridas de seis horas para vir, tudo está em aberto.”  

Com a vitória em SPA, o Audi #8 espera um melhor resultado em casa. Após Le Mans, estão com apenas 1 ponto de vantagem para o Toyota #6 do trio formado por Kamui Kobayashi, Mike Conway e Stephane Sarrazin. A equipe perdeu Le Mans faltando 4 minutos para o fim da prova, e são favoritos para Nurburgring. “Em Le Mans fizeoms um trabalho incrível e mostramos a grande melhoria do nosso carro em relação ao ano passado”, disse Sarrazin.

“E esse é o ponto mais importante para nós agora; estamos de volta na luta. Agora, nossa meta é vencer corridas e lutar pelo Campeonato do Mundo.”

O Audi #7 terá a baixa de Benoit Treluyer que apresentou uma lesão nas costas, após um acidente de montain bike. Apenas André Lotterer e Marcel Faller ao volante.

“Nós gostaríamos de estar em melhores condições no campeonato”, disse Lotterer. “Isso está particularmente difícil este ano, porque todos os três fabricantes  estão em um nível igualmente elevado.”

Protótipos LMP1 privados com sistema DRS a partir de 2018

Mais chances para a Rebellion e ByKolles. (Foto: Rebelion Racing)

Com apenas duas equipes privadas na classe LMP1, a ACO alterou os regulamentos técnicos para tentar agregar mais interessados em “subir de nível”, além é claro de dar uma chance para estas equipes vencerem uma corrida no geral. Algo até agora tecnicamente impossível.

Na manhã desta quinta (16), a entidade revelou seus planos. A partir de 2018 os protótipos sem sistema híbrido terão a opção de DRS. Outras medidas que entrarão em vigor é a limitação de motores utilizados por temporada, bem como restrições técnicas nos mesmos.

Os LMP1 também terá um novo peso mínimo de 830 kg, aumento da asa traseira e nariz dianteiro mais largo. Os atuais chassis terão vida útil até 2018, como medida para contenção e custos.

“Precisamos dar tempo para as equipes se adaptarem a estas regras “, disse o presidente esportivo da ACO Vincent Beaumesnil. “Eu acho que nós queremos aplicá-la já no próximo ano para ajudar tanto Rebellion quanto a ByKolles, e ao mesmo tempo estamos dando uma visão para aqueles que gostariam de competir na classe.”

“Alguns deles podem fazê-lo para o próximo ano, mas provavelmente teremos mais em ’18.A maior mudança é a adoção do DRS, que está atualmente sendo utilizado na Fórmula 1 e DTM.”

Sem maiores detalhes sobre o DRS, Beaumesnil comentou que os estudos ainda estão em seus estágios iniciais. “Há muitos aspectos de segurança com essa decisão”, disse ele. “Nós não temos tempo para trabalhar com isso corretamente. Nós definitivamente vamos adorar elas em 2017.”

“Nós sabemos que tipo de ganho podemos obter a partir dele, mas o tipo de implantação, a escrita das regras, o teste, precisa de mais tempo.”

Beaumesnil disse que espera que as alterações para o sub-classe, bem como ajustes aerodinâmicos para os híbridos, vai ajudar a fechar a lacuna entre os dois tipos de protótipos aos mesmos níiveis de 2011.

Naquele ano, os LMP1 privados foram cerca de 2,5 segundos por volta mais lento do que os híbridos. Hoje a diferença está na casa dos 8 segundos.

 

Nissan avalia fornecimento de motor para a classe LMP1 do WEC

(Foto: Nissan)

A Nissan ainda não desistiu do WEC. Por conta dos novos regulamentos da classe LMP2 a partir do ano de 2017 que terá apenas um motor fornecido pela Gibson, o fabricante Japonês avalia levar seus motores para a classe LMP1, para equipes independentes. Atualmente o fabricante fornece um competente V8 para diversas equipes na classe LMP2

“É difícil para 2017, porque estamos perdendo a classe LMP2, mas na verdade estamos avançando com nosso programa de motores, olhando as oportunidades na classe LMP1 provada”, disse Michael Carcamo, novo diretor global do programa motorsports da Nissan ao site Sportscar365.

“Eu acho que existe esta oportunidade. É um dos nossos pontos fortes. Fornecemos a muito tempo motores a classe LMP2. Então, nós estamos procurando novas oportunidades. “

O motor V6 de 3 litros que equipou o GT-R NISMO LM poderia ser afinado para as equipes provadas na classe LMP1. Se o sistema híbrido do finado LMP foi considerado um fracasso, o mesmo não se pode dizer do motor.

Várias reuniões já foram feitas com clientes potenciais desde o ano passado. Segundo o dirigente, duas equipes se mostraram empolgadas com a parceria na principal classe do Mundial de Endurance. “Fomos convidados para o grupo de trabalho técnico. Estamos prontos para ajudar a ACO.” Disse Carcamo. “Nós apoiamos as provas de Endurance e gostaríamos de fazer parte da classe LMP1.”

“O interesse existe, enquanto as pessoas veem a classe LMP2 como um campeonato de pilotos, a LMP1 é algo mais voltado para os construtores, onde existe inovação sem a necessidade de um modelo híbrido.” Disse. Tanto a Strakka Racing quanto SMP Corrida estão avaliando as entradas na classe principal no próximo ano. A Onroak Automotive e Oreca também têm estado nas reuniões do grupo de trabalho.

Qual o futuro das equipes independentes na classe LMP1?

ByKolles assim com a Rebellion Racing. Duas equipes que sonham em vencer no geral. (Foto: FIAWEC)

Ser uma equipe independente na classe LMP1 desde 2006 é algo complicado. Desde que as equipes de fábrica que povoam e povoaram os certames organizados pela ACO, os times “normais” nunca tiveram um retorno por parte da categoria.

A disparidade é grande. Atualmente estas equipes ganham um troféu com um título considerado secundário, pois nunca terão a capacidade de vencer “no geral”.

Para tentar mudar isso, novas regras para a subclasse estão em estudo. “Sabemos que, hoje, a fórmula que temos não é atraente o suficiente para as equipes. Reunimos todos os fabricantes potenciais, que estão trabalhando em opções técnicas que estamos avaliando, a fim de tornar o carro competitivo, sem acrescentar custos.”

Várias equipes e fabricantes estiveram em reunião com a ACO no último final de semana em Paul Ricard. Para esta temporada serão apenas três carros inscritos como equipes provadas. Rebellion Racing com seus dois R-One e a ByKolles com o solitário P1 CLM/01AER.

O diretor esportivo da ACO, Vincent Beaumesnil acredita que com novas regras e principalmente um aumento de potência as chances de novas equipes e fabricantes se interessar pelo Endurance aumentem. “Se você pegar, por exemplo, a Rebelion, o que você pode fazer mais próxima de Audi, Toyota e Porsche sem gastar mais?”, Disse Beaumesnil.

“Eu não quero mencionar as opções técnicas, porque estão sob avaliação; nada está decidido.”

Por conta das regras da classe LMP2 vários fabricantes de motores e chassis olham de forma positiva para a classe, porém não vão investir em algo que não de garantia de vitórias.

BR Engineering e Strakka Racing, já demostraram publicamente suas intenções de fazer parte das fileiras da classe LMP1. Segundo o dirigente, as novas regras vão estar prontas em 2017 para valer a partir de 2018.

Até 10 Megajoules. Um das propostas da ACO para 2018

Novos regulamentos vão explorar ainda mais sistemas híbridos. (Foto: FIAWEC)

A ACO confirmou na manha desta sexta (25) em Paul Ricard novos regulamentos para a classe LMP1 que começam a valer a partir de 2018. O novo livro de regras que será seguido pelas equipes tem como enfase o uso cada vez maior de sistemas híbridos  e novos cortes no fluxo de combustível.

Mesmo os estudos estando em seus primeiros estágios, já é sabido que cada equipe poderá usar até três sistemas de recuperação de energia, a Porsche atualmente utiliza dois onde a energia é obtida por meio do sistema de freios e gases do escapamento.

Outra proposta é o aumento do poder híbrido até a subclasse de 10MJ. Os atuais regulamentos que entraram em vigor no ano de 2014, limitam os sistemas até 8MJ tendo como base uma volta em Le Mans. Para 2016 Porsche e Toyota utilizam o sistema máximo permitido. Audi compete na subclasse de 6MJ.

“O sistema híbrido será maior. Nós vamos reduzir a quantidade de combustível e haverá um novo monocoque “, disse o direito esportivo da ACO Vincent Beaumesnil aol Sportscar365.

“Todo mundo está trabalhando nisso. Agora é uma questão dos fabricantes chegarem a um acordo sobre os detalhes e parâmetros. Mas todos os princípios foram adotados.” Beaumesnil garante que o uso de combustível (gasolina e diesel) será reduzido gradativamente, com um corte estimado entre 7 e 10 por cento.

A redução de custos, eterno inimigo do automobilismo não foi esquecido pelos dirigentes da ACO. Restrições em túnel de vento e limitar a quantidade de configurações aerodinâmicas também estão em discussão. Estas últimas já estão valendo para a atual temporada.

“Nós também estamos trabalhando  em outros parâmetros para reduzir o desenvolvimento dos carros”, disse ele. “Mas o que nós queremos não é reduzir o desenvolvimento da tecnologia do carro. Queremos garantir que o dinheiro será usado na tecnologia e não em tecnologias exóticas que nunca vamos ver em um carro de estrada que está aqui apenas para encontrar alguma performance. Estamos tentando gerir as coisas assim. “

O orçamento das equipes Porsche e Audi atualmente gira em torno dos 100 milhões de dólares. “Eu não acho que os orçamentos estão muito altos”, disse.“Ninguém sabe os reais valores.”

“A única coisa que eu sei é provavelmente, um dos três que gasta muito menos do que os outros e você pode ser campeão do mundo ou ganhar Le Mans, mesmo com esse orçamento.”

“Talvez não seja necessário gastar [um monte de dinheiro] e é isso que queremos demonstrar. Você pode ser competitiva com um orçamento razoável.”

Segundo o dirigente um novo fabricante está avaliando sua entrada na competição.