Confira detalhes da rodada dupla do WEC no Bahrein

A organização do Mundial de Endurance divulgou nesta segunda-feira, detalhes sobre a rodada dupla que fecha a temporada 2021 do WEC no circuito do Bahrein. A quinta rodada do WEC – as 6 Horas do Bahrein – acontecerá no sábado, 30 de outubro e acontecerá durante o dia. A etapa final terá oito horas de duração, acontecendo no final de semana seguinte, 6 de novembro. A prova começará durante o dia, terminando a noite. 

Após consulta com as equipes do WEC e levando em consideração todo o feedback coletivo, foi decidido que ambos os eventos usarão o tradicional circuito de Grand Prix de 5,4 km. Como a pista é conhecida por sua superfície particularmente abrasiva, a gestão do pneu das equipes e pilotos pode desempenhar um fator crucial na decisão de quem ganha as duas corridas.

Estarão em jogo 63 pontos em ambos os os finais de semana (25 pontos para a 5ª rodada e 38 pontos para o final da temporada). Os campeões mundiais de 2021 serão coroados seguindo a bandeira quadriculada no sábado, 6 de novembro.

No domingo, 7 de novembro, haverá um teste oficial para os pilotos estreantes para todas as equipes que gostariam de testar os pilotos em suas máquinas Hypercar, LMP ou GTE. 

No mês passado, foi tomada a decisão de criar uma rodada dupla no Bahrein devido a implicações logísticas e de viagens relacionadas à pandemia COVID-19 em andamento, o que significa que as 6 Horas de Fuji planejadas originalmente não eram mais uma opção viável.

“Será interessante ver as diferentes estratégias que as equipes adotam para a etapa dupla. Certamente proporcionará dois tipos diferentes de corridas, tendo uma corrida completamente à luz do dia e o final da temporada terminando muito mais tarde à noite. Estamos muito ansiosos para voltar ao Reino com Sheikh Salman e sua equipe e para coroar nossos novos Campeões Mundiais no final de nosso primeiro double-header”, frisou o CEO do WEC,  Frédéric Lequien.

Despedidas marcam última vitória da Audi no Mundial de Endurance no Bahrein

Audi em números. Uma das grandes na história do Endurance (Foto: Audi AG)

O dia finalmente chegou. A última volta na última corrida da Audi no Mundial de Endurance. Presente em corridas de longa duração desde 1999, a marca alemã, apostou em uma série que por muitos anos foi marginalizada por conta dos desmandos da Fórmula 1 e de politicagem dentro da FIA.

Começou como quem não quer nada. Ano após ano foi mostrando serviço, mostrando resultado. Assim foi com o R8, R10, R15 e as versões do R18. Em 2012 foi a única montadora que apostou no ressurgimento do WEC, já que faltando poucos meses para o início do campeonato, a Peugeot acabou desistindo pelo famoso corte de custos.

Resultado final da prova.

O famoso corte de custos que por muitas vezes rondou a equipe, não por estar descontente com a modalidade. A Audi sempre foi sondada por outra categorias. Sempre esnobou com veemência a fórmula 1, argumentando que a categoria máxima não lhe traria benefícios. Nos últimos anos, boatos e mais boatos diziam que a permanência da montadora no Endurance era questão de tempo, as conversas ganharam corpo quando a Porsche resolveu entrar. Os críticos diziam que era um absurdo o grupo VAG, rasgar dinheiro com duas equipes de ponta brigando entre si.

Audi #8 vence a última. (Foto: AdrenalMedia)

De 2014 até 2016 foi assim. Porsche, Audi e Toyota. Tivemos boas brigas, boas disputas. O escândalo dos motores diesel, combustível que ganhou as pistas e se popularizou por conta dos motores TDI, foi seu maior vilão. Prevendo processos milionários, o grupo fez uma grande reestruturação. Demissões, programas esportivos cancelados e muita tristeza.

A corrida foi especial e cheia de simbologia. Não foi apenas a Audi que foi embora. Mark Webber, que largou uma F1 sem sal e descobriu o caminho da vitória no Endurance também fez sua última corrida. Por conta dos novos regulamentos da classe LMP2 para o próximo ano, o Ligier JS P2 e o motor Nissan VK 45, também estão na memória dos fãs. Vão estar reclusos no European Le Mans Series e Asian LMS. O Oreca 05 também deixa a cena. As equipes que quiserem, podem atualizar o protótipo para a versão 07.

Ainda na largada, O Audi #8 manteve a ponta. Não foi uma corrida difícil. Foram poucos acidentes e alguns pneus furados. O Porsche #2 viveu esse drama, quando acabou batendo o Porsche #78 da KCMG. Teve que fazer uma parada não programada nos boxes. O Aston Martin #98 da classe GTE-AM, não teve tanta sorte. Abandonou com problemas no motor.

G-Drive vence na LMP2. (Foto: AdrenalMedia)

Lucas Di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis, foram os responsáveis pela última vitória da Audi. Foi a segunda vitória do trio no ano. Em segundo lugar o Audi #7 de Andre Lotterer e Benoit Treluyer. Na terceira posição o Porsche #1 de Mark Webber, Timo Bernhard e Brendon Hartley

Foi uma exibição de gala. “Uma vitória carregada de significados e emoções. Foi a minha vitória mais importante no WEC e também a minha melhor performance na categoria nestes três anos. Pole, recorde da pista na classificação e na corrida, melhor stint da prova, melhor tempo em todos os setores”, enumerou. “Então sem dúvida esse desempenho mostrou o quanto eu estava motivado para levar a bandeira do Brasil e da Audi para o lugar mais alto do pódio”, afirmou.

Fazendo parte da esquadra das quatro argolas desde o final de 2012, Lucas passou a disputar a temporada regular do WEC em 2014. Em quatro participações nas 24 Horas de Le Mans, três pódios e o segundo lugar, justamente em 2014, igualando o melhor resultado de um piloto brasileiro na classificação geral da mítica prova de resistência.

Em 2016, o brasileiro, junto de seus companheiros, cravou três pole positions e venceu duas corridas. “Mostramos que evoluímos como trio de pilotos, tendo vencido duas vezes na temporada, e isso é ótimo. Naturalmente, estou triste que a Audi e a maioria de nós está deixando o WEC, que é uma grande família. Vou sentir falta das corridas longas e das pessoas também. Eu não era familiarizado com o endurance quando pilotei com a Audi pela primeira vez em 2012, e me apaixonei por isso. Vou sentir muita falta destes carros e da adrenalina deste estilo de disputa”, ressaltou.

O prêmio pelo desempenho foi fechar a temporada como segundo melhor trio do ano, atrás apenas dos campeões Romain Dumas, Marc Lieb e Neel Jani, da Porsche. Uma forma de concluir a disputa premiando a fabricante que acolheu o brasileiro apostando em seu potencial e o reconhecendo como um dos melhores do mundo na atualidade. “Eles (Audi) merecem, e a vitória foi uma consequência disso. O segundo lugar no campeonato acabou como uma recompensa: não é todo ano que a gente pode dizer que terminou dois campeonatos mundiais entre os três melhores – e com dois vice-campeonatos”, disse, referindo-se à Fórmula E, onde segue defendendo a Audi.

“É, sem dúvida, um ano para se orgulhar, agradecer e fechar esta história tão importante da Audi no endurance com chave de ouro, e fazer parte dela proporcionando a vitória derradeira. É uma mistura de sentimentos: estou muito feliz, muito satisfeito, mas ao mesmo tempo muito triste por fechar este ciclo no WEC com a Audi. Vou sentir falta de acelerar esta fera”, concluiu.

“Nossa intenção era alcançar o máximo hoje no Bahrein, e foi exatamente o que fizemos”, disse Stefan Dreyer, chefe de LMP na Audi Sport. “Um enorme obrigado vai para todo o time Audi Sport Joest, aos nossos pilotos, e todas as pessoas que tornaram isso possível nos bastidores em Neuburg, Neckarsulm e Ingolstadt. Sinceros parabéns a todos.”

Vitória e título de pilotos para a Aston Martin na GTE-PRO. (Foto: AdrenalMedia)

A G-Drive, voltou a vencer na classe LMP2. Rene Rast superou o Ligier #43 da equipe RGR, faltando pouco mais de 20 minutos para o fim. O Ligier #31 da ESM, chegou a liderar a classe, mas Chris Cumming ficou sem combustível. Com a parada para reabastecimento, foi superado pelo Alpine #36 de Nicolas Lapierre, Gustavo Menezez e Stephane Richelmi. Com o resultado a Alpine, conquista o título de equipes e pilotos na classe.

O segundo lugar do #43, coroou uma ótima campanha da RGR Sport. “Fizemos sete pódios em nove corridas. Sofremos problemas com o motor em Spa e Le Mans, e esses resultados acabaram fazendo toda a diferença. Mas só posso estar satisfeito com essa colocação. Fizemos tudo o que era possível nas condições que tínhamos, e ainda levando em conta que essa era a primeira experiência da equipe na LMP2. Enfrentamos adversários duros, como os campeões da Signatech-Alpine, e a G Drive, que venceu as últimas três provas”, lembrou Senna.

A despedida do calendário no circuito do Bahrein viu uma das melhores atuações de Senna em 2016. Ele largou em terceiro, cumpriu os dois primeiros turnos e chegou a liderar o terço inicial. “O carro estava muito bom no início, quando sai com pneus velhos. Estranhamente, piorou no terceiro stint, depois que coloquei um jogo zero pneus. Com a queda de rendimento, chegamos a despencar para quinto na vez do Ricardo, mas felizmente o Filipe fez muito bem a parte dele e recuperou as posições perdidas”, elogiou.

Senna permanecerá na LMP2 em 2017, mas ainda avalia as possibilidades. Ele espera pela posição da RGR Sport, equipe mexicana de propriedade do parceiro Gonzalez, mas considera também a possibilidade de mudança para uma equipe da qual já recebeu proposta. “Tenho uma ótima relação com a RGR Sport e é natural que eles tenham a preferência neste momento”, justificou. Antes do final do ano, Senna estará na Nova Zelândia para cumprir compromissos com a McLaren.

Nicki Thiim e Marco Sorensen, venceram na classe GTE-PRO e faturaram o título de pilotos da classe. A festa seria perfeita, se não fosse o pneu furado do Aston #97. Com o incidente a Aston Martin não conquistou também o título de equipes.

Porsche vence na GTE-AM. (Foto: AdrenalMedia)

A AF Corse, completou o pódio #51 e #71 respectivamente. Com o resultado a Ferrari levou o título de construtores nas classes GT. Na GTE-AM, a vitória ficou com o Porsche #88 da Abu Dhabi-Proton, dos pilotos Patrick Long, David Heinemeier Hansson e Khaled Al Qubaisi. Em segundo o Porsche da KCMG. Fechando o pódio, a Ferrari #83 de Emmanuel Collard, Rui Aguas e François Perrodo.

Foram 18 anos, assim como um adolescente que tira sua tão sonhada carteira de motorista, a Audi, vai percorrer outras pistas agora. Grande parte do time vai se deslocar para a Fórmula E e programas esportivos dentro do grupo VW. Muitos se tornaram fãs de endurance, por conta das inúmeras vitórias da Audi. Quem ousaria vencer os carros prateados? Poucos. Foram batalhas com a Peugeot, Toyota e Porsche. Também teve a Acura, Panoz nos primórdios da ALMS. Muitas histórias.

Mark Webber também vai deixar saudades. (Foto: AdrenalMedia)

O WEC se despede. 2016 foi um ano atípico, muitas despedidas e muitas incertezas. 2017 será um período de transição. Poucas equipes na LMP1 e um turbilhão de mudanças na P2. Estamos prontos.  

Audi marca pole em corrida derradeira no Mundial de Endurance

(Foto: Audi AG)

A Audi marcou sua última pole. Coube a Lucas di Grassi e Oliver Jarvis, levar o R18 #8 a primeira posição do grid para as 6 horas o Bahrein que acontece neste domingo a partir da 11:00, horário de brasília.

Marcando 1:39.207, o #8 superou o Porsche #1 de Timo Bernhard e Brendon Hartley por 0,264 segundos. Em terceiro o Porsche #2 de Marc Lieb e Timo Bernhard. O Audi #7 de Andre Lotterer e Marcel Fassler fica na quarta posição. Esta foi a terceira pole para o Audi #8 na temporada. A Toyota ficou com o quinto e sexto lugar. “Estou absolutamente feliz. Esta qualificação histórica é incrível “, disse di Grassi

Na classe LMP2, O Oreca 05, #26 da G-Drive Racing com Roman Rusinov e Rene Rast, conquistou o primeiro lugar. Segue a frente do Alpine #36 com uma diferença de 0,018 segundos. O Oreca #44 da Manor, fecha o top-3 na classe.

A Aston Martin com o Vantage #97, marcou a pole na classe GTE-PRO. Entre os amadores, o #98 larga na frente.

Resultado do treino classificatório.

Porsche fecha dia na frente no Bahrein

(Foto: Porsche AG)

Neel Jani fechou os primeiros treinos para as 6 horas do Barhein, na frente. Marcando 1:39.817, o piloto do Porsche #2 marcou o melhor tempo das duas sessões de treinos livres realizadas nesta quinta (17). Em termos de comparação, a pole do ano passado conquistada pelo Porsche #17 foi de 1:39.670.

Em segundo o Porsche #1 de Brendon Hartley marcando 1:40.400. Na quarta posição, o Toyota #6 com 1:40.603, tempo esse conquistado por Kamui Kobayashi.

Na classe LMP2, o Oreca 05 #26 da equipe G-Drive Racing, liderou com Rene Rast ao volante. Foi seguido pelo Alpine #36 e o Manor #44. A Aston Martin liderou ambas as classes GTE. O #95 na PRO e o #98 na AM.

Tempos da primeira seção de treinos.

Tempos da segunda seção de treinos.

WEC Bharein: Audi vence em corrida monótona

(Foto: FIAWEC)

Quem acompanhou a prova teve um gostinho de calmaria, ainda mais sendo ela quase toda disputada a noite. Em determinados momentos com alguns carros fazendo manutenção ficou aquele ar de Le Mans.

A prova vencida pelo Audi #1 de Marcel Fassler, André Lotter e Benoit Treluyer superou logo no começo os poles McNish e Tom Kristensen. Logo neste começo os modelos da Audi sofreram com o desgaste de pneus e com problemas nos faróis que teimavam em apresentar mal contato, fato que chegou a ser inusitado com vários mecânicos testando qual para-choque não tinha o problema.

Com o cair da noite e depois de algumas rodadas de pitstops a situação se voltou a favor da Audi quando as luzes do modelo da Toyota também apresentaram falhas mais graves e com isso se foi várias voltas na tentativa de arrumar. O saldo para o fabricante Japonês foi de 6 voltas perdidas neste problema. Para piorar faltando pouco mais de 1 hora para o término da corrida numa disputa de posição com o HDP da equipe Strakka um inevitável toque aconteceu pondo fim as chances da dupla Alexander Wurz e Nicolas Lapierre de vencer a segunda corrida. A partir daí a corrida ficou fácil para a Audi vencer.

Entre os modelos P1 a gasolina a vitória inédita da Strakka Racing que chegou em terceiro no geral atrás dos dois Audi foi muito festejada pela equipe mesmo com aquele medo de uma punição por conta do toque com o Toyota.

Entre os modelos P2 a vitória ficou com a Pecon Racing, time que na verdade é da AF Corse com seu piloto argentino Luiz Perez Companc, Nicolas Minassian e Pierre Kaffer. Em segundo outro HPD desta vez da equipe Signatech Nissan.

Na classe GT-PRO a Ferrari da equipe AF Corse se comportou melhor durante as 6 horas e superou o bom Aston Martin que começou bem mas perdeu rendimento durante a prova. Fechando o pódio em terceiro o Porsche da equipe Felbermayr Proton.

Finalizando a grelha temos a classe AM que também foi disputada e teve como vencedor o Porsche da equipe Felbermayr Proton, A Ferrari da AF Corse chegou em terceiro e outra Ferrari desta vez da equipe Krohn Racing. A próxima etapa será no dia 14 de Outubro em Fuji em uma das melhores retas do campeonato. Abaixo a classificação final da prova.