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Endurance tratado a sério!
“O BoP não é meu espírito esportivo favorito”, afirma Philippe Sinault
(Foto: Alpine)

A Alpine Endurance competirá na temporada 2022 do Mundial de Endurance, com seu A480, um protótipo LMP1. O que poderia ser encarado como uma economia de custos, já que a montadora francesa, está desenvolvendo um protótipo LMDh, para 2023. O que poderia ser algo razoavelmente fácil, já que Toyota, Glickenhaus, Peugeot e ByKolles  poderão enfrentar problemas de confiabilidade, principalmente as três últimas, pode também ser algo complicado para a Alpine. 

O LMP1 estará mais desatualizado do que nunca. Mesmo com uma maior capacidade de combustível (o chassi Oreca LMP2 permite isso), eles terão algo com o que se preocupar. Sistemas híbridos. 

Isso deixou a Alpine com uma desvantagem, com o fabricante francês frequentemente tendo que fazer pelo menos mais um pitstop ao longo de corridas de seis e oito horas do que a Toyota para completar a mesma distância. Mesmo com uma capacidade de combustível maior, o consumo não é menor do que de um sistema híbrido.

A salvação da Alpine é o famoso BoP, sistema que equaliza o desempenho dos carros e tem mostrado bons resultados na IMSA. No WEC o EoT, “gratifica” a equipe vencedora com o chamado lastro de sucesso. Mais vitórias, significa mais peso. 

E nesta cerne, o diretor da Signatech, Philippe Sinault, joga suas fichas para o próximo ano. Mesmo tendo um equipamento defasado, ele acredita que um EoT justo, poderia ajudar seu LMP1 a ser competitivo. 

“Sabíamos [a situação] desde o início do projeto”, disse Sinault ao site Motorsport.com. “Com certeza este ano e o próximo serão um ano de desafios e temos que aceitar isso, é o jogo, para nos prepararmos para 2024 e o futuro”, disse.  “Portanto, não estamos chateados com isso. Temos que brincar com as ferramentas que temos neste ano e no próximo”. 

Sinault diz que a Alpine “deu um jeito”, otimizando o tamanho do tanque de combustível do A480 e não quer que os organizadores acabem tirando potência da Toyota apenas para tornar seu equipamento mais competitivo no próximo ano. 

“Acho que em termos de capacidade de combustível fizemos o máximo antes de Le Mans, depois disso devemos conseguir algo[da ACO / FIA”, disse ele. “Veremos, não será mais homologado se pudermos trocar o tanque de combustível”.

“Fizemos um bom trabalho e podemos fazer um trabalho mais forte com a Gibson, eles são muito, muito bons parceiros e pressionamos muito pelo consumo. Hoje a questão é pedir para a Toyota ser mais lenta, mas não é justo. O BoP não é meu espírito esportivo favorito. Não é justo dizer, ‘Toyota, por favor, diminua a velocidade”. 

“Temos que melhorar por nós mesmos em todas as áreas e a FIA e a ACO estão sempre abertas, se encontrarmos algo podemos perguntar se podemos fazer isso. Então está bem claro. No momento ainda estamos no máximo do potencial do carro como você pode imaginar, com pneus, com consumo, e melhoramos nosso gerenciamento de motor”, finalizou.