Após o escândalo do Diesel Gate, que mudou radicalmente o plantel do WEC entre 2018/19, o Mundial está vivendo sua melhor fase desde que retornou em 2012. Com vários fabricantes espera-se uma nova era de ouro. Porém, um medo sempre assola o automobilismo, dinheiro.
Com a exclusão da classe LMP2 para dar espaço a fabricantes, a organização do WEC está feliz. Mas nunca sabemos o dia de amanhã. O medo de uma debandada sempre assola a organização de qualquer evento. Por isso, a participação de equipes de clientes é de suma importância para o bom andamento da coisa toda.
A Porsche e a Ferrari são as únicas equipes da classe Hypercar que comercializam os seus protótipos, sendo uma “salvação” caso os fabricantes desistam de participar do WEC. A preocupação não é mera especulação.
Para Thomas Laudenbach, vice-presidente da Porsche Motorsport, a participação de equipes de clientes é de suma importância para o bem da categoria.
Laudenbach teme que, se os grandes fabricantes saíssem, poderia haver poucos clientes para salvar o dia, como fizeram empresas como Alpine, Glickenhaus e Rebellion, quando a Toyota era o único fabricante no WEC, depois da Audi e da Porsche, abandonaram a série.
Porsche preocupada com o futuro do WEC
Sendo assim, a Porsche fornece dois LMDh 963 para a Jota e outro para a Proton Competition, mas nenhum outro construtor apresentou um programa adequado de carros para clientes, “o que é uma pena”, de acordo com Laudenbach.
A terceira Ferrari 499P, é administrada somente pela equipe AF Corse. “Acho um pouco triste que nenhum dos outros tenha feito carros de clientes”, disse ele.
“Se você olhar a escala, provavelmente poderá argumentar que não precisamos de carros de clientes. Temos fábricas suficientes. Já estou há bastante tempo no ramo. Para mim, é difícil imaginar que por mais de dez anos, teremos tantos fabricantes no campeonato”.
“Não sei se alguém se lembra de uma década com tantos [fabricantes]. E então chegará o dia em que todos estaremos… porque amamos o esporte, porque amamos corridas de resistência e todos nós queremos, digamos, garantir que as corridas de resistência durem bastante tempo. Então todos ficarão felizes por termos carros de clientes”, pontua.
“Portanto, acho que devemos tratá-los bem nos bons tempos. E nós somos os únicos que fazem isso.”
No entanto, Laudenbach admite que ter equipes de clientes não facilitou a vida da Porsche na classe Hipercar.
“Temos que prestar serviço, o que é um esforço, não no aspecto que seus próprios clientes gostam de vencer você. E, ao mesmo tempo, fazemos tudo para lhes proporcionar um bom carro”, afirmou.
Trabalho em dobro para a Porsche
Além disso, o diretor da Porsche explicou que todo o trabalho consiste em fornecer suporte às equipes de clientes ao mesmo tempo que a equipe de fábrica.
“Acho que temos uma filosofia muito boa porque acho que realmente tratamos nossos clientes, digamos, de maneira justa”, disse Laudenbach e acrescentou. “Se houver mudanças no desempenho, uma coisa a dizer é que os clientes sempre terão as mesmas especificações que nós, 100%. Eles têm que fazê-lo, por regulamentos. E também é uma filosofia clara, você sabe, então combina muito bem”.
Para finalizar, a equipe Jota com o seu Porsche #38 teve como melhor resultado o quarto lugar nas 8 Horas do Bahrein. O resultado foi obtido por Antônio Félix da Costa e Yifei Ye. Além disso, participando das últimas três rodadas o 963 #99 da Proton impressionou na Fuji até ter problemas com o cinto de segurança. E subiu ao pódio na rodada final do IMSA em Petit Le Mans.