Alpine A480, o derradeiro LMP1 do WEC

Nem tudo dura para sempre, gostemos ou não. Após o escândalo do Diesel Gate do grupo VW, A FIA/ACO precisavam de algo novo para ocupar a classe LMP1, a principal categoria do Mundial de Endurance (WEC) e das 24 Horas de Le Mans.

Como inovar sempre foi a ordem do dia, em outras palavras, apagar qualquer coisa do “passado”, alguém falou: Que tal se a classe LMP1 desse um salto? Assim nasceu a classe Hypercar com seus protótipos LMH e LMDh. Entretanto, você pode conhecer os detalhes da classe clicando aqui.

O começo da classe LMP1

O primeiro ano da denominação LMP1, aconteceu em 2003. Até então as classes eram divididas em LMP900, que se destinava especialmente para fabricantes e montadoras de veículos. Assim, cada protótipo tinha um peso mínimo de 900 kg.

Além disso, os motores aspirados limitados a 6000 cc. Também eram permitidos o uso de turbocompressores e compressores para motores a gasolina com uma cilindrada máxima de 4.000 cc. Para motores diesel com máximo de 5.500 cc. Sem limites para o número de cilindros para qualquer tipo de motor. O regulamento exigia que os blocos viesses de carros de produção (em conformidade com os regulamentos da classe GT1 e pelo menos 1000 unidades por ano).

O Alpine A450, um Oreca 03 renomeado. (Foto: Divulgação)

Já a classe LMP2 teve como primórdios a denominação LMP675. Sempre foi destinado a equipes de clientes, com exceções para a Alpine, Aurus 01 (esses dois com modelos rebatizados da Oreca) e Nissan (Protótipo Gibson). Por via de regra, os motores naturalmente aspirados limitam-se a 5000 cc com um máximo de oito cilindros, enquanto os motores turbo terão uma cilindrada máxima de 3200 cc e 6 cilindros apenas.

A Alpine estreou no endurance em 2011, em parceria com a também francesa Signatech. Sendo assim, desde sempre a Signatech Alpine teve protótipos Oreca (03, 05 e 07) na classe LMP2. O Automobile Club de l’Ouest (ACO), deu uma colher de chá e permitiu que os carros fossem renomeados, mesmo em uma classe destinada a clientes.

Mudança de classe

O A480 passou antes pelas mãos da Rebellion Racing. (Foto: Motorsport)

Com a saída do grupo VW da competição e as incertezas de que a classe Hypercar vingaria sem fabricantes, a Rebellion Racing, que sempre esteve na classe LMP1, não se associou com nenhum fabricanteque . Tendo apenas a Toyota, confirmada no início de 2021, o ACO bateu na porta do único fabricante que poderia ajudar no preenchimento da nova classe Hypercar, a Alpine.

Mesmo com a Glickenhaus competindo em algumas provas, o Alpine A480, que antes era um Rebellion R13 (na verdade um Oreca 07 convertido para LMP1), enfrentou o Toyota GR010 Hybrid.

Mesmo sendo um carro “velho”, ele venceu as 6 Horas de Monza de 2022, auxiliado por um BoP pesadíssimo em cima da Toyota. Como os japoneses venceram Le Mans, a vitória dos franceses foi uma espécie de despedida.

Aliás, o A480 tinha diferenças visuais e técnicas para se adequar a classe Hipercar. O chassi é o mesmo do Oreca 07, bem como o motor Gibson V8. Para poder se adequar a nova classe, o Alpine tinha em 2021, um BoP para se equiparar ao Toyota.

O A424 é o Hypercar da marca no WEC. (Foto: Alpine)

Assim, o peso subiu para 930 kg (dos 824 kg do LMP1) e sua potência de pico reduzida a 610 cv (450 kW).  Lembrando, o Toyota é mais pesado, mais potente e conta com um sistema híbrido.

Por fim, no final da temporada de 2022 o A480 saiu de cena e para o próximo ano, a Alpine voltou para a classe LMP2 até que o Hypercar A424 que estreou na classe Hypercar em 2024.