Panoz Abruzzi. Ele bem que tentou…

(Foto: Divulgação)

O desenvolvimento de um carro depende muito mais do que bons engenheiros, projetistas e toda a cadeia produtiva. É necessário dinheiro. Essa foi a sina do Panoz Abruzzi, Superesportivo lançado em 2011 e que teve uma única unidade produzida sob os regulamentos da antiga classe GT2 (atual GTE).

O nome Panoz não é desconhecido no automobilismo norte-americano. Don Pazoz, que faleceu em 2018, teve uma rica história de empreendedorismo. Panoz construiu inúmeros protótipos vencedores, rivalizando com a Audi no início dos anos 2000. Foi de Panoz a iniciativa de criar em 1999 a American Le Mans Series, que depois se transformou no Weathertech em 2014.

Ele também foi dono dos circuitos de Sebring, Road Atlanta e Mosport. Mesmo com diversos negócios, os carros sempre foram a marca registrada de Panoz, e o Abruzzi, o último projeto no endurance.

O Carro

Versão de rua utilizava avançados componentes em sua construção. (Foto: Divulgação)

A versão de competição era construída em estrutura em aço e equipado com um motor V8 LS3 fornecido pela GM. O nome Abruzzi remete à antiga região italiana de Abruzzo, Itália, onde o avô de Don Panoz morava antes que o terremoto de 1915 obrigasse sua família a se mudar para os Estados Unidos.

Seriam produzidas 81 unidades para o mercado europeu. Com prazo de entrega entre 2011 e 2013, e um preço de varejo de cerca de £ 330.000. Grande parte do carro de rua seria feito de um composto multicamadas conhecido como REAMS (Sistema de Matriz de Absorção de Energia Reciclável), que Panoz afirmou ser tão forte quanto a fibra de carbono, sendo mais durável podendo ser reciclado.

O esportivo seria construído a mão e teria uma potência de 600 hp. Uma das principais características eram as enormes entradas frontais e capô alongado. O design garante uma downforce extremo e a possibilidade da utilização do carro no dia-a-dia.

O Abruzzi também apresenta a tecnologia Trifectacooling. Além de um radiador normal de alta eficiência, com sistemas de estágio dois e três que reduzem a temperatura do líquido refrigerante tanto na entrada quanto na saída do radiador.

A ideia de Panoz, era reviver o “espírito de Le Mans”, O carro fez sua primeira aparição em Le Mans cheio de pompa e circunstância. “Esta é a culminação de partes iguais de tempo, esforço e sonhos”, disse Panoz, fundador do Grupo Panoz, durante o lançamento do Abruzzi.  “A marca Panoz sempre se orgulhou de construir à mão e entregar um automóvel e experiência exóticos aos nossos clientes. Nossa nova oferta leva isso a um nível completamente novo”, enfatizou.

“Esses são avanços que abrirão uma nova era no design automotivo”, disse Panoz. “Remontando ao nosso primeiro carro de rua – o AIV Roadster – acredito na construção e design eficientes. Esta filosofia continua com o nosso Abruzzi”, declarava.

O Panoz Abruzzi remonta a tempo que os motoristas pilotavam seus carros até Le Mans, corriam sem parar e voltavam para casa. Essencialmente, captura o “Espírito de Le Mans” com um programa de aquisição nunca antes visto que define um novo padrão para personalização e entrega.

Além dos avanços tecnológicos, o fabricante afirmava que o futuro comprador, receberia aulas de pilotagem dadas por pilotos profissionais. Os carros também teriam total assistência nos boxes da ACO, no circuito de Le Mans. Não poderia faltar o convite para assistir à corrida ao lado de Panoz, em um camarote exclusivo.

Dadas as raízes dos sonhos automotivos da Panoz, é apropriado que o Abruzzi “Spirit of Le Mans” seja entregue aos seus proprietários no famoso Circuit de la Sarthe, despachado diretamente da fábrica da Panoz. Cada automóvel estará vinculado a uma corrida 24 Horas de Le Mans específica, com o número do chassi também contendo a data da corrida e as iniciais dos pilotos vencedores e a história daquele ano.

“Estar associado ao ACO e Le Mans é algo muito especial para mim”, disse Panoz. “Ser capaz de estar lado a lado com os heróis e lendas de Le Mans dá-me uma sensação de apreço e paixão por este grande evento. Achei importante dar aos nossos clientes a mesma experiência e sou grato aos nossos parceiros da ACO por ajudarem a fazer isso acontecer”.

Mesmo com avanços tecnológicos, como sua construção em alumínio e o forte apelo de marketing, o carro não decolou. Apenas uma unidade pré-série foi construída. A versão de competição chegou a participar da edição de 2012 das 12 Horas de Sebring, não completando a prova por causa de problemas mecânicos. Foi a única participação do modelo em provas da ALMS. Seu antecessor, o modelo Esperante, chegou a vencer na classe GT2 tanto nas 24 Horas de Le Mans e 12 Horas de Sebring em 2006.

O Abruzzi ainda aparece no site oficial da Panoz, porém, sem informação alguma. Outros modelos da marca, como o Avazzano e versões de Esperante, possuem opções de modificação. Em 2019, a Panoz Racing disputou a classe GT4 do campeonato organizado pela SRO com uma versão do Esperante, nos Estados Unidos.

Panoz e o planos para a Garagem 56 em Le Mans

(Foto: Divulgação)

A Panoz está prestes a voltar para 24 horas de Le Mans em 2018. O Green4U GT-EV, protótipo elétrico do fabricante americano deve ser elegível na Garagem 56, espaço destinado a projetos sustentáveis e inovadores.

De acordo com informações do site Daily SportsCar, o projeto ainda não fez qualquer estreia pública. O desenho do carro lembra antigos protótipos da marca, com espaço para apenas 1 piloto e desenho limpo. O protótipo será alimentado por baterias.

De acordo com Don Panoz, os planos e competir na edição 2018 da grande clássica. “Nós somos o candidato a Garage 56 no próximo ano, e, até onde eu sei, o ACO não tem outros candidatos”, disse ele.

Mesmo com todo o ímpeto não existem garantias de que o carro esteja em Sarthe no próximo ano. “Nós vamos construí-lo, e nós vamos competir com ele”, disse ele. “Há muitas outras corridas que gostariam de ter este carro. Não correrá por pontos, mas eles adorariam a atração de um carro esportivo elétrico. Poderia correr nas 24 horas de Nürburgring, Spa, Daytona, Sebring, em qualquer lugar.” Finalizou.

Panoz e um possível programa DPi em 2017

Últimas corridas do DeltaWing na IMSA. (Foto: Getty Images)

O DeltaWing tem em 2016 sua última temporada na IMSA. Sempre controverso o projeto comandando por Don Panoz deixou sua marca. Com as novas regras da classe DPi em 2017, qual o destino do carro e principalmente da equipe técnica por trás dele?

Em entrevista ao site Sportcar365, Tim Keen chefe da equipe,  não descartou a ida para a classe DPi com um protótipo com o formato inspirado em alguma versão de rua de seus carros.

“Se fomos capazes de entrar em parceira com algum fabricante, estamos dentro”, disse Keene. “Eu acho que seria legal manter a marca na série.”

Após estudo, a equipe chegou a um consenso sobre qual fabricante de chassi poderá utilizar em 2017. “É difícil”, disse ele. “Esperamos que algo pode ser decidido nas próximas três ou quatro semanas.”

Se Panoz confirmar sua participação em 2017, será a terceira marca presente no grid. Até agora Mazda e Cadillac confirmaram sua participação.