bongasat.com.br

Endurance tratado a sério!
Stephane Ratel apoia participação de modelos GT3 em Le Mans
(Foto: SRO)

O presidente da SRO, Stephane Ratel, durante entrevista no circuito de Nurburgring, revelou que apoia a decisão da FIA e ACO em aceitar carros com especificações FIA GT3 tanto no Mundial de Endurance, quanto nas 24 Horas de Le Mans. 

Com uma vasta quantidade de campeonatos ao redor do mundo que utilizam carros GT3, Ratel, afirmou que a adesão de ACO de tornar elegíveis os modelos em detrimento aos GTE, beneficiará a todos.

A SRO organiza atualmente a Fanatec GT World Challenge e o Intercontinental GT Challenge entre outras series. na visão do dirigente, não existirá uma debandada de equipes para o WEC. 

“Poderia todo este paddock ir para lá? Eu duvido”, disse Ratel. “Porque você conta o número de Hypercars que terá e o número de LMP2s que os GT em Le Mans será, em qualquer caso, relativamente limitado”.

“Portanto, não é como se todo o mundo do SRO fosse seguir para Le Mans. É impossível. A menos que 100 carros partam. Você sempre terá pessoas que preferem vencer no geral do que estar em uma classe. Você sempre terá pessoas que não gostam de pilotar com protótipos. Acho que o mundo é grande o suficiente”

“Além disso, você pode ter mais equipes e pilotos atraídos para a categoria GT3 porque Le Mans é uma categoria GT3”. 

“Talvez algumas equipes que façam o WEC também queiram fazer as 24 Horas de Spa. Eu li um artigo sobre o Corvette dizendo que se eles fizerem carros GT3, eles irão olhar para os outros grandes eventos GT3 ao redor do mundo. Talvez eles olhem para Kyalami, Bathurst e Spa”. 

“Já tive a oportunidade de me preocupar muitas vezes. O fato é que ainda somos uma plataforma bem-sucedida globalmente. Por enquanto, vamos ver como isso se desenvolve e aonde nos leva”, explica. 

A organização do WEC descartou qualquer possibilidade de equipes de fábrica competirem na futura classe, priorizando equipes de clientes. “Não sabemos quais serão as consequências”, disse ele.

“Achamos que precisamos fazer crescer o GT3. Algumas pessoas dizem: ‘Ratel, você deve estar muito preocupado’, mas de alguma forma eu não estou. O que eu estava muito preocupado é se eles fizessem uma GT3 Pro”. 

“Talvez eu perca um alguns fabricantes, mas isso preservaria o mercado de gentleman drivers, ou o contrário. Não passei por isso para ver se ficarei mais magoado por Le Mans ser Pro ou Am.”

“Não estou nem falando sobre a análise de curto prazo para dizer o que é melhor para a SRO”, disse ele. “Estou falando apenas como um amante e arquiteto das corridas de GT, uma coisa é certa: se você não mudar a receita e colocar os mesmos ingredientes, vai acabar com algo semelhante”. 

“A questão chave é que se você tem fabricantes que querem um GT Pro e querem juntar 30-40 milhões de euros para fazer um programa como este, isso simplesmente mata os fabricantes. Eles fazem a mesma coisa e gastam demais e vão embora; sempre foi o mesmo”. 

“O GTE não morreu porque não tinha um bom regulamento técnico. Ele morreu porque foi o envolvimento direto do fabricante, e morreu pela mesma razão que o DTM real, LMP1 e outros”, finalizou

A nova classe GT3 entrará em vigor no Mundial de Endurance a partir de 2023. A Asian Le Mans Series já possui sua classe para pilotos amadores. O European Le Mans Series ainda não divulgou se manterá a classe GTE ao lado dos GT3. A IMSA terá a classe GTD-Pro no lugar da GTLM a partir de 2023.