A temporada 2024 do Mundial de Endurance será especial para os torcedores do Brasil. O circuito de Interlagos voltará ao WEC. A prova ocorrerá no dia 14 de julho e terá seis horas de duração. Além do retorno do país a competição, 2024 trás boas e não tão boas surpresas.
A princípio, sai Sebring, um dos últimos circuitos que traduzem muito bem o termo enduro, pois leva os carros ao limite e os pilotos a lutarem contra a buraqueira e ao tráfego, e entra o Circuito das Américas, uma belo tapete que segue a cartilha de Hermann Tilke, belas retas, setores extremamente lentos e sem sal. Assim, seja o WEC, ou a IMSA, a emoção é garantida. Agora, quando se fala em Fórmula 1…
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Além da mudança nos EUA, o circuito do Qatar abre a temporada no dia 24 de fevereiro com os testes oficiais. Para fechar a parte Tilke do certame, teremos no dia 02 de novembro o fechamento no Bahrein. Tirando Imola, que assume o lugar de Monza, Qatar, Bahrein e até COTA, podem ser facilmente substituídos. Mas por quais?
Porém, bons exemplos não faltam para deixar o campeonato mais emocionante. Partindo do pressuposto de que o WEC vive um ótimo momento, com a chegada de vários fabricantes, os circuitos que os receberão precisam estar à altura.
Quais circuitos deixariam o WEC mais emocionante?
Como estamos no campo das suposições e palpites, o Bongasat pegou como exemplo o calendário do Campeonato Mundial de Carros Esportivos da FIA de 1991, em seus últimos suspiros com o fim do Grupo C.
Naquele ano, o WSC teve oito etapas, como ocorrerá em 2024. Com exceção de Suzuka e Autopolis no Japão e do circuito Hermanos Rodriguez, no México, as demais etapas foram disputadas na Europa:
Calendário do WSC em 1991
1 | Fuji Film Cup (430 km) | Circuito de Suzuka | |
2 | Troféu F. Caracciolo ( 430km ) | Autódromo Nacional de Monza | |
3 | Troféu Império Castrol BRDC (430 km) | Circuito de Silverstone | |
4 | 24 Horas de Le Mans | Circuito de la Sarthe | |
5 | ADAC Sportwagen-Weltmeisterschaft ( 430km ) | Nürburgring | |
6 | Championnat du Monde de Voitures de Sport (430 km) | Circuito de Nevers Magny-Cours | |
7 | Troféu Hermanos Rodríguez (430 km) | Autódromo Hermanos Rodríguez | |
8 | SWC em Autopolis (430 km) | Autopolis |
Voltando para a atualidade, onde os circuitos em países com nenhuma tradição no endurance pagam a conta, sonhar ainda é algo possível. Partindo desse pressuposto, segue abaixo as oito etapas de um ficcional WEC.
Ainda assim, como não estamos no rFactor, as pistas são reais, em seus atuais layouts. Assim teríamos oito etapas segundo o calendário de datas da edição de 2024. Vamos lá.
Os circuitos
01 – 1000 km de Silverstone
O circuito inglês abriu o WEC nos últimos anos e sempre fez parte do WSC. Ele chegou a ser cotado para retornar ao Mundial, mas perdeu a vaga para Interlagos. Com suas longas retas e sequências de curvas rápidas, disputar posições e lidar com o tráfego seriam apenas alguns dos desafios. Esqueceu do clima naquele país?
Esquenta para Le Mans
02 – 12 Horas de Sebring
Um dos últimos circuitos “raiz” do mundo, Sebring deu seu honroso lugar no calendário para Austin. Com seus bumps e áreas de escape de terra. O circuito marcou o retorno da Ferrari ao Mundial de Endurance. Em 2012, ano do renascimento do WEC, a prova foi feita junto com a ALMS, com os carros dos dois campeonatos correndo nas 12 Horas. Nos anos seguintes a parceria com a IMSA deu ao Super Sebring duas corridas. A prova de 12 Horas e as 1000 Milhas, já que o circuito não comporta um grid tão grande ao mesmo tempo.
03 – 6 Horas de Spa
Presente no calendário do WEC desde 2012, Spa-Francorchamps foge do padrão insosso imposto pela FIA com seus circuitos atuais. O traçado belga possui longas retas, curvas de raios longos e uma largura estreita. Manter a posição e superar as corridas das classes mais lentas é um desafio permanente. O clima incerto é outro fator que deixa pilotos em pânico e torcedores em êxtase.
04 – 24 Horas de Le Mans
Sobretudo, o único motivo para o Mundial de Endurance existir. Le Mans completou a sua centésima edição em 2023 com a vitória da Ferrari na competição, quebrando o domínio da Toyota, após cinco anos. Com um traçado único que mescla partes de circuito com vias públicas, o circuito é utilizado pouquíssimas vezes durante o ano, o que dá a sensação de algo único. Ou seja, como se corre pouco por lá, vencer qualquer prova, principalmente as 24 Horas, é o ponto alto na carreira de qualquer piloto de carros esportivos.
Após as férias
05 – 1000 Km de Monza
Circuito que faz parte da atual temporada do Mundial de Endurance, Monza foi palco de uma formidável disputa entre Toyota e Ferrari. Para 2024, a Itália continuará no Mundial. Porém, Imola será a sede do evento.
A Toyot registrou 318,6 km/h de velocidade máxima durante o final de semana das 6 Horas de Monza. Um número respeitável para um carro que fica a plenos pulmões por seis horas.
06 – 6 Horas de Nurburgring
Desde já, um dos maiores pedidos dos fãs é que o WEC realize uma etapa no traçado norte (Nordschleife), mas com as regras de segurança que muitas vezes inibem o espetáculo, o sonho só acontecerá nos simuladores.
Nurburgring esteve no Mundial entre 2015 e 2017, e possui como principal característica a pista estreita em seu miolo e a nos trechos de reta. Assim, negociar com os adversários e carros de outras classes é sempre uma arte.
O final
07 – 1000 Km de Suzuka
Antes de tudo, o circuito de Fuji (de propriedade da Toyota) figura como a etapa nipônica do certame. Com um clima extremamente instável, a prova já foi cancelada por conta das intempéries.
Já Suzuka nunca sediou etapas do WEC, mas fez parte do calendário do WSC. De propriedade da Honda, o circuito poderia intercalar com Fuji etapas do Mundial. Ou seja, seria uma oportunidade de expansão até para o Asian Le Mans Series, que no calendário para a temporada 2023/24, não tem nenhuma etapa no Japão.
08 – Petit le Mans
Aliás, tal como na extinta ALMS e na atual IMSA, o circuito de Road Atlanta fecharia a nossa temporada. A prova de 10 horas de duração fez parte do Intercontinental Le Mans Cup (ILMC), embrião do atual WEC com corridas na América do Norte, Europa e Ásia.
O circuito sinuoso e pequeno, já brindou o espectador com cenas de trânsito pesado. Outro charme é que a prova termina à noite, um tempero a mais para um campeonato. Por fim, o que achou? Lembrando que a ausência de provas em circuitos como Bahrein que encerra a atual temporada, é algo impensável e proibitivo nos dias de hoje. Em outras palavras, se os circuitos em países sem qualquer expressividade automobilística, pagam a conta, um temperinho nunca é demais.