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Endurance tratado a sério!
“Os custos da LMP1 precisam cair”, afirma Bruno Famin da Peugeot
Peugeot, também abandonou o Endurance por conta dos custos. (Foto: Divulgação)
Peugeot, também abandonou o Endurance por conta dos custos. (Foto: Divulgação)

A saída da Audi do Mundial de Endurance, mesmo sendo algo que mais cedo ou mais tarde iria acontecer, pegou muita gente de surpresa. A montadora estava desde 1999 envolvida com a ACO e Le Mans. Se hoje temos um campeonato mundial, devemos muito a perseverança da Audi em acreditar em provas de endurance.

Os motivos que sempre assolaram sua permanência foram o escândalo dos motores diesel da VW nos Estados Unidos. Processos, e muitas com valores astronômicos fizeram o grupo VW repensar seus custos. E quando se fala em corte de custos, os programas esportivos das montadoras são os primeiros a serem cortados.

Mesmo que a Audi não tivesse problemas com dinheiro, e o escândalo de motores não desse em nada, os custos que os fabricantes LMP1 tem, com complexos sistemas híbridos, são realmente necessários? A ideia da ACO de não incentivar os LMP1 privados, mais baratos e que sempre foram uma das características de Le Mans também pode estar jogando contra?

Sem uma reação da Toyota, corremos o risco de 2017, ter uma Porsche mais dominante do que nos últimos anos. Mesmo com a expectativa do fabricante japonês alinhar mais um TS050 em Sarthe, não deixa as coisas mais fáceis.

Seria a hora de repensar a classe? Para o diretor de criação da Peugeot, Bruno Famin, sim. Os franceses, que foram ferrenhos incentivadores da criação do WEC em 2012, também tiveram seus programa cancelado às vésperas daquele ano por conta de cortes de custos no grupo PSA.

A Peugeot já deixou claro que voltaria para o Endurance, se os custos de desenvolvimento fossem mais amistosos. Atualmente investindo forte no Rally Dakar, a montadora pensa que regras mais simples fariam o campeonato mais atrativo.

Famin afirma que existem alternativas para deixar tudo mais barato. A redução de peso, que é de 875 kg seria um dos meios para deixar as coisas mais fáceis.

Mesmo sendo um LMP2, o Porsche RS Spyder, deu trabalho para a Audi na ALMS. (Foto: Divulgação)
Mesmo sendo um LMP2, o Porsche RS Spyder, deu trabalho para a Audi na ALMS. (Foto: Divulgação)

 “WEC não é sustentável, mesmo se o espírito das regras for bom”, disse Famin em entrevista ao site motorsports.com. “Há três grandes fabricantes que querem mostrar a sua inovação e a tecnologia que desenvolvem, mas os custos são tão altos que ninguém mais vai se juntar a eles nessas condições.”

“Eu gostaria de propor uma maneira diferente de alcançar a eficiência, ou seja, redução do peso mínimo. Se você quiser reduzir as emissões e o consumo de combustível, existem maneiras de fazer, sem o uso de sistemas híbridos.”

“A FIA, o ACO e de outros fabricantes precisam discutir o assunto. Eles terão de estabelecer as bases para os regulamentos que deixem outras marcas, montar um projeto com orçamento menor.”

“Lembre-se, em 2008, nos Estados Unidos, a equipe Penske correu com um carro de 780 kg LMP2, o Porsche RS Spyder. Hoje temos de pensar em fazer algo similar.”

Para o dirigente, o calendário também precisa ser revisto, e não depender tanto das 24 horas de Le Mans. “Não só devemos trabalhar apenas para reduzir o custo de projetar o carro, devemos também trabalhar para reduzir os custos da temporada com base em torno das Le Mans 24 Horas”, disse ele.

“É um evento fantástico, sem dúvida, mas isso só dura uma semana, enquanto o resto do campeonato fornece um retorno bom, mas não excepcional.”

O que diz a ACO?

Pierre Fillon, presidente da ACO, é categórico em falar que a redução de custos está na ordem do dia da entidade. “Reduzir os custos para os fabricantes é um foco importante para a ACO, em parceria com a FIA”, disse ele. “Além disso, estas duas organizações têm definido o rumo para os próximos anos: permanecer na vanguarda da inovação, oferecendo a melhor plataforma possível para novas tecnologias em preparação para os carros de amanhã .

“A tecnologia e motores elétricos híbridos já fazem parte de nossas vidas diárias em corridas de resistência. As alterações do regulamentos técnicos no sentido de abrigar motores hidrogênio-elétrico responde imediatamente às necessidades energéticas desta nova era. “

Assim que a Audi confirmou a desistência, A Toyota, emitiu nota que  ratifica sua permanência no WEC: “Toyota Gazoo Racing lamentou o anúncio hoje pela Audi sobre seu futuro no FIA World Endurance Championship (WEC).”

“Audi tem sido um concorrente forte e desde o retorno da Toyota às corridas de resistência em 2012 nós apreciamos o seu papel perante ao WEC, um campeonatos dos mais inovadoras.”

“O anúncio de hoje não tem efeito sobre a posição da Toyota no WEC. Estamos nos preparando para 2017 , com a meta de ganhar as 24 horas de Le Mans e o Campeonato do Mundo.”

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