LMS 6 Horas de Castellet–A vitória de um apaixonado


Todos nos pelo menos uma vez na vida perdemos tudo. Seja um amor, aquela coleção de figurinhas que guardávamos a séculos dentro de um armário ou aquele carro que vai a leilão pela falta de pagamento. Muitas vezes os motivos são alheios a nossa vontade mas a vida sempre nos dá uma segunda chance ou como dizem “a vida sempre encontra um meio de seguir seu curso”.

Deve ser mais ou menos assim que deve se sentir Henri Pescarolo depois da vitória na prova inaugural da LMS. Claro que vitória é sempre uma vitória mas para entender o porquê de uma introdução cheia de analogias vamos voltar um pouco na história recente de Henri. Em 2009 Pescarolo com problemas financeiros para competir acabou vendendo sua equipe para a Sora Racing. Poderia ser o começo de uma nova era com mais dinheiro e prosperidade. Poderia já que a equipe em um ato leviano acabou demitindo seu fundador e se afundando em mais dividas.

O reflexo claro se deu em 2010 ano em que a equipe não competiu e ainda viu seus bens serem leiloados para pagar dívidas trabalhistas. Anos de amor e paixão pelo esporte leiloados no melhor estilo canal rural. Porém neste dia alguém sorriu para Henri e entendia que não era esse o destino de um dos maiores vencedores de Le Mans e por meio da OAK Racing de Jaques Nicolet acabou arrematando toda a equipe e “devolvendo” para Henri voltar a competir.

Então 2010 foi um ano de mudanças, planos e muitos sonhos até que o carro voltou a andar em Paul Ricard nos testes oficias. Mesmo com um modelo 2009 adaptado para 2010 o carro se mostrou promissor porém seu futuro ainda era uma incógnita. Ele iria superar equipes de “fábrica” como Rebellion, Aston Martin? A resposta veio hoje.

Depois de uma boa classificação a equipe viu seu tempo ser anulado por problemas no fundo do carro e ir para o último lugar do grid. Mesmo assim não se sentiram rogados e lutaram de igual para igual e conquistaram a prova com uma volta de vantagem sobre todos os carros da classe LMP1. Henri estava de volta.

Equipe desbancou a favorita AF Corse e faturou a vitória na GT PRO

A corrida começou estranha já que teve um grande choque ainda antes da largada já que o safety car estava na pista e as luzes verdes se acenderam, os protótipos conseguiram frear mas não foi o caso dos carros GTs que foram de esbarrando. Ao todo 6 carros foram mais cedo para os boxes vitimando de uma só vez os 3 Porsche da classe GTE PRO deixando as Ferraris brigando entre si durante a corrida. A vitória fico com o #66 da equipe JMW Motorsports contrariando a lógica e vencendo a Ferrari da equipe AF Corse. Pelo menos na Europa o novo modelo da Ferrari superou seu antecessor a F430.

#41 Greaves Motorspots com motor Nissan superou fácil os HPD na LMP2

Voltando a P1 todos os prognósticos davam como certa a vitória da Rebellion Racing porém ainda na primeira hora o #13 teve que fazer uma parada prematura nos boxes por conta de um problema na porta e logo apos o #12 deve que entrar nos boxes por problemas na suspenção. Mesmo os dois carros voltando a corrida o #13 completou a 1 volta do líder e o #12 ficou a 10 voltas da vitória terminando em terceiro. O #20 da equipe Portuguesa Quifel ASM Team terminou a 11 voltas do líder já que enfrentou problemas com um pneu furado ainda nas primeiras voltas.

#88 Porsche da Ferbermayr Proton ficou em primeiro na GTE-AM

Na classe LMP2 a equipe TDS começou liderando porém foi superada pelo Acura da equipe Strakka porém a vitória ficou mesmo com o Zytek Nissan da equipe Greaves Motorsports, seguido pelo Lola da Pecom Racing que enfrentou problemas de arrefecimento mas se manteve firme. Fechando o pódio o HPD da Strakka. Enfrentando um desempenho fraco durante todo o final de semana a equipe RML do brasileiro Tommy Erdos acabou em 7º na classe.

#95 Pegasus ficou com a vitória na FLM

Na Fórmula Le Mans os louros ficaram com a equipe Pegasus Racing, seguido da Genoa Racing e completando o pódio Neil Garner Motorsports, todos com modelos Oreca e motor Chevrolet.
A classe GTE- AM provou que os velhinhos ainda tem gás para queimar e foi uma típica disputa entre Ferrari e Porsche, tanto que os três primeiros acabaram na mesma volta coroando o Porsche da equipe Felbermayr Proton, seguido  da Ferrari da AF Corse e Ferrari da Kessel Racing. 
No geral foi uma corrida boa coroando um vencedor e principalmente um apaixonado pelo esporte. Acredito que todas as equipes tenham ficado felizes com a vitória de Pescarolo que é um competidor nato… Se tivéssemos 30% dele na F1 a categoria seria outros 500…



O melhor e o pior da prova (Clique na imagem para ampliar)


Pescarolo – Mereceu a vitória com louvor sabendo se librar dos problemas e com uma pilotagem competente de seus pilotos. O V10 Judd também merece destaque mesmo com restrições

Aston Martin – Se esperou mais da equipe e do carro novo. A falta de testes pode ser a culpada pelo mal desempenho… Pode ser melhor já que quer ser a força entre os movidos a gasolina

Strakka – Equipe que ganhou na geral ano passado e é apontada como umas das favoritas. Equipamento poderia ter ido melhor, o mesmo vale para a RML que foi campeão na classe ano passado

Quifel – Marcou sua estreia na classe P1 mas foi traída por um pneu furado. Nas provas que não foram validas pelas ILMC é uma grande favorita.

Rebellion – A vitória escapou por problemas em uma das portas e na suspenção dos carros. A suspensão é um erro compreensível mas um problema na fechadura da porta poderia ter sido evitado.

AF Corse – Claro que a vitória foi perdida por pouco mas ser superada por uma equipe com o mesmo carro e bem menos estrutura? Como dizem nome não ganha corrida.

Aston Martin – Os carros GT da marca não foram em nenhum momento concorrentes de Ferrari e Porsche. Precisam melhorar e muito.

RML – Para mim a maior decepção da corrida. Atual campeã da classe tinha tudo para manter a hegemonia já que conta com um equipamento vencedor. Que o diga a Highcroft na ALMS

Motor Nissan – Se mostrou superior aos Judd e HPD com muito mais km rodados. Não foi o mais rápido mas foi o mais confiável… e não é isso que importa no endurance?

Transmissão – Para nós brasileiros temos que ver a corrida através da net ou esperar os compactos apresentados pelo canal SPEED semanas depois do evento ao vivo. Quando será que redes como Band ou Record vão se interessar pela categoria? Já que na globo é somente F1 e Stock

F1 GP da Austrália–A F1 realmente precisa da Asa móvel?

Ia postar domingo à tarde o que achei da etapa inaugural da F1 na Austrália, mas como noticia mesmo ia aparecer durante o dia de ontem e hoje de manhã resolvi esperar. Assisti a corrida ao vivo na madrugada e depois gravada no domingo de manhã. Estava curioso para ver como seriam as novas regras.

A prova australiana é conhecida pelos entreveros todo início de ano e acreditava que este ano não seria diferente. Foi uma prova boa, mas o que me chamou mesmo a atenção foi o “pega” entre Massa e Button logo no início da corrida. Podemos dizer que ali pode ser testado tudo o que a FIA impôs nos últimos tempos e que não deu certo.

Em primeiro a tão badalada asa móvel que todo mundo dedica textos, opiniões (muitas vezes sem nem saber o que é) e todo mundo acredita que é bom. Não, não é bom e pelo menos para mim não foi aquele milagre que a FIA queria que fosse. Por várias vezes Massa se utilizando do KERS conseguiu escapar das investidas de Button que além de puder usar a Asa também utilizava o motorzinho elétrico. Onde está o erro? Achei dois. O primeiro os pontos que a FIA considera reta e a turbulência gerada na entrada a curva antes da dita reta.

Os circuitos atuais não são providos desta maravilha da geometria a reta. Melbourne é considerado um circuito rápido com vários pontos de ultrapassagem. Nesses circuitos “novos” é um dos que se dá prazer de ver os carros correndo, mas como todo circuito reta não é algo que os organizadores veem com bons olhos, pois além de fazer os carros passarem rápido demais fica complicado dos espectadores e a TV enxergar os patrocínios nos carros. Estou curioso para ver como será essa asa móvel em circuitos como Mônaco aonde não se ultrapassa ou em Monza que ai sim o artifício pode funcionar. Mas em provas nos circuitos do oriente médio não deve fazer muito efeito.

Outro ponto que “matou” a novidade foi a turbulência gerada pelo carro da frente. Do que adianta vários artifícios para o carro andar se a aerodinâmica o faz perder a tangente? Isso tudo em locais pré-determinados, e com N coisas para se fazer durante a condução de um F1. Não vai demorar muito para um piloto apertar botões errado e dar de cara no muro por conta disso.

E o KERS? Se fosse tão importante seria primordial para a RBR ganhar a corrida, mas não o foi. A equipe não encontrou problemas e mesmo sem o motor elétrico não teve dificuldades para ganhar mais uma. Assim como no Slogan “Red Bull te dá asas” pelo menos para eles funcionaram…

Porém uma coisa funcionou. Os pneus foram muito bons para uns e frustrante para outros. Apenas não entendi as declarações de Massa durante o final de semana. Desde o final do ano passado o brasileiro falou de boca cheia que agora os pneus estavam a contento e que se encaixavam como uma luva ao seu estilo de pilotagem. Depois da classificação e vem e solta o “problema” da má posição no grid se deve aos pneus? Ou será que o carro da Ferrari ficou aquém do esperado?

Outra coisa que chamou a atenção foi o destaque por parte de sites, blogs sobre a quantidade de campeões que estão disputando o campeonato deste ano. Sempre lembrando que a primeira impressão é a que fica (faltam apenas 18) agora os melhores foram sem dúvida Vettel e Alonso. Hamilton se limitou a completar a prova, Button penou para passar Massa e Schumacher mal completou a prova e mesmo que tivesse completado não iria fazer nada demais. Alonso teve bem menos trabalhos para administrar suas ultrapassagens o que no final foi recompensado.

No bloco dos “não campeões” Rosberg estava indo bem até acertar ou ser acertado por Rubinho em mais uma péssima corrida do brasileiro. Ainda na primeira curva já comente um erro e ainda temos que se sentir culpados quando o criticamos? Ninguém pode ser levado a sério assim. Gostei da atuação de Petrov. Gosto quando uma pessoa é tachada de algo e logo em seguida cala a boca dos críticos. O piloto da Renault fez o básico dentro das suas limitações e mostrou que o carro tem potencial.

A próxima etapa será na escaldante pista de Sepang na Malásia. Com retas maiores se pode esperar mais da tão falada Asa. Resta saber se vai funcionar.

12 horas de Sebring: Resultados e pensamentos de uma corrida aonde os antigos superaram os novos protagonistas.

Tinha um texto pronto em minha mente durante as duas últimas horas da corrida de Sebring. Podia ter começado com frases de efeito como “Peugeot imbatível” “melhor corrida dos últimos anos” ou então “vitória coroa o competente 908”. Isso com certeza lerei em poucos sites que cobriram o evento. Se fosse atribuir algo de efeito para o título deste texto iria por algo do tipo “Duelo de gerações” ou “é dos velhinhos que elas gostam mais”.
Foi mais ou menos assim que senti as 12 horas de Sebring desde ano. Os carros de 2010 mesmo com restrições foram competitivos e continuarão na disputa por vitórias tanto na LMS quanto ILMC. A vitória do Peugeot 908 da Oreca confirma isso e joga um ponto de interrogação nos novos e badalados Peugeot 908 oficial e Ferrari F458 Itália.
 

Peugeot manteve o domínio em Sebring mais o carro vencedor deveria ter sido outro…

Muitos podem dizer que o 908 oficial só não ganhou pelos percalços que teve durante a corrida como o toque do #7 com o Audi #2 ou os problemas tanto com a carenagem quanto a escapada do #8. Realmente nas primeiras horas os dois carros franceses foram inquestionáveis tendo a corrida nas mãos, mesmo por que 12 não são 24 e em trajetos “curtos” eles são superiores aos rivais alemães. Porém o trio Lapierre/Duval e Panis soube guiar com maestria e mesmo com as restrições de potência impostas para os carros de 2010 aproveitou muito bem uma particularidade das provas americanas: a bandeira amarela. Presente em grande quantidade nas primeiras horas chegou a ser irritante a demora por causa de acidentes simples ou corriqueiras escapadas onde o piloto deixava o carro morrer.
Mas voltando a P1. A Audi sabia que não teria as chances com um R15 tão limitado e também não esperava contar com o fator “Capello” que por coincidência ou não cometeu o mesmo erro de se enroscar com um Peugeot na última prova da ALMS ano passado em Road Atlanta. Tanto Kristensen quanto McNish devem estar se perguntando se não era mais fácil ter apenas dois pilotos por carro.
A dupla do #2 bem como o trio vencedor de Le Mans do ano passado Bernhard/Dumas e Rockenfeller no carro #1 fez o que podia com o R15, por muitas vezes se aproveitando do tráfego outras pelo desgaste de pneus dos franceses, mas de fato nunca chegaram a ameaçar a liderança principalmente depois de dois pneus furados do #1 e do toque do #2. O objetivo para esta corrida sempre foi claro, roubar o máximo de pontos possíveis dos rivais para estrar o R18 com a menor diferença possível. Este sim, com forças para lutar de igual para igual com o 908.
Os outros carros da classe P1 ficaram aquém da expectativa com exceção do Acura da Hightcroft que surpreendeu tanto na pista, quanto nos bastidores. Na pista, seus pilotos Brabham/Franchitti e Pagenaud mostraram sangue frio para levar ao limite um carro pouco testado que foi entregue a equipe poucos dias antes da corrida. Já nos bastidores a perda do patrocínio por parte da Tequila Patron fez a equipe pensar seriamente em fechar as portas. Nestas horas me pergunto se a Patron não se arrependeu de pôr todo o dinheiro da equipe de Scott Sharp que não fez nada durante a corrida a não ser a primeira a destruir a nova F458.
A equivalência imposta pela ACO aos motores a gasolina e Diesel realmente aconteceu? É cedo para dizer que sim, mas o Acura conseguiu escapar das investidas do Peugeot #8 na reta final da corrida, talvez se o tráfego não fosse tão forte a coisa teria sido diferente, mas o Diesel ainda vai ser um ponto determinante e os carros que estiverem equipados serão sempre favoritos. Esperou-se mais do Aston Martin da equipe Muscle Milk, pois tinha o apoio extraoficial por parte da fábrica, não conseguiu ameaçar ninguém e parou com problemas mecânicos completando apenas 6 horas de prova. Outra decepção foi por parte da OAK Racing que não completou a prova com seus dois carros. O “melhor” colocado foi o #15 pilotado por Lahayne/Moreau e Ragues que parou com pouco mais de 8 horas e meia de prova e o #24 com poucas 4 horas e 39 minutos por danos no motor. Também era esperado mais do #12 o Lola Toyota da Rebellion Racing. Fez uma corrida burocrática terminando em 7º a 12 voltas do líder um desempenho um pouco pior do que o obtido pela Dyson Racing, com seu também Lola Mazda, que ficou a oito voltas.
 

Vergonhoso resultado para todos os carros da classe P2

A classe LMP2 vive um paradoxo. Enquanto na Europa foi a salvação de várias equipes que não tinham dinheiro suficiente para entrar na P1 nos EUA se tornou uma grande decepção. Dos quatro carros inscritos todos foram mais lentos dos que os carros da categoria FLM, GT2 e até GTC. Desses, apenas um era modelo 2010 o # 43 da equipe OAK. O “vencedor” foi o Lola B11 de longe o mais belo protótipo na prova da equipe Level 5 Motorsports que completou a prova a 32 voltas do líder. Aliás, todos os carros da P2 tiverem problemas de confiabilidade mostrando que precisam evoluir para evitar a vergonheira de terminar atrás dos carros da GT2.

Carros da FLM surpreenderam muitos pela velocidade e durabilidade

 
Na categoria FLM o vencedor foi o #36 da equipe Genoa Racing USA do trio Peterson/Cameron e Gausch que terminou a 20 voltas do líder. Em segundo o Oreca #005 da Core Autosport do trio Bennett/Montecalvo e Dalziel.
 
Entre os GT’s a máxima de que os velhos superaram os novos se manteve. A pole da F430 da AF Corse que acabou em 5º comprovou que o modelo não é tão obsoleto como a Ferrari e as equipes cantavam em voz alta ano passado. O trio principalmente quando Pierre Kaffer e Maria Bruni estavam no volante foram competitivos o tempo todo. Já Fisichella teve um desempenho aquém do esperado. Se esperou mais dos Porsche da equipe Flying Lizard principalmente do #45 que “decolou” em cima de um dos Corvettes ainda no começo da prova e induziu a F458 de Scott Sharp a conhecer o muro. Mesmo com melhorias em relação ao ano passado a Porsche precisa se impor e pode fazer mais do que um 6º e 7º.
 

Dobradinha da BMW mostra maturidade da equipe

 
Sobre o acidente do Porsche a equipe alegou que o “culpado” foram as ondulações da pista de Sebring. Não é segredo que o péssimo estado da pista também é uma de suas marcas registradas, assim como em grande parte das pistas norte americanas. Isso, de certa forma, ajuda a testar o carro principalmente suspenção e pneus, todas as equipes sabem disso. Estranhamente a Rizzi favorita a vitória entre os GTs e que também estreou modelo novo teve um desempenho que a muito não se via. Todos os seus pilotos ficaram aquém do esperado. Jaime Melo, Mika Salo e Vilander estavam mais quebrados que o carro. O brasileiro chegou a liderar por um bom tempo, mas o desempenho foi caindo a ponto do carro não conseguir pegar por problemas elétricos. Estranhamente a Risi foi a primeira equipe a testar o carro ainda na Itália antes de qualquer outro time. Isso já seria uma vantagem, mas o que se viu foi um carro cambaleante e decepcionante. Com muito custo, terminou em 11º em sua classe a frente de outra F458 da equipe da Tequila Patron o que não deve ser encarado como mérito já que nenhuma completou a prova. A Rizzi tem meios e pessoal para reverter este quadro. O que falta foi rodar com o carro, mas ver tanto Jaime Melo como Toni Vilander reclamarem de problemas físicos não deixa de ser curioso.
 
Sem problemas a BMW fez dobradinha com o #56 em primeiro e o #55 em segundo dando um pódio ao brasileiro Augusto Farfus, que só não venceu porque teve um toque com um dos Corvette faltando menos de 2 horas para o final. Pena mas mostra que o título do ano passado não foi mero acaso e a escolha da BMW de investir se dinheiro em uma categoria competitiva ao invés da jogatina da F1 deu resultado. Os planos para 2012, além do endurance, são por um carro na DTM e o que tudo indica será um forte competidor.
Desempenho que se viu da equipe Corvette que chegou em 3º e 4º depois de um 2010 decepcionante. A vitória ano passado em cima do erro da Rizi em Petit Le Mans não livrou grande parte da equipe de uma demissão e abriu as portas para uma nova mentalidade na equipe. Os outros brasileiros na prova Bruno Junqueira e Cristiano da Matta que estavam com o Jaguar XKR mal competiram, pois o carro apresentou problemas logo nas primeiras voltas. Uma pena, a dupla é boa e pode surpreender quando o carro for mais confiável. Outros que mal deram o ar da graça foram o #050 o comentadíssimo Panoz Abruzzi que deu apenas 19 voltas e o Lamborghini Gallardo da West Racing que deu pífias 10 voltas. Pior foi o Aston Martin Vantagem que mal fez a temperatura do motor esquentar completando apenas cinco voltas.
 

Ferrari “antiga” da Krohn racing faz boa estreia correndo sem a sobra da Rizzi

Na classe GT AM o vencedor foi a Ferrari F340 da Krohn Racing terminando em 19º no geral. A equipe que até o ano passado tinha uma parceria com a Rizzi Competizione fez bonito chegando 50 voltas a frente do segundo colocado na classe. Na GTC o vencedor foi o Porsche #054 de Pappas/Faulkner e Bleekemole da equipe Black Swan Racing
 

Mesmo sem ver nada por alguns momentos Porsche #54 chegou ao final em primeiro

E assim o mundo do endurance dá seu ponta pé incial para um ano que promete. As próximas corridas serão ALMS etapa de Long Beach no dia 15 de Abril, a LMS abre seus trabalhos em Paul Ricard entre os dias 1 e 3 de Abril e a ILMC tem sua segunda rodada em SPA no dia 7 de Maio. Se pudermos tirar um ensinamento sobre Sebring é que muitas vezes o que pode se julgar ultrapassado pode surpreender. Pense nisso!
 
 
O bom e o ruim da corrida (clique nas imagens para ampliar)

Audi – Poderia ter chego ao pódio se não fosse os problemas que teve com os dois carros. Não tinha um carro vencedor em condições normais, mas podia surpreender na estratégia. Que venha o R18

Highcroft – O vencedor moral? talvez. A equipe que quase fechou as portas apostou no conhecimento e soube contornar a crise. Também provou que a igualdade de combustíveis é possível.

 

Ferrari F458 – A melhor 458 ficou em 9º na sua classe a 20 voltas do líder BMW. Se esperou mais de um carro tão badalado. Falta testar e muito.

 

Ferrari F430 – Foi superior em vários momentos. Teria conquistado o pódio se Fisichella não fosse…Fisichella. Ainda tem muito gás para queimar provando que nem sempre novidade é melhor.

 

Panoz Abruzzi – O espírito de Le Mans fez suas primeiras “voltas” oficiais sem fazer absolutamente nada. Nome não ganha corrida muito menos nome famoso. Carro precisa de um investimento maciço para pelo menos acabar uma corrida.

 

Peugeot 908 – O novo modelo provou ser rápido teria ganho a corrida se não fosse a afobação de seus pilotos e pequenos erros nos boxes. Resta saber se aguenta Le Mans.

 

Rebellion Racing – O resultado ficou entre 8 e 80. Tem suporte por parte da Toyota. Precisa apenas rodar mais para desenvolver o carro.

 

Jaguar – O modelo que serviu de pace car da corrida andou mais do que os dois modelos que deveriam ter corrido. Uma pena pois tanto Bruno Junqueira quando Cristiano da Matta tem potencial… Vamos ver no decorrer do campeonato.

 

OAK Racing – Surpreendeu no começo do ano anunciando 4 carros nos campeonatos da ACO. Pena que quantidade e qualidade nem sempre andam juntas. Equipe boa que precisa se focar. Ou é P1 ou é P2

Lola Coupe – Não fez nada durante toda a prova mas conseguiu o que nenhum outro carro fez. Ser bonito.

 

Speed – Mesmo não sendo uma emissora “oficial” vai transmitir toda a ILMC e 24 horas de Le Mans. Foram mais de 10 horas transmitindo Sebring sempre com irreverencia de Sérgio Lago e Roberto Figueroa. Pena que o exemplo não é seguido por outras redes em suas transmissões.

 

 

 

 

 

 

Charge–O circuito ideal para o Sr. Ecclestone tem que ter chuveiro quente ou frio?

O Site Inglês wtf1 fez um concurso para saber qual circuito iria substituir a prova cancelada no Bahrain. Dentre os muitos traçados com layout muito melhor do que os produzidos por Hermann Tilke venceu o desenho feito por Zé D`Agostini e foi apelidado de Ecclestone Marina Circuit.

A pista vem ao gosto do pequeno. Seria em um país Árabe mais precisamente no meio do deserto e com hotéis faraónicos. A corrida seria no mês de agosto nas altas temperaturas o que poderia deixar a corrida mais empolgante. Caso não tivesse a disputa esperada pois o circuito não é bom, não é rápido teria a última “invenção” da FIA que já deve estar patenteada ainda que duvido que qualquer outra categoria quisesse copiar os “chuveirinhos”

Estava a alguns dias querendo falar sobre isso mas faltava algo. Recentemente Bernie propôs o uso de chuva artificial para deixar as corridas mais empolgantes caso São Pedro não desse as caras. Claro que a notícia teve além do efeito indignatório comum em ideias e planos que vem por parte da FIA o feito chegou a ser cômico.

Pense comigo. Em uma corrida monótona o primeiro colocado consegue uma boa vantagem pois ninguém consegue ultrapassa-ló e digamos uma Ferrari está louca para vencer a corrida. O que acontece? Alguém no alto da sua sabedoria e para fazer jus a boa fama da categoria liga o registro. A corrida poderia ter mais emoção sim, porém não seria real.

Podemos ir além. Outra ideia bem do “tipinho” da F1 é por nos carros um recurso que estourasse os pneus em determinado estágio da corrida. Claro que tudo na maior segurança pois a F1 quer vencedores feitos e não por mérito.

Outra ideia seria o pedágio para os carros com número par em um corrida e impar na outra. Assim todos teriam a chance de vencer não é mesmo?

E o que é real na atual F1? O jogo de equipe? Os pontos “permitidos” para usar a asa móvel? As pistas que mais parecem kartódromos? Bernie perdeu uma grande e digo GRANDE oportunidade de ficar quieto e investir seu rico dinheiro em algo realmente descente para a categoria não ser taxada de inútil. Pois que empresa iria investir em uma corrida que se sabe o vencedor antes da largada? As poucas fabricantes iriam querer ter seu nome associado a um possível “chuveirogate”?

Piada não? Mas é a mais pura verdade em uma categoria que sempre se denominou “A mais avançada categoria”. Nem sempre um avanço é benéfico para alguma coisa. Adianta ter pistas lindas com seu asfalto liso não ter graça? Pois é. Enquanto isso fabricantes e principalmente torcedores estão cada vez mais optando por outras categorias…

Enquanto isso a F1 preocupada em por chuveiro na pista… resta saber de terá aquecimento ou não nas provas europeias.

F1–O torcedor brasileiro respeita seu ídolo?

A F1 está aí. Em março vamos ver se todo o favoritismo da Ferrari, RBR e McLaren nestes testes de pré-temporada serão confirmados ou é apenas fogo fátuo. Esses testes pelo menos a meu ver deram uma bela pista de como será esse campeonato. Disputado desde a primeira curva. Os pneus Pirelli estão cumprindo a proposta da FIA de serem menos duráveis, o que vai ocasionar mais paradas nos boxes e consequentemente vão fazer os chefes de equipe se virar em três para traçar a melhor estratégia. Isso é bom para o espetáculo e os melhores “poupadores” serão recompensados.

Nisso entra nosso amigo e piloto Felipe Massa, Que tem feito bons tempos muitos deles melhores do que Alonso nos faz pensar em um bom desempenho do brasileiro este ano. Será?

Massa, que esta semana deu uma entrevista dizendo que quer apagar da memória dos brasileiros o episódio da Alemanha no ano passado aonde deixou Alonso passar. Segundo ele apenas com vitórias o torcedor vai esquecer a tramoia. Sempre defendi Massa nesse episódio. Seu desempenho ano passado era visivelmente inferior a Alonso e em um mundo aonde o ego e o dinheiro mandam, acabou sendo natural o pedido da equipe. No endurance também é assim… Em Le Mans, por exemplo, tanto a Audi quanto a Peugeot trabalham com três carros e apenas um deles deve ganhar aprova. Claro que tudo é feito de uma forma mais natural.

Ano passado o carro #7 da Audi pilotado por Alam McNish, Dindo Capelo e Tom Kristensen que são os pilotos preferenciais da marca estavam em primeiro e se envolveram com em um acidente. Acabaram em terceiro a várias voltas de outro carro da marca. Se fosse na F1 provavelmente o segundo piloto da marca teria que “estacionar” o carro para o primeiro piloto ganhar.

Massa pode ganhar várias corridas, campeonatos, mas jamais vai se livrar da “síndrome Barrichello” principalmente para nós brasileiros que adoramos criticar sem saber das coisas. Se faltou coragem para Felipe? Não, ele ainda foi esperto e deixou bem claro a manobra que estava fazendo diante do mundo. Felipe tem talento e equipamento para fazer um ótimo campeonato este ano. Se for melhor que Alonso com certeza a Ferrari vai priorizar o brasileiro. Agora Felipe querer que o torcedor esqueça algo que não partiu dele, isso infelizmente é um pouco demais.

Para que exemplo melhor do que Ronaldo? Que ganhou títulos, fez partidas memoráveis e por conta de um jogo ruim só não foi morto por pouco? Infelizmente nós brasileiros temos o costume do imediatismo que só vale o que acontece hoje. Já pensou se nos últimos anos da carreira de Senna não fosse à de outrora? Será que nós também iríamos sacrificar ele? Quantos diziam em 94 que Senna já não era o mesmo?

Vamos esperar o campeonato começar para a “torcida” apoiar nossos pilotos ou crucificar, como sempre.

Análise das classes que irão participar das 24 horas de Le Mans – GT

A análise dos carros e equipes que vão participar das 24 horas de Le Mans continua. Hoje vamos falar da categoria que de uns anos para cá deixou de ser apenas um complemento da prova para ser um dos destaques em todos os campeonatos, Seja na ALMS e LMS. Esperei um pouco para comentar sobre esta classe esperando o anúncio por parte da FIA dos inscritos para a FIA GT1 desde ano, e posso dizer com todas as letras, que o belo campeonato que tínhamos o ano passado e que chegou a ser visto como uma ameaça pela ACO foi por terra.

Mas o que isso tem haver com Le Mans? Tudo. A classe GT1 desde 2009 não vai muito bem nos campeonatos organizados pela ACO e por muitas vezes os carros da GT2 foram superiores em desempenho e durabilidade. Os custos para manter um carro na principal classe dos GTs é alto e chegou a ter apenas 2 carros inscritos na ALMS o caso da Corvette e os dois Saleen da Larbre e Atlas eFX na LMS

Ano passado várias equipes da FIAGT entre elas a Matech com seu belo Ford GT participaram da corrida em Sarthe ficando pelo caminho uma a uma dando a vitória ao Saleen. Ficou mais do que provado que o método de corrida feita pela SRO que organiza as provas da GT1 com provas Sprint acabou sendo uma grande piada. Sempre falei que os carros nem deviam mexer o ponteiro da temperatura do motor visto a rapidez da prova.

Para 2011 teremos 18 carros contra um grid de 24 em 2010. Carros como o Maseratti e o Corvette não vão participar. A Matech já vendeu sua divisão de competição e vai se dedicar a desenvolver uma versão GT2 do seu carro para competir em outros campeonatos inclusive os da ACO…

Por outro lado muito do fracasso da FIAGT se dá pelo fato da entidade francesa ter extinguido a classe dos seus campeonatos e criado duas, apenas diferenciando pilotos profissionais dos “amadores” endinheirados. Muito dessa mudança se deve pela pressão de construtores como BMW, Corvette, Ferrari e Porsche que tem apoiado muitas equipes. Dessas quatro, apenas a Ferrari não tem uma equipe “oficial”. A Porsche apoia de forma oficial as equipes Flying Lizard e Felbermayr Proton.

Na classe GTE Pro, teremos 18 carros participando e aonde os fabricantes e equipes gastam mais. A Ferrari e Porsche dominam o grid com cinco carros italianos e cinco alemães. A grande perda é por conta da equipe Rizi Competizione do brasileiro Jaime Melo que são bi campeões da prova. O time que compete na ALMS não vai participar das 24 horas este ano. Por outro lado, a AF Corse vem com duas Ferrari F458 e é uma das favoritas. Deve travar belos duelos com os Porsche da Flying Lizard e Team Felbermayr Proton com dois carros cada.

Não podemos esquecer-nos da Corvette Racing que ganhou de forma inusitada Petit Le Mans ano passado e que tem uma bela experiência em Sarthe. A BMW também entra com dois carros e espera fazer uma apresentação melhor do que ano passado em que terminou no 6º lugar.

Temos a estreia da Lotus Jetalliance com dois Lotus Evora e que devem ter um ano de aprendizado e a Jota Sport com o Aston Martin Vantage. A ACO foi conservadora e escolheu times com estrutura e com projetos confiáveis. Outra ausência é a Spyker que anunciou a construção de um novo carro para 2012 aposentando o Laviolette.
Já na classe GTE Am 10 carros irão buscar a vitória. Espero muito desta classe já que é formado por pilotos “amadores” e pelo menos um profissional. Provavelmente o desempenho seja igual o que vimos em Sebring ano passo quando o Lola da Dryson Racing pilotado por Emanuele Pirro lutou de igual para igual com os Peugeot e quando Paul Dryson assumia o volante o desempenho caia.

A classe também marca a estreia da Robertson Racing com seu Ford GT. A Flying Lizard também está presente com um Porsche 997 bem como a AF Corse com uma antiga F430. A Larbre Competition que corria Com Saleen ano passado volta a disputa com um Corvett C6.R. Também contamos com um Aston Martin Vantage da equipe Gulf AMR Middle East. Será interessante ver o desempenho das F430 frente à nova F458 visto que nos testes em Sebring o modelo antigo superou o novo. Como até lá já teremos algumas provas tudo pode se inverter, bem como o desempenho de pilotos já que a maior diferença mesmo é no braço já que modelos como Porsche têm poucas modificações em relação à GTE pro.

Este ano tem tudo para ser um dos melhores no mundo do endurace com equipes e principalmente fabricantes investindo e muito neste tipo de campeonato. Enquanto a FIA prefere focar seus investimentos na F1 e na acabada FIAGT a ACO luta em todos os sentidos para fazer um belo espetáculo. É só ver o nível das pistas das duas entidades e você terá uma ideia de como vão as coisas.

O automobilismo internacional é melhor do que o nosso?

Estava no final de semana meio “avulso” como se diz e zapeando pelos canais acabei tropeçando pelos VTs que o canal SPEED passa massivamente. Como barulho de carro é sempre bom, fiquei assistindo ao Porsche Cup europeu e o campeonato britânico de GT. Essas duas categorias tem irmãs aqui no Brasil. Como os carros são os mesmos vale a pena uma análise.

Assisti, pois passaram duas provas de cada categoria e uma coisa me intrigou e me fez pensar. O nível técnico dos nossos pilotos é melhor ou pior já que os carros são os mesmos? Não sei achei os campeonatos europeus com mais “pegada” mais toques mais disputas. Não se via aquele mato alto, aquele aspecto de circuito abandonado. Assim como lá a maioria dos pilotos são os gentleman drives pessoas ricas que podem se dar o presente de comprar ou alugar um Porsche ou Ferrari e competir. Talvez lá caso algum desses carros sofra um acidente (o que é bem comum quando se disputa uma posição) os reparos são mais fáceis de fazer.

Vendo a GT3 Brasil ou a Porsche Cup sinto que os pilotos tem “medo” de disputar uma posição, talvez por ser amigo do piloto ao lado ou pena de amassar o para-choque da sua Ferrari ou considerar tudo uma grande festa aonde aparecer está mais fácil do que pilotar. Claro que nenhum piloto quer ter sua prova prejudicada por conta de uma barbeiragem ou problema mecânico, só que com medo de gastar se perde um pouco a gana de vencer? De ultrapassar seu adversário? De buscar seu próprio limite?

Com raras exceções a Porsche Cup Brasil é um desfiles das belas máquinas, ultrapassagens momentos empolgantes só mesmo nos poucos pilotos profissionais que disputam o certame. Você leitor pode me questionar “falar é fácil, mas tente pilotar um carro a mais de 200 km/h” dai respondo. Preparação. Assim como um médico, um arquiteto precisa de uma preparação uma aula um curso um piloto também não precisa?

Nós mesmos meros mortais que todo os dias dirigimos nossos Corsas, Palios e gols não tivemos que fazer autoescola? Curso de primeiros socorros? Para estar “preparado” para guiar um automóvel? Sim, muitas pessoas não precisam de uma autoescola para ligar um carro e sair por ai fazendo cagadas. Pilotos também fazem cagadas ou será que todos fizeram cursos de piloto? Vou além qual será o nível das escolas de preparação de pilotos? Elas realmente ensinam o cara a fazer uma tangência de curva? A dosar os pneus? A diferenciar um problema.

Hoje é fácil adquirir um superesportivo a Porsche tem seu 911 GT3 a Ferrari sua 458 Challenge apenas para citar os mais comuns de se ver em provas de GT. Mas como diz o câmera do pânico “e ai? e ai”. Duvido e por uma possível falta de preparo deixam de aproveitar o que o automobilismo tem de melhor, a emoção, o gostinho de a cada volta chegar mais perto do seu limite. Se for para dar voltinhas em circuitos não seria mais fácil andar em um carrossel?

Para não dizer que não valorizo o “made in Brazil” vale muito a pena ver o campeonato Gaúcho de marcas e pilotos. O grid que facilmente ultrapassa 40 carros tem de tudo, batidas, capotamentos e ultrapassagens. Lá se seu rival nas pistas for seu patrão ou amigo, não importa, o que vale é a emoção.

Análise da Classe LMP1 na ILMC e Le Mans

A ACO divulgou hoje suas listas tanto para o ILMC quando para as 24 horas. Boas surpresas e como diz a música da Legão Urbana “mais do mesmo“. Vamos analisar classe por classe para se ter uma ideia de como serão as coisas este ano.

A P1 é a menina dos olhos da ACO e de quem é fã de carros esportes e principalmente de competitividade esperam as melhores disputas e brigas. Desde a introdução dos motores a Diesel em 2006 nenhum outro tipo de motorização ganhou na geral a grande clássica. Audi tem dominado a corrida porém teve um grande susto em 2009, mas se redimiu em 2010 superando os franceses de forma humilhante. Porém em todas as outras provas que teve uma disputa direta entre os dois fabricantes o 908 foi soberano, seja em Road Atlanta, Silverstone e Zhuhai. Pode se dizer que a Peugeot teve sorte? Talvez, Em Zhuhai se a prova tivesse mais umas 2 horas o time alemão teria ganho.

Só que Audi e Peugeot não estão sozinhos em sua classe. Como todos os jornalistas adoram “achar” que este ano a vitória em qualquer prova será das duas equipes é bom rever seus conceitos. Na ILMC Serão dois Audi e dois Peugeot, terão a companhia do novo Aston Martin ARM One que até o momento sequer for apresentado mas que já preocupa a Audi pelo bom nível de velocidade máxima em reta como se comprovou em Paul Ricard ano passado. Com a equivalência dos motores a gasolina com o diesel nunca se sabe.

Teremos também a OAK Racing fazendo sua estreia com dois carros nas duas competições. A equipe tem se mostrado constante e vai participar também na P2 com dois protótipos. Se for bem pode alavancar suas vendas com o programa de baixo custo da ACO para modelos da LMP2. Tanto o motor Judd quanto o projeto do carro são confiáveis o que talvez falte é velocidade final nas grandes retas “talvez” eu disse.

Outra equipe que ano passado esteve entre os primeiros (quando não se tinha modelos a diesel) é a Rebellion Racing. Aposto nesta equipe que tem o apoio total da Toyota no fornecimento de motores. Este é o primeiro passo para o construtor japonês voltar com carro e tudo para o endurance e que ninguém duvide da capacidade da Toyota.

A boa surpresa é a equipe Hope Racing que vai marcar a estreia do Oreca 01 Hybrid. Deve primeiro mostrar que o carro é durável e possa completar as corridas. O carro o Oreca 01 é um modelo que teve desempenho mediano em 2009, terminando em 5º no geral e repetindo o feito em 2010. Nas duas edições o motor era o AIM. O time oficial da Oreca vai disputar a classe com o modelo 908 do ano passado. A equipe sempre esteve entre os primeiros e foi campeã da LMS ano passado. Claro que se estiver na frente dos Peugeot oficiais deve abrir passagem mas não deixa de ser uma aposta forte. A equipe também compete no ILMC.

Outra boa notícia é a volta de um dos principais nomes da história do endurance. Henri Pescarolo volta depois de maus bocados em 2010 quando se associou a Sora Racing que por má administração perdeu todos os bens da equipe. Através da OAK que comprou todo o ferramental e carros e “devolveu” para Pescarolo voltar a competir. Será apenas 1 carro o mesmo de 2009 com pequenas modificações. A equipe tem experiência e será uma atração a parte. Deve lutar por posições secundárias.

Dois bons exemplos de equipes pequenas ou independentes que sempre se saíram bem tanto na ALMS e LMS mas que tiveram problemas na grande clássica. Campeã da LMS em 2009 a Quifel ASM Team não completou a prova em 2009 e terminou em 4º em 2010 a 6 voltas do vencedor a Strakka Racing. Esta será a primeira vez que a equipe vai para a classe principal e deve ser um ano de aprendizado. A outra “independente” que faz bonito na ALMS é a Highcroft Racing campeã em 2010 despontou como grande favorita para as 24 horas mas terminou em 2º a duas voltas do líder. Faltou ritmo e também experiência em percursos longo.

Podemos concluir que a disputa será boa com uma enorme vantagem para os modelos a Diesel o que não deve ser tão grande assim em provas menores. Equipes como a Rebellion e OAK podem surpreender, a Aston Martin por enquanto é uma grande incógnita assim como o modelo híbrido. Façam suas apostas.

A F1 vergonhosa neste começo de ano?

A F1 está aí. Quase todas as equipes já apresentaram seus carros, pilotos estão contratados, o calendário está definido e temos duas “boas” surpresas para este ano. O Kers e a asa traseira móvel.

Ótimo. O primeiro já é um velho conhecido e para este ano vem menor e mais fácil de acoplar nos carros. A segunda “novidade” é sem dúvida a asa traseira móvel que o piloto pode acionar durante uma reta para realizar uma ultrapassagem ou defender a posição. Com tantas regras e botões para apertar aonde começa e a onde termina a profissão de piloto?

Não seria mais fácil e divertido entrar no carro ligar e sair dando voltas para ver quem é o mais rápido? Esse pelo menos para mim é o principio de uma corrida de automóvel. Mostrar a habilidade do piloto “pilotando” ao invés de apertar botões. Dada às proporções, daqui algum tempo teremos um jovem de 15 anos fera em simuladores ganhando títulos e corridas, pois sabe apertar botões mais rápido do que o adversário.

Há alguns anos Nick Lauda afirmou que até um macaco iria conseguir pilotar um F1 atual. Um macaco talvez, mas ele quando consultor da extinta Jaguar não conseguiu dar uma volta sequer em Silverstone. Claro que o nível de um piloto de F1 está acima de qualquer outra categoria, mas desde quando isso é mérito?

Hoje a FIA divulgou mais regras para o uso da asa móvel. Seu uso está liberado em treinos livres e no treino oficial. Durante a corrida SÓ pode ser utilizado que estiver perseguindo seu concorrente e estiver a menos de 1 segundo dele… Agora a “regra” da vez são zonas no circuito em que o piloto deve usar a asa e somente lá. Seria como no Need for Speed que você tinha locais onde o nitro ou dinheiro estavam esperando pelo piloto mais esperto e conhecedor do jogo.

Entre outras coisas, o mecanismo só poderá ser acionado nos últimos 600 metros da reta designada pela FIA e linhas serão pintadas na pista para “lembrar” o piloto. Retas? Os atuais circuitos possuem tal forma? Aonde por exemplo vai ser usado em circuitos como Mônaco e Hungria? Ou nas pistas novas que nem sei o nome? E se a pista tiver duas retas? Como Monza?
Entendeu? Decorou? Se para nós, meros espectadores e torcedores é complicado, agora pense em um piloto que tem que pensar no estado dos pneus, consumo de combustível, no adversário, no clima e ainda ficar de papo com o pessoal dos boxes… Isso que falei apenas o básico. Ah! Não mencionei o uso do Kers por volta que também está “autorizado” uma vez a cada ciclo.

A FIA ano após ano faz retrocessos na categoria e ainda fala de boca cheia que a F1 é o campeonato de maior nível tecnológico. Será? Vamos analisar sua principal rival a Le Mans Series. Os carros não têm tantos botões para apertar, mas a tecnologia do KERS está ali desde 2008 antes de estrear na F1. O uso do turbo e de combustíveis como Diesel, Álcool, e até Isobutanol são permitidos e incentivados. E a F1 preocupada em pintar faixas e linhas nos circuitos…

F1–Schumacher enjoado com o simulador?

                         

O Site F1 Today divulgou hoje uma coisa curiosa sobre o “competente” mil vezes campeão do mundo Michael Schumacher. A “desculpa” pelo fraco desempenho em 2010 se deve ao fato de Schumacher sentir enjoos quando utiliza simuladores já que testes durante o ano são proibidos.

Segundo a fonte que revelou isto para o site “Nico passou muito tempo nos simuladores se preparando para os Grandes Prêmios. Michael começava as corridas com um acerto básico feito na sexta-feira. Havia algumas razões muito boas para Schumacher não conseguir encontrar velocidade. Essa é uma das razões para que Schumacher tenha ficado, em algumas oportunidades, em desvantagem para Rosberg.

De fato Rosberg em muitas oportunidades teve um desempenho melhor do que o todo poderoso, agora atribuir a enjoos por conta do simulador isso é um pouco demais.

Simuladores não são tão novos assim no mundo da F1 e já existiam na época que Schumacher era piloto da Ferrari. Talvez não tão sofisticados mas já presentes.

Por isso parto de um pensamento obvio. Se Schumacher passa mal em um simulador que “simula” um carro de verdade ele também não teria essa enfermidade durante todas as provas do ano? Não sei, as desculpas do Alemão já foram de dores nas costas, no pescoço e por último o lance do simulador.

O site também aponta o acidente de moto que Schumy teve em 2009 quando caiu de moto e esta seria a causa de dores e tudo mais.

Claro que um caso não é igual ao outro mas Felipe Massa depois do acidente na Hungria nunca reclamou ou atribuiu seu fraco desempenho em 2010 por conta do referido sinistro.
Vamos esperar e ver como será o desempenho do alemão neste ano, ou esperar pela próxima desculpa.