Cameron Glickenhaus em dúvida sobre a participação após Le Mans
Após adiar a estreia nas 6 Horas de Spa, a Scuderia Cameron Glickenhaus anunciou nesta quinta-feira que também não participará das etapas de Fuji e Bahrein do Mundial de Endurance.
O motivo é o atraso no desenvolvimento do SCG007, seu primeiro Hypercar. O desenvolvimento vem do fato de a equipe ainda não ser capaz de completar seu planejado teste de resistência de 30 horas com o carro, que agora está agendado para o início do próximo mês em Motorland Aragon.
“Não há nada que mudou em nossos planos”, disse Jim Cameron ao site Sportscar365. “O COVID-19 tornou mais difícil em termos de fornecedores. Coisas que costumávamos tirar do Reino Unido da noite para o dia agora levam três semanas”.
“Mesmo que seja algo tão pequeno quanto um conector elétrico, isso deixa você mais lento. Isso teve um efeito”.
“As restrições de viagens da COVID tiveram um efeito enorme sobre nós”.
“Temos pilotos dos Estados Unidos, França, Reino Unido. As regras mudam a cada 15 minutos. É muito difícil, então isso tornou as coisas mais lentas. Mas a desaceleração nunca mudou nada”.
“Sempre íamos fazer um teste de 30 horas e sempre teríamos essa exploração aerodinâmica provisória, um teste de túnel de vento de pré-homologação em escala real”.
“A internet, imprudentemente, faz suposições de que não correr em Spa significa alguma coisa. Não significa nada. Estamos atrasados. Existem muitas razões para isso. Mas não temos pressão”.
“Por que correríamos para correr em Spa com um carro que não é tão bom como eventualmente vai ser, e ficar presos em algo que não é bom? É loucura”, enfatizou.
Próximos passos
O dono da equipe disse que o próximo passo no desenvolvimento é finalizar a aerodinâmica do carro 007. A equipe desenvolveu dois kits aerodinâmicos e precisa escolher apenas um.
O segundo chassi está no túnel de vento da Sauber para testes. “Este é um teste SCG privado onde vamos experimentar diferentes configurações para determinar o que exatamente o carro final será, e o que o tornará o mais rápido – principalmente em Le Mans, mas também adequado para correr em outras pistas do WEC”, Glickenhaus disse.
“O problema é que se você acabou de fazer um carro puro para Le Mans, ele realmente não será tão bom em outras pistas. Então, estamos tentando fazer isso”.
“Assim que fizermos isso, haverá um compromisso de cinco anos para a vida útil do carro. Então, realmente queremos ser muito cuidadosos com essa decisão. Meu objetivo é vencer a Ferrari em Le Mans em 2023, não aparecer em Spa com um carro que não está pronto”.
“Além disso, olhe para a situação da COVID na Bélgica hoje. Não é o ideal. Eu quero me sujeitar e meus companheiros a isso?”
“Estaremos prontos para correr os dois carros em Portimão e, portanto, correremos com os dois carros em Portimão, Monza e depois em Le Mans”, disse Glickenhaus. “E então veremos onde estamos e partir daí.”
Falta de recursos poderá ser um problema após Le Mans
Glickenhaus disse que não está comprometido com as rodadas ‘em Fuji e Bahrain nesta temporada e vai depender de patrocínio adicional. “Fazemos isso para vender carros”, disse ele. “Não vendemos carros no Oriente Médio e não vendemos carros no Japão”.
“Então, para continuarmos fazendo todo o WEC, precisamos de patrocinadores que queiram a exposição que podemos dar a eles nesses mercados”, disse.
“Só correr porque está lá, não é algo que tenhamos interesse ou tenhamos que fazer. Somos um pouco diferentes das outras empresas”.
“Eu acho que vamos conseguir alguns desses patrocinadores? Certo. Eu acho que algum dia iremos vender carros para o Japão? Absolutamente. Acho que vamos vender carros para o Oriente Médio? Sim”,
“Meu objetivo não é vencer o Campeonato Mundial de Endurance. É para curtir as corridas e ter a corrida vendendo carros pra gente, da forma tradicional, não gastar 2 milhões de dólares indo para Bahrein e Fuji, isso não vai vender carros. Por que eu faria uma coisa dessas?” Finalizou.