A Toyota venceu neste domingo 16, a primeira etapa do Mundial de Endurance 2017, disputado no circuito de Silverstone na Inglaterra. Sébastien Buemi, Anthony Davidson e Kazuki Nakajima, levaram o TS050 #8 ao primeiro lugar em uma corrida de certa forma controlada pelo fabricante japonês.
Adotando o kit de alto downforce, mais favorável para as características do circuito, a Toyota dominou os treinos livres e classificatório. Se manteve na liderança da prova, perdendo a primeira posição durante as trocas de piloto e abastecimentos. A Porsche que correu em Silverstone e vai correr em SPA com setup próprio para Le Mans. Por conta disso, não teve um carro vencedor. A diferença de quase 1 segundo nos tempos de volta para os rivais nipônicos demonstram isso. A vitória só viria com algum azar dos dois TS050. E isso quase aconteceu.
Com períodos de chuva, os dois 919 Hybrid acabaram prevalecendo em alguns momentos. O #1 pilotado por Nick Tandy, chegou a liderar na terceira hora de prova, mas teve que ceder a primeira posição quando entrou nos boxes para troca de pneus. Foras as intempéries climáticas, a equipe Porsche não tinha um carro para vencer, tendo total consciência disso. A vitória poderia ter sido conquistada pela Porsche se não tivessem optado por pneus intermediários, algo que a Toyota sabidamente não adotou.
Toshio Sato, presidente da equipe: “Esta foi uma corrida dramática, mas a prioridade foi a saúde de José Maria e estamos todos aliviados que ele está bem após o acidente. Apesar do nosso forte desempenho na qualificação, sabíamos que a Porsche seria um oponente muito mais forte na corrida. Toda a equipe teve um bom desempenho e lutou até a bandeira quadriculada. Claro que é decepcionante não ter dois carros no pódio, mas estou orgulhoso da equipe por sua determinação e espírito de luta, especialmente os mecânicos que trabalharam tão rapidamente no carro # 7. No geral, estou satisfeito com o nosso alta downforce, que mostrou um forte desempenho durante toda esta semana. Agora precisamos ajustar nosso pacote para Spa-Francorchamps, quando vamos mais uma vez lutar de igual para igual com a Porsche”.
O primeiro lugar quase foi alcançado. Faltando menos de 12 minutos para terminar a prova, Buemi acabou superando o Porsche 919 #2 pilotado por Brendon Hartley. Na terceira posição o Porsche #1 de Nick Tandy, Neel Jani e Andre Lotterer que estreou pelo fabricante alemão.
Para José Maria Lopez o acidente foi um grande susto: “A corrida começou muito bem, mas depois tivemos o problema com a barra de direção no final do stint de Mike. Kamui pilotou muito bem para nos manter na corrida e eu estava tão ansioso para entrar no carro. Começou a chover e quando eu estava indo para a curva Copse comecei a ter problemas. Foi um pouco dos problemas com a barra e o piso molhado. Toquei o freio com o meu pneu traseiro. Foi um grande impacto e no começo eu senti um pouco de dor, eu estou feliz. Agora estou pronto para voltar para Spa.”
José Maria Lopez estreando pela Toyota, sofreu um grave acidente enquanto pilotava o TS050 #7. Lopez conseguiu retornar aos boxes para reparos, porém precisou ser encaminhado para o hospital do circuito para exames. Por conta do acidente, o carro de segurança precisou ser acionado. Foi o único incidente grave durante todas as 6 horas de prova. Fechando os inscritos na classe LMP1, o ByKolles #4 acabou se envolvendo em um acidente com o Aston Martin #97. Ele não conseguiu completar a prova.
Para Andrea Seidl, chefe da equipe Porsche, o resultado era esperado. “Segundo e terceiro lugar foi como uma vitória. Estou muito orgulhoso de cada membro da equipe tanto em Weissach quanto aqui – é impressionante o que esta equipe conseguiu hoje. Apesar da decisão de vir aqui com pouca pressão aerodinâmica, ambos os nossos carros foram 100% confiáveis e muito competitivos. Além disso, nossos seis pilotos, mais uma vez mostram um alto nível. Parabéns a Toyota para uma vitória bem merecida “.
Na classe LMP2 a vitória ficou com o Oreca 07 #38 da equipe Jackie Chang DC Racing. Em parceria com a JOTA Sport, Oliver Jarvis ex-piloto da Audi, levou o LMP a vitória com uma vantagem de 19.376 segundos para Nicolas Prost com o Rebellion Racing #31. Jarvis partilhou o protótipo com Thoma Laurent e Ho-Ping Tung. Já Prost dividiu o Rebellion com Bruno Senna e Julien Canal. Nelson Piquet Jr., que estreou com o Rebellion #13 ao lado de Mathias Beche e David Heinemeier Hansson, ficou em último na classe.
Em terceiro o #28 da equipe TDS Racing. Na quarta colocação o Alpine #36, que chegou a liderar a prova nas primeiras horas. Nicolas Lapierre, Gustavo Menezes e Matt Rao partilharam o Alpine. A expectativa de que a classe LMP2 seria monótona por conta dos protótipos Oreca acabou não se concretizando. A qualidade dos pilotos e estratégias diferentes, por parte das equipes levou a emoção que faltava para a classe.
O resultado superou as expectativas de Bruno. “Estou muito contente com o que aconteceu hoje. Vínhamos encontrando problemas com o acerto do carro desde a sexta-feira e achávamos que seria difícil até brigar para chegar entre os três primeiros depois dos treinos classificatórios. Mas fizemos uma boa prova e poderíamos até sonhar com a vitória se não tivéssemos enfrentado problemas com os pneus intermediários quando a chuva chegou”, explicou.
Bruno ficou encarregado da largada e subiu do quarto lugar no grid para a vice-liderança ainda na primeira volta. Aos poucos, no entanto, começou a sofrer com o acentuado desgaste dos pneus Dunlop. “O carro que vinha logo atrás de mim estava muito agressivo e me obrigou a sacrificar os pneus para defender a posição. Mas, depois, conseguimos imprimir um bom ritmo, acertar na estratégia e fechar a prova numa colocação mais do que satisfatória.”
O final da corrida reservou um certo suspense para os boxes da Rebellion Racing, já que a diferença de Nicolas Prost para o terceiro colocado Matthieu Vaxivière despencou nas últimas voltas. “Estávamos com o combustível no limite e o Nico precisou tomar cuidado para não ficar a pé. Mas tudo deu certo. Acho que ainda estamos sentindo um pouco da falta de quilometragem de pré-temporada, mas aprendemos bastante aqui sobre o comportamento dos pneus e levaremos essas lições para a próxima etapa, no início de maio em Spa-Francorchamps”, concluiu Bruno.
A Ford venceu pela classe GTE-PRO. O modelo americano começou as 6 horas na frente com seus dois modelos GT. Um susto quase tirou a vitória do #67 dos pilotos Andy Priaulx, Harry Tincknell e Pipo Derani. Apenas o pneu dianteiro esquerdo trocado, o #67 conseguiu se manter entre os primeiros, contanto com uma parada do Porsche #91 pilotado por Fred Makowiecki. O Ford #66 pilotado por Billy Johnson e Oliver Pla, chegou a liderar a prova, mas ficou na quarta posição na classificação final.
Em segundo A Ferrari #51 da equipe AF Corse de Alessandro Pier Guidi e James Calado. O Porsche #91 dos pilotos Fred Makowieki e Richard Lietz completou o pódio da classe PRO na terceira posição. Tanto Ferrari quanto Porsche chegaram a liderar a prova em determinados momentos. A Aston Martin teve uma prova complicada. Nenhum dos dois carros teve um desempenho convincente durante a prova, terminando em sexto e sétimo na classe. Jonny Adam acabou batendo com o Aston #97 no LMP1 da ByKolles na hora final da prova.
Na classe GTE-AM a vitória ficou com a Ferrari #61 da Clearwater Racing. Weng Sun Mok, Keita Sawa e Matthew Griffin acabaram super beneficiados pelo toque entre o Aston Martin #98 pilotando por Pedro Lamy e a Ferrari #54 da Spirit Of Race de Miguel Molina. A vitória chegou faltando 24 minutos para o fim da prova.
Lamy, Paul Dalla Lana e Mathias Lauda dominaram a prova, mesmo com várias rodadas proporcionadas por Dalla Lana. O Aston Martin terminou à frente de Dempsey-Proton Racing. A Ferrari #54 não conseguiu completar a prova e foi desclassificada.
A próxima prova ocorre entre os dias 4 a 6 de maio em SPA-Francorchamps
FIA e ACO estendem Mundial de Endurance até 2020
Os presidentes da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Jean Todt, e do Automobile Club de l’Ouest (ACO), Pierre Fillon, assinaram hoje uma extensão de três anos para o contrato do Campeonato Mundial FIA Endurance, tendo a parceria entre as duas organizações, se estendendo até o final da temporada de 2020. Assim a ACO se mantém como promotora do WEC por mais três anos.
Presidente da FIA, Jean Todt: “Estou muito contente por este anúncio da extensão do acordo de cooperação com ACO como promotor do FIA WEC. Corridas de endurance, são uma parte fundamental da história do automobilismo e estou ansioso para promover a forte cooperação entre as equipes da FIA e ACO”.
Presidente da ACO, Pierre Fillon: “Quando anunciamos esta parceria em 2011 várias pessoas foram céticas. Acho que podemos dizer hoje, depois de cinco temporadas de sucesso e no início da sexta, esta parceria é um sucesso. Nós temos um campeonato forte, as equipes tanto da ACO, quanto FIA trabalham em conjunto num espírito muito construtivo. Quero agradecer a Jean Todt por tudo que ele tem feito para criar este campeonato. É com grande prazer que eu assinar a extensão a esta parceria em nome da ACO”.