A segunda etapa do Mundial de Endurance que aconteceu neste sábado 06, no circuito de SPA-Francorchamps pode ser vista muito além do merecida vitória da Toyota em cima da Porsche. Após seis horas de prova, a vitória do #7 de Sebastien Buemi, Anthony Davidson e Kazuki Nakajima pode ter acendido uma luz amarela no time japonês.
Com seus principais carros utilizando setup de alto downforce mais adaptado para o circuito Belga, os dois TS050 cumpriram e mantiveram o bom papel iniciado em Silverstone. O terceiro carro o #9 de Stéphane Sarrazin, Nicolas Lapierre e Yuji Kunimoto, com o setup específico para Le Mans terminou na quinta posição. Com duas voltas de desvantagem para os ponteiros e mais de 1 minuto e 25 segundos para o quarto colocado, o Porsche #1 a equipe realmente está preparada para bater a Porsche em Le Mans?
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Pelo lados do time alemão Timo Bernhard, Eal Bamber e Brendon Hartley levaram o Porsche #2 ao terceiro lugar. A diferença para o vencedor #8 foi de 35.283 segundos. O trio chego a esboçar um desempenho no final da prova, mas era tarde demais. a Toyota tinha mais velocidade e consistência. Não é segredo que a Porsche sempre privilegiou Le Mans, e o desempenho apresentado pelo #9 pode acabar sendo mais benéfico para o time alemão do que se imagina.
A vitória do #7 que se mostrou mais competitivo durante toda a prova, não se concretizou por pura má sorte. Durante dois períodos de “full corse yellow”. O #8 assumiu a liderança na quarta hora de prova. A diferença para o #8 que era de cerca de 20 segundos foi por terra após a FCY causada pelo acidente do Oreca #28 da equipe TDS Racing.
Para Fritz Enzinger, Vice-Presidente do programa LMP1 da Porsche ameniza a escolha do kit de baixo downforce para as duas primeiras etapas do Mundial: “Começamos na pole, a volta mais rápida da corrida e marcamos um pódio, mas infelizmente não conseguimos levar os dois carros para as primeiras posições. Nós ainda estamos muito bem com a nossa decisão estratégica de competir nas duas primeiras rodadas com a configuração de baixo downforce. Agora estamos ansiosos para o nosso último teste de 30 horas na próxima semana. Iremos para o Le Mans cheios de confiança e apenas alguns pontos de liderar no campeonato de fabricantes.”
O #7 acabou perdendo a segunda posição também para o Porsche #2, que acabou recuperando, mesmo com uma estratégia de retardar as paradas nos boxes do 919. Esta foi a segunda vitória consecutiva de Buemi, Nakajima e Davidson. A dobradinha da Toyota não ocorria desde as 6 horas de Shanghai em 2014.
Toshio Sato, presidente da Toyota: “Esta foi uma corrida dramática; Espero que os fãs tenham gostado. Estamos muito satisfeitos com o resultado após outra luta intensa com Porsche. O # 7 não teve sorte com as bandeiras amarelas. Essas coisas podem acontecer em corridas de resistência, mas é realmente frustrante para Mike, Kamui e a tripulação carro. Eles tinham o carro mais rápido hoje na corrida e não cometeram erros. O # 8 nunca desistiu e foi recompensado. Esse também tem sido um fim de semana muito produtivo a partir de um ponto de vista técnico; ter a chance de obter dados sobre o pacote de baixo downforce com o #9 é útil para os nossos preparativos Le Mans. Le Mans é a nossa grande meta.”
Na quarta posição o Porsche #1 de Andre Lotterer, Nick Tandy e Neel Jani. O carro que marcou a pole no sábado, enfrentou problemas com a durabilidade dos pneus e não pode brigar pela liderança da prova. O Toyota #9 foi outro que em nenhum momento se mostrou postulante a vitória. Mesmo sendo uma prova mais voltada para testes, não conseguiu fazer frente aos dois Porsche que também estavam com setup específico para Le Mans. A surpresa foi da ByKolles que terminou na sexta colocação. Foi uma prova sem problemas para Oliver Webb, Dominik Kraihamer e James Rossiter.
A vitória na classe LMP2 ficou com o Oreca #26 da equipe G-Drive Racing. Alex Lynn foi o responsável por terminar a prova. O primeiro lugar veio após uma penalidade do Rebellion #31 pilotado por Bruno Senna. Além da punição, uma parada extra se fez necessária após problemas no sistema de telemetria. Voltando na quinta posição Senna imprimiu um ritmo forte terminando na segunda colocação da classe.
Lynn marcou sua primeira vitória no WEC. O sempre competente #26 foi partilhado por Pierre Thiriet e Roman Rusinov. Na terceira posição o #38 da equipe Jackie chang DC Racing do trio Tung, Jarvis e Laurent. Na quarta posição o Rebellion #13 de Mathias Beche, Heinemeier Hansson e Nelson Piquet Jr.. André Negrão com o Alpine #35 terminou na sexta posição.
“Meu primeiro stint não foi dos melhores, tive alguns problemas com o câmbio e por isso acabei forçando e tive um desgaste dos pneus traseiros, o que nos fez perder muito tempo. A gente conseguiu recuperar, meus companheiros fizeram um bom trabalho. No meu último stint saí do box atrás de um carro da equipe Kolles que era 20 km/h mais rápido na reta e eu não conseguia ultrapassá-lo, fechava a porta sempre. Para piorar, o carro soltava muito óleo e por 15 voltas eu não enxergava nada. A equipe pediu para eu ficar o máximo possível na pista antes da última parada, o que era praticamente impossível. Daí parei, reabasteci e limparam o vidro. Eu estava só 10 segundos atrás do Bruno (Senna, que viria terminar em segundo na LM P2) e acabei mais de 50, ou seja perdi muito tempo com isso”. Comenta Nelsinho.
Pela classe GTE-PRO a Ferrari conseguiu uma dobradinha pelas mãos da equipe AF Corse. Sam Bird e Davide Rigon venceram com o 488 GTE #71. Na segunda posição James Calado e Alessandro Pier Guidi com o #51. Nas primeiras horas de prova a luta da equipe italiana se deu com os dois carros da Ford. Com o andamento da prova, a performance das Ferrari acabou prevalecendo, garantindo a vitória. A disputa entre entre os dois carros foi intensa. Por várias vezes a equipe teve que intervir para evitar perder a liderança e o segundo lugar por conta de um toque.
O melhor Ford apareceu na terceira posição com Stefan Muecke, Oliver Pla e Billy Johnson no #66. Na quarta posição o #67 de Harry Tincknell, Andy Priaulx e Pipo Derani. Daniel Serra terminou na 7º posição com o Aston Martin #97.
Se na classe PRO a AMR não teve uma boa prova, na classe AM a coisa foi totalmente diferente. Pedro Lamy, Mathias Lauda e Paul Dalla Lana venceram com o Vantage #98. Na segunda colocação, o Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing. Fechando o pódio a Ferrari #61 da Clearwater Racing.