Demorou, mas saiu! A Rebellion Racing venceu na madrugada deste domingo a etapa de Xangai do Mundial de Endurance, disputada no circuito de Xangai, na China. Bruno Senna, Gustavo Menezes e Norman Nato, superaram o asfalta abrasivo do circuito e um começo decepcionante para conquistar a primeira vitória da equipe no WEC.
A corrida marcou a primeira vitória de um Senna no “geral” em um mundial sob a chancela da FIA, e a segunda de um protótipo privado desde o ressurgimento do WEC em 2012. Com quatro horas de duração a prova foi cheia de alternativas, muito por conta do BoP que favoreceu tanto a Rebellion Racing quanto a equipe Ginetta que liderou as primeiras horas da prova com um desempenho surreal.
Norman Nato que começou a corrida com o Rebellion #1 fez uma largada péssima, caindo para a última posição na classe LMP1. Mesmo mais pesados e com menos potência por volta, superar os dois protótipos da Toyota não foi algo fácil. Os LMP1 japoneses eram lentos somente nos trechos de reta, e apresentaram maior estabilidade nas partes sinuosas do circuito. Soma-se isso ao alto consumo de pneus. A disputa foi intensa e por muitas vezes os dois TS050 tiveram dificuldades de ultrapassar até os protótipos da classe LMP2.
As coisas melhoraram para o time do relógio quando a direção de prova puniu os dois carros da equipe Ginetta e o Toyota #7, por ter ultrapassado o líder antes da linha de largada. Isso ajudou a Rebellion administrar a vantagem e vencer a corrida. Coube a Bruno Senna levar o protótipo a vitória. Ele é o único piloto na história da competição a vencer nas quatro classes.
Com um desempenho surpreendente nas primeiras horas, a equipe Ginetta não conseguiu manter a performance durante toda a prova. Mais potentes, não superaram os dois TS050 que terminaram em segundo e terceiro lugares. A segunda colocação foi para os pilotos Sebastien Buemi. Kazuki Nakajima e Brendon Hartley. Mike Conway, Kamui Kobayashi e José Maria Lopez, completaram o pódio para a Toyota.
“Estou feliz demais com esta primeira vitória de um não-híbrido desde a criação da categoria em 2012”, comemorou Bruno, que já havia repetido o êxito na GT AM, GT Pro e LMP2, categoria na qual levantou o título mundial em 2017. “Só hoje me dei conta que sou o primeiro a sair na pole e ganhar nas quatro séries do WEC”, disse o brasileiro.
“Nosso carro estava bastante competitivo, embora o Norman tenha sofrido com os pneus, os mesmos que usamos no qualifying. Também passei pelo mesmo problema com os quatro pneus da classificação e não tinha muita performance em meu primeiro turno. Felizmente o Gustavo saiu com os novos e pôde construir uma vantagem confortável. O susto foi só no começo mesmo. A estratégia funcionou bem, não tivemos nenhum problema mecânico. A equipe fez um ótimo trabalho, também, especialmente nos pit stops. Acho que hoje era mesmo nosso dia”, festejou Bruno.
Charlie Robertson e Ben Hanley foram os destaques da equipe Ginetta. A dupla que pilotou o nas horas iniciais os protótipos da equipe Ginetta, demonstraram uma performance promissora, mesmo com o pouco desenvolvimento do carro. Os protótipos perderam tempo durante os pit stops, incluindo Robertson ultrapassando seu pit box na segunda hora, o que ajudou a impulsionar a ultrapassagem do #5 de Hanley e dos co-pilotos Jordan King e Egor Orudzhev para o quarto lugar.
Na classe LMP2 a vitória ficou com o Oreca 07 da equipe JOTA de Anthony Davidson, Antonio Felix da Costa e Roberto Gonzalez. Foi o primeiro triunfo da equipe que conquistou o segundo lugar com o Oreca #37 Jackie Chan DC Racing, equipe que presta assistência técnica.
Gabriel Aubry, Ho-Ping Tung e Will Stevens chegaram há 17 segundos do vencedor. Stevens liderou os estágios iniciais da corrida até ser ultrapassado por Davidson no final da primeira hora. O feito da JOTA marcou a primeira vitória da Goodyear na competição desde o seu retorno que aconteceu na abertura do Mundial, em Silverstone. O terceiro lugar foi dos pilotos Filipe Albuquerque, Paul di Resta e Phil Hanson com o Oreca #22 da United Autosports. O único carro que não terminou a prova na classe foi o #42 da Cool Racing que largou na pole, mas teve falhas em seu sistema de telemetria.
Ferrari vence na classe GTE-Pro
Atualização: A Ferrari #51 foi desclassificada por irregularidades na parte dianteira esquerda do carro, que estava inferior aos 50 mm exigidos na vistoria pós-corrida. A vitória fica com o Porsche #92.
Alessandro Pier Guidi e James Calado venceram na classe GTE-Pro com a Ferrari #51 da AF Corse. Esta foi a primeira vitória da dupla na classe de pilotos profissionais do WEC. O primeiro lugar veio depois de um furo em um dos pneus do Aston Martin #95 pilotado por Marco Sorensen na última hora, o que levou o carro italiano para o primeiro lugar da classe.
Os pedaços de pneus do Aston Martin, causaram a única bandeira amarela da prova. Em segundo e terceiro lugar chegaram os Porsches #92 e #91 respectivamente. Estre e o co-piloto Michael Christensen chegaram em segundo lugar, recuperando de uma penalidade de dez segundos nas boxes por terem sido liberados de forma perigosa pelos mecânicos.
Gianmaria Bruni e Richard Lietz completaram o pódio da classe em terceiro. Sorensen e o co-piloto Nicki Thiim, que dominaram a corrida até a última hora, ficaram com o quinto lugar, terminando 34 segundos atrás da dupla vencedora da Ferrari.
O Aston Martin da TF Sport dos pilotos Jonny Adam, Charlie Eastwood e Salih Yoluc, venceram na classe GTE-Am, pela segunda vez. Yoluc liderou após o toque entre o Porsche #56 do Team Project 1 de Egídio Perfetti e o Aston Martin #98 de Paul Dalla Lana.
Enquanto Darren Turner assumiu a liderança da classe na terceira hora, o inglês foi atacado por Adam, que usava pneus novos, o que resultou no Aston vermelho retomando o primeiro lugar.