A classe GTE-Pro do Mundial de Endurance enfrenta um momento conturbado. Com apenas a Ferrari e Porsche competindo na temporada 2021, já que a Aston Martin decidiu focar em programas de cliente, uma pressão para que o ACO aceite a classe GT3 vem ganhando força.
Com a extinção da classe GTLM na IMSA, o lobby aumentou. Para 2022 a GTD-Pro toma o seu lugar, aceitando que fabricantes invistam em times de fábrica com modelos GT3.
Para este ano são esperados 13 carros na GTE-Am do WEC. O piloto Miguel Molina que competirá pela AF Corse na GTE-Pro no Mundial de Endurance afirma que os modelos GT3 são “a direção a seguir”, um caminho natural.
“Acho que eles farão mais ou menos o mesmo [que a IMSA]”, disse Molina ao Motorsport.com. “Mas a questão é se o WEC pode lidar com um grid tão grande com todas as marcas com programas GT3 que estariam interessadas”.
“São tantas marcas e tão pouco espaço, e se houver opções para disputar o WEC, todos vão querer correr pelo menos um carro. Vai ser difícil, mas imagino que seja a direção a seguir”.
“Mesmo assim, isso não aconteceria até o final de 2022 porque, pelo que eu sei, o projeto GTE está acordado e a atual homologação não terminará até o final de 2022. A Porsche lançou um novo carro no ano passado também”, explica.
WEC deveria seguir a IMSA
O piloto felicita a entidade americana por optar em profissionalizar os GT3. Os custos para as equipes serão menores se comparados a um GTE.
“Acho que vai ser assim porque há muito mais marcas envolvidas e o carro é de alguma forma mais fácil de gerenciar, embora ainda seja complexo, a manutenção é diferente e o preço inicial do carro é mais baixo”, explicou.
“Aconteceu também com o LMDh, que de alguma forma está tentando ajudar as marcas a conseguirem fazer projetos com o menor preço possível e isso é algo parecido, é a nova realidade do automobilismo.”
“É um carro que tem dado resultados muito bons e acho que há muita igualdade em termos de desempenho, como vimos no GT World Challenge, cujo BoP está muito bem feito. A IMSA deve ter percebido isso e foi o passo lógico a dar”.
“No final do dia vamos todos nos adaptar à situação, mas gosto muito do GTE, porque tem menos ajudas ao piloto, como o ABS, o que o torna um pouco mais para um carro de corrida.”.
“Mas desde que estou na Ferrari tenho feito campeonatos em um tipo de carro e no outro e no final você se adapta a isso”, finaliza