Christian Fittipaldi vence as 24 horas de Daytona

Ano passado a união entre a ALMS e Grand-Am foi um dos assuntos automobilísticos mais comentados, daria certo? De um lado um certame totalmente europeu seguindo à risca as regras das 24 horas de Le Mans. Seu principal mérito eram as equipes oficiais de fábrica de grandes montadores, que viam no campeonato uma boa vitrine para vender seus carros de rua e mostrar a tecnologia desenvolvida.

Teve seu ápice em 2007 e 2008, quando Audi, Porsche e Acura, a primeira na classe P1 e as outras duas na P2 disputavam de igual para igual a vitória no geral. Porém desde 2009, por conta de inúmera crises financeiras internacionais, os grandes construtores acabaram deixando a categoria. A Audi se voltou para o ILMS, que hoje atende pelo mundial de Endurance, a Porsche preferiu investir em seus modelos GT e a Acura foi a única que se manteve firme. Com a classes GT aumentando e as de protótipos encolhendo, o grande espetáculo era a briga entre os GT2. Ferrari, Porsche, BMW, Corvette e Ford com equipes oficiais, tornavam a classe uma da mais disputadas, fazendo a ELMS Europeia parecer algo amador.

Oreca da Muscle Milk, o melhor LMP2 da prova.

Do outro lado vinha a Grand-Am com seus DP, com um grande atraso tecnológico, pesados e sem um grande apoio de montadoras. Na classe GT, um mar de equipes amadoras. Era um campeonato disputado? Era, mas faltava algo. A NASCAR, dona da Grand-Am, tinha que tirar do próprio bolso dinheiro para manter algumas equipes para ter grids pomposos, e em um lugar extremamente capitalista isso soa como sacrilégio.

Então a veio a “compra” da IMSA pela NASCAR. A principal dúvida era como conciliar duas escolas de automobilismo tão distintas em uma única corrida? Qual seria a classe principal? P1? P2? DP? Como a P1 ficou exclusiva do WEC, a P2, muito mais evoluída e com carros mais rápidos daria um banho em qualquer um dos DPs.

Logo isto seria um problema, em um campeonato “americano”, com carros de outros países vencendo em seu quintal. Neste quase um ano entre, especulações e muito debate a equivalência entre os dois tipos de protótipos, levaram várias equipes a adiar seus programas, principalmente pelo atraso na divulgação das regras. Depois de muito se falar, ficou decidido que os LMP2 teria a mesma configuração da ALMS, com uma pequena queda de potência para fazer uma disputa mais justa, além dos pneus da nova classe P serem da Continental, e não Michelin como nos últimos anos.

A expectativa era grande para os testes coletivos o ROAR no começo de Janeiro, e o que se viu foi um desempenho infinitamente melhor dos DP, chegando a quase 2 segundos de diferença para o melhor dos LMP2. As equipes reclamaram e algumas modificações foram feitas e a diferença caiu para a casa de 1,5 segundos. A esperança era que na corrida, e com a tradicional quebradeira dos DPs os LMP2 teriam alguma chance, mas o que realmente se viu foram os pesados e arcaicos Daytona Prototypes deitarem e rolarem.

Os vencedores, João Barbosa, Christian Fillipaldi, Sebastien Burdais e Burt Frisselle, do Corvette #5 “sobreviveram” e completaram 695 voltas a apenas 1.461 do segundo colocado o Corvette #10 da Wayne Tayler Racing, de Wayne Taylor, Max Angelelli, Ricky e Jordan Taylor. Fechando o pódio o segundo carro da Action Express o #9 de Brian e Burt Frisselle a apenas 19.489 segundos do líder.

Durante as 24 horas, inúmeros acidentes ocorrem, o mais grade envolvendo Memo Gidley que guiava o Corvette #99 da equipe Gainsco e que acetou em cheio a Ferrari #62 da equipe Rizi Competizione da classe GTLM, que vinha lenta. O piloto sofreu fraturas nos braços e pernas, mas passa bem. O carro ficou totalmente destruído, mostrando como a estrutura de um DP é fraca, se comparada a um LMP2. Se o acidente tivesse sido com qualquer dos LMP o piloto não teria sofrido tantas fraturas, e poderia ter saído andando do carro.

Na classe LMPC vitória da Core Motorsports

Durante a prova, nenhum dos LMP2 chegou a ameaçar os ponteiros. O melhor colocado foi o #6 Oreca Nissan da equipe Muscle Milk dos pilotos Klaus Graf, Lucas Luhr e Alex Brundle com um quinto lugar. Outra equipe com “chances” foi a OAK Racing que chegou a ficar entre os 5 primeiros em determinados momentos, mas acabou mesmo em 8º. A ESM com seus dois HPD, fizeram uma prova bem atribulada, com muitas rodadas. O #2 terminou em 11º no geral, enquanto o #1 abandonou por problemas mecânicos.

Os dois Lola Mazda, equipados com um inédito motor a diesel, se arrastaram praticamente durante toda a prova, que serviu de laboratório. Por muitas vezes os carros da classe GTD foram mais rápidos. Tanto o #61, quanto o #62 não chegaram ao fim.

Já na classe LMPC, os antigos, mas valentes Oreca FLM09 enfrentaram vários problemas, grande parte deles se envolvendo em acidentes. O #09 da equipe RSR Racing aonde competia o brasileiro Bruno Junqueira não chegou ao fim. Os vencedores foram o # #54 da CORE Autosport com Jonathan Bennett/Colin Braun/James Gue/Mark Wilkins, que protagonizaram o primeiro entrevero da prova e caíram para a última posição. Em segundo o #25 da 8Star Racing de Enzo Potolicchio, Tom Kimber-Smith, Mike Marsak e Rob Huff. Fechando o pódio, o #38 da equipe Performance Tech Motorsports dos brasileiros Raphael Matos, Gabriel Casagrande, Júlio Campos, David Ostella e Tomy Drissi

Porsche 911 estreia com vitória

A Classe GTLM, mais uma vez mostrou competitividade. Na primeira parte da prova a disputa foi intensa entre os Viper da equipe STR e Porsche 911, que mostrou uma velocidade incrível, na grande reta. A confiabilidade tradicional do fabricante Alemão, foi a carta na manga para a vitória do #911 de Nick Tandy, Richard Lietz e Patrick Pulet, que chegou em 6º no geral. Resultado mais do que positivo para a Porsche North América, que regressa de forma oficial a competição.

Em segundo o BMW #55 de Bill Auberlen, Andy Priaulx, Joey Hand e Maxime Martin, a apenas 2.838 do líder. Fechando o pódio o Viper #91 de Marc Groossens, Dominick Farbacher e Ryan Hunter-Reay. Outros “medalhões” como os novos Corvettes acabaram ficando pelo caminho, bem como o segundo Porsche que quebrou, e o Aston Martin #007 que terminou em 44º.

#555 vencedor de fato, depois da vitória ter sido cassada pela IMSA a favor da Audi

Já entre os GT3 da classe GTD, a disputa foi intensa, e muitos dos acidentes se deram pela inexperiência de alguns pilotos, e é claro pela grande quantidade de carros em uma pista tão estreita. A vitória, foi do #555 Ferrari da Level 5 Motorsports dos pilotos Scott Tucker, Bill Sweedler, Townsend Bell, Jeff Segal e Alessandro Pier Giuidi que chegou a ser anulada em favor do Audi #45 da Flying Lizard, por ter sido “empurrado” para fora da pista, segundo os comissários. Com a revogação da punição o terceiro lugar, fica com o Porsche 911 # 58 da Snow Racing de Madison Snow, Jan Heylen e Marco Seefried. Em quarto a Ferrari #72 da SMP Racing dos pilotos Boris Rotengerg, Sergey Zlobin, Maurizio Mediani, Mika Salo e Mikhail Aleshin. Os brasileiros que competiram na classe tiveram desempenho mediano. Augusto Farfus que estava no BMW Z4 da Turner Motorsport, terminou em 7º lugar. A Ferrari #56 da Scuderia Corsa de Chico Longo, Daniel Serra, Xandinho Negrão e Marcos Gomes, terminaram em 10º.

O circuito de Sebring aguarda os competidores entre os dias 20 e 21 de Fevereiro com os testes de inverno e 12 a 15 de Março com a prova de 12 horas. Como a pista é um reduto dos carros oriundos da ALMS, é esperado uma certa pressão por parte destas equipes, para “vencer” em casa nos mesmos moldes que foram Daytona.

Outro fator muito criticado foi a transmissão da corrida. Aqui no Brasil, apenas 2 ridículas horas através do novo canal Fox Sport2, transmitido por apenas 2 operadoras. Quem estava acostumado com o Live do site da ALMS, não encontrou nada no site oficial da IMSA. Apenas algumas câmeras internas dos carros eram vistas, o que não dá nenhuma panorama geral da corrida. O jeito foi procurar transmissões piratas. A transmissão pela Fox aqui no Brasil é dispensável, pela qualidade e pelo tempo que deram para a prova. Mas em um ambiente tecnológico é indispensável que a própria entidade invista em transmissões online, algo banal nos dias de hoje.

Diversos fóruns, além das redes sociais criticaram mais do que elogiaram a prova. A pergunta que não quer calar: A organização vai continuar com um ajuste de desempenho, privilegiando carros com tecnologia dos anos 70 e 80 ou vai fazer algo justo para que os LMP2, mais modernos possam ter sua vez também?

Resultado das 24 horas de Daytona 2014.

ELMS 2014–Possíveis equipes da classe LMP2

A European Le Mans Series teve altos e baixos nos últimos anos. Do cancelamento de provas em 2012 a uma “nova vida” em 2013 com equipes se reestruturando e provas com menos horas de duração, seguindo os moldes da extinta ALMS. Deu certo e para 2014 os prognósticos são favoráveis a um ano bom. As provas terão um aumento de 3 para 4 horas de duração e a quantidade de equipes e fabricantes será considerável. O site Endurance.Info fez um apanhado das equipes que devem competir este ano.

Sete equipes competiram na temporada 2013, e esse número deverá ultrapassar dez este ano. A temporada de 2014 vai ver nada menos que cinco chassis diferente (Oreca, Morgan, Zytek, Tiga, HPD, além da Oreca Alpine). Além disso, um sexto chassi poderia correr no final da temporada como preparação para 2015.

Defendendo seu título, os campeões da classe LMP2 a equipe Signatech-Alpine é esperada com seu A450. Além da série europeia a equipe é esperada no mundial de Endurance. Seus principais adversários a TDS Racing, deve continuar com seu Oreca 03, e por enquanto o único piloto confirmado é Pierre Thiriet

A Jota Sport já anunciou a sua intenção de retornar com o seu Zytek Z11SN Nissan, com o piloto Simon Dolan confirmado, já Oliver Turvey, deve ser visto no FIA WEC, embora o ELMS também está seus planos, principalmente a confirmação por parte de patrocínios.Um segundo Zytek-Nissan também poderia estar no grid pelas mãos da Greaves Motorsport. Jacob Greaves dono da equipe está estudando esta possível volta.

A Murphy Prototypes planeja continuar o seu programa com o Oreca 03, mas sem Brendon Hartley, que se tornou um piloto da Porsche em seu programa LMP1. Jonathan Hirschi, que dirigiu em algumas corridas com a equipe irlandesa no ano passado, poderia continuar na equipe. Com mais garantias de volta a belga Boutsen Ginon Racing também espera voltar com o seu Oreca 03. A equipe liderada Laine Olivier tem como objetivo alinhar durante toda a temporada.

Já a Race Performance experimentou altos e baixos em 2013, mas Michel Frey dono da equipe já declarou que os problemas foram superados. O suíço revelou que está trabalhando em um programa com dois carros, sendo um deles em dupla com gentleman drives.

A única equipe que competiu com chassi Morgan 2013, Morand Racing já confirmou sua participação porém sem revelar pilotos. Christian Klien, que pilotou nas últimas etapas deve ser um dos escolhidos.

Haverá pelo menos um segundo chassis OnRoak Automotive adquirido pela Pegasus Racing confirmou esta semana que vai alinhar um Morgan-Nissan para Julien Schell, Niki Leutwiler e um terceiro a ser confirmado.

Woodard Racing Organisaton optou por comprar um novo HPD ARX-03b, que terá Johnny Mowlem como um dos pilotos confirmados. A equipe liderada Daniel Woodard irá partilhar o carro entre o ELMS e a Asian Le Mans Series.

Depois de tomar um ano sabático na classe, Sebastien Loeb Racing voltar com o seu Oreca 03. Vários pilotos realizaram testes em Navarra na Espanha com Leo Thomas, Sacha Bottemanne, Kevin Estre, Jean-Karl Vernay, Andi Zuber e Oliver Webb.

A grande novidade para 2014 será a Tiga LM214, com base no WFR-01 da equipe Embassy Racing. O modelo é criação de Mike Newto

Já a classe LMPC que será substituída pela LMP3 em 2015, até o momento não tem nenhuma equipe confirmada.

O que esperar do Tudor SportCar depois dos testes em Daytona?

Os três dias de testes em Dayotona, visando as 24 horas que abrem a temporada, bem como todo o Tudor United SporcCar Championship, revelaram alguns dados interessantes sobre o campeonato de endurance dos Americanos.

Muito se falou quando a ALMS e a Grand-Am anunciaram a união que um dos principais empecilhos seria o choque de culturas entre as duas séries. De um lado estava a American Le Mans Series, que seguia fielmente os regulamentos da ACO e visava as 24 horas de Le Mans. A quantidade de equipes oficias de fábrica também era grande, mesmo com poucos LMP, mas faltava algo. Por outro lado a Grand-Am, que é gerida pela família France, dona da NASCAR, com muito dinheiro, mas muito dinheiro e sem nomes de peso e com seus DP, defasados em relação a tecnologia encontrada nos protótipos de Le Mans.

Se estabeleceu então a união das duas séries para “resgatar” o jeito americano de fazer corridas de longa duração. Com provas em Daytona, Sebring, Indianápolis, Watkins Glen e Road América, desponta como um dos melhores calendários dos últimos anos no automobilismo internacional, devido a sua grande variedade de traçados.

Faltava escolher quais carros iriam participar. Se cogitou, separar as classes DP e LMP2, mas no final acabou se decidindo por uma classe única, mas o Delta Wing (que continua não fazendo absolutamente nada). Assim como nos campeonatos da ACO, que antecederam o mundial de enducance muito se falava, e ainda fala sobre a luta de equipes pequenas contra as montadoras. Desde que o mundial foi criando em 2012, e bem antes dele ainda na época do Intercontinental Le Mans Cup a “briga” por uma equivalência justa era tomada depois e cada vitória da Audi e Peugeot. A ACO tentou, mas nunca conseguiu tal feito, pois é sabido que se hoje temos um mundial de endurance, devemos isso a Audi, que por muitos anos competiu e cobrou algo com status de “mundial”.

Se no mundial as equipes privadas deitam e rolam, nos EUA a disputa entre DP e LMP2, começou a favor dos protótipos Daytona. Durante todas as seções de treinos, em nenhum momento um LMP, chegou a ameaçar de fato um DP. É sabido que por concepção um LMP é bem mais rápido em termos de aceleração do que os pesados DP. A escolha da IMSA por pneus Continental, contra os Michellin, usados por grande parte das principais equipes da ALMS, influenciou e muito no desempenho dos carros. Some isto as mudanças para “favorecer” os DP e temos uma equivalência às avessas.

O melhor tempo de todas as seções de treino foi do Corvette DP, da equipe Action Express Racing com 1:38.630, o melhor LMP2 vem apenas na 7º posição, o #1 da Extreme Speed Motorsports, com o experiente David Brabham ao volante, que compete com um HPD. Outro desafio, enfrentado pelas equipes que competem com o LMP2 é competir com o restritor de ar menor se comparado com o usado ano passado, o que diminuiu algo em torno de 5% de ar para alimentar os motores.

Para Klaus Graf, piloto da Muscle Milk que nesta temporada compete com um Oreca 03, a vantagem dos DP, já era esperada, pelo jeito que as regras foram feitas. “Eu acho que a série tem feito um bom trabalho com a tentativa de descobrir o bom equilíbrio de desempenho entre os carros”, acrescentou Graf. “O DP, obviamente, tem uma velocidade máxima mais elevada, provavelmente vai ser assim durante todo o ano, porque eles são mais pesados. Para conseguir boas voltas terão que ter esta vantagem. Se você olhar para os tempos de volta, fizemos nossa melhor em 1:40.692, não é muito longe.  Queremos otimizar o carro, como se espera de um carro assim e, em seguida, os tempos de volta virão automaticamente. “

A possível vantagem de um LMP2 deve vir em provas curtas, aonde a aceleração é maior. Em pistas como Road América, com suas grandes retas o desempenho de um DP, deve ser ligeiramente superior. Claro que tais informações são relativas a 3 dias de testes, onde para a maioria das equipes o fator velocidade deu lugar a conhecer o carro e se preparar para as 24 horas de Daytona no final do mês. Equipes como a Mazda, com seus dois Lola alimentados por um motor a Diesel mal foram para a pista, devido à grande quantidade de problemas de durabilidade. Nada impede que um LMP2 vença em Daytona, o que seria uma grande e ótima surpresa. É esperar para ver.

Correndo na contra mão de tanta polêmica, a classe PC, exclusiva de modelos Oreca FLM09, a disputa foi acirrada, e pilotos de ponta acabam descobrindo a categoria como um recomeço. Com carros iguais, e ajustes mínimos, ganha o carro com o piloto mais entrosado e mais habilidade. A melhor nos dias de testes foi a StarWorks Motorsports que marcou 1:42.010. A classe que contou com a participação dos brasileiros Raphael Matos, Júlio Campos, Gabriel Casagrande que competiram pela equipe Performance Tech Motorsports, conquistou o 5º na classe, enquanto Bia Figueiredo pilotou pela StarWorks.

Já na classe GTLM, exclusiva para carros GT2/GTE, os “estreantes” foram o destaque. Tanto Porsche 911 RSR, que neste ano vem com equipe oficial, quanto o Corvette com seu novo modelo, ditaram o ritmo. O modelo Alemão, com 1 ano de estrada, vencedor em Le Mans, provou que pode fazer bonito na classe, uma das mais competitivas. O Corvette que testou seu C7.R desde meados do ano passado também “amadureceu” o carro antes do campeonato de fato começar. Com o tempo de 1:45.564 o Porsche #911 foi o melhor GT, seguido pelo Corvette #4 e #3 com 1:45.743 e 1:45.792 respectivamente.

Na classe GTD, a Flying Lizard, com seu novo Audi R8 LMS marcou 1:47.981 superando, principalmente a Porsche, que conviveu por vários anos e acabou optando em desenvolver o novo 911 RSR com a Core Motorsport. Tanto Audi, quanto Porsche investiram pesado em suas equipes de cliente para esta temporada. Ao contrário da GTLM com praticamente os mesmos carros da ALMS a GTD tem um “mar” de modelos e a diversidade de ser um dos destaques da temporada.

A próxima “etapa” e de fato primeira, serão as 24 horas de Daytona agora final do mês. Com um grid beirando os 70 carros, não tem como a prova ser monótona e deve ser uma das mais bonitas dos últimos tempos. Abaixo as últimas tabelas de tempo e o combinado de todas a seções.

Treino 7

Treino 8

Tempos combinados

Muscle Milk confirma participação nas 24 horas de Le Mans

Com um convite automático, conquistado pelo título da ALMS em 2013 a Muscle Milk confirmou sua participação nas 24 horas de Le Mans deste ano.

Greg Pickett dono da equipe revelou a boa notícia para o site Sportcar365. O piloto com seus 66 anos competiu pela primeira vez na grande clássica em 2008, e volta este ano com Klaus Graf e Lucas Luhr.

“Foi muito bom ir a Le Mans em 2008”, disse Pickett “É ótimo voltar com Klaus e Lucas , e com um carro muito bom  e que pode lutar por vitórias na P2. Estou muito animado com isso. Tínhamos a esperança de que tudo correu bem e acabou dando certo, então nós vamos.”

Para a temporada 2014 a equipe optou por um Oreca 03, alimentado por um motor Nissan. Esta é a primeira vez que o carro francês, vai realizar uma temporada completa nos Estados Unidos.

Mudanças e expectativa na classe LMP1 para o mundial do ano que vem

Os protótipos da classe LMP1, irão passar por grandes mudanças para a próxima temporada. Além de dimensões reduzidas, novos motores e sistema de recuperação de energia estão na pauta das mudanças. A principal notícia entre as equipes é a chegada da Porsche, que junto com a Toyota tentam bater a Audi que tem dominado Le Mans na última década.

Equipes confirmadas:

Audi Sport Team Joest: Muito se falou sobre a permanência da Audi no endurance, depois da chegada da Porsche, já que ambas pertencem ao grupo VW. O novo Audi R18 e-tron quattro é equipado com um motor V6 além dos já existentes sistemas de recuperação. O LMP foi apresentado semana passado, porém nada se falou sobre os pilotos. A ausência de Allan McNish, com certeza será sentida por todos na equipe e pode influenciar no desenvolvimento do carro. André Lotterer, Marcel Fassler e Benoit Treluyer devem continuar. A dúvida é quem fará companhia a Tom Kristensen e Loic Duval. Existe uma grande expectativa para Lucas di Grassi fazer parte deste trio.

Toyota Racing: Após duas temporadas estáveis, mas sem ameaçar a Audi, a Toyota Racing planeja uma incursão com dois TS040 (possível nome do novo LMP) durante todo o mundial de endurance. O sistema é alimentado por um motor V8 e de super capacitores montados em cada eixo para auxiliar o sistema a combustão. Os pilotos serão Alex Wurz, Nicolas Lapierre, Kazuki Nakajima, Sébastien Buemi, Stéphane Sarrazin e Anthony Davidson. O estreante Mike Conway será o piloto de testes, em substituição a Kazuki Nakajima, envolvido em outros projetos.

Porsche AG: Volta a Le Mans com seu 919 Hybrid. O motor um V4, assistido por um sistema híbrido que conta com baterias e alta potência e sistema que recupera energia oriunda do calor, similar ao KERS usado na F1. Os pilotos serão Mark Webber, Timo Bernhard, Romain Dumas, Neel Jani, Brendon Hartley e Marc Lieb.

Rebellion Racing: Até o momento a única equipe privada a confirmar sua participação. A Rebellion será alimentada por um motor Toyota 3.4 litros, sem qualquer sistema de recuperação de energia. O LMP está sendo desenvolvido em parceria com a Oreca. Entre os pilotos nada muda em relação a 2013, Nicolas Prost, Nick Heidfeld, Mathias Beche e Andre Belicchi. São esperados 2 carros.

Possíveis entradas:

OAK Racing: Tradicional construtor de modelos LMP2, anunciou que não iria competir contra seus clientes. O desenvolvimento do seu LMP1, necessita e muito da parceria de uma montadora para ser viável e ainda é incerto. Sua presença na primeira etapa do WEC em Silverstone é incerta. Se alinhar deve ser com apenas 1 carro.

Level 5 Motorsport: Equipe americana, esboçou um interesse em participar da classe principal. Sem revelar nomes ou possível carro, o time comandado por Scott Tucker, confirmou sua participação no TUSC nos EUA. A hipótese de alinhar um Lola B12/60 Toyota (ex Rebellion Racing), ou um HPD ARC-03c não foi descartada.

Sem definição:

WR: Gérard Welter diretor da WR revelou seu LMP em meados de 2013, porém não deu qualquer detalhe sobre possíveis compradores ou detalhes técnicos. A empresa é a mesma que desenvolveu o Green GT, que este ano deveria ter participado da Garagem 56 de Le Mans, mas acabou não conseguindo levar o projeto adiante por conta dos custos.

Perrin: A empresa que é liderada por um Frances, e com sede na Inglaterra a Perrin Limited revelou um LMP1. Nicolas Perrin, um ex-engenheiro da F1 desenvolveu um LMP com sistema híbrido em todas as 4 rodas. Assim como o projeto da OAK Racing, seu carro depende de parceiros para continuar. Os mais otimistas apontam sua entrada no mundial em 2015.

Muscle Milk anuncia Oreca 03 para o Tudor United SportCar.

Atual campeã da ALMS na finada classe LMP1 a Muscle Milk Pickett Racing, revelou hoje (19) que vai competir no USCC com o novo Oreca 0, com motor Nissan na classe LMP2. Se especulava que o time manteria a parceria com a  HPD, no qual culminou em dois títulos da classe LMP1 na ALMS e soma 18 vitórias na série.

Além do Oreca 03, a equipe vai alinhar um Oreca FLM na classe LMPC, e se estuda a participação em algumas das classe GT do campeonato. Os pilotos confirmados serão Klaus Graf e Lucas Luhr. Para Greg Pickett dono da equipe a escolha pelo modelo vem do se histórico de vitórias na Europa:

“Este é um momento emocionante para Muscle Milk Pickett Racing. Depois de vencer as últimas temporadas da ALMS na classe LMP1, era importante para nós a escolher parceiros para a nossa nova aventura na categoria Protótipo do USCC. Assim seremos capazes de continuar nossa estrada de sucessos. Tanto, Lucas Luhr quanto Klaus Graf nos ajudaram na escolha do novo carro. Eles nos ajudaram a tomar essa importante decisão. Estou ansioso para ver o novo Oreca 03 motor Nissan. Hugues de Chaunac (presidente da Oreca) compartilha minha paixão por corridas nos Estados Unidos, e é uma coisa importante para nós. Quando você compartilha o mesmo objetivo, compromisso e paixão,” Finaliza.

Oreca 05 para 2015

A Oreca não para. Depois de anunciar a construção do Rebellion ONE para a equipe Rebellion Racing o tradicional fabricante de protótipos revelou hoje que está desenvolvendo um novo LMP2 para 2015 o Oreca 05.

O Oreca 03 é um grande sucesso comercial pelo número de equipes que compraram este chassis “ , disse Hugues de Chaunac diretor da Oreca. “O Oreca 05 vai marcar uma mudança radical se comparado ao carro existente, uma vez que será um carro fechado. Mas nossa pesquisa também trabalha para integrar soluções inovadoras e distinguir os conceitos que seguem a tendência atual. O Oreca 05 será o símbolo do nosso know-how tecnológico adquirido ao longo de 40 anos de desafios e múltiplas entradas nas 24 Horas de Le Mans com a maioria dos grandes fabricantes”. Ressalta.

Já o atual Oreca 03 terá uma atualização para o ano que vem batizado de Oreca 03R. O diretor técnico da equipe David Floury explica. “O Oreca 03 atingiu um nível maturidade, é confiável e eficiente, e com 10 vitórias em 2013, incluindo 6 no Campeonato Mundial de Endurance da FIA, além de muitas pole positions, ela provou as suas qualidades. 6 equipes diferentes também ganharam em 2013 “, disse David Floury. “O objetivo do Oreca 03-R é continuar o sucesso sobre esta base sólida”.

Atualmente 17 Oreca 03 foram fabricados e 30 LMPC. O Oreca 04 será o nome do futuro protótipo CN ainda em desenvolvimento.

Toyota vence corrida quente no Bahrein

A última etapa do mundial de endurance no Bahrein, foi provavelmente a mais esperada do ano. Esta seria a primeira vez, (já que a prova de Fuji foi cancelada) que teríamos realmente a Toyota em pé de igualdade com a Audi. Além da batalha entre os dois fabricantes o calor seria o adversário a ser batido por todos, por essa razão que mais da metade da prova foi realizada a noite, mesmo assim o custo foi alto para as equipes. Ao todo 9 carros abandonaram a prova, grande parte por problemas provenientes das altas temperaturas. Até carros inquebráveis como Toyota, Audi acabaram quebrando pelo caminho.

Os vencedores do Toyota #8 Anthony Davidson, Sébasten Buemi e Stéphane Sarrazin, passaram as 6 horas da prova literalmente com o pé embaixo, este era o único jeito de sair da mira da equipe Audi. O melhor Audi até então o #2 teve problemas com o câmbio e também abandonou, o segundo colocado na classe o Audi #1 do trio Lotterer, Fassler e Tréluyer acabou sendo punido por ultrapassar um retardatário com bandeira amarela e deu por encerrada uma disputa direta pela liderança. Só uma quebra tiraria a vitória do #8 e como ela não veio, foi a primeira vitória de fato da equipe este ano no mundial.

Equipe G-Drive vence na LMP2

Já na classe LMP2 os vencedores foram o#26 da equipe G-Drive Racing com Romain Rusinov, Mike Conway que travaram uma bela disputa com o Oreca da equipe Pecom Racing que “deu” o primeiro lugar depois de uma escapada na sequência de curvas que antecedem a grande reta dos boxes. Em segundo o #24 da equipe OAK Racing dos pilotos Oliver Pla, David Heinemeier e Alex Brundle. Fechando o pódio o #41 Zytek Z11SN Nissan da equipe Greaves Motorsport de Bjorn Wirdheim, Jon Lancaster e Wolfgang Reip. Com o resultado os vencedores do campeonato na LMP2 foram os pilotos do carro #35 da OAK Racing que acabaram na quarta posição Baguette, Gonzales e Plowman.

AF Corse vence e fatura campeonato em cima da Aston Martin

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Na classe GTE-PRO uma bela disputa entre Porsche e Ferrari culminou com o primeiro lugar para o #51 da equipe AF Corse da dupla Bruni e Vilander, em segundo o Porsche #91 de Bergmeister e Pilet e fechando o pódio a Ferrari #71 de Kobayashi e Fisichella. A “sorte” para os vencedores da prova começou quando o Aston Martin #97 que liderava o campeonato até então, enfrentou vários problemas durante a prova e acabou abandonando.

Aston Martin vence na GTE-AM

O segundo carro da equipe o #99 aonde compete Bruno Senna também apresentou problemas e não completou a prova, deixando a briga entre Ferrari e Porsche. Com o resultado a Ferrari que não foi uma das favoritas neste ano acabou levando o título mais pela constância do que pelo desempenho do carro.

Se na PRO a Aston teve um péssimo dia, não podemos dizer o mesmo da divisão AM. Lá os vencedores foram Nicki Thiim, Christofeer Nygaard e Kristian Poulsen. Em segundo veio a Ferrari#81 da 8Star Racing e fechando o pódio a Ferrari #61 da equipe AF Corse. O brasileiro Fernando Rees que compete com o Corvette #50 da equipe Larbre Competition terminou em 4º na classe. Abaixo o resultado final da prova e do campeonato.

Resultado final das 6 horas do Bahrein

World Endurance Drivers Championship:

1. Loïc Duval/Tom Kristensen/Allan McNish – 162 pontos
2. Andre Lotterer/Marcel Fässler/Bénoit Tréluyer – 149,25
3. Anthony Davidson/Stéphane Sarrazin/Sébastien Buemi – 106,25
4. Alexander Wurz/Nicolas Lapierre – 69,5
5. Mathias Beche – 63,5
6. Nicolas Prost – 60
7. John Martin/Roman Rusinov/Mike Conway – 53
8. Nick Heidfeld – 48
9. Lucas Di Grassi/Marc Gené/Oliver Jarvis – 45
10. Bertrand Baguette/Martin Plowman/Ricardo González – 44,5

FIA Endurance Trophy for LMP2 Drivers:

1. Bertrand Baguette/Martin Plowman/Ricardo González – 141,5 pontos
2. Alex Brundle/David Heinemeier-Hänsson/Olivier Pla – 132,5
3. John Martin/Roman Rusinov/Mike Conway – 132
4. Luis Perez-Companc/Pierre Kaffer/Nicolas Minassian – 110
5. Tor Graves – 56
6. Jacques Nicolet – 51
7. James Walker – 44
8. Tom Kimber-Smith – 40
9. Björn Wirdheim – 37
10. Keiko Ihara – 35

World Endurance Cup for GT Drivers:

1. Gianmaria Bruni – 145 pontos
2. Giancarlo Fisichella – 135
3. Darren Turner/Stefan Mücke – 125,5
4. Marc Lieb/Richard Lietz – 123
5. Toni Vilander – 108
6. Patrick Pilet/Jörg Bergmeister – 99,5
7. Kamui Kobayashi – 98
8. Bruno Senna – 94
9. Fréderic Makowiecki – 73,5
10. Romain Dumas – 72

FIA Endurance Trophy for GTE-AM Drivers:

1. Jamie Campbell-Walter/Stuart Hall – 129
2. Enzo Potolicchio/Rui Águas – 128
3. Jean-Karl Vernay/Raymond Narac – 120
4. Patrick Bornhauser/Julien Canal – 97
5. Christoffer Nygaard/Kristian Poulsen – 94,5
6. Christian Ried/Gianluca Roda/Paolo Ruberti – 76,5
7. Fernando Rees – 73
8. Christophe Bourret e Matt Griffin – 68
10. Davide Rigon – 67

Desenvolvimento do Rebellion R-One continua.

Na foto Nicolas Prost testa novo cockpit

A Rebellion Racing foi a primeira equipe privada a anunciar o desenvolvimento de um novo LMP para 2014 em parceria com a Oreca.

Ainda durante as 24 horas de Le Mans deste ano a equipe surpreendeu mostrando  esboço do que seria o R-One. que será equipado com um propulsor Toyota. ao todo três chassis serão construídos, dois para a equipe disputar o WEC e Le Mans e um terceiro para eventuais problemas.

Segundo a própria equipe as principais partes do carro já estão prontas na planta da Oreca em Signes na França. O carro deve fazer os primeiros testes de rodagem em meados de Março.

Bart Hayden, Team Manager Rebellion Racing:. “Estamos satisfeitos que o projeto que está dentro do cronograma Nossos engenheiros estão trabalhando em estreita colaboração com a equipe do projeto da Oreca e os pilotos já estão envolvidos em nas áreas do design, ergonomia. Nós já estamos fazendo planos para a parte mecânica do carro que deve ir para a pista no meio de março. É um calendário apertado, mas é viável e nós estamos trabalhando ao máximo”.

Desenvolvimento do Rebellion One continua.

A Rebellion Racing foi a primeira equipe privada a anunciar em Julho o desenvolvimento de um carro próprio para o mundial de endurance ano que vem em parceria com a Oreca. Batizado de Rebellion ONE o LMP que vai competir na classe LMP1-L está em franco desenvolvimento.

“Tivemos reuniões muito regulares”, disse Bart Hayden diretor da equipe  ao site Sportscar365. “Estive na França a três semanas atrás. Tivemos nossos pilotos envolvidos na ALMS e WEC e dei uma olhada no que estava acontecendo. As coisas estão progredindo. A programação é de ter primeiro carro na pista no meio de março. Isso é, obviamente, um pouco atrasado em relação ao programa da Porsche por exemplo, mas eu acho que para onde estamos, é difícil ser muito mais cedo do esta data.”

Ainda segundo Hayden a primeira aparição pública do carro deve ser nos testes oficiais do WEC em Paul Ricard nos dias 28 e 29 de Março.

Ao contrário das equipes de fábrica da Audi, Porsche e Toyota que irão adotar sistemas híbridos obrigatórios a equipe Suíça optou por não usar tal sistema desde o início do projeto.

“Nós estamos desenvolvendo um carro  convencional, ou seja: um não-híbrido, com um motor que é uma evolução do [2013], espero que não tenha muitos problemas de adaptação”, disse Hayden. “Estou certo de que haverá alguns. Mas espero que possamos identificar ainda no início e corrigir antes de entrar em qualquer teste sério e antes da primeira corrida. “ Completa.

O destino dos Lola B12/60 Toyota ainda é incerto já que eles ainda poderão competir na LMP1 ano que vem, mas ainda não existe algo concreto.

“Muitas pessoas entram em contato para comprar os Lola que possuímos“, disse ele. “A Lola tem sido um bom carro e é provavelmente uma proposta atraente, porque é confiável, competitivo, as peças estão disponíveis através Multimatic and Haas. É o tipo e carro que se as pessoas querem se envolver”.