Master Historic Racing realiza etapa em Paul Ricard

Peugeot 908 confirmado em Paul Ricard. (Foto: Divulgação)

A quarta etapa do Master Historic Racing campeonato de carros de endurance históricos ocorre neste final de semana, como evento de suporte para a etapa da França da Fórmula 1 em Paul Ricard.

Com 26 carros inscritos modelos com Audi R8, Peugeot 908, Maserati MC12, Ferrari 333 SP, F40 GTE, 550, 360 GT e 430 GT2, além do protótipos mais novos como Morgan, Oreca 03 e HPD ARX 3a.

O final de semana marca o retorno do circuito de Paul Ricard, ao calendário da F1, ausente desde 1991. Vários protótipos e pilotos estão familiarizados com o traçado, já que competiram pelo European Le Mans Series. Ao contrário da F1 a reta Mistral, não terá a chicane para redução de velocidade.

Tanto treino classificatório quanto corrida ocorrem no sábado, 23. Com duas baterias disputadas tanto no sábado, quanto domingo, terão duração de 20 minutos cada.

Lista de inscritos

Mapa da pista

Programação do final de semana

Porsche WSC-95 o “pai” do RS Spyder.

Modelo disputou prova em Donigton Park em 1997 vencendo as competentes Ferrari 333SP

A história do Porsche WSC 95 não começa como a da maioria dos modelos Porsche com anos de desenvolvimento ou de um modelo que começa do zero. A bela máquina surgiu bem antes em 1992 como você pode ler aqui.

Em 1995 a Porsche queria voltar a competir de forma oficial no IMSA e World Sport Car Championship, o WEC da época. Os esforços eram basicamente no desenvolvimento do motor e assim o fabricante Alemão acabou firmando com a TWR de Tom Walkinshaw a construção do LMP. Como a TWR tinha pressa em entregar o carro acabou usando um antigo chassi do Jaguar XJR-14 que também foi desenvolvida pelo time de Walkinshaw.

As modificações foram muitas já que o Jaguar era um modelo fechado e o teto acabou sendo cortado para atender os regulamentos da WSC. Um grande Santo Antônio que além de proteger o piloto tinha a função de dar mais rigidez ao carro. Outras modificações foram feitas para adaptar o chassi ao novo motor já que a anterior utilizava um propulsor Cosworth V8. A parte traseira do carro também necessitou de modificações além das laterais para acomodar o novo motor um 6 cilindros bi-turbo 3.0 litros oriundo do Porsche 956 da década de 80 e que ainda tinha gás para enfrentar modelos mais rápidos além é claro da indiscutível durabilidade e economia se comparado ao “irmão” 911 GT1 que também competiu em Le Mans no mesmo ano usando um motor 3.2 litros.

O vencedor de 1996

Os regulamentos da IMSA e WSC foram alterados e a Porsche acabou engavetando o projeto dando espaço para o 911 GT1. Porém em 1996 a Joest Racing que hoje comanda a equipe de fábrica da Audi acabou recebendo o LMP e dando continuidade ao desenvolvimento e sob aprovação da Porsche construiu um segundo carro para competir em Le Mans. Sob os regulamentos da classe LMP1 o primeiro carro sofreu pequenas modificações e a Porsche “concordou” em afinar o carro e a Joest Racing arcaria com os custos.

Assim em 1996 o carro participou dos testes oficiais para Sarthe em Maio ficando com o quinto e décimo tempo, superando os 911 GT1 de fábrica. Já durante a prova o #8 pilotado por Michele Alboreto, Pierluigi Martini e Didier Theys abandonaram por conta de um acidente. Já o #7 superou o Porsche 911 de fábrica conquistando a vitória no geral com Davy Jones, Alexander Wurz e Manuel Reuter.

Modelo conquistou o bi campeonato em 1997

Com o sucesso que surpreendeu até os dirigentes da equipe o carro voltou a Le Mans em 1997. Antes da grande clássica a equipe correu a etapa de Donington Park do embrião do que seria o FIAGT vencendo com Stefan Johansson e Pierluigi Martini em cima da Ferrari 333SP de Fredy Lienhard e Didier Theys.

Já em Le Mans a disputa com a equipe oficial da Porsche foi intensa bem como com os McLaren F1 GTR das equipes Gulf e BMW Motorspost. Porém largando na pole o #7 do trio Michele Alboreto, Stefan Johansson e um certo Tom Kristensen soube se manter na frente vencendo a prova mais uma vez.

Versão 1998 ao lado do 911 GT1 no museu Porsche.

Para 1998 houve um grande investimento por parte das fábricas que competiam na prova. A Porsche lançou uma nova versão do seu 911 GT1, a Nissan participou com o R390GT1, Toyota com seu GT-ONE e BMW mudando de classe competindo na LMP1 com o BMW V12LM. Porém o WSC 95 não foi esquecido. A Porsche escreveu as 2 unidades agora com as cores oficias da marca e sob o nome de Porsche LMP1-98. Mesmo se mostrando um conjunto robusto nenhum dos dois carros completou a prova. O #8 acabou ficando em 29º no geral depois de problemas provenientes de uma colisão e o #7 em 38º por problemas eletrônicos. O carro voltou em Petit Le Mans no mesmo ano chegando em segundo a poucos segundos da Ferrari 333SP da equipe Risi. Por fim a fábrica acabou aposentando o carro e iniciou o desenvolvimento de um LMP para os novos regulamentos aonde os carros da classe LMP1 eram os principais isso no começo dos anos 2000. Porém como este foi cancelado a fábrica só voltou a construir um LMP em 2005 o RS Spyder, este na classe LMP2. Abaixo a largada da edição de 1997.

Grupo C Donington Park–Vitória da Mercedes.

Aconteceu entre os dias 3 e 5  a segunda rodada do Grupo C no circuito Inglês de Donington Park. A vitória ficou com o Mercedes C11 de Gareth Evans seguido pelo Spice SE90 deDavid Mercer e o #111 Spice SE88 da classe C2 de Mike Donovan. A próxima etapa será em SPA no dia 24 de Maio. Abaixo resultados e fotos dos belos carros.

Fotos da corrida.

Resultado final.

O belo Mercedes Blue Wonder de 1954

(Fotos: Divulgação)

Se hoje as equipes de automobilismo em especial a F1, e Le Mans tem verdadeiras fábricas dentro de seus caminhões existiu um tempo que um caminhão era suficiente para levar um carro de corrida para qualquer lugar. As ferramentas poderiam ir em uma caixa e a neura com boxes limpos, chão impecavelmente branco eram coisas de hospitais.

Hoje os caminhões que levam as equipes são praticamente iguais em formato mudando apenas a cor, mas a Mercedes lançou em 1954 um caminhão que fez tanto sucesso quanto o carro que transportava. O Blue Wonder.

Com o final da segunda guerra à Alemanha precisava “vender” sua tecnologia e conhecimento técnico e nada melhor do que ganhar corridas vencendo rivais italianos, franceses e ingleses. Com isso se iniciou em 1952 a volta da montadora para Le Mans e 1954 para a F1. Com duas competições importantes perder tempo entre uma corrida e outra poderia ser a diferença entre vencer e perder. Foi pensando nisso que Alfred Neubauer diretor de competição idealizou um transporte rápido e por que não bonito. Sua missão? Transportar de Stuttgart sede da Mercedes um carro ou peças de competição no menor tempo possível.

Assim nascia o Blue Wonder construído sob o chassi alongado do modelo 300 SL Coupê, equipado com um motor seis cilindros em linha de 3 litros e injeção direta que vinha do 300 SL Gullwing. Foi apelidada como “a transportadora mais rápida do mundo” fama justificada pela velocidade superior a 170km/h nas estradas.

O caminhão rodou até 55 depois do acidente em Le Mans quando a equipe se retirou das competições. Foi enviado para os EUA aonde “viveu” até 1967. O modelo que hoje ocupa o museu da marca na Alemanha é uma réplica, mas que é usada até hoje em festivais de carros antigos e promoções.

WM P87 quando se chegou a 400km/h em Sarthe

Você pode perguntar a qualquer pessoa que gosta de velocidade. O que mais vicia em automobilismo, você vai ouvir respostas como “a emoção de domar uma maquina com milhares de cavalos” “rasgar um reta a milhares de quilômetros por hora”.

Atualmente nenhum carro de corrida chega a essa velocidade, seja pelos circuitos cada vez mais travados ou pelos artifícios impostos por regulamentos que deixam os carros mais lentos. Porém teve um tempo em que os limites de uma máquina foram levados ao extremo.

A “operação 400” teve início em 1986 e seu objetivo era claro passar dos 400 em Le Mans. Os “malucos” eram Welter e Meunier donos da equipe WM. Com o objetivo nasce o P87 carros extremamente aerodinâmicos, com as rodas traseiras cobertas e pouca pressão aerodinâmica. Assim em uma manhã da primavera de 1987 o carro chega a 416 km/h em um trecho entre St. Quentin e Laon. O objetivo estava alcançado? Não faltava o carro percorrer os 6km da reta Mulsanne em Le Mans durante as 24 horas.

Em junho o carro estava lá mas chegou a “apenas” 381 km/h e o carro voltou as pranchetas. Em 1988 um ano depois uma nova versão denominada P88 chegou a 387 km/h segundo o radar que não estava calibrado para velocidades absurdas.

Em 11 de Junho a corrida não começou bem para o #51 e depois de 3 horas a decisão foi tomada. O carro iria sacrificar a corrida para entrar para a história. Os turbos são ajustados e virados para aumentar a pressão do motor de 3 litros da Peugeot o que resultou em uma potência aproximada de 910cv.

Roger Dorchy entrou para pilotar o carro e as 20:45 minutos o carro alinhou na reta deixando  a Tertre Rouge e saltou no meio as fileiras de árvores e entrou para a história. Chegou a 407 km/h O sonho tinha sido alcançado e este é um recorde que provavelmente nunca mais será batido em uma corrida “normal”.

Para a mídia a velocidade aferida foi de 405 km/h pois o marketing da Peugeot estava lançando um certo modelo 405…O carro não chegou a amanhecer correndo mas até hoje 25 anos depois o número 400 ainda soa como algo emblemático e provavelmente impossível de alcançar novamente.

Quando saiu do carro Dorchy relembra o espanto de todos: "Quando voltei para os boxes para passar o volante para meu companheiro de equipe, a TV e todos os jornalistas estavam esperando por mim. Eu não entendo nada neste emoção.Fui então informado que eu quebrei o recorde de velocidade na Mulsanne. Nós não sabemos o quão rápido você dirigir na corrida. Quando entrou em seu carro, confiamos na aerodinâmica. Uma vez no assento, acelerei. Nos não éramos loucos, mas com as sensações, esquecemos do perigo. Se você está com medo, não vale a pena ir porque iria aumentar o risco”

Brooklands e suas “primeiras” 24 horas.

Quando pensamos no termo “24 horas” pelo menos para quem curte automobilismo vem  em mente, Daytona, Nurburgring e é claro Le Mans. Talvez este seja o tipo de corrida que mais emoção trava ao espectador e é claro homens e máquinas. Porém poucos sabem que este conceito surgiu bem antes de Le Mans ou dos outros circuitos. Estamos falando de Brooklands.

Localizado na Inglaterra Brooklands foi o primeiro circuito construído para abrigar corridas de automóvel já que naqueles tempos a maioria das provas era realizada nas ruas das grandes cidades e acidentes não eram poucos, isso nos idos de 1907

Também foi no circuito que a primeira tentativa de uma corrida de 24 horas tomou corpo isso depois de 11 dias da inauguração do circuito. Selwyn Edge médico foi um dos primeiros a tentar tal façanha porém suas perspectivas não eram boas “18 horas será muito” ele dizia. O carro pilotado por Edge é um Napier e sua odisseia começou no dia 28 de junho de 1907 e com o cair da noite 350 “lamparinas” iluminavam a pista.

Contrariando todos e pilotando sozinho o carro amanheceu correndo e com ele mais 4 pilotos em outros dois carros.. No final das suas 24 horas completou 2.569 km com uma média de 107,25 km/h. Nem nas primeiras 24 horas de Le Mans 17 anos depois a distancia e a média não foram batidas (2.210 km e 92 km/h). Mal sabia ele que o conceito de uma corrida de 24 horas seria tão difundido nos anos vindouros.

Atualmente o circuito é está em ruinas mas a grande reta e o grande oval ainda podem ser vistos e visitados. Clique no link abaixo e acesse o facebook do BONGASAT BLOGGER com um especial de fotos de Brooklands.

Circuito de Brooklands

Chrysler Patriot o primeiro protótipo híbrido.

Quando falamos de protótipos híbridos logo nos vem a cabeça os modelos LMP1 da Audi e Toyota além do futuro Porsche. Se só agora este tipo de motorização ganha espaço no automobilismo sua ideologia vem de algum tempo já.

O ano era 1994 e dos galpões da Chrysler em Detroit saia o “Patriot” LMP que era movido por duas turbinas alimentadas por gás. Seu funcionamento era muito peculiar. A primeira turbina era acionada a uma velocidade de 50000 RPM e a segunda a 100.000 RPM. O gás em estado líquido  era armazenado em tanques de refrigeração a –160 cº e eram convertidos em eletricidade por dois geradores ligados as turbinas. Tudo isso era alimentado por um motor de 500hp.

O excesso de energia fornecida pelos geradores durante as frenagens  resultava em quase 60kg de carbono que era reaproveitado o que resultava em mais 80 hp de potencia nas acelerações. O carro foi apresentado no salão Detroit de 1994 mas poucos meses depois teve seu desenvolvimento abandonado.

Le Mans Legend 2013 já tem “categorias” definidas.

A Motor Racing Legends, que organiza a Le Mans Legend, corrida de apoio as 24 horas de Le Mans divulgou quais carros serão aceitos na edição 2013 da prova.

No total 61 carros entre os anos de 1945 e 1965 serão elegíveis para a corrida que alterna a cada ano com os carros do grupo C. Em 1949 foi o primeiro ano das 24 horas de Le Mans após o término da guerra e viu a vitória da Ferrari 166 MM pilotada por Luigi Chinetti e Lord Selsdon. Para os “favoritos” da prova em 2013 além da Ferrari teremos AC Cobra, Aston Martin DBRT1 e Jaguar tipo D.