O Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC) pode exigir a partir do próximo ano que as equipes da categoria Hypercar utilizem formações de três pilotos, uma questão que será debatida em uma reunião do grupo de trabalho esportivo ainda este ano. As informações são do site Sportcar365.
Além disso, essa possível mudança ocorre após algumas equipes optarem por formações de dois pilotos em corridas mais curtas, de seis horas, durante a temporada. A Chip Ganassi Racing, por exemplo, competiu todas as provas de seis horas com Alex Lynn e Earl Bamber. Outras equipes, como Proton Competition, Hertz Team JOTA e Peugeot, também adotaram essa estratégia em alguns momentos.
Urs Kuratle, diretor da fábrica da Porsche, LMDh, confirmou aos jornalistas que a questão da formação de três pilotos será discutida antes da temporada de 2025. “Também lemos rumores de que isso está sendo discutido e será discutido no grupo de trabalho esportivo no final do ano”, disse Kuratle. “Estamos atentos ao que está acontecendo. Tivemos três pilotos este ano. Não era obrigatório. Talvez se torne no próximo ano.”
Pierre Fillon, presidente da ACO, também comentou sobre a possível obrigatoriedade. “Estamos pensando nisso”, afirmou Fillon.
Mudanças nas regras do WEC em debate
Se implementada, a mudança poderá criar desafios para equipes com pilotos que competem simultaneamente no Campeonato Mundial de Fórmula E da ABB FIA. A JOTA, por exemplo, venceu as 6 Horas de Spa-Francorchamps com apenas dois pilotos, já que Norman Nato estava comprometido com a Fórmula E em Berlim. A Peugeot enfrentou problemas semelhantes, sem Jean-Eric Vergne e Stoffel Vandoorne na etapa belga devido ao mesmo conflito.
Aliás, no próximo ano, a etapa de Fórmula E em Berlim coincidirá com as 6 Horas de São Paulo, em julho, o que pode complicar ainda mais a situação para as equipes com pilotos em ambos os campeonatos.
Vincent Vosse, diretor da equipe WRT, cujo piloto Robin Frijns pode ser afetado pelo conflito entre Berlim e São Paulo, disse ao Sportscar365 que sua equipe está aguardando mais informações sobre a possível mudança nas regras. “Pedimos uma declaração clara do campeonato porque é importante para o nosso futuro”, afirmou Vosse. Embora prefira uma formação de dois pilotos, Vosse garantiu que sua equipe está preparada para adaptar-se a uma formação de três pilotos, caso seja necessário.
Andrea Piccini, diretor da equipe Iron Lynx, que compete com um Lamborghini Hypercar, expressou uma preferência por manter três pilotos. Mas acredita que as equipes deveriam ter a opção de escolher. “Gostamos de ir com os três pilotos que temos porque é sempre uma boa maneira de progredir juntos e construir a equipe”, disse Piccini. “Não vejo por que deveriam obrigar três pilotos no Hypercar para corridas curtas. Pode ser mais fácil correr com dois pilotos em algumas situações.”
Por fim, a decisão final sobre a exigência de formações de três pilotos ocorrerá após as discussões do grupo de trabalho esportivo no final deste ano.