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WEC – Pierre Fillon promete reformulação do BoP após temporada de críticas

Durante as 6 Horas de Fuji de 2025, o Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC) alcançou um marco histórico: sua centésima corrida. O presidente do Automobile Club de l’Ouest (ACO), Pierre Fillon, relembrou os treze anos de trajetória da competição e comentou sobre um dos temas mais debatidos da atualidade — o Equilíbrio de Desempenho (BoP). As informações são do site endurance24.fr.

“Percorremos um longo caminho desde 2012”

Desde o lançamento do WEC, em 2012, fruto da parceria entre a FIA e o ACO, Fillon tem sido uma das figuras centrais no crescimento da categoria. Presidente da ACO desde maio de 2012, ele acompanhou praticamente todas as provas disputadas. “Para mim, esta é a minha 99ª corrida. Perdi apenas Austin, em 2020, quando São Paulo foi cancelada”, recordou.

Porém, Fillon destacou o desenvolvimento do campeonato ao longo dos anos, desde os desafios iniciais até a atual fase de prosperidade. “Percorremos um longo caminho desde 2012. Nunca esqueceremos a saída da Peugeot, que nos deixou na época. Mas hoje, todos os circuitos demonstram confiança no WEC. Fuji foi um dos primeiros a acreditar em nós, então é simbólico comemorar aqui.”

Do auge dos LMP1 à nova era dos Hipercarros

O dirigente francês também relembrou os marcos técnicos e humanos da história recente do endurance. “Tivemos o grande período dos LMP1, que foram provavelmente os carros mais sofisticados já construídos no automobilismo. Depois enfrentamos o Dieselgate, a pandemia de Covid-19 e agora temos um grid excepcional. É uma grande jornada, e nosso próximo objetivo é irmos até à 200ª corrida.”

Sobre um possível retorno do WEC a Silverstone, Fillon adotou cautela: “Os ingleses aguardam esse retorno, mas é preciso considerar o calendário e os custos. Vamos discutir isso novamente no futuro.”

“Oferecemos o fim do BoP e os fabricantes recusaram”

Além disso, apesar do sucesso da categoria Hypercar, o Equilíbrio de Desempenho (BoP) continua sendo alvo de controvérsias. Fillon, no entanto, defende a importância do sistema e revela houve discussões para a sua retirada. “Propusemos a todos os fabricantes o fim do BoP, e eles recusaram. Todos pediram para mantê-lo.”

Aliás, ele reconhece, porém, que o sistema precisa ser aprimorado. “Não devemos mais falar em BoP, mas em gestão de desempenho. Vamos reformular completamente o processo, que claramente não funcionou em 2025. As equipes técnicas da ACO, da FIA e da IMSA estão trabalhando com os fabricantes em algo mais simples para o próximo ano.”

Reformulação à vista e cautela com as críticas

Fillon minimiza as críticas quanto ao desequilíbrio entre os carros e destaca o nível de competitividade atual. “Em Fuji, quase todos os carros estavam a menos de um segundo na classificação. Às vezes, a diferença entre dois carros da mesma equipe era de mais de meio segundo. O BoP não é tão ruim quanto dizem.”

Segundo ele, o problema não está no conceito, mas na execução. “Havia muitas lacunas entre as disputas, e foi isso que não funcionou. O BoP em si não está errado. Ele necessita de mudanças.”

O presidente também rejeita a ideia de que o BoP tenha sido alterado constantemente ao longo da temporada. “Isso não é verdade. Às vezes o inimigo do bom é o ótimo. Os técnicos tentam equilibrar todos os carros o máximo possível — e esse é um exercício extremamente difícil.”

“O BoP é apenas parte da equação”

Para concluir, Fillon ressaltou que o equilíbrio entre os carros não é o único fator decisivo nas corridas. “O BoP representa apenas 30% do resultado. Estratégia, pneus, pilotos e condições de corrida também contam muito. É importante não perder isso de vista.”