Não foi no Japão que a Rebellion Racing conquistou, sua primeira vitória na classe LMP1 do Mundial de Endurance. Mesmo mais pesada, a Toyota não teve adversários na madrugada deste domingo, 06, no circuito de Fuji, dando a Brendon Hartley, Sebastien Buemi e Kazuki Nakajima, a vitória de ponta a ponta.
Largando na pole, o #8 manteve a liderança, enquanto o #7 de Kamui Kobayashi, Mike Conway e José Maria Lopez, teve uma interessante briga com o Rebellion #1 pilotado por Bruno Senna nas voltas iniciais. A esperança da torcida se esvaiu depois de 20 minutos, quando Kobayashi “sumiu” na frente do protótipo pilotado pelo brasileiro.
Para dar uma certa emoção a prova, o #8 recebeu uma punição na quarta hora, por exceder a velocidade nos boxes. Como a vantagem era de aproximadamente 50 segundos, Lopez conseguiu voltar na liderança.
A diferença entre os dois protótipos da equipe Toyota se deu graças ao handicap de sucesso estipulado pela organização do Mundial de Endurance, já que o #8 registrou tempos de volta mais rápidos que o #7 durante toda a provas.
Esta defasagem no desempenho foi responsável pela batalha entre o #7 e o protótipo da Rebellion Racing nas voltas iniciais. Os dois LMP da equipe Ginetta terminaram na quarta e quinta colocação. A diferença de desempenho os deixou atrás de protótipos da classe LMP2 na classificação geral.
Bruno e parceiros fizeram uma corrida relativamente tranquila, sabendo de antemão que as chances de superar a força da marca japonesa seriam limitadas. Mas Bruno acabou proporcionando os melhores momentos da prova ao ganhar uma posição na largada e passar os primeiros 30 minutos em segundo, à frente da Toyota de Kobayashi, Conway e Lopez. “Foi o que deu para fazer. Estávamos com os pneus errados. Fomos dois segundos mais lentos no qualifying que no ano passado. A temperatura influenciou muito na performance do carro, porque os compostos que pedimos à Michelin não foram os que eles trouxeram ao Japão. Isso comprometeu principalmente o começo da prova, no período mais quente, porque nossos pneus estavam um pouco fora da janela. Consegui esquentar os pneus antes que os outros, mas depois eles passaram da temperatura e fiquei na mão. No final, quando a temperatura estava mais baixa, o carro voltou a ficar competitivo, mas aí já era tarde”, analisou.
O resultado acabou ficando de bom tamanho e a longa sequência de pódios na pista também foi motivo de comemoração. “Brigamos um pouquinho, deu para me divertir um pouco, o que não acontecia há algum tempo, e agora temos de ir para cima deles em Xangai na próxima etapa. Essa é uma pista que combina mais com nosso carro e a temperatura por lá deve nos ajudar a ser um pouco mais competitivos. De qualquer forma, a última vez que subi ao pódio havia sido aqui mesmo, no ano passado, e deu para manter os 100% de aproveitamento”, concluiu Bruno.
O Ginetta #5, que terminou 16 voltas atrás, sendo obrigado a fazer uma parada para realizar reparos no freio esquerdo. O #6 teve o pneu traseiro direito furado, além de receber uma punição após o término da prova.
O diretor da equipe, Hisatake Murata, felicitou o esforço do time. “Toda a equipe tem o prazer de alcançar outra dobradinha em nossa corrida em casa. Depois de Le Mans, Fuji é a próxima corrida mais importante da temporada para a Toyota, então foi o nosso alvo; obrigado a todos na equipe que tornaram isto possível. Obrigado especialmente a todos os fãs que mais uma vez prestigiaram as as 6 Horas de Fuji uma corrida tão especial; todos nós apreciamos o seu apoio. Espero que eles gostaram de ver os TS050 pela última vez no Japão. Agora vamos para Xangai com o handicap adicional que deve fazer para uma corrida mais difícil, mas estamos ansiosos para o desafio”, finalizou.
Racing Team Nederland vence na LMP2
A equipe Racing Team Nederland conquistou sua primeira vitória na classe LMP2 com Nyck de Vries, Giedo van der Garde e Frits van Eerd. A classe teve vários líderes como a Jackie Chan DC Racing, JOTA Sport e High Class Racing.
Atualização – JOTA Sport é desclassificada
Utilizando uma estratégia alternativa, o carro da Nederland assumiu a liderança na hora final, quando De Vries teve que realizar mais uma parada depois dos seus adversários. O piloto conseguiu sair na frente e manter uma diferença de seis segundos para Anthony Davidson que estava no Oreca #38 da JOTA.
De Vries terminou a prova com uma diferença de 24 segundos para Davidson, que dividiu a pilotagem com Antonio Felix da Costa e Roberto Gonzalez. Na terceira posição o LMP da Jackie Chan de Will Stevens, Gabriel Aubry e Ho-Pin Tung.
Aston Martin domina classes GT
A Aston Martin desbancou a Porsche e venceu na classe GTE-Pro com Marco Sorensen e Nicki Thiim. Foi a primeira vitória do #95 desde a etapa de Xangai de 2018. A vitória veio nas horas finais da prova.
Thiim colocou o carro na liderança superando Alex Lynn no Aston #97. Ele e Sorensen ditaram o curso da corrida, liderando dois em períodos na quarta hora para ganhar a vitória. Thiim cruzou a linha 17,6 segundos à frente do Porsche 911 RSR #92 de Kevin Estre e Michael Christensen, enquanto o carro #97 da Aston Martin terminou em terceiro.
A equipe britânica estavam em primeiro e segundo lugar no meio da corrida, até Maxime Martin perdeu o controle do carro na curva 1, dando a oportunidade do Porsche #92 assumir a vice-liderança.
A Ferrari lutou para ser competitiva em Fuji, depois de Alessandro Pier Guidi conquistar a liderança na primeira volta. Pouco tempo depois os dois carros italianos não conseguiram acompanhar o ritmo da Porsche e Aston Martin.
Os campeões mundiais de GT de 2017, Pier Guidi e James Calado, terminaram em quarto lugar, um lugar à frente de Davide Rigon e Miguel Molina. Os dois Ferraris só ficaram à frente do Porsche #91, devido a uma penalidade de drive-through causada por exceder os limites da pista.
Na classe GTE-Am, a TF Sport venceu com o Aston Martin #90 de Salih Yoluc, Charlie Eastwood e Jonny Adam. A vitória veio depois que o Porsche #57 da equipe Project 1 recebeu uma punição durante o treino classificatório. Esta foi a primeira vitória da equipe no Mundial de Endurance.
O trio estabeleceu um ritmo forte na frente e praticamente não foi ameaçado. Yoluc estabelecendo uma grande diferença para os demais competidores da classe. Eastwood e Adam consolidaram a vantagem acumulada do piloto turco durante as paradas nos boxes. O Aston fechou a prova com uma diferença de 33 segundos à frente de Nicklas Nielsen, que diminuiu um pouco a diferença na última hora com a Ferrari #83 da AF Corse.
Nielsen compartilhou a Ferrari, com Emmanuel Collard e François Perrodo, com a equipe terminando à frente do Porsche do Team Project 1, que partiu do fundo da grade depois que sua penalidade pós-qualificação terminou em terceiro.
O diretor técnico da TF Sport, Tom Ferrier, enalteceu o trabalho de toda a equipe. “Estou feliz e aliviado, depois de tantos segundos lugares e pole positions. Salih fez um trabalho incrível no início da corrida e a equipe foi impecável nos pitstops. Foi fantástico quando nossos adversários precisaram parar durante a bandeira amarela, e nós não, mas tudo deu certo e trouxemos nossa primeira vitória no WEC”, finalizou.