Toyota não terá terceiro Hypercar em 2025, no WEC

A Toyota Gazoo Racing anunciou que não expandirá sua participação no Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC) para 2025, mantendo apenas seus dois híbridos GR010 na competição. O chefe da equipe, Kamui Kobayashi, destacou os riscos organizacionais e financeiros envolvidos na adição de um terceiro carro.

Concorrência aumenta presença no grid

Enquanto a Ferrari e a Porsche aumentam suas participações no WEC, a Toyota opta pela cautela. A Ferrari adicionará um terceiro satélite 499P, administrado pela AF Corse, na temporada de 2024. A Porsche, por sua vez, terá cinco 963, incluindo equipes de clientes, superando numericamente a Toyota.

No início do ano, o diretor da equipe, Rob Leupen, mencionou que a expansão da Ferrari levou a Toyota a considerar a adição de um terceiro carro. No entanto, a decisão não foi adiante e, agora, a equipe se prepara para competir com apenas dois carros em 2025.

Desafios para uma terceira entrada

Falta de pilotos dificultou um terceiro carro. (Foto: Toyota)

Contudo, Kobayashi explicou ao Sportscar365 que os desafios para adicionar uma terceira participação continuam significativos. Entre os principais obstáculos estão o orçamento e a contratação de pessoal adicional.

“Há muitas coisas a considerar: quem seriam os motoristas, quem cuidaria do funcionamento do carro, quem traria o orçamento?” disse Kobayashi. Ele também enfatizou a necessidade de justificar a expansão ao conselho de administração da Toyota, destacando os riscos organizacionais e o aumento de custos.

Toyota e as dificuldades em encontrar pilotos

Além disso, Kobayashi também apontou a dificuldade em encontrar pilotos adequados para uma terceira participação. Embora a Toyota já conte com o ex-piloto da Hypercar Jose Maria Lopez e o atual piloto reserva Ritomo Miyata, além de seus pilotos no SUPER GT, Kobayashi ressaltou que a situação é complexa.

“Temos que desenvolver mais pilotos e agora temos o projeto GT3. Também é preciso pensar no que acontecerá caso precisemos reduzir o número de carros no futuro,” explicou Kobayashi.

Compromissos além do desportivo

Kobayashi admitiu que a Toyota estará em desvantagem em relação aos seus principais rivais do WEC no futuro próximo. No entanto, ele enfatizou que a decisão não pode ser baseada apenas em motivos desportivos.

“[Querer vencer a Ferrari] não é motivo suficiente, para ser honesto. Não se trata apenas de vencer. É preciso um grande compromisso,” afirmou Kobayashi.

Aliás, Leupen complementou que a Toyota descartou a ideia de fornecer carros exclusivamente para clientes, como fez a Porsche, devido à complexidade do GR010 com motor híbrido.

“Tem que se encaixar em nossa filosofia. Não queremos apenas dar um carro a um cliente. Tem que se adequar ao que queremos fazer e como queremos operar,” disse Leupen.

Com isso, a Toyota mantém sua estratégia de competir com dois carros no WEC, priorizando a estabilidade organizacional e financeira diante de uma concorrência cada vez mais numerosa e agressiva.