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Toyota critica sistema de BoP no WEC: “Temporada está artificial e chata”, diz diretor técnico

David Floury, diretor técnico da Toyota Gazoo Racing Europe, fez duras críticas ao atual sistema de Equilíbrio de Desempenho (BoP) do Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC), classificando a temporada como “triste”, “artificial” e marcada por corridas “chatas”. A declaração ocorreu durante o fim de semana das 6 Horas de São Paulo, quando os dois Toyota GR010 Hybrid terminaram fora dos pontos e a três voltas do vencedor, o Cadillac V-Series.R da Hertz Team JOTA.

Toyota cobra mudanças urgentes no WEC

De acordo com informações do site SportsCar365.com, Floury evitou mencionar diretamente o BoP — como determinam os regulamentos esportivos do WEC — mas deixou clara sua insatisfação com o atual modelo, que considera previsível e prejudicial à competitividade. “Antes de virmos para cá, eu previ que seriam Cadillac, Porsche e Peugeot, e eles estavam nessa ordem na classificação. Isso não deveria acontecer”, disse.

A crítica se estende ao método de cálculo do BoP, que em 2024 passou a ser baseado em dados históricos com foco na “100% de convergência”, levando em consideração as duas melhores performances em três provas anteriores. No caso das 6 Horas de São Paulo, os dados vieram das etapas de Ímola e Spa. Ainda assim, mesmo com desempenho inferior, o GR010 Hybrid permaneceu como o carro mais pesado do grid Hypercar, com um déficit de 29 kg em relação ao Cadillac e 31 kW (cerca de 41,6 cv) de potência abaixo de 250 km/h.

Temporada “triste” e previsível, aponta diretor

O dirigente lamentou que a temporada do WEC esteja sendo marcada por resultados previsíveis e uma perda de autenticidade na disputa. “Não se trata de diminuir a distância entre os carros, isso é aceito por nós, mas o processo está totalmente errado. É uma temporada inteira que se foi”, criticou.

Floury também apontou a etapa de Spa-Francorchamps como a única exceção, com uma disputa acirrada entre Ferrari e Alpine, mas reiterou que até mesmo essa corrida ficou abaixo do esperado. “Catar, Ímola e Le Mans não foram especialmente interessantes”, resumiu.

Risco à credibilidade do campeonato

Na avaliação do diretor, o modelo atual coloca em xeque a credibilidade do campeonato e a percepção de mérito nas vitórias. “Tenho dificuldade em saber se alguém vence por merecimento ou se é artificial. Isso é um problema sério para o esporte”, afirmou.

Apesar do domínio da Ferrari até aqui. Com quatro vitórias em quatro provas antes de São Paulo, Floury acredita que o BoP influencia diretamente os resultados. “No fim das contas, você sempre pode questionar agora se o melhor fabricante está vencendo ou não. Isso não é bom para o esporte, definitivamente não”, completou.WEC

Por fim, a FIA foi procurada para comentar as críticas, mas não havia se manifestado até o momento da publicação.