O automobilismo no Brasil pode ser chamado de tal?
Essa semana não se fala em outra coisa no mundo do automobilismo do que a morte do piloto brasileiro Gustavo Soderman. Não sou de acompanhar os campeonatos nacionais, pois acho que tudo não passa de um grande amadorismo onde pessoas ricas e se experiência ficam desfilando com suas máquinas e esquecem de que automobilismo é competição e não uma fila indiana.
Gustavo não estava neste “patamar” era um piloto em sua essência e acabou tendo sua vida abreviada por um conjunto de erros do nosso automobilismo. No começo do ano o Piloto Xandinho negrão voou em um dos nossos autódromos durante os testes da Stock Car em Piracicaba. O acidente se deu pelo fato do piloto ter saído da pista e invés do autódromo ter uma área de escape descente tinha literalmente um barranco. A foto abaixo mostra aonde o carro caiu. Quem não acompanhou o caso pode pensar que o stock caiu de um caminhão de mudança e rolou ribanceira abaixo tamanha é o mato que existe no autódromo ou seria “matodromo”?
Podemos chamar isso de área de escape?
Claro que o mato não é uma característica do circuito paulista. Outro belo exemplo é a pista de tarumã, lá a área de escape existe, mas e a lama e os morros? Nos circuitos “modernos” se usa cascalho para diminuir a velocidade dos carros que saem da pista, hoje este artificio já é ultrapassado em vista de materiais como o cimento e o asfalto mais aderente e que realmente funciona, mas isso custa caro e a organização de qualquer autódromo acha que não vai ter acidente e é mais barato e fácil deixar a lama no lugar. Assim pessoas normais com seus gol, fusca, celtas se arriscam em pistas matadoras assim.
E por falar em carros… Será que o carro que matou Gustavo é realmente seguro? Ouvi vários profissionais do nosso automobilismo e a da CBA dizendo que o carro é homologado, e quem homologa a CBA? E as empresas que constroem esses carros? É feito testes de colisão, de estrutura? Ou será que quem paga mais leva? Um belo exemplo são os carros que competem na Nascar. Lá ao contrário daqui os pilotos competem e não tem medo de bater, tocar e empurrar seus adversários já que essa é uma característica da modalidade. Quando acontece um acidente por mais espetacular e perigoso que possa parecer o piloto sai andando.
Na Europa independente da importância da categoria os autódromos estão sempre com a grama cortada, muro de pneus organizados, enfim em qualquer dia do ano se pode competir ali na mais total segurança. Interlagos só se organiza dois meses antes da F1 nos outros meses o mato toma conta.
Agora querem mutilar mais uma vez o circuito de Interlagos achando que vai resolver o problema. Talvez essa repercussão só tenha acontecido, pois foi no circuito mais importante do país e se fosse nos confins do Brasil? Teria o mesmo reboliço?