Durante a conferencia de imprensa na última quinta-feira (05) a ACO enfatizou o impacto industrial que às 24 horas de Le Mans causam em toda a cadeia automobilística com suas inovações e eficiência energética.
No painel estavam o presidente da ACO Pierre Fillon, Vincent Beaumesnil gerente de esportes da ACO, Pascal Couasnon, diretor de competição a Michelin, Darren Cox diretor de Marketing da Nissan, Wolfgang Ullrich diretor de Audi e Pascal Vasselon direitor esportivo do grupo Toyota.
Não é de hoje que inovações desenvolvidas para as 24 horas de Le Mans, são transferidas para outras modalidades do esporte a motor, bem como para carro de produção em série. Fillon destacou o volante destacável, freio a disco, limpadores de para brisa, além dos faróis halógenos de quartzo. Bem como o incentivo por meio de suas regras para um melhor aproveitamento do combustível, pneus e o uso de materiais leves com grande poder de absorção em caso de impactos.
As regras impostas a partir de 2014 resultaram em uma economia de até 30% de combustível se comparada aos modelos anteriores. Outro fator que tem contribuído para isso além dos sistemas de reaproveitamento de combustível e energia é o uso de pneus mais estreitos.
“Para o fabricante de automóvel Le Mans é bem mais do que uma corrida, o lugar do desenvolvimento sustentável, além da presença de mercado, tecnologia, marketing e imagem.” Aponta Ullrich da Audi.
A Audi é o melhor exemplo de como a tecnologia obtida em Le Mans foi transferida para seus carros de produção além é claro da imagem de carro “resistente” e que não quebra. Presente em campeonatos de Endurance desde 1999 o fabricante alemão tem como slogan “Vorspring Duch Technic” algo como “fanáticos pela tecnologia,” ou “progresso através da tecnologia.”
Um dos pontos enfatizado pelo dirigente da Audi foi a injeção direta de combustível introduzida em 2001 e que hoje está presente em uma grande gama de motores de todo o grupo VW ao redor do mundo, além do sistema TDI, primeiro motor a diesel de competição lançado em 2006 e que desde então tem vencido todas as edições da prova no geral.
A nova geração de modelos híbridos também tem mostrado avanços. O vencedor de 2014 o Audi R18 venceu a prova com 25% menos de combustível do que a versão de2013 também híbrida. Em termos de comparação com a primeira versão de um motor a diesel de 2006 a economia de combustível chega a 62%.
Já a Toyota que voltou ao Endurance em 2012 também tem motivos para comemorar além das vitórias e do campeonato do WEC ano passado. O corpo técnico que trabalha em cima do TS040 Hybrid atua em conjunto com os mesmos engenheiros responsáveis pelos carros de produção em série da marca.
O gigante Japonês com base nos resultados do TS040 trabalha em paralelo em cerca de 64 projetos por meio do seu departamento de competição, para as mais diversas áreas do grupo ao redor do mundo, sempre enfatizando a economia de combustível e barateamento da produção de carros em série.
Para a Nissan, por meio do seu diretor de marketing Darren Cox a chegada do fabricante e Le Mans e enfrentar Audi, Porsche e Toyota é o lugar perfeito para divulgar a marca bem como aprimorar as estratégias de marketing nos mais diversos mercados consumidores aonde o WEC vai competir.
A diversidade de carros presentes em Le Mans e no Endurance também contribuíram para o retorno da Nissan as corrida de longa duração. Segundo o dirigente a Nissan é a que melhor aproveita a imagem que Le Mans tem sobre os consumidores, vide o lançamento do novo GTR-LM durante o super Bowl.
Para a Michellin, fornecedora das principais equipes de fábrica os compostos utilizados nas últimas edições foi transferida para seus produtos normais em menos de três anos. A popularidade da prova também está em evidencia. Ao todo 263 mil espectadores estiveram no circuito durante a prova em 2014.