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Endurance tratado a sério!
Henry Pescarolo: “Para ser competitivo no endurance é necessário ter um orçamento de F1”
Le Mans 2012, a última vez de Pescarolo em Sarthe. (Foto: Getty Imagens)
Le Mans 2012, a última vez de Pescarolo em Sarthe. (Foto: Getty Imagens)

Um dos nomes mais lembrados quando o assunto é Le Mans, é o de Henry Pescarolo. Ele sintetiza tudo de bom que a prova francesa tem. Seja como piloto aonde venceu a prova mais e uma vez, seja como dono de equipe.

As cores e seus protótipos sempre vão estar entre os objetos mais colecionáveis quando o assunto é endurance. Se no começo Henry confirmou que não vai voltar as competições com sua equipe, sua experiência hoje é transmitida para milhares de telespectadores, pois acabou se tornando comentarista em uma TV na França.

Mesmo estando perto e longe das provas, Pescarolo é um dos mais respeitados quando questionado sobre o futuro do WEC, bem como seu crescimento. Em entrevista ao site DailySportCar está confiante no sucesso do Mundial, mesmo que isso tenha criado um abismo entre as equipes privadas e de fábrica.

“Eu acho que há dois pontos de vista diferentes. É claro que é muito interessante ver fabricas com até 1000 cavalos e motores cada vez menores, consumindo 31 litros a cada 100 km. O orçamento é absolutamente tremendo. É algo  seis vezes maior do que na época que corria com motores Judd.”

“A comunicação entre os protótipos e os modelos de produção em série é muito boa. Mas, ao mesmo tempo, o orçamento é absolutamente tremendo. Para ser competitivo no endurance é necessário ter uma orçamento de F1. É bom ter três fabricantes aqui, e eles estão satisfeitos, espero que continuem, mas o problema é que as equipas privadas na LMP1 não tem chances de vencer.

O Pescarolo 03. Nada mais do que um Aston Martin-One não completo a prova. (Foto: Getty Imagens)
O Pescarolo 03. Nada mais do que um Aston Martin-One não completo a prova. (Foto: Getty Imagens)

Pescarolo que teve uma equipe privada na classe LMP1 com bons resultados, em uma época que poucas ou quase nenhuma estrutura era apoiada por fabricantes, vê como preocupação o atual investimento feito pela Rebellion Racing e byKolles. Gastam sem ter garantia de vitórias.

“Eu ainda acho que é necessário fazer alguma coisa para manter as equipes privadas na classe LMP1. A decisão da Peugeot, um grande fabricante, de terminar seu programa de um dia para o outro, é algo que pode acontecer com Audi, Porsche e Toyota. Isso dificilmente vai acontecer com uma equipe privada, a não ser que você mate as chances de vitória no geral, como aconteceu comigo. Os regulamentos entre os motores diesel x gasolina.”

Para o ACO é muito importante, ter equipes privadas com reais chances de vitória. Se amanhã o grupo VAG tirar Audi e Porsche, quem vai tomar seu lugar? Nós precisamos de equipas privadas, não apenas na LMP2, que é uma grande categoria. Boas equipas LMP2 precisam se interessar pela LMP1, é preciso dar meios para que se tornem mais competitivos.”

Principal equipe privada, a Rebellion Racing subiu no pódio em SPA, mais por problemas das equipes de fábrica que por um bom combate em pista. Esta situação segundo Pescarolo pode se repetir em Le Mans, mas tudo é questão de sorte. “A diferença é tão grande, tão difícil. Os regulamentos reais para equipes privadas os deixa com 500 cavalos de potência, de modo que a única maneira é alterar os regulamentos para permitir que eles tenham carros com o mesmo poder que os fabricantes, ou um carro mais leve.”

 

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