Gestão
Uma empresa tem seu conceito organizacional bem parecida com o de uma equipe de F1. Tem os funcionários (Pilotos, mecânicos, engenheiros) e tem o chefe (Chefe de equipe) que por mais que tenha 50, 100 pessoas ao seu lado para tomar decisões, é ele quem bate o martelo e muitas vezes decide uma corrida. Sim nem sempre o piloto depois de uma hora e meia andando em círculos enfrentando calor, adversários, chuva é quem decide se ganha ou não um GP.
É claro que como bom empregado e muitas vezes com todo e qualquer ser humano que tenha um pouco de tutano e conhecimento percebe que as decisões do chefe nem sempre são as melhores. Muitas vezes o chefe não tem o conhecimento necessário ou até tem mais não emprega nas horas certas.
É mais ou menos assim o calvário de Massa e Rubinho nessa atual temporada. Erros em cima de erros, falta de conhecimento. A vitória do GP da Espanha era do piloto da Brawn, ele ganharia com folga se a tática de 3 pits fosse seguida por ele e por Jason… o britânico mudou a estratégia no meio da corrida e venceu. Ponto para ele que teve essa presença de espírito e competência. Faltou algum espírito baixar em Rubens também? Não sei. Acredito que como bom funcionário Rubinho seguiu a risca todas as ordens de sua equipe (muitas delas questionáveis) e em nenhum momento teve a perspicácia ou a ousadia de discutir algo. Se tivesse seguido o que fez Button teria ganho a corrida com folga, pois em todo o final de semana teve um carro mais bem equilibrado. Tinha largado com mais combustível enfim, era a corrida dele. Errou em não pensar além? Acredito que sim.
O drama vivido por Felipe Massa é igual ou pior. A “empresa” que ele trabalha é a melhor do mundo, tem os melhores equipamentos o chefe Luca de Montezemolo entende do riscado, mas seus assessores não.
A algumas colunas venho criticando qual o papel de Michael Schumacher na Ferrari nos últimos tempos. Ele como um consultor tem o mesmo papel do que um coordenador em uma empresa. Ganhou títulos, soube vender sua imagem e é competente nas pistas. O coordenador na vida real, fez faculdade, tem boas notas se forma, mas chega na hora no dia a dia da empresa quando tem que tomar decisões erra, e erra feio. Tanto um quanto o outro não tem experiência e botam as vezes o trabalho de anos por água abaixo.
Ver Felipe tendo que tirar o pé para poupar combustível é o fim, algo inadmissível em um mundo com “sistemas” “planilhas” tanto conhecimento para acabar como acabou. Não era mais fácil por um medidor de combustível no painel do carro? “C” para Cheio e “V” para Vazio? Claro que tudo não é tão simples assim e um carro de Fórmula 1 é cheio dos badulaques tecnológicos mais o esporte é igual as primeiras corridas nos anos 50 aonde o que contava era mais a sensibilidade do piloto do que o ” conhecimento ” de um chefe de equipe.
Fora esses per causos a corrida se desenvolveu de forma tranquila depois do acidente na primeira volta. A superioridade da Brawn é evidente e mesmo com o avanço da RBR ainda não foi desta vez que vimos alguma equipe assustar os britânicos. A equipe que me surpreendeu foi a Renault. Alonso chegando em sétimo pode parecer pouco mais é um progresso em relação as outras corridas. Seu companheiro de equipe fez uma corrida como sempre sem emoção mas pelo menos não bateu nem prejudicou nenhum adversário durante o certame.
A próxima etapa é em Mônaco, pista chata sem emoção mais financeiramente viável para os organizadores. Uma pista que acredito muito em Rubinho pelo seu histórico e por gostar de correr lá e é claro se aquela chuvinha pintar melhora ainda mais.