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Campeã das 24 Horas de Le Mans em seu retorno de forma oficial ao WEC, a Ferrari não está tão otimista em repetir o feito de 2023, em La Sarthe. Para este ano, além da Toyota, a Porsche já mostrou sua força vencendo com a equipe JOTA em Spa e a Toyota em Imola.

Como é algo tradicional do fabricante italiano, as estratégias erradas podem ser o maior adversário. As três marcas têm uma liderança significativa na classificação dos fabricantes sobre a Alpine, quarta colocada, enquanto a equipe de pilotos mais bem colocada, não da Ferrari, Porsche e Toyota, é a #35 da Alpine, em 11º.

De acordo com o gerente de desempenho e regulamentos da Ferrari, Mauro Barbieri, não vê a luta da vitória em Le Mans como uma luta a três, com base não apenas nas evidências da corrida do ano passado, mas também nas primeiras rodadas da temporada de 2024.

“Acho que será maior”, disse Barbieri em entrevista ao site Sportscar365.com. “Também no ano passado tivemos uma surpresa com a Cadillac e com o Peugeot também sendo muito competitivo em alguns momentos”. 

“O ano passado foi uma corrida maravilhosa porque havia carros diferentes sendo mais rápidos na pista em diferentes momentos da corrida. Este ano não será diferente e poderá haver mais carros a aderir a esta ‘roleta’, digamos assim. Eu não descartaria ninguém”. 

“Ter tantos carros de primeira classe não é algo que acontece com frequência e tenho certeza que isso proporcionará um espetáculo melhor do que nunca.”

Ferrari e o BoP

Contudo, o desempenho do 499P em Imola e Spa deu à Ferrari a confiança de um forte desempenho em Le Mans. Barbieri admitiu que uma avaliação adequada das chances da Ferrari ocorrerá até que o BoP seja conhecido.

“O resultado e o desempenho do ano passado dão-nos alguma confiança especificamente para Le Mans. E depois há algumas condições-limite que ainda precisam de ser definidas”, disse Barbieri. “Ainda falta um mês para avaliar isso adequadamente”. 

“Poderíamos dizer que o 499P foi mais desenvolvido com foco em Le Mans, enquanto o Toyota é mais desenvolvido para alta pressão aerodinâmica, nos circuitos de corrida sprint. Não temos provas claras disso, mas penso que o nosso desempenho em Le Mans foi um pouco melhor do que esperávamos [com base] nos três primeiros eventos do WEC”, analisa. 

“Espero que seja como este ano, mas há muitas condições-limite a serem definidas para estarmos um pouco mais confiantes nesta resposta”. 

Pneus sem aquecimento 

Além da incógnita do BoP, as equipes da classe Hypercar irão para Le Mans sem o uso de aquecedores de pneus. Isso, depois que a proibição imposta para o início do WEC 2023.

Barbieri acredita que isto não representará um desafio significativo agora que as equipas têm um ano extra de experiência sem usar aquecedores de pneus, embora tenha salientado que é provável que o mais macio dos três compostos de pneus Michelin seja mais utilizado.

“Talvez isso mude a escolha dos pneus para compostos mais macios quando as temperaturas da pista estiverem mais baixas do que o normal”, disse ele. “O soft que você usa à noite e  será usado mais cedo no sábado e mais tarde no domingo de manhã”. 

“Enquanto ainda não sei dizer. Mas sendo uma pista de baixa degradação e baixo desgaste, a escolha dos pneus mudará mais para compostos mais macios”. 

“Normalmente fica entre suave e médio, sendo suave à noite e médio durante o dia. Sem os aquecedores, no passado será mais suave.”

Por fim, questionado se poderia prever a falta de aquecedores de pneus alterando o equilíbrio entre a Ferrari e seus concorrentes, Barbieri: “ Não, é igual para todos. Você apenas tem que se adaptar e tentar fazer o seu melhor com o que você tem”.