F1 GP da China–Queimando a língua
Como começar a coluna sobre o GP da China? Em um circuito feito por Hermann Tilke, que é o atual matador da categoria? Como criticar a falta de competitividade dos últimos anos? Será que todo mundo que critica a categoria (e estou me incluindo nesse bolo) estava errado ou terá que rever seus conceitos?
Tanto a etapa da Malásia quanto a da China sem sombra de dúvida estão entre as mais disputadas nos últimos tempos e olha que dá para contar nos dedos as corridas que fizeram o expectador se empolgar. Aos poucos as medidas da FIA estão surtindo efeito. A asa móvel foi de grande valia na grande reta do circuito, bem como o consumo de pneus que levou as equipes a queimar a pestana pensando na melhor estratégia, e é claro o KERS que tem sido decisivo em várias manobras.
Claro que o motorzinho elétrico não vem funcionando nos carros da Red Bull o que para muitos é sinal de crise. Se ele foi determinante para o desempenho de Vettel? Não o carro do alemãozinho estava na “mão” basta ver o tempo que foi obtido na pole. O que melhorou e muito foi o carro da McLaren depois de duras críticas por parte de Hamilton. O vazamento de óleo mostrou uma eficiência dos mecânicos surpreendente e que foi recompensada pelo excelente trabalho do Inglês.
Superação também pode ser a palavra para descrever o desempenho de Massa. O brasileiro não conquistou um pódio e não podemos acusar a Ferrari de erro. Faltou foi um desempenho melhor por parte do carro. Se ele tivesse feito três pitstop’s? Iria acabar mais para traz do que o quinto lugar no qual acabou ficando. Os pneus tanto dele quanto de Vettel não aguentaram o quanto deveriam, como Felipe tem um carro menos acertado foi mais difícil de controlar.
Para o brasileiro foi fundamental ter superado seu amigo Alonso. O espanhol, que em tese é “superior” ao brasileiro, poderia ter tirado um proveito maior do seu talento e conquistado uma melhor posição. Outro “medalhão” que apanhou do companheiro de equipe, e que neste caso não é nada novo, é Schumacher que terminou em 8º e seu companheiro Rosberg conseguiu um ótimo 5º e também sofreu com os pneus.
Já Mark Webber mostrou maturidade e principalmente consistência e saiu de um vergonhoso 18º e acabou em 3º festejando a vitória do piloto da McLaren. Tenho pena de Webber e com o que a Red Bull está fazendo com ele. Claro que é natural na F1 a equipe privilegiar um piloto por ele ser mais novo ou ser o piloto do momento. Pena que nem sempre o que ganho é realmente o melhor ou o mais completo.
Barrichello como de costume reclamando do péssimo carro. Já virou hábito. Toda pré-temporada o brasileiro fala que vai ter uma ótima temporada que os tempos são surpreendentes e chega na hora do “vamos ver” o carro não anda, esta lento e assim por diante. Não está na hora de mudar o discurso? Que o carro tem problemas isso é sabido vide o estreante Pastor Maldonado que acabou em 18º. Nem sempre reclamar para a imprensa vai resultar em uma melhora no carro.
Se fosse para escolher uma dupla entre os 24 pilotos seria Kamui Kobayashi e Sergio Pérez que não tiveram um bom desempenho, mas animavam com suas disputas e trapalhadas. Todas as vezes que Schumacher via o jovem piloto no retrovisor já se arrependia de ter voltado a F1. Koba é o que mais se empolga em ultrapassar o jurássico campeão o que a meu ver é algo muito bom de ver. A próxima etapa é o GP da Turquia, dia 8 de Maio. A melhor pista feita por Tilke de todas as que o mesmo desenhou. Pista que nos dá boas lembranças com as vitórias de Massa e o bate-bate ano passado entre Vettel e Webber. A corrida promete.