“É muito mais do que carenagem diferente”, diz Philippe Dumas da Onroak sobre LMP2 e DPi
O diretor da Onroak Automotive, Philippe Dumas, está em Daytona acompanhando os mais novos produtos do fabricante francês. O Ligier JS P217 e o Nissan DPi, estão se enfrentando pela primeira vez, mesmo que seja apenas um teste.
Em entrevista ao site sportscar365, Dumas revelou detalhes sobre os dois protótipos e confirmou o que grande parte dos torcedores já sabia, é muito mais do que uma carenagem diferente.
“Mais ou menos, tudo é diferente com o carro”, disse Dumas. “60% do carro do DPi, é diferente do JS P217.”
“O equilíbrio é diferente. Algumas partes da caixa de velocidades são diferentes. O motor, o piso, os sidepods, a frente, a capota traseira … tudo é diferente.”
“Foi um grande desafio, porque se você olhar para a Mazda ou Cadillac, eles começaram o projeto do DPi, e depois fizeram o LMP2. Nós fizemos o oposto.”
O motor do DPi, é baseado no V6 de 3 litros e 3 cilindros oriundo do GT-R NISMO GT3. Todo o projeto começou em setembro. Os concorrentes diretos, Cadillac e Mazda estão com seus projetos em andamento desde o final de 2015.
“Foi também um grande desafio porque é a primeira vez que um motor GT3 está dentro de um protótipo”, disse. “É completamente novo e provavelmente bom para o futuro porque é um motor GT3.”
“Você pode imaginar o espaço com o turbocompressor, o peso, e tudo? Isso é muito novo.”
Outro fator que diferencia o DPi do LMP2 é a distribuição de peso. O motor Nissan é cerca de 50 kg mais pesado do que o Gibson GK428 V8. Segundo as regras da IMSA, os dois protótipos terão que ter o peso mínimo de 930 kg. Por conta disso, o JS P2017 terá que utilizar lastro em Daytona.
“Foi um desafio, mas é claro que no momento temos algo a aprender”, disse ele. “Temos de trabalhar do nosso lado e especialmente do lado da NISMO para obter um peso competitivo.”
“Quando você fala sobre uma diferença de 50 quilos, especialmente na parte traseira, e quando você olha para o motor, o peso está no pior lugar. É muito alto. Assim, a distribuição de peso é tão diferente.”
“A geometria é a mesma, o chassis é o mesmo, os freios são os mesmos. Então nós compartilhamos algumas informações entre os dois carros com certeza.”
“Não é algo novo para nós. Tivemos essa situação com o JS P2 Nissan e o JS P2 Honda”.
Muitos criticaram a carenagem do Nissan DPi, por ser ligeiramente diferente do JS P217. Para Dumas, este é apenas o começo do desenvolvimento do modelo. “Você tinha que encontrar um compromisso e trabalhar em conjunto porque o projeto estava atrasado”, disse Dumas. “A IMSA precisava nos dar um pouco de espaço, o mesmo para a Nissan.”
“Meu objetivo é dar confiança a Nissan que o campeonato está indo bem e eles vêem que é importante estar lá, e eu estou confiante nisso.”
“Então, se for um caso, certamente a Nissan trará mais apoio e um design um pouco diferente.”
As regras da IMSA, possibilitam uma mudança no desenho da carenagem por ano. A ESM tem um contrato de exclusividade com a Nissan e Onroak por dois anos. Para Dumas, a expectativa é que novos fabricantes queiram firmar parceria com a Onroak.
“Fomos os primeiros, a fazer um LMP2 totalmente compatível com motores Judd, Nissan e HPD. Seria impossível vencer Daytona e Sebring sem o apoio da HPD.”
“Com esta experiência com a Nissan, todos irão ver como somos capazes de trabalhar em diferentes projetos. Acho que é uma boa oportunidade para novas parcerias.”