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Endurance tratado a sério!
Diferenças culturais entre IMSA e ACO botam programa LMP2 em risco nos EUA
Começo amargo para alguns setores da IMSA em Daytona. (Foto: Michael Shank Racing)
Começo amargo para alguns setores da IMSA em Daytona. (Foto: Michael Shank Racing)

As diferenças ideológicas entre a IMSA e a ACO sempre foram evidentes. O exemplo mais claro foi o descarado apoio aos Daytona Prototypes em detrimento aos LMP2 quando as duas séries se uniram em 2012.

Neste final de semana um feito muito importante mostrou que a tecnologia sempre vai superar a “tradição” muitas vezes arranjada. Um LMP2 venceu a única prova em que não podia vencer. Daytona.

Seria a mesma coisa que um LMP1 vencesse em Mônaco, quintal da F1. Pode parecer apenas papo de torcedor mas as coisas vão muito além de quem vence o que. Um dos pilares desta nova fase da ACO nos EUA foi o acordo que a partir de 2017 os principais protótipos que estarão na pista da IMSA serão os novos LMP2.

Até ai nada mais óbvio, visto a idade avançada dos DP, além de questões de segurança. Americano sempre gostou de carro grande, com motor idem, dando pouca importância para segurança e a onda “verde”, tão martelada pela ACO com seus protótipos híbridos e motores menores, econômicos.

Esqueça aquele motor V8 barulhento que bebe toneladas de combustível. O vencedor das 24 horas de Le Mans do ano passado, o Porsche 919 Hybrid tinha um motor V4 além dos sistemas de recuperação e energia.

Mesmo que a nova safra de LMP2 não tenha um sistema complexo de exaustão não vai ter nada de americano, salvo futuras carenagens imitando modelos de rua como é feito com o Corvette DP.

As futuras regras da classe sempre foram motivo de crítica por vários setores do esporte. Nunca se limitou tanto com apenas 4 fabricantes de chassi (Oreca, Ligier, Dalara e Riley) além da Gibson sendo a única a preparar motores (na Europa). Se é uma coisa que americano não gosta é receber as coisas e não ter o direito de mudar.

Se por um lado a ACO visa proteger as equipes, dando o poder de escolha por fabricantes sérios, que não vão deixar o projeto pela metade por falta de dinheiro, por outro acaba limitando, equipes e fabricantes a desenvolver na classe, algo que é a síntese do Endurance.

Fabricantes como a HPD, GM e Bentley que anunciou recentemente um plano de voltar aos EUA acabam nos dando mais dúvidas do que certezas, pois que fabricante vai por seu nome em um motor do seu concorrente? Estes três fabricantes ainda não revelaram seus programas para 2017.

Tais ideologias parecem ter se agravado após a vitória da Ligier em Daytona neste final de semana. Em paralelo a prova tanto ACO quanto IMSA passaram o final de semana discutindo estes pormenores.

Por contrato o máximo que uma equipe pode fazer no carro são pequenas alterações estéticas, ou correr como ele vem de fábrica. Módulos de controle, tudo será igual e isso vem incomodando a ISMA.

Já existe setores da entidade que argumentaram e pleiteiam uma maior abertura, seja em peça do futuro LMP, maior abertura em modificações estéticas e é claro mais variedade de marcas de chassi e motor.

Um dos principal argumento da ACO é que qualquer equipe pode vir a competir no WEC, ELMS e é claro as 24 horas de Le Mans.

Por que o clima mudou tão de repente, e que implicações isso pode significar em relação a longo prazo da ACO e IMSA? Mas por que só agora após a assinatura de contratos e quase 4 anos após a fusão as coisas começam a desandar?

De um lado a ACO que com os novos carros quer atender a equipes pequenas, Gentleman Drives e pilotos em início de carreira. Já a IMSA quer algo com status e programas oficiais de fábrica. Com a projeção de orçamento para as futuras equipes na casa dos 10 milhões de dólares a ACO poderia ter um concorrente dentro do seu quintal. Equipes que iriam optar competir nos EUA, maior mercado automobilístico do mundo em detrimento a classe LMP1 do WEC.

É sabido que os fabricantes pagam para competir na IMSA, a famosa taxa de participação. Com uma classe visando o piloto amador, e com restrições na liberdade de escolha a principal fonte de renda da entidade estaria secando.  

Os primeiros testes com os novos LMP2 estão agendados para Outubro deste ano, e até agora a ACO não finalizou os regulamentos, o que deixa os fabricantes e equipes que “correndo as escuras”

Teremos retalhação nesta temporada caso os LMP2 dominem? Teremos alguma mudança radical no regulamento? A ACO vai ceder os anseios da IMSA? Essas respostas vamos conhecer no decorrer do ano…

* Com informações do site Sportscar365.com

 

 

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