Carros do grupo C ainda “voam”

Quando falo que o Grupo C foi o melhor do melhor do automobilismo ninguém acredita pois bem, vasculhando os arquivos do site da categoria achei um dado interessante. Durante os treinos classificatórios para a corrida da classe a maior velocidade de TODO FINAL de semana incluindo as 24 horas foi do Sauber-Mercedes C9 com espantosos 340.4 km/h. Fico imaginando se o campeonato tivesse continuado sem o dedo podre da FIA. A Audi com seu R18 chegou a 335 km.h. Pensa!!!! Abaixo o link com as velocidades dos velhinhos.

Lancia LC2 retorna a Le Mans depois de 21 anos

Outro belo exemplar do Grupo C vai dar o ar da graça em Le Mans este ano. A ACO revelou que o Lancia LC2 irá participar da corrida histórica do Grupo C este ano.

Serão dois modelos pilotados por Ruppert Clevely e Roger Willis do único representante Italiano no Grupo C. A Lancia competiu no endurance de 1983, o carro foi construído em parceria com a Dallara e Abarth e era alimentado por um motor V8 bi-turbo oriundo da Ferrari 308 GTBi.
O carro nunca teve grandes sucesso em Sarthe mas ganhou provas de 1000km em Imola em 83, Kyalami em 84 e SPA em 85. Na grande clássica competiu de 83 a 91 e seu melhor resultado foi um sexto lugar em 85. Seu maior rival foram protótipos Porsche. Depois de tantos anos sem resultados significativos o fabricante voltou seus investimentos em competições de Rally.

Martin Brundle volta a Sarthe em companhia do filho Alex.

 

A graça de competir no endurance é que não existe uma idade limite. O maior limite são os reflexos e a vontade de ganhar. Com este pensamento Martin Brundle que já competiu na F1 e tem 9 participações em Sarthe volta em 2012 na companhia do filho Alex ao volante do Zytek Nissan da equipe Greaves Motorsport.

Martin estreou em Sarhe em 1987, Venceu em 90 com Jaguar. Também marcou a pole da edição de 99 com Toyota. Sua última participação foi com a Bentley  em 2001. Acompanhe abaixo a entrevista do piloto ao site da ACO.

Qual sua melhor lembrança sobre Le Mans?
R. Em 1990, no pódio. Havia muitos fãs da Jaguar e foi bom sentir esta emoção, esse apoio. Várias horas antes do final da corrida eles já torceram por nós.

Como foi correr em Mulsane sem os defletores?
R. Em tais velocidades o risco era inevitável, mas a sensação foi única. Nós realmente não tínhamos tempo para relaxar, pois poderia haver sujeira, carros e fiscais na pista. O tempo podia mudar de repente como aconteceu com Win Percy (O piloto sofreu um grave acidente na edição de 1987 quando o pneu de seu carro estourou em plena reta Mulsane fazendo o carro voar sendo atirado a mais de 600 metros da pista. O piloto saiu ileso com apenas cortes no capacete)

Voltando ao presente. Qual sua opinião sobre a carreira de Alex?
R. Ele se movimenta muito bem. Estou confiante nele. Nesta temporada que irá disputar Le Mans, a GP3 e ELMS. Agora que ele completou seus estudos universitários, ele tem um ano ou dois para se dedicar completamente a carreira de piloto. Espero que ele continue o endurance, porque sinto que esta categoria vai crescer muito nos próximos anos.

Como surgiu a idéia de competir com ele em Le Mans?
R. Nós já dividimos o volante de um Radical SR8 em Brands Hatch, e participamos do troféu Lamborghini em Hockenheim. Ele está pronto. Pela minha parte tenho preparo físico e e velocidade. Estou muito grato a Nissan por me ajudar neste projeto.

Como você vai ajudar Alex?
R. Em Le Mans aprendemos muito com experiências ruins. Mas espero salvá-lo um pouco. Quanto estamos treinando falamos constantemente sobre o carro, a pista e aprendemos muito um com o outro.

E o que vai ajudar você lá?
R. Levarei minha experiência técnica. Como análise de dados e telemetria. Estou ansioso para ver como pilotamos e aprender com isso.
Quem será o mais rápido?
R. Alex  tem 21 anos e eu tenho 52. A minha experiência será um trunfo na corrida. Mas espero ser mais rápido em velocidade final.
Qual será seu objetivo?
R. Quero aproveitar ao máximo esta experiência com meu filho. Ganhar na classe LMP2 seria muito especial.

Alfa Romeo SE048 o Alfa “secreto”.

 

Com o surgimento do novo campeonato de endurance este ano sempre vai ficar a dúvida nos torcedores da categoria se ele não terá o mesmo fim que deve o campeonato de Sport Protótipos no começo dos anos 90.

A história deste Alfa começa com o fim da equipe de F1 em 1985. Desde então o fabricante que passava por uma crise financeira estava empenhado em desenvolver motores para e equipe Ligier. A ideia era desenvolver o motor e em seguida tentar a sorte como equipe própria na F1.

Os poucos recursos foram todos empenhados no desenvolvimento do motor 4 cilindros 415/85T para equipe francesa e com isso voltar aos tempos áureos na F1. Mas as coisas começaram a não dar certo pois a FIAT já era dona da Ferrari e não queria uma briga interna o que representaria muito dinheiro jogado fora sem contar a crise que sempre rondou o maior fabricante de carros a Itália.

Somado isso foi as regras de motores turbo que foram suspensas para o campeonato de 1986 depois da Morte de Elio de Angelis o que levou a suspensão do contrato com a equipe Ligier. Assim a equipe ficou com material suficiente para tentar outras competições. Em 1987 a FIA decretou que os futuros protótipos do grupo C teriam que usar a mesma tecnologia empregada nos propulsores da F1. Assim a FIAT deu sinal verde para a construção do projeto e o desenvolvimento do V10 que a fábrica tinha disponível.

Assim nasceu o V1035 concebido por Pino d´Agostino que optou por um meio termo entre os pequenos V8 e os enormes V12. Assim nasceu o primeiro V10 da F1 moderna mas que nunca chegou a ser montado em um carro de F1. Sua construção empregou materiais como Alumínio e Silício e teve a parceria da Shell. Os pistões também usam o alumínio em sua construção e revestidos por Nikasil. Tinha 4 válvulas por cilindro e comando e válvulas variado. Seu angulo era de 72º. Pelas regras foram feitos 15 unidades com um deslocamento final de 3500 cilindradas.


Alfa 164 Procar outro que nunca  viu a cor de uma pista.

Os primeiros testes ocorreram ainda em 1986 no dia primeiro de Julho e tinha uma potencia inicial de 583 cv, sendo os últimos com aproximadamente 620 a 13.300 RPM com um torque de 39kgm e se mostrou durável pela potencia que apresentava.

Foi construído em 1988 o Alfa 164 Procar que competiria no campeonato de carros de produção (atual WTCC) e utilizava o V10. Foi feito em parceria com a Brabham e  apresentado no grande premio de Monza no mesmo Ano. O projeto nunca vingou e dele surgiu o Alfa 164 que chegou a ser importado para o Brasil no começo dos anos 90.


 Maquete feita para testes em túnel de vento

Como a FIAT acabou cancelado o programa da Alfa para a F1 bem como  o Procar a Alfa decidiu construir em segredo um protótipo para o Grupo C. Sob a supervisão de engenheiros tanto da Alfa quanto da divisão esportiva Abarth nasceu o Abarth SE048 que ficou popularmente conhecido como Alfa SE048. Seu desenho empregou o que tinha de mais moderno em termos de tecnologia aerodinâmica na época e gerava uma grande pressão aerodinâmica com a inclusão de chapas em baixo o carro bem como um eficiente extrator na parte traseira. Toda a carroceria foi feita em fibra de carbono saindo das tradicionais chapas de alumínio com rebites.  
Foi criado um modelo de poliéster para testes em túnel de vento . Os testes do pista foram em um Lancia LC2 comprado da antiga equipe Mussato que sofreu modificações para receber o novo motor. Seu chassi foi feito em monocoque de fibra de carbono o que é utilizado até hoje e seu sistema de freios era fornecido pela Brembo. Se cogitou a adoção de um V12 Ferrari no final dos anos 80 e que já não era utilizado pois o V10 original se mostrou frágil em testes de rodagem. Outro fator era o temor de que o motor Alfa fizesse mais “sucesso” do que os propulsores Ferrari.

Assim o projeto foi sendo desenvolvido até que em 1992 mesmo depois de avanços em um novo motor com gerenciamento eletrônico a FIAT cortou os investimentos do projeto e focou seus esforços na reestruturação da Ferrari na F1. Mesmo assim o carro foi apresentado a imprensa com um laboratório de futuros projetos do construtor. 

Com os altos custos do campeonato de Sport Protótipos já que adotaram os mesmos motores da F1 tudo se acabou em 1992 com a extinção do campeonato de protótipos que só no final dos anos 90, mas isso é outra história

24 horas de Daytona 2012 – Carros clássicos.

Daqui a poucas horas as 24 horas de Daytona abrem o calendário mundial do endurance (as provas em Abu Dhabi e Bahrein não tem muito significado). Abaixo os carros que já fizeram história na prova, entre modelos GT e LMP além é claro modelos do grupo C.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Relembrando – Mazda 787b em Le Mans 2011

 

As 24 horas de Le Mans de 2011 não foram marcadas apenas pela vitória da Audi e o espetacular acidente de McNish. Para muitos o ponto alto foi a comemoração dos 10 anos da vitória do Mazda 787b em 1991. O carro passou por um completo processo de restauração e deu uma volta na grande pista para comemorar o fato. O som é algo extremamente excitante a ponto de você ficar trocando as marchas enquanto assiste (eu pelo menos :P) Vale a pena por o som no máximo…

Classe C em 2012 contará com Jaguar e Peugeot.

 

O campeonato da classe C em 2012 terá novos e importantes integrantes. Tanto Peugeot 905 quanto Jaguar XJR-14 estarão na disputa com modelos como Mercedes C11 e Porsche 956.
O Jaguar com chassi número 501 foi pilotado em 1991 por Martin Brundle e Derek Warwick. Neste mesmo ano o carro foi pole em Suzuka e terminou em terceiro em Silverstone.

No caso do Peugeot o chassi de número EV16 foi pole em Le Mans em 1992 pelas mãos de Philippe Alliot em parceria com os pilotos Mauro Baldi e Jean Pierre Jabouille acabou em terceiro em Sarthe no mesmo ano.

Os dois carros estarão competindo na classe 3 “Convite especial” e não irão marcar pontos caso estejam entre os primeiros. O campeonato é divido em outras 2 classes, Classe 1 Mulsanne Cup que participam de carros do antigo grupo C1 e IMSA GTP entre os anos de 1982 e 1990 e classe C2 Eau-Rouge Cup com carros da antiga classe C2.

Lembrando que ano que vem o campeonato terá uma das provas preliminares em Le Mans. 

Abaixo o calendário completo.

05 a 06 de Maio – Donington Park
25 a 27 de Maio – SPA
14 a 16 de Junho – Le Mans
20 a 22 de Julho – Silverstone
05 a 07 de Outubro – Paul Ricard.
20 a 21 de Outubro – Imola.