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Endurance tratado a sério!
Categoria de Hidrogênio no WEC ainda está em fase inicial, afirma diretor da FIA

O desenvolvimento dos regulamentos técnicos para a futura categoria de carros movidos a hidrogênio no Campeonato Mundial de Endurance (WEC) ainda está em estágio inicial, conforme admitido pelo diretor técnico e de segurança da FIA, Xavier Mestelan-Pinon. A estreia dos veículos está prevista para 2028, com montadoras como Toyota, Alpine e BMW já demonstrando interesse. As informações são do site Sportscar365.com

No início deste ano, a FIA e a ACO, que co-governam o WEC, decidiram expandir o escopo das regras para incluir o armazenamento de hidrogênio na forma líquida. Essa decisão atrasou a publicação do regulamento final, que agora é esperado para o fim de 2024.

Mestelan-Pinon revelou que o processo de elaboração das normas está focado em uma estrutura geral para o uso de hidrogênio em todas as categorias sob a jurisdição da FIA, não apenas no WEC. “Estamos no início, e muitas questões, como o armazenamento de hidrogênio líquido, ainda precisam ser resolvidas”, afirmou ele em entrevista ao Sportscar365.

Contudo, Thierry Bouvet, diretor técnico da ACO, ressaltou a importância de definir detalhes como o tamanho e a pressão dos tanques antes de avançar nas regulamentações. Segundo Mestelan-Pinon, o objetivo é que os carros movidos a hidrogênio comecem a competir em algumas corridas a partir de 2028, com uma expectativa de dois ou três eventos na primeira temporada.

Desafios técnicos entre o hidrogênio com carros a combustão

WEC - Protótipos a hidrtogênio não disputarão toda a temporada de 2028
(Foto: Divulgação)

Além disso, a introdução dos carros de hidrogênio coincidirá com a extensão da homologação dos atuais modelos LMH e LMDh até 2029, o que pode resultar em uma sobreposição de dois anos entre as tecnologias. Apesar disso, Mestelan-Pinon não descarta a criação de novas regras para os motores a combustão interna tradicionais, sugerindo que as corridas de biocombustíveis podem permanecer em pauta.

“O número de carros a hidrogênio que teremos em cinco anos ainda é incerto”, afirmou ele. Indicando que o desenvolvimento de regulamentações para os motores de combustão ainda é uma possibilidade. Bouvet acrescentou que há muitos estudos em andamento para garantir o equilíbrio de desempenho e segurança entre as diferentes tecnologias.

Debates sobre tecnologia de célula de combustível

Além dos motores de combustão movidos a hidrogênio, os regulamentos de 2028 também permitirão o uso de células de combustível. A BMW já se posicionou a favor dessa tecnologia, que, segundo a montadora, é mais ambientalmente adequada. No entanto, Mestelan-Pinon destacou os desafios técnicos das células de combustível, incluindo a necessidade de maior refrigeração e complexidade mecânica.

Aliás, apesar das dificuldades, a FIA mantém o debate aberto sobre qual tecnologia será dominante, seja a combustão ou as células de combustível. Bouvet afirmou que a escolha dependerá do apoio das montadoras.

Mudanças no design dos cvarros

As novas demandas de espaço para o armazenamento de hidrogênio podem levar a mudanças significativas no design dos carros. Há a possibilidade de que os modelos de dois lugares, característicos das corridas de endurance, deem lugar a carros fechados de assento único. Mestelan-Pinon não descartou a hipótese, destacando que a segurança será o fator decisivo nessa escolha.

Por fim, a Toyota, que já testa tecnologias de hidrogênio no campeonato japonês Super Taikyu, foi pioneira na transição para o hidrogênio líquido. A FIA tem seguido de perto o progresso da montadora. Buscando adaptar suas regulamentações para incluir essa solução, embora ainda permita o uso provisório de hidrogênio gasoso.