Audi e Porsche se preocupam com altitude no México
A próxima etapa do Mundial de Endurance acontece no México. O Autódromo Hermanos Rodriguez é conhecido pela sua longa reta e pela curva Peraltada, mesmo que esta não lembra em nada o quanto era desafiadora.
Essa características já seriam suficientes para criar uma boa expectativa sobre a prova de 6 horas. Pilotos e equipes com os desafios que uma prova de longa duração oferece. Hermanos Rodriguez tem mais um desafio. A altitude. A região em que se localiza o autódromo fica a mais de 2 mil metros acima do nível do mar. Por conta disso o ar é de 25 a 30% mais “fino”.
Os engenheiros da Audi afirmam que estão preparados para as adversidades inéditas. Com um ar mais fino o arrasto aerodinâmico também muda. “Uma grande quantidade de downforce será perdida”, explica Jan Monchaux, chefe de aerodinâmica da Audi Sport. “É por isso que estamos definindo todas as possíveis ajudas aerodinâmica para obter o máximo de downforce.” O motor também é afetado pelo ar rarefeito. O V6 TDI terá menos potencia. Por conta disso o turbo terá uma maior abertura para captação de ar. “No entanto, a maior compressão também aumenta a temperatura do ar de admissão, por isso termos um sistema arrefecimento adaptado”, diz Ulrich Baretzky, Chefe de Desenvolvimento de Motores da Audi Sport. A aplicação de alta altitude para a eletrónica do motor completa as mudanças.
“Esperamos ser competitivos de novo”, disse o chefe da Audi Motorsport Dr. Wolfgang Ullrich. “Em Nürburgring os dois carros foram ao pódio. Se não fosse as bandeiras amarelas, teríamos lutado pela vitória. Com o resultado, os pilotos do Audi #8, que estão em segundo lugar no campeonato ( Lucas di Grassi / Loïc Duval / Oliver Jarvis) reduziram a diferença para a líder Porsche para 33 pontos. Com 130 para serem disputados até o final do campeonato, nada está definido.”
A Porsche que lidera o certame com o carro #2 também se mostra preocupada com as adversidades inéditas da corrida. “A corrida no México é um enorme desafio para os pilotos, tecnologia e logística”, disse Fritz Enzinger, Vice-Presidente LMP1. “Mas estamos muito satisfeitos em ter o novo destino no calendário. Este circuito respira história. O sucesso dos irmãos Pedro e Ricardo Rodriguez, permanecem na memória Porsche. Pedro Rodríguez tornou-se campeão mundial com o 917 em 1970.”
Andreas Seidl chefe da equipe acrescentou: “Nossa preparação técnica para a corrida será um desafio. Em primeiro lugar a altitude. Em comparação com motores normalmente aspirados, o nosso turbo perde menos energia, mas o resfriamento é um problema por causa do ar fino com menos oxigênio. Isso vale para o trem de força, bem como para os freios. Necessariamente arrasto é muito menor. Isso torna difícil fornecer o downforce Teremos uma grande velocidade máxima em contra partida. O circuito é rápido e o nível de aderência irá aumentar significativamente a menos que chove, o que é algo que pode acontecer.”
Alguns dados do circuito:
– As 6 horas do México é o quinta dos nove rodadas do Mundial de Endurance 2016.
– O circuito foi remodelado para receber a Fórmula 1 em 2015.
– Uma volta tem 4.303 km de extensão e 17 curvas.
– Em ritmo de corrida normal (sem carro de segurança), o Porsche 919 deve fazer um reabastecimento após 40 voltas.
– Um conjunto de pneus slick deve durar dois reabastecimentos.
– Os regulamentos de eficiência do WEC limitam a quantidade de energia que pode ser utilizada por volta. Na Cidade do México, o Porsche 919 pode usar 3.916 megajoules de energia elétrica a partir de sistemas de recuperação de energia e 1.101 kg ou 1.506 litros de gasolina.
– Cada equipe terá a disposição, três compostos diferentes de pneus slick, um pneu híbrido (sem perfil qualquer um, mas a cobertura mais suave) para condições mistas e pneus de chuva.