Alpine prepara reformulação aerodinâmica do A424 LMDh para o WEC 2026

A Alpine planeja uma ampla reformulação na aerodinâmica do seu protótipo A424 LMDh para o Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC), visando a temporada de 2026. A informação foi confirmada por Bruno Famin, vice-presidente de automobilismo da marca francesa, que explicou os impactos negativos do atual sistema de Equilíbrio de Desempenho (BoP) de dois estágios no conceito de baixo arrasto do carro.

Porém, em sua segunda temporada no WEC com o A424 — que utiliza chassi ORECA — a Alpine já conquistou pódios importantes, como em Imola e Spa-Francorchamps. No início do ano, a equipe estreou seu primeiro Evo joker, realizando uma atualização no motor V6 turboalimentado.

Agora, segundo Famin, a próxima grande etapa será revisar a aerodinâmica do protótipo, após constatar que o conceito inicial — baseado em baixa força descendente e alta velocidade máxima — perdeu eficiência com a introdução do BoP ajustável por faixa de velocidade, que estreou nas 24 Horas de Le Mans de 2023.

“Projetamos nosso carro para ter pouco arrasto e pouca força descendente. Mas agora, com a equalização da velocidade máxima entre os carros, perdemos a vantagem que compensava nosso baixo downforce”, afirmou Famin em entrevista ao Sportscar365.

Os planos da Alpine

Além disso, o sistema BoP de dois estágios ajusta a potência máxima dos carros a partir de 250 km/h.  Isso afeta diretamente os projetos com foco em velocidade de reta. “Todos os carros precisam estar na janela de desempenho. Escolhemos o canto dessa janela com baixo arrasto, pensando em Le Mans, mas a vantagem desapareceu com a nova regra”, completou.

A nova configuração aerodinâmica do A424 deverá passar por testes no túnel de vento Windshear, na Carolina do Norte (EUA), ainda em 2025. A homologação final será feita a tempo do início da temporada 2026 do WEC, marcada para março, no Catar.

Aliás, além das melhorias no carro, Famin revelou que a Alpine assumiu integralmente a produção e desenvolvimento do motor do A424 em sua base em Viry-Châtillon, na França. A medida ocorre em paralelo ao encerramento do programa de motores da Fórmula 1, previsto para o fim da atual temporada.

“Desde meados do ano, tudo ocorre em Viry: construção do motor, testes em dinamômetro e desenvolvimento de confiabilidade. Antes, essa parte era feita pela Mecachrome, que agora fornece os componentes”, explicou Famin.

Por fim, a Alpine busca, com essas mudanças, aumentar sua competitividade no grid do WEC. E com isso, e retomar o protagonismo em provas como as 24 Horas de Le Mans, principal objetivo de seu programa de endurance.