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Endurance tratado a sério!
Restaurando um Porsche 911 2.5 S/T
Michael Keyser, Jürgen Barth e Sylvain Garant com o Porsche 911 2.5 S/T #41 durante as 24 horas de Le Mans em 1972
Michael Keyser, Jürgen Barth e Sylvain Garant com o Porsche 911 2.5 S/T #41 durante as 24 horas de Le Mans em 1972. (Foto: Porsche AG)

A Porsche vai marcar presença no Techno Clássica em Essen com um vencedor. A divisão de restauração de clássicos da marca trouxe de volta a vida o Porshe 911 2.5 S/T que venceu em sua classe no ano de 1972.

O chefe da Porsche Classic, Alexander Fabig conta como o carro chegou as oficinas da empresa em Stuttgart. “O 911 2.5 S / T foi redescoberto há alguns anos por um colecionador nos EUA – e foi em uma condição desastrosa. Nossos especialistas têm feito um excelente trabalho com carro.”

A versão em específica teve apenas 24 unidades produzidas. O 911 2.5 S/T é baseado no 911 2.4 S. “Estamos entusiasmados com a confiança que nosso cliente deposita em nós com este trabalho de restauração. Este projeco é incomparável e de grande significado histórico”, explica  Fabig.

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O 911 2.5 S/T na época foi desenvolvido para equipes de clientes se baseando nas regras do antigo grupo 3 e grupo 4. A versão “esportiva” do 911 2.4 S foi apresentada em 1971. Rapidamente equipes levaram seus modelos para provas com Le Mans e Targa Florio, além de corridas de rali. Como o carro era maleável em termos técnicos modificações para atender os mais diversos campeonatos não eram difíceis de serem feitas.

Antes do restauro o carro estava "destruído". (Foto: Porsche AG)
Antes do restauro o carro estava “destruído”. (Foto: Porsche AG)

A versão encontrada nos EUA foi encomendada por Michael “Mike” Keyser em Novembro de 1971. O carro participou de várias provas no continente americano além do Campeonato Mundial de Marcas em 1972. Estiveram no seu volante na época Jurgen Barth que foi piloto oficial da Porsche e que venceu Le Mans em 1977. Barth ainda lembra de como foi o contato com 2.5 S/T. “Mike Keyser tinha me convidado para Sebring e nós planejamos para competir em 1972 no campeonato de Endurance. Mike  até contratou uma equipe de TV para acompanhar a equipe durante a temporada”.

Em 1972, Barth correu nas 6 horas de Daytona, 12 horas de Sebing, Targa Florio e os 1000 km de Nurburgring ao lado de Mike Keyser. Tento o Suiço  Sylvain Garant como terceiro piloto o desafio eram as 24 horas de Le Mans. Com as cores da equipe Louis Meznarie o carro foi inscrito na classe GT de até 3 litros com o #41. O trio venceu na classe e conseguiu um 13º no geral em uma prova que apenas 18 carros de 55 inscritos terminaram a prova.

Com um histórico de vitórias o carro chegou em péssimas condições a oficinas da Porsche na Alemanha. O carro tinha danos pesados na carroceria e no chassi que ocorreram após um acidente. Corrosão em diversas partes também deram muita dor de cabeça para os profissionais. O Porsche também serviu de parque de diversões para as crianças, filhos do dono do carro que amassaram o teto.

Voltando as características originais. (Foto: Porsche AG)
Voltando as características originais. (Foto: Porsche AG)

Asa traseira, tanque de combustível tiveram que ser feitos do zero. Como parte final do restauro o carro recebeu uma pintura “catódica”, que evita a corrosão em materiais que ficaram muito tempo sob o tempo. O mesmo processo é feito com os modelos de série da marca atualmente. A cor escolhida foi a mesma que outrora o protegeu, o amarelo claro de código 117.

Além de salvar um dos seus mais ilustres representantes, a Porsche vem se dedicando a preservar sua história em Le Mans. Desde que foi fundada, mais de 800 carros da marca competiram na principal prova de longa duração do mundo. Desses 103 deles venceram em algumas das classes e 17 no “geral”.

(Foto: Porsche AG)
(Foto: Porsche AG)

Para  Ferry Porsche, que faleceu em 1998 aos 88 anos e foi o criador do 911 o fascínio da marca por Le Mans remete ao uso das tecnologias empregadas na corrida nos carros de produção em série.  “O progresso técnico é impensável sem o esporte. É o vector para o desenvolvimento. As exigências extremas que enfrentamos na pista de corrida muito rapidamente destacam quaisquer pontos fracos e incentivam os nossos engenheiros a procurar soluções novas e melhores “.

O 911 2.5 S/T foi antecessor do 911 Carrera 2.8 RSR, aonde o RSR significa “ RennSport Rennwagen” em uma tradução literal, “carro de corrida” foi o mais alto estágio de desenvolvimento do 911 a partir de 1973 e está vivo até hoje em sua versão 991.

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