F1 – Interlagos
Não vou dizer que fiquei feliz com o resultado do GP Brasil. Digamos que foi uma síntese entre o bom momento de Rubinho e o azar habitual que ele leva consigo por todos esses anos da F1. O GP Brasil é interessante por vários pontos. É a corrida aonde a torcida fica bem juntinho dos pilotos, de uma hora para outra todo mundo entende de F1 desde que nasceu, torcendo pela Ferrari, dando explicações técnicas pelos fatos acontecidos na corrida. É aonde as figuras mais bizarras aparecem. É um belo espetáculo. Quem acompanha as corridas na Europa vê um povo mais educado, comedido, sei lá, é outro mundo.
Talvez essa energia e os bons resultados obtidos em corridas passadas fizeram Rubinho chegar em SP com reais chances de ganhar a corrida e quem sabe faturar o título inédito. Desde os primeiros treinos ficou a frente de Button e culminou com a pole depois de um treino demorado e enrolado. Foi legal ver Galvão reclamando do tempo que teve que ficar no ar narrando o treino. Gostaria de ver ele narrando as 24H de Le Mans para ver o que é ficar horas e horas ao vivo. Voltando a Rubinho, ele fez a pole e deslumbrava a vitória. Começou bem abrindo a cada volta de Webber até chegar a primeira entrada nos pits. Voltou a pista com um jogo de Pneus não tão bons e começou a perder rendimento, Antecipou o reabastecimento trocou os pneus para os macios. Estava indo bem até ter um deles furado. Sorte? Azar? Não sei.
Rubinho nunca teve um bom retrospecto em Interlagos e tudo indicava que esse ano seria diferente, não foi e mais uma vez ele foi traído pelo seu equipamento. Button mereceu o título? Mereceu. Soube aproveitar a larga vantagem que conquistou no começo do campeonato tendo seis vitórias nas primeiras sete.
Lembro que antes do começo do campeonato Rubinho já deslumbrava um bom campeonato com vitórias, brigando nas primeiras posições e tudo o que um grande campeão almeja. Sempre tive medo dessas declarações, pois todas as vezes que o brasileiro falou demais das suas chances no campeonato acabou ponto uma pressão muito maior do que realmente era e consequentemente se ferrava mais do que os outros. Mesmo assim conseguiu duas vitórias adversas, em várias oportunidades, acusou seu chefe de favorecer Button o que a meu ver aconteceu algumas vezes. Não sei mais Brawn sempre quis Button como campeão, talvez por esse jeito explosivo de Rubinho de falar o que pensa e pelos “ótimos” anos que os dois tiveram na Ferrari.
Mesmo com esses altos e baixos Rubinho teve um dos melhores anos na F1 da sua carreira. Deve conquistar o vice-campeonato, mesmo que isso para a maioria dos brasileiros não seja algo expressivo ou algo para se ter orgulho. Não é fácil se vice em qualquer competição. Talvez devêssemos aprender muito com a Nascar que o segundo colocado é tratado como herói.
A próxima prova será nos Emirados Árabes, Circuito novo que até agora ninguém correu. Vai ser um belo espetáculo. Um dos raros circuitos novos que parece ser bom, misturando curvas de alta com longas retas. Até lá
O melhor e pior do final de semana
As declarações do Sr. Ecclestone
Bernie Ecclestone perdeu uma ótima mais uma ótima oportunidade de ficar quieto em uma entrevista que deu para o jornal Folha de São Paulo. O dono da F1 largou uma pérola quando perguntado sobre Ayrton Senna. Foi uma infelicidade. Mas a publicidade gerada foi tanta… Foi boa para a F1. É uma pena que tenhamos perdido o Ayrton para isso acontecer. Ele era popular, mas muita gente que não o conhecia soube da Fórmula 1 por conta da publicidade gerada com sua morte”, afirmou Ecclestone.
Digamos que a reação negativa que isso teve é comparável a você chegar na Europa e dizer para alguém que o Holocausto não existiu. Lá você é preso e tem que se explicar para algum juiz que provavelmente vai mandar você voltar de onde veio. Se hoje temos uma F1 sem graça com trapaças, espionagem muito se deve a este Sr. que já deveria estar uma casa geriátrica faz tempo. Reconheço que depois da morte de Senna se investiu muito em segurança, modernizando ou como eu gosto de dizer “matando” vários circuitos, os carros de F1 são infinitamente mais seguros. Se fosse naquela época com certeza Massa estaria morto ou com uma grave seqüela depois do seu acidente na Hungria. Só sei que Bernie teve uma boa chance de falar algo mais produtivo do que esta asneira.
Jason Button
Button mereceu o título pois soube aproveitar o bom carro que teve no começo do campeonato e depois administrar com o avanço da RBR, McLarem e Ferrari. Mostrou que experiência superou a juventude de Vettel e esses novos Baby Drives que a F1 adora enaltecer. Poderia ter feito a segunda metade do campeonato melhor, e em certo momento ficou acomodado. Se redimiu com ele mesmo no GP do Brasil aonde foi o mais combativo de todos os carros no Grid, mostrando que não conquistou o título atoa.
Kamui Kobayashi
O estreante de nome complicado para mim foi o nome da corrida. Pilotou de forma convincente dando trabalho para Button e sendo combativo em todas as posições que disputou. Rompe a tradição de que todo piloto asiático é ruim. Fama que vem desde os temos de Satoro Nakajima e mais recentemente com seu filho Kazuki. Ah não podemos esquecer de Ukyo Katayama piloto que mais andou nas áreas de escape da F1. Kobayashi foi consistente algo raro em uma estréia na F1. Pode nunca mais fazer nada ou ser tachado como eterna promessa, mas que foi legar ver ele dando uma canseira em Button isso foi.
Os patrocínios da Brawn em Interlagos
Foi bom ver os novos patrocínios que a Brawn teve na corrida de SP. Banco do Brasil, Cerveja Itaipava, Batavo e Seguradora Mafre. Estas empresas aproveitaram o bom momento de Rubinho e resolveram dar aquela mãozinha com muito $$$. Tiveram um bom retorno com o título de Button confirmado aqui no Brasil. a Cerveja Itaipava mesmo tem investido pesado no automobilismo nacional patrocinando a Porsche Cup e as novas fórmulas que a FIAT vai lançar ano que vem. Melhor do que isso é saber que existem pessoas que não acham que retorno bom é aquele que só acontece quando se anuncia em Futebol. Meus Parabéns.
Galvão Bueno e a transmissão
Quem gosta de F1 tem que engolir Galvão Bueno e seu festival de besteiras que fazem ele quase uma figura folclórica depois de tantos anos de F1. No geral a transmissão da Globo foi boa mostrando que quando eles querem fazer algo que presta eles conseguem. Os repórteres foram espertos entrevistando celebridades e acompanhando cada passo tanto de Rubinho quanto de Massa. Boletins em todos os jornais da emissora e aquelas matérias que vemos todos os anos. As pessoas que moram perto de Interlagos e alugam suas casas e garagens para torcedores verem a corrida. As figuras estranhas que só existem aqui no Brasil com suas roupas e fantasias bizarras. E sempre aquela coisa de tentar aproximar o futebol da F1. Graças ao bom Deus são torcedores totalmente diferentes. Em uma determinada chamada o repórter se espantou com a educação que os torcedores enfrentavam a fila para entrar no autódromo. É claro que seria organizados e principalmente educados. Ou quem pode pagar R$ 200,00 ou R$ 500,00 em dinheiro para entrar não tem educação? Tinha torcedor ali que estava desde as 6 da manha esperando para entrar de forma educada. O ponto negativo da cobertura fora as asneiras que Galvão falar foi ninguém perceber a presença de Gil de Ferran que foi campeão da ALMS e ninguém deu o devido valor, prova que não basta se repórter tem que ter conhecimento da coisa. Outra pérola foi durante a entrevista com Emerson Fittipaldi que foi exibida no esporte espetacular. Galvão afirmou que o circuito de Watkins Glean não existe mais. não deve existir na cabeça dele pois até poucos dias teve ainda uma etapa da Rolex no circuito americano. Nessas horas me pergunto por que não botam Cleber Machado de uma vez na narração das corridas?
fala bonga…
então.. .que etapa hein?! Foi uma classificação sábado e uma corrida de domingo como poucas já vistas!!
Realmente uma pena terminar o campeonato para o Rubens aqui. Eu já achava que seria difícil (para não dizer impossível), mas sonhava que ele poderia ao menos levar o GP do Brasil, para fechar bem o ano em que ele lutou muito.
No mais, uma corrida super movimentada. Batidas e tudo mais como de costume em interlagos.
Agora é esperar que nosso herói brasileiro busque o vice em abudabi!
Abraço