“Não posso resumir uma carreira de 38 anos em 24 horas”, diz Fittipaldi sobre Daytona
A 57ª edição das 24 Horas de Daytona, disputada neste final de semana, marcou o encerramento de uma etapa muito importante na vida de Christian Fittipaldi, a de piloto. A bordo do #5 Mustang Sampling Cadillac DPi-V.R e ao lado dos companheiros Filipe Albuquerque e João Barbosa, o brasileiro terminou em nono no geral e sétimo na categoria DPi, numa grande prova de recuperação, após terem problemas no classificatório e largarem de último.
A corrida foi marcada por muita chuva, o que provocou seu cancelamento prematuro. Fittipaldi, Barbosa e Albuquerque vinham bem no início da prova, chegando a ocupar as primeiras posições, até passarem a ter alguns problemas elétricos, que custaram muitas voltas nos boxes para o conserto.
O trio, que brigava pela segunda vitória consecutiva em Daytona, tinha tudo para lutar por um novo pódio. Com 30 minutos de prova, Albuquerque chegou a andar em segundo lugar. Quando Fittipaldi foi para a pista, depois de quase três horas de prova, o carro passou a ter problemas elétricos, que estavam impedindo o acionamento das luzes de freio.
A equipe trabalhou forte para realizar os reparos, mas o carro caiu para a 45ª posição. A partir daí os pilotos aceleraram forte para buscar a recuperação, que poderia ter sido ainda melhor, caso as condições climáticas nas oito horas e meia finais não tivessem piorado tanto, resultando em duas bandeiras vermelhas e várias amarelas.
Fittipaldi, que venceu as 24 Horas de Daytona em 2004, 2014 e 2018, destacou que esperava encerrar sua carreira com um resultado melhor, mas deixou a pista satisfeito por todas as conquistas ao longo de 38 anos. O piloto, único brasileiro até hoje a ter corrido na F-1, Indy e NASCAR, recebeu inúmeras homenagens no final de semana em Daytona.
“Largamos em 11º, chegamos a andar entre os top 6. Mas, infelizmente, enfrentamos alguns problemas elétricos ainda no início da prova e perdemos muitas voltas nos boxes para o conserto. Uma pena, porque o carro estava muito consistente e tínhamos boas chances não fossem os problemas. Mas conseguimos terminar a corrida. Não era o resultado que queríamos, mas não posso resumir 38 anos de carreira em 24 horas”, frisou.
“Encerro minha carreira com a melhor sensação possível. Extremamente feliz e realizado com tudo que consegui. Sou muito grato a minha família, equipes pelas quais passei, patrocinadores que me apoiaram e a todos que sempre torceram por mim. Hora de iniciar um novo capítulo na minha vida, com a certeza de que fiz o meu melhor ao longo de todos estes anos nas pistas”, disse o brasileiro de 48 anos.
“Seria maravilhoso que o Christian encerrasse sua carreira com um resultado melhor, mas tem dias que as coisas não saem como gostaríamos”, declarou Albuquerque. “Tivemos um problema com as luzes de freio e isso é tão difícil de acontecer, principalmente numa corrida desta dimensão. Foi uma pena pelo Christian”, lamentou o português.
Barbosa, que foi bicampeão do IMSA ao lado de Fittipaldi e também esteve com o brasileiro nas vitórias em Daytona em 2014 e 2018, também gostaria que o resultado fosse melhor, mas destacou o trabalho do brasileiro.
“O Christian foi um soldado: ficou na pista em condições difíceis e fez o que pode”, afirmou. “Infelizmente, ele está deixando as pistas com este resultado e nestas condições. Poderia ter sido mais divertido. Mas foi um privilégio pilotar ao lado dele ao longo destes anos e desejo o melhor para ele”, continuou Barbosa, que também comentou sobre a prova.
“Depois do problema que tivemos, sabíamos que seria difícil recuperar mais, mas nos mantivemos na pista, porque era importante pelos pontos. Foi uma situação que nunca acontece com a equipe, este tipo de problema, mas corrida é assim. No ano passado, estávamos felizes com a vitória e agora estamos desapontados”, completou Barbosa.
A próxima etapa do IMSA acontecerá entre os dias 13 e 16 de março, com a disputa das 12 Horas de Sebring, também na Flórida.