A equipe United Autosports venceu a etapa belga do European Le Mans Cup disputado neste domingo, 22, no circuito de Spa-Francorchamps. Phil Hanson e Filipe Albuquerque estrearam o Oreca 07 #22, depois de competir desde 2018 com um Ligier JS P217.
O desempenho do modelo 07 obrigou a equipe britânica a trocar seus dois protótipos que competem na classe LMP2, e o resultado parece que deu certo. Dos 17 LMP2 da classe, 14 eram modelos da Oreca que ocuparam as onze primeiras posições.
Dos três modelos da Ligier, o melhor colocado foi o #34 da Inter Europol Competition, que ficou na 12º posição. Os outros dois não completaram a prova. A vitória veio depois de uma punição do #37 da equipe Graff, por uma infração cometida durante um FCY, no 20 minutos finais da prova.
“Foi bom ter chegado aqui, foi um fim de semana memorável, tivemos um furo e ficamos presos no pit lane. Mas estávamos caçando o líder e ele recebeu uma penalidade, de modo que a sorte voltou ao nosso caminho”, disse Hanson depois de marcar a primeira vitória da United Autosports com uma ORECA, no segundo final de semana da equipe com o novo fornecedor de chassis.
A equipe Graff teve um final de semana complicado na Bélgica. Após ser desclassificada no Michelin Le Mans Cup, depois de vencer, Tristan Gommendy liderava com pneus gastos, sendo perseguido por Phil Hanson, no Oreca #22 que perdeu tempo devido a um furo de pneu que lhes custou um tempo valioso nos boxes.
O principal lance da corrida foi na volta final envolvendo O Oreca #37 da Cool Racing e o #39 da equipe Graff. Tristan Gommendy vinha na segunda colocação sendo pressionado por Antonin Borga, quando o piloto do #37 forçou a ultrapassagem, levando os dois protótipos a quase saírem da pista.
Borga cruzou a linha de chegada na segunda posição, recebendo uma punição de 10 segundos pela condução perigosa, caindo para a terceira posição. 20 minutos depois o resultado foi alterado novamente, mantendo a Cool Racing na segunda posição. A Graff ficou em terceiro.
Único brasileiro na classe, Bruno Senna acabou perdendo o controle do Oreca #43 da RLR Motorsports na primeira parte da prova, forçando a entrada do primeiro carro de segurança. Entre o período de entrada do resgate e os reparos nos boxes, foram seis voltas perdidas impossíveis de serem recuperadas que custaram qualquer chance de uma colocação satisfatória e renderam apenas o 22º lugar na classificação final.
Depois da corrida, Bruno ainda procurava sem sucesso uma explicação para o acidente. “Freei dois metros além do normal, a roda travou e saí reto. Fiquei sem entender o que aconteceu, mas, enfim, comprometeu toda a corrida”, disse. Na verdade, naquele momento ele já encontrava dificuldades para se manter à frente do russo Roman Rusinov na luta pela 7ª posição depois de um começo animador a partir do 6º lugar no grid. “Larguei bem, passei os dois carros com os mesmos pneus Dunlop que uso, mas logo percebi que não teria chance de brigar com os Michelin. Minha degradação de borracha era muito maior que a deles. Minha opção era fazer minha própria corrida e manter os pneus vivos, permitindo a ultrapassagem de quem estava de Michelin logo atrás de mim”, explicou.
Após a batida e com o trabalho dos fiscais, Bruno pôde levar o protótipo LMP2 aos boxes e voltou em seguida à pista para mais um turno de pilotagem, sendo mais tarde substituído pelo indiano Arjun Maini e, na sequência, pelo canadense John Farano. “O nosso ritmo era até bastante razoável, mas àquela altura não havia muito o que fazer a não ser ganhar mais quilometragem”, observou.
O G-Drive que dominou as últimas etapas apresentou um desempenho modesto. Terminando na quarta colocação. A equipe foi a primeira colocada equipada com pneus Dunlop. Uma das possíveis explicações foi que a equipe utilizou um novo chassi, depois de Job van Uitert, bater o LMP nos treinos livres. Jean Eric Vergne e Roman Rusinov pilotaram mais do que o carro poderia suportar.
Na quinta posição o Oreca #30 da Duqueine Engineering, que chegou a liderar a prova por um longo período. A IDEC Sport fechou os seis primeiros depois do acidente com o protótipo da G-Drive nos treinos livres.
Com o resultado a G-Drive lidera com uma diferença de 13 pontos para a equipe IDEC. A Graff tem chances matemáticas; para conquistar o título da classe, devem marcar a pole na última etapa que será disputada no circuito de Portimão em Portugal, vencer e torcer para que tanto a G-Drive quando a IDEC, não marquem pontos.
Eurointernational vence na classe LMP3
Assim como na LMP2, a classe LMP3 teve fortes emoções na última volta. O Ligier #11 da Eurointernational de Mikkel Jensen e Jens Petersen, venceu. Jensen começou a última volta em terceiro, mas conseguiu ficar à frente de Nigel Moore no #13 da Inter Europol Ligier e no #7 de Nielsen Racing de Anthony Wells ao volante. O Norma havia começado a última volta na liderança. “Essa foi a última volta mais insana da minha vida, superando Wells e Moore na última curva”, disse Jensen
Com este resultado, a Eurointernational e a Inter Europol estão empatadas em pontos, sendo que o primeiro está em vantagem porque Jensen e Petersen têm mais vitórias nesta temporada.
Ferrari vence na classe GTE
Alessandro Pier Guidi, Nicklas Nielsen e Fabien Lavergne, venceram na classe GTE com a Ferrari #51 da equipe Luzich Racing. A vitória foi dramática na última parte da corrida, depois de lideraram a maior parte da segunda metade de prova que teve quatro horas de duração.
A disputa foi contra o Porsche #77 de Dempsey-Proton Racing, com Riccardo Pera a menos de um segundo dos últimos minutos. No entanto, o Porsche não conseguiu superar Pier Guidi com a Ferrari #51. Em terceiro, a Ferrari da Spirit of Race chegou 16 segundos atrás.
Com o resultado a Luzich conquista o título da classe. “É incrível, nosso segundo campeonato consecutivo, a equipe tem dois anos e dois campeonatos”, disse Pier Guidi. “Foi uma batalha muito dura e até o final estávamos perto do Porsche. Ganhar o título aqui é algo especial, eu amo este lugar”, comemorou.